Portugal visto sob as imagens e os textos da colunista Sônyah Moreira: Museu dos Coches

Portugal visto sob as imagens e os textos da colunista Sônyah Moreira: Museu dos Coches

 

Em tendo visitado Portugal recentemente, e encantada com a ‘terrinha’, a colunista Sônyah Moreira passa a publicar uma série de textos e fotos.  A começar pelo Museu dos Coches:

Em Lisboa existe o  Museu dos Coches, carruagens usadas por reis, rainhas e nobres  de Portugal e Europa.

Esta linda senhora (foto) foi   fundadora do museu, a rainha  D.Amélia d Orleães e Bragança, princesa da França e casada em 1886, na época, futuro rei de Portugