Evento nos dias 23 e 24 de junho comemora o centenário da Greve Geral de 1917 e os 80 anos da Luta Antifascista em Sorocaba.
Comemorar e refletir sobre o centenário da Greve de 1917 e, também, sobre os 80 anos da luta antifascista em Sorocaba. Eis a proposta de evento marcado para ocorrer nos dias 23 e 24 de junho, promovido por um grupo de historiadores de Sorocaba.
Comemorar e refletir sobre o centenário da Greve de 1917 e, também, sobre os 80 anos da luta antifascista em Sorocaba. Eis a proposta de evento marcado para ocorrer nos dias 23 e 24 de junho, com palestras, mesas de debates e exibição de filmes.
A ideia partiu de um grupo de historiadores da cidade. No final de 2016, o historiador Adalberto Coutinho de Araújo Neto convidou colegas para organização de uma palestra evocativa ao centenário da Greve Geral de 1917, quando o historiador Carlos Carvalho Cavalheiro sugeriu que o evento abrangesse também os 80 anos da Luta Antifascista em Sorocaba, pois em 1937 os movimentos progressistas resistiram ao avanço do Integralismo e do Franquismo.
A proposta foi ganhando corpo e agregou os historiadores Rogério Lopes Pinheiro de Carvalho, Júlio Cesar Bataiote (Zorel) e Breno Augusto de Oliveira Santos, além da artista plástica Flávia Aguilera e alunos de pós-graduação da UFSCar. Também recebeu o apoio de instituições como a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar, campus Sorocaba); Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) e DCHE (Departamento de Ciências Humanas e Educação); Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFSP); Grupo de Pesquisa TESE – Trabalho, Economia, Sociedade e Ensino; Biblioteca Terra Livre de São Paulo; Centro de Cultura Social de São Paulo (CCS-SP); e Ação Antifascista de Sorocaba. O evento conta ainda com apoio da Editora Crearte.
O projeto, apresentado como atividade de Extensão da UFSCar Sorocaba, prevê além das atividades mencionadas, a publicação de livro com capítulos sobre os temas do evento, com vistas à preservação da memória e devido registro de parte dessa rica história de Sorocaba e região.
Memória
A importância do evento, segundo os organizadores, está ligada à necessidade de se refletir sobre as raízes históricas dos movimentos sociais, especialmente na atual conjuntura em que se ressente da falta de memória que sirva de referencial para as lutas contra a retirada de direitos conquistados por meio de embates ocorridos ao longo do tempo. O evento multimídia se propõe a refletir sobre as raízes históricas dos movimentos reivindicatórios de operários, a partir da análise da Greve Geral de 1917, bem como sobre a luta antifascista em Sorocaba, interior paulista, iniciada em 1937. O aniversário de ambos os episódios históricos (100 anos da Greve e 80 da luta antifascista), bem como os desdobramentos atuais – tanto em relação aos movimentos de trabalhadores quanto em relação à resistência ao avanço da onda de extrema-direita que assola diversos países, inclusive o Brasil – são justificativas plausíveis para suscitar a reflexão a partir da análise de suas raízes históricas. O evento se propõe a promover debates, mesas redondas, cine-debates (com exibição de filmes pertinentes aos assuntos), realização de atividades culturais diversas.
Nos últimos anos, o Brasil tem observado o crescimento de organizações de extrema-direita, crescimento esse que se coaduna com o comportamento e ação de correntes políticas que apresentam propostas de retirada de direitos conquistados historicamente pela classe trabalhadora.
Esse crescimento da extrema-direita já era um fenômeno observado há muito na Europa. Ana Paula Tostes, em seu artigo “A intolerância desavergonhada: por que a nova extrema-direita cresce”, ao se debruçar sobre o caso europeu afirma que “o crescimento dos votos em partidos de extrema-direita em todas as eleições nacionais ocorridas desde o surgimento destes partidos até o ano de 2008 na Europa ocidental (Portugal, Espanha, Irlanda, Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Itália, Luxemburgo, Reino Unido e Suécia). O resultado é que o crescimento da média de votos em partidos da nova extrema-direita cresceu de 1,36% em eleições do começo da década de 1980 para 7% em eleições de 2008.
Após o deslinde do processo de Impeachment da Presidente Dilma Rousself, em 2016, o que se tem observado é um crescimento no Brasil de organizações de extrema-direita e um avanço de forças política reacionárias sobre os direitos dos trabalhadores. De outro lado, a perspectiva de candidatos de extrema direita para as próximas eleições presidenciais demonstra a necessidade de se proporcionar a reflexão, tanto sobre como se deu o processo histórico de conquistas de direitos dos trabalhadores, quanto o que representa o crescimento e a possibilidade de instauração de um governo fascista e autoritário.
Organizadores
Prof. Dr. Adalberto Coutinho de Araújo Neto;
. Prof. Dr. Antonio Carlos de Oliveira;
. Prof. Breno Augusto de Oliveira Santos;
. Prof. Ms. Carlos Carvalho Cavalheiro;
Profa. Débora Bergamini;
. Prof. Dr. Denilson de Camargo Mirim;
. Flávia Aguilera;
. Prof. Dr. Guilherme Sá;
. Prof. Dr. Hylio Laganá Fernandes;
. Prof. Júlio César Bataiote;
. Prof. Dr. Marcos Francisco Martins;
. Marcos Jeremias de Araújo
. Profa. Dra. Maria Walburga dos Santos;
. Prof. Dr. Paulo Celso da Silva;
. Prof. Dr. Rogério Lopes Pinheiro de Carvalho;
. Profa. Dra. Rosalina Burgos
. Prof. Dr. Rodrigo Rosa da Silva
Programação
Sexta-Feira, 23/06/2017
19h às 21 h – Mesa de Debates: “A Greve de 1917 em Sorocaba”
Debatedores: Prof. Dr. Rogério Lopes Pinheiro de Carvalho; Prof. Dr. Adalberto Coutinho de Araújo Neto; Prof. Ms. Carlos Carvalho Cavalheiro; Prof. Esp. Júlio César Bataiote (Zorel).
21h30 às 22h30 – Palestra: “Educação Anarquista e movimento operário ontem e hoje”
Palestrante: Prof. Dr. Rodrigo Rosa da Silva
Doutor em Educação (USP), Mestre em História Social (Unicamp) e Cientista Social (USP). Professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE/USP). Atualmente é pesquisador no Grupo de Pesquisa Poder Político, Educação, Lutas Sociais (GPEL/USP) e membro da Biblioteca Terra Livre. Tem se dedicado a estudar as práticas anarquistas em educação, movimentos sociais e sindicais e suas experiências de educação popular.
Local: ETC UFSCar – Rua Maria Cinto de Biaggi, 130 – Jardim Santa Rosália
Sábado, 24/06/2017
9h15 às 10h30 – Mesa de Debates: “A Luta Antifascista em Sorocaba: 80 anos”
Debatedores: Prof. Dr. Rogério Lopes Pinheiro de Carvalho; Prof. Dr. Adalberto Coutinho de Araújo Neto; Prof. Ms. Carlos Carvalho Cavalheiro; Prof. Esp. Júlio César Bataiote (Zorel).
10h30 às 12h00 – Palestra: “Movimentos sociais de perspectiva fascista na conjuntura atual”
Palestrante: Prof. Dr. Jeferson Rodrigues Barbosa (Ciência Política – UNESP)
Local: Ateliê Im Previsto – Av. Comendador Pereira Inácio, nº 157 – Jardim Vergueiro
Atividades Culturais descentralizadas: Cine-Debate
Local: Ateliê Im Previsto – Av. Comendador Pereira Inácio, nº 157 – Jardim Vergueiro
Terça-feira
20/06/2017
19 h – Exibição do filme “Daens”
Debate mediado por membros da Ação Antifascista Sorocaba
Quarta-feira
21/06/2017
19h – Exibição do Filme “Marcha Sobre Roma”
Debate mediado por membros da Ação Antifascista Sorocaba
Quinta-feira
22/06/2017
19 h – Exibição do filme “O Grande ditador”
Debate mediado por membros da Ação Antifascista Sorocaba
Sábado
24/06/2017
19 h – Exibição dos filmes “Libertários”, “Chapeleiros” e “Quem tem medo de Salvadora Lopes?”, seguidos de debate
(Os três filmes juntos somam cerca de 45 minutos)
Todas as atividades são gratuitas.
Maiores informações: https://centenariodagreve.wixsite.com/centenariodagreve/comissao-organizadora
https://www.facebook.com/events/1217753028335770/