Maloca Centro Cultural recebe cantor Yantó neste domingo
Em um encontro intimista de piano e voz, o artista Yantó chega à Maloca Centro Cultural, neste domingo (27), às 18h, para um show especial com canções inéditas de seu próximo disco
Yantó é cantor, compositor, produtor musical e performer. Mineiro de Bambuí, vive em SP desde 2006. Estudou música popular e dança na UNICAMP, onde também fez mestrado em Artes da Cena. Desde 2012, lançou dois álbuns, dois EPs e uma série de compactos com o pianista Chicão.
Até 2017 assinava seu trabalho com seu nome de RG, Lineker, mudando então para Yantó. Atualmente, se prepara para o lançamento de seu próximo álbum, produzido em parceria com Tó Brandileone.
Para este show, além das músicas inéditas do próximo álbum, Yantó também visitará obras de sua discografia. “Esse show foi feito especialmente para aqueles que são apaixonados pela música brasileira, estou animado”, destaca o artista.
Os ingressos podem ser adquiridos a R$10 cada, pela plataforma online Sympla. Na portaria, no dia do evento, a entrada custará R$20 por pessoa.
O prédio atual da Maloca fica na Rua Francisco Scarpa, 321, Centro, Sorocaba, e conta com acessibilidade para PCDs.
SERVIÇO:
Yantó em Sorocaba: voz e piano
Data: 27/08 (domingo)
Ingressos: a partir de R$10 pelo Sympla
Local: Maloca Centro Cultural (Rua Francisco Scarpa 231, Centro. Sorocaba)
Diogo Nogueira e Orquestra Ouro Preto fazem apresentação gratuita em São Paulo
‘Concerto Popular Brasileiro’ une o sambista carioca à formação mineira com um repertório de clássicos da MPB
A música de concerto vai cair no samba na maior cidade do país! Diogo Nogueira e a Orquestra Ouro Preto, umas das mais reconhecidas formações orquestrais do Brasil, unem o cavaquinho aos violinos no “Concerto Popular Brasileiro”, em única apresentação no dia 12 de agosto, às 17h, no Parque Villa-Lobos, com entrada franca.
Mais de 30 mil pessoas conferiram o repertório em julho, na praia de Copacabana, comprovando a beleza da mistura entre os universos erudito e popular. Agora chegou a vez de o público de São Paulo apreciar a excelência e a versatilidade da formação mineira aliada à voz e interpretação contagiantes do cantor carioca.
Sob a regência do Maestro Rodrigo Toffolo, “Concerto Popular Brasileiro” apresenta um repertório em homenagem a grandes nomes do samba, mas não se limita ao gênero, abarcando canções de grandes nomes da música brasileira como Cazuza, com a romântica “Codinome Beija-Flor”, Djavan e a poesia de “Flor de Lis”, Ivan Lins e sua emblemática “Madalena”, dentre outros. Além disso, os grandes sucessos do sambista carioca, como os hits “Pé na Areia” e “Tô Fazendo a Minha Parte”, também prometem agitar a plateia e colocar todo mundo para cantar e dançar junto.
“Acredito na capacidade infinita que uma orquestra tem de incorporar o novo no seu repertório, nos abrindo a possibilidade de fazer samba, pagode, funk, MPB… Com Diogo Nogueira, vamos mostrar a diversidade da música brasileira”, afirma Rodrigo Toffolo, regente titular e diretor artístico da Orquestra Ouro Preto.
Segundo Toffolo, a apresentação ao lado de Diogo promove uma combinação perfeita do suingue do samba com o clássico da música de concerto. “É uma grande honra para a Orquestra, que já vem trabalhando com o Diogo há algum tempo, ter um sambista de tamanha qualidade, para fazermos um repertório lindo, com compositores do passado e do presente. Um concerto simplesmente único para o público de São Paulo. Estamos muito felizes com essa linda experiência”, comemora o maestro.
O sambista reforça as palavras do regente e completa: “Vai ser muito especial fazer este espetáculo ao lado da Orquestra Ouro Preto. São músicos incríveis, muito talentosos, comandados pelo Maestro Rodrigo Toffolo. Estou ansioso para nos encontrarmos novamente no palco e revisitarmos o melhor do cancioneiro popular brasileiro, sucessos dos grandes mestres da música nacional. Será inesquecível”, garante o cantor.
A parceria entre Diogo e a Orquestra começou em 2021, quando, durante a pandemia, gravaram esse encontro inédito pelo projeto “SulAmérica Sessions”, exibido pela internet e canais fechados, levando alegria e acalanto para milhares de pessoas em isolamento social. Agora, com a presença do público, a apresentação em São Paulo tem o patrocínio da SulAmérica, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com o objetivo de levar música e saúde integral ao maior número de pessoas, unindo públicos de todas as idades, ao promover um passeio por diferentes gêneros musicais. “Apoiamos projetos culturais e artísticos, pois acreditamos na contribuição deles para uma vida mais integrada e saudável, com bem-estar físico e emocional para todos”, afirma Simone Cesena, diretora de Marketing da companhia.
“Concerto Popular Brasileiro” terá única apresentação no dia 12 de agosto, às 17h, no Parque Villa-Lobos, com entrada franca. É necessário a retirada antecipada de ingressos pelo Sympla. A entrada está sujeita à lotação do espaço. A abertura dos portões será às 14h, e o público irá encontrar uma estrutura com diversos food trucks com oferta de alimentos e bebidas, permitindo que as pessoas cheguem com antecedência ao local e se acomodem de forma confortável para aproveitarem ao máximo essa experiência.
A ORQUESTRA
Uma das mais prestigiadas formações orquestrais do país, a Orquestra Ouro Preto tem como diretor artístico e regente titular o maestro Rodrigo Toffolo. Premiado nacionalmente, o grupo vem se apresentando nas principais salas de concerto do Brasil e do mundo. Criada em 2000, a Orquestra Ouro Preto tem atuação marcada pelo experimentalismo e ineditismo, sob os signos da excelência e da versatilidade.
Em sua trajetória, destaca-se a presença em todo o território nacional e nas principais capitais do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Manaus, Curitiba, Porto Alegre, João Pessoa, Salvador e Natal. No exterior, sua qualidade foi comprovada em turnês de sucesso, com presença de grande público em apresentações na Inglaterra, Portugal, Espanha, Argentina e Bolívia.
Possui diversos trabalhos registrados em CD e DVD: “Latinidade” (2007), “Oito Estações – Vivaldi e Piazzolla” (2013), “Valencianas: Alceu Valença e Orquestra Ouro Preto (2014)”, “Antonio Vivaldi – Concerto para Cordas” (2015), “Orquestra Ouro Preto – The Beatles” (2015), “Latinidade: Música para as Américas” (2016), “Música para Cinema” (2017), “O Pequeno Príncipe” (2018), “Suíte Masai” (2019), “Quem Perguntou Por Mim: Fernando Brant e Milton Nascimento” (2019), “Gênesis: João Bosco e Orquestra Ouro Preto” (2022), “Valencianas II: Alceu Valença e Orquestra Ouro Preto” (2022) e “Orquestra Ouro Preto: A-Ha”(2023).
Em sua discografia, destaca-se o Prêmio da Música Brasileira 2015, na categoria Melhor Álbum de MPB, a indicação ao Grammy Latino 2007, como Melhor Disco Instrumental por “Latinidade”, e a distribuição mundial dos discos “Latinidade – Música para as Américas” e “Antonio Vivaldi – Concerto para Cordas” pela gravadora Naxos, a mais importante do mundo dedicada à música de concerto. Com foco na pesquisa e valorização de referências musicais, a Orquestra Ouro Preto tem como proposta a oferta de uma programação permanente e o desenvolvimento de repertório diversificado em gênero e época, buscando a formação e a ampliação de público.
SERVIÇO
Diogo Nogueira e Orquestra Ouro Preto: Concerto Popular Brasileiro
Data: 12 de agosto de 2023
Horário: 17 horas (Abertura dos portões: 14h)
Local: Parque Villa-Lobos (Av. Professor Fonseca Rodrigues, 2001, Alto dos Pinheiros)
Ingressos: Retirada de ingressos com antecedência no Sympla (sujeito à lotação do espaço).
Cantora mineira ganha notoriedade nacional com suas canções
A cantora e compositora Marcela Reis está sendo a revelação do momento na música popular brasileira
Já no Brasil, quem também vem ganhando notoriedade é a cantora mineira Marcela Reis, que está em total crescimento natural na música brasileira atual.
Marcela Reis, nasceu em Ponte Nova e foi criada em Manhuaçu, desde cedo encontrou na música sua verdadeira paixão. Com uma trajetória marcada por dedicação e talento, a cantora vem conquistando corações por onde passa, e hoje é uma das principais escolhas para animar festas de casamento e eventos que demandam um repertório diversificado.
Aos 17 anos, Marcela iniciou sua carreira profissional, encantando os ouvintes em bares, eventos particulares e nos palcos das cidades. Seu primeiro single, “Não sou culpada”, lançado em 2016, já revelava sua personalidade musical única e o poder de sua voz cativante.
O ano de 2018 trouxe uma conquista memorável para a artista. Marcela foi a grande vencedora do 1º FESTICAFÉ, concurso de músicas autorais na cidade de Manhuaçu, com a emocionante composição “O JOGO VIROU”. Desde então, essa música vem ecoando nas rádios da cidade, marcando o início de uma trajetória ascendente.
Surpreendendo o cenário musical em 2022, a talentosa cantora participou do Sesi Música, em Belo Horizonte, onde se destacava o estilo MPB. Mas Marcela não se limitou a tradições, e brilhou ao interpretar “Presepada”, da eterna rainha da sofrência, Marília Mendonça, conquistando o terceiro lugar no concurso e mostrando sua versatilidade.
Seu talento não passou despercebido, e em 2023, Marcela gravou o aclamado projeto “Sala do Groove” com o renomado produtor musical nacional, Daniel Silveira, conhecido por trabalhos com artistas como Gusttavo Lima e a dupla Mateus e Kauan. Essa colaboração só reforçou a certeza de que estamos diante de uma artista promissora.
E o futuro reserva ainda mais para Marcela Reis! Ela está concentrada em seu primeiro DVD, que será gravado em Goiânia, com músicas inéditas e de autoria própria, mostrando sua versatilidade como cantora e compositora.
O que torna Marcela uma escolha perfeita para festas de casamento e eventos diversos é sua animação contagiante, energia pulsante e um repertório diversificado capaz de envolver e emocionar a todos os presentes. Sua voz poderosa transmite emoção e alegria, tornando cada apresentação uma experiência única e memorável.
Portanto, não deixe de acompanhar a carreira dessa talentosa cantora que está trazendo uma nova e cativante energia à música. Marcela Reis é, sem dúvida, uma das grandes revelações da região e tem tudo para conquistar ainda mais o coração do público. Fiquem atentos ao seu primeiro DVD e embarquem nessa jornada musical repleta de sensações e surpresas.
Matéria: Comendador Fabrício Santos
Crédito das fotos: Marcela Reis
Fabrício Santos é Correspondente do Jornal Cultural ROL pela cidade de Manhuaçu (MG).
O músico e cantor Flavio Galoro se apresenta neste domingo (20), das 10h às 12h, no Parque do Campolim
Flavio Galoro é um artista multifacetado: além de músico e cantor, é ator e contador de histórias!
Neste domingo, das 10h às 12h, a Feira de Arte do Parque ‘Carlos Alberto de Souza’, do Campolim (Sorocaba), contará com um artista multi talentoso: Flavio Galoro! Além de músico e cantor, Flávio é ator e contador de histórias!
Natural de São Paulo, do bairro do Tatuapé, Galoro é formado em Administração de Empresas e Marketing Digital.
Iniciou carreira artística em 1982 como músico em hotéis, bares e restaurantes de São Paulo.
Em 1987, passou a se apresentar com repertório ancorado na Bossa Nova, com várias apresentações na Riviera de São Lourenço e Hotéis de São Paulo: Hilton, Bourbon, Transamérica, Maksoud Plaza e outros.
Fez apresentações para pilotos e equipes da Fórmula 1 em vários anos no Hotel Transamérica.
Em 1993, tocou por uma temporada na Itália na casa noturna Pimm`s Good, em Roma.
Em Sorocaba, iniciou na cena musical com trabalho social levando música ao vivo a pessoas mais carentes, na Praça Cel. Fernando Prestes.
Faz Street Music no Parque do Campolim aos domingos de manhã, na Feira de Arte, e se apresenta em bares, restaurantes e eventos (Casa da Frida Mexicano e Porções – Porções Bar – Cantina Tutto Bene – Bar do alemão e Restaurante Chez Oscar – São Paulo).
Seu repertório atual é de Bossa Nova, Samba, MPB, Internacionais e POP.
