Meninas sem Fronteiras- As nuances entre Brasil e África- é o título da Coletânea Internacional criada pela escritora Gabriela Lopes como estímulo cultural
“Vi que algumas gostavam de criar poesias e desenhos, e desejei criar uma proposta para elas, que reunisse seus textos, os expondo e as fazendo se sentir valorizadas e competentes para sempre buscarem mais aprendizados.” (Gabriela Lopes)
A ideia nasceu conversando com uma amiga chamada Bruna Nunes, que conheceu uma jovem de Angola em fase escolar. Ela me apresentou a jovem e passei a interagir com algumas meninas angolanas no final de 2020. Vi que algumas gostavam de criar poesias e desenhos, e desejei criar uma proposta para elas, que reunisse seus textos, os expondo e as fazendo se sentir valorizadas e competentes para sempre buscarem mais aprendizados. Foi assim que criei a proposta “Meninas sem Fronteiras“, tomei a iniciativa de criar a ficha de inscrição, o termo de autorização dos responsáveis para aquelas jovens e realizar uma coletânea com ISBN registrado, disponível de forma gratuita para qualquer cidadão.
Elas gostaram da ideia, ficaram animadas e começaram criar suas poesias e desenhos. Lancei a ideia sobre premiação para se sentirem mais estimuladas a participarem. Assumi as responsabilidades financeiras e dos correios para envio das medalhas a África.
Dei início à organização da Coletânea no final de 2020, onde foi divulgado o resultado das classificadas no final do ano. Essa proposta nasceu com o intuito de estimular jovens meninas e mulheres a serem protagonistas dos seus talentos, oportunizando empoderamento e valorização da arte produzida por mãos femininas, independentemente de idade e nacionalidade. Um estímulo cultural para saberem que são capazes de realizar trabalhos inéditos e ricos em conteúdo.
Contei com o apoio da Academia de Letras de Teófilo Otoni (Minas Gerais) para escolher as meninas a serem premiadas com medalhas. Sendo elas uma moçambicana, uma angolana e uma brasileira.
1° Lugar- Cleide Daniela Charles Conga, residente na Cidade da Beira, Província de Sofala, em Moçambique. Ganhadora com a obra em desenho intitulada “SORORIDADE”.
2° lugar- Generosa Diningama Gabriel Maurício, residente na cidade de Luanda, Angola. Ganhadora com a obra em formato de poesia intitulada “ÁFRICA”.
3° Lugar- Ialy Rodrigues de Souza residente na cidade Custódia, no estado de Pernambuco/ Brasil. Ganhadora com a obra textual intitulada “DESTRUA AS CORRENTES!”.
Algo que encantou foi a arte das mãos da menina Cleide Daniela de Moçambique. Além do desenho Sororidade feito por essa jovem de 13 anos, ela enviou um Gibi sobre o ciclone Idai que atingiu Moçambique em março de 2019. Foi considerado o ciclone mais forte que atingiu a localidade desde o Jokwe no ano de 2008. É importante acrescentar que a região sofreu novamente com as forças da natureza no final do ano de 2020, com o ciclone Eloise, atingindo o centro de Moçambique. O Gibi é a percepção da jovem Cleide Daniela sobre a passagem do ciclone Idai na sua cidade no ano de 2019 e como afetou os dias da rotina dela e de sua família. A jovem é uma artista sensível e observadora.
Agora no mês de abril de 2021 foi finalizado o livro em formato de E-book e as meninas da África receberam suas medalhas.
Das 20 participantes, houve meninas e mulheres dos países Brasil, Angola e Moçambique.
No Brasil, foram dos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Pará. As cidades foram Teófilo Otoni, Caratinga, Caxias do Sul, Lauro de Freitas, Parauapebas, Custódia, Recife, Luanda e Beira.
A Gabriela Lopes afirma que esse projeto oportuniza a união de pessoas muito talentosas e, acima de tudo, apesar da distância geográfica e afastamento social ocasionado pela pandemia, gerou o abraço entre países irmãos. Irmãos em alegria, talento, cores, competência e humanidade.
Gabriela Lopes
gabils3377@gmail.com