Sesc Sorocaba apresenta o grupo Versos que Compomos na Estrada
Abrindo a terceira semana de Janeiro, o grupo Versos que compomos na estrada se apresenta na sexta, dia 18, às 20h
Abrindo a terceira semana de Janeiro, o grupo Versos que compomos na estrada se apresenta na sexta, dia 18, às 20h. Formado em 2014 por Lívia Humaire e Markus Thomaso, o folk, baião e a poesia cancioneira de Humberto Teixeira, Bob Dylan, Atahualpa Yupanqui e Gilberto Gil, estão presente em suas referências musicais.
Não permitido ou recomendado para menores de 12 anos
Amanhã, às 20h
A retirada dos ingressos acontece com 01 hora de antecedência
“Dos seus estudos, pesquisas e experiências com baiões, toadas, xaxados e xotes, Luiz Vieira construiu o que ele mesmo denominou de repertório ‘ecumênico’”.
Luiz Rattes Vieira Filho, conhecido artisticamente por Luiz Vieira, nasceu aos 12 de outubro de 1928 em Caruaru, Pernambuco. Seu pai, advogado e jornalista, havia ido a Caruaru a trabalho, então lá nasceu o Luiz.
Com menos de 10 anos de idade, veio para Alcântara, município de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, morar com seu avô.
Ele sempre gostou muito de música e achava esquisito ter nascido em Caruaru e não saber nada sobre o sertão, sobre o Nordeste. Então começou a estudar e pesquisar muito sobre isso.
Em 1943, já cantava em programas de calouros e era crooner de um cabaré da Lapa. Em 1946, foi contratado pela Rádio Clube do Brasil para apresentar com o cantor e compositor Zé do Norte¹ o programa “Manhãsda Roça”, dedicado às músicas nordestinas.
Transferiu-se posteriormente para a Rádio Tamoio, onde passou a apresentar-se no programa “Salve o Baião”, tornando-se o “Príncipe doBaião”, ao lado de Luiz Gonzaga, o “Rei do Baião”, Carmélia Alves, a “rainha” e Claudete Soares, a “princesinha”.
Dos seus estudos, pesquisas e experiências com baiões, toadas, xaxados e xotes, Luiz Vieira construiu o que ele mesmo denominou de repertório “ecumênico”. Abriu espaço para a guarânia, de procedência paraguaia, e até prelúdios de aspecto erudito, apesar de não ter estudo teórico de música.
Certa feita, lembrando-se de um tio, o Augusto, já falecido, que tinha uma fazenda em Posse dos Coutinhos, perto de Itaboraí, onde fica a montanha de Braçanã.
Essa região foi comprada pela família dos Coutinhos, que originou o nome. Antigamente, as terras eram medidas em “braças”, e quando eles foram conferir, achavam que estava faltando terra. Foram então ao Cartório e viram que as marcações estavam corretas, só que havia sido medida por braça anã, isto é, braça pequena, daí Braçanã.
Havia um menino que morava em Tanguá – um vilarejo próximo – que a mãe sempre mandava buscar farinha na fazenda do seu tio Augusto. E ela sempre recomendava: ‒ Não demore lá no seu Augusto, volte logo, que o caminho é assombrado. Leve este crucifixo, que quem anda com Deus não tem medo de assombração!
Corria o ano de 1953 e, Luiz, rememorando esses fatos, escreveu um de seus maiores sucessos, “Menino de Braçanã”. Assim que terminou a música, ligou para o seu amigo Venilton Santos², que iria gravar o seu primeiro disco e estava escolhendo o repertório. Eram três horas da manhã, Luiz cantou ao violão: ‒ Olha aí! Ouça… Venilton, sonolento, disse: ‒ Pô, Luiz, eu não estou sentindo a essa música. Nós estamos na época dos boleros, Dick Farney, Lúcio Alves. Toada está fora de moda. Luiz retrucou: ‒ Puxa vida, Venilton! Eu estou apaixonado por essa música.
Ante a recusa do amigo, ele saiu a procura de outro interprete – ele não gostava de gravar suas próprias músicas – mostrou pra todo mundo na rádio, ninguém queria. Um dia o Roberto Paiva³ pediu a ele, um baião, quando estava mostrando vários baiões, o seu irmão falou: ‒ Porque você não mostra aquela música pra ele? Luiz respondeu: ‒ Pô, não fala o nome dessa música, ela dá azar e ninguém quer. Curioso, Roberto pediu: ‒ Canta essa que teu irmão está falando. Cantou e Roberto falou: ‒ É essa que eu vou gravar! E assim foi o primeiro a gravar “Menino de Braçanã”.
Fez relativo sucesso. Só não fez mais, porque a gravadora do Roberto era a Sínter, que não tinha distribuição e nem cuidava da divulgação. Um dia o Ivon Cury ligou para o Luiz e disse: ‒ Eu posso gravar o Menino deBraçanã? ‒ Ô, Ivon, tem que falar com o Roberto, ele que está com a música.
O Roberto respondeu: ‒ Ô, Luiz, pelo amor de Deus, deixa ele gravar, que você vai arrebentar! Ele está na RCA Victor, que faz divulgação e distribuição no Brasil inteiro. E realmente, assim aconteceu.
Sobre essa música, Luiz Vieira contou em uma entrevista no programa Mosaico da TV Cultura, e também em entrevista a Tárik de Souza para o Canal Brasil, que ela foi roubada em Paris, na África, em Portugal e até em Porto Rico.
Em Porto Rico, por um cidadão chamado Carlos Suárez, que conheceu a música quando esteve no Brasil. Ele fez uma versão para o castelhano, dando-lhe o nome de “Mi Negrita” e gravou-a como o autor:
Es tarde, ya me voy
mi negrita me espera
hasta mañana,
porque cuando salí
dijo: Negro no tardes en la ciudad.
Ele contou a história como se fosse a mãe dele. Em Porto Rico “mi negrita”, pode significar ou a companheira ou a própria mãe. Já Braçanã, ele imaginou que fosse uma cidade.
Em Paris, um safado de nome Marcel Amont, lançou como “Des larmes dela tendresse”. É o meu “Menino de Braçanã” cantado em francês. Até o aboio ele não canta “ô, ô, ô” como eu. Porque ele é homossexual, então… “ai, ai, ai, ai, ai”. Ah! É de lascar, meu Deus!
De Porto Rico, diz Luiz, fiquei sabendo através de um amigo que estava lá, a serviço da Petrobras. Ligou-me e disse assim: ‒ Luiz, a sua música é um tremendo sucesso aqui em Porto Rico, é como a nossa “CidadeMaravilhosa”, cada vez que termina um espetáculo ou uma festa, todo mundo canta: “Es tarde ya me voy…”. Minha esposa que sabe mexer com esse treco de computador, pesquisou e descobriu esse tal de Carlos Suárez com a minha música. Ele é pianista, teve conjunto de jazz, teve orquestra, em Porto Rico é tão famoso como o nosso Tom Jobim aqui. Em Miami, todo programa que tem salsa, ela já está há anos entre as mais tocadas.
Já em Paris, quem me deu a notícia, foi um amigo que era da rádio Globo de São Paulo. Ele apresentava um programa de intercâmbio cultural França-Brasil. Ele ouviu e ligou pra mim: ‒ Pô, Luiz, roubaram tua música! Um cidadão chamado Marcel Amont.
A gente está movendo um processo agora com a Fermata, mas sabe quando é que vou ganhar isso? Nunca… Né!
Gonçalves Viana viana.gaparecido@gmail.com
MENINO DE BRAÇANÃ
É tarde, eu já vou indo
preciso ir embora, ‘té amanhã
Mamãe quando eu saí disse
filhinho não demore em Braçanã
Se eu demoro mamãezinha
tá a me esperar, pra me castigar,
Tá doido moço num faço isso não.
Vou-me embora, vou sem medo
dessa escuridão.
Quem anda com Deus
não tem medo de assombração
E eu ando com Jesus Cristo
no meu coração.
(Luiz Vieira)
Gonçalves Viana: 'Paulo César Pinheiro'
“Paulo, apesar da pouca idade, queria cada vez mais compor e a entender o processo musical. Conversando com o João de Aquino, disse-lhe que eles tinham que fazer música, e citava o exemplo do primo Baden.”
Paulo César Pinheiro começou a compor música e a escrever versos aos treze anos. Nesse início era tudo muito simples, bem fraquinho mesmo. Foi um tempo de exercício e aprendizado. Ele rapidamente assimilou a habilidade poética e, um ano depois, já estava produzindo coisas mais sérias.
Mas ele ainda levava a vida de criança de subúrbio, jogando bola de gude, rodando pião e batendo bola.
Acontece que Paulo, era vizinho, em São Cristóvão (Rio de Janeiro), de João de Aquino, um violonista e compositor primo de Baden Powell. O Baden, já nessa época, fazia muito sucesso no mundo musical. Ele tinha uma parceria sólida com Vinícius, tendo passado dois anos na França.
Paulo, apesar da pouca idade, queria cada vez mais a compor e a entender o processo musical. Conversando com o João de Aquino, disse-lhe que eles tinham que fazer música, e citava o exemplo do primo Baden.
Então, começaram a esboçar as primeiras músicas. De muitas, Paulo já tinha as ideias prontas, e assim, eles as desenvolviam. É dessa fase, a música “Viagem”, talvez, a mais conhecida e mais gravada. João de Aquino foi seu primeiro parceiro, musicou aquele verdadeiro poema, João gravou numa fitinha e passou a Paulo. Este levou para casa, e passou a trabalhar na melodia, pois ele a julgava meio inexata e com um andamento muito rápido.
Na manhã seguinte, os seus coleguinhas de folguedos foram chamá-lo para a pelada tradicional, e ele nada, estava em seu quarto, completamente tomado, rabiscando as estrofes, querendo terminar logo, pra ir para o seu futebol.
Assim, Paulo foi deixando a canção mais lenta, até que acabou por transformá-la em valsa. Era meio-dia quando terminou. Seu pai acabava de chegar do trabalho para sua hora de almoço, passou por ele e deu a clássica balançada de cabeça, em sinal de reprovação, e partiu bravo para a mesa. Ele ainda não entendia o que significava aquilo, pois era contra o seu filho querer ser compositor. Achava coisa de vagabundo, que iria atrapalhar os seus estudos. – Isso não dá camisa a ninguém – dizia.
As pessoas ficavam assombradas e não queriam acreditar que o autor daquela letra, tinha apenas quatorze anos. Muitos músicos e críticos consideram Viagem, uma das letras mais bonitas da MPB.
VIAGEM
Oh! Tristeza me desculpe
Tô de malas prontas
Hoje a poesia
Veio ao meu encontro
Já raiou o dia
Vamos viajar
Vamos indo de carona
Na garupa leve
Do vento macio
Que vem caminhando
Desde muito longe
Lá do fim do mar
Vamos visitar a estrela
Da manhã raiada
Que pensei perdida
Pela madrugada
Mas que vai escondida
Querendo brincar
Senta nessa nuvem clara
Minha poesia
Anda se prepara
Traz uma cantiga
Vamos espalhando
Música no ar
Olha, quantas aves brancas
Minha poesia
Dançam nossa valsa
Pelo céu que o dia
Faz todo bordado
De raios de sol
Oh! Poesia me ajude
Vou colher avencas
Lírios, rosas, dálias
Pelos campos verdes
Que você batiza
De jardins do céu
Mas pode ficar tranquila
Minha poesia
Pois nós voltaremos
Numa estrela-guia
Num clarão de lua
Quando serenar
Ou, talvez, até quem sabe
Nós só voltaremos
No cavalo baio
No alazão da noite
Cujo nome é raio
Raio de luar.
(Paulo César Pinheiro – João de Aquino)
A canção Viagem foi, inicialmente, gravada de forma instrumental, por Baden Powell. E, em 1968, pela cantora Márcia, mas quem a imortalizou foi Marisa Gata Mansa.
João de Aquino apresentou Paulo César ao seu primo, Baden Powell, que, vislumbrando a capacidade do garoto, depois de algum tempo, propôs parceria ao mesmo.
Inicialmente, Paulo ficou assustado, pois Baden tinha por letrista nada mais, nada menos, que Vinicius de Moraes, consagradíssimo poeta brasileiro, mas acabou aceitando a proposta. Compuseram, então, a primeira música em dupla: “Lapinha”. Inscrita na I Bienal do Samba, um festival realizado pela TV Record de São Paulo, em 1968. “Lapinha” acabou se tornando um grande sucesso nacional, na voz de Elis Regina.
De tal forma multiplicaram-se os sucessos da dupla e, com o tempo, também, as parcerias de Paulo César: Francis Hime, Eduardo Gudin, Dori Caymmi, Edu Lobo, João Nogueira, Maurício Tapajós e até mesmo Tom Jobim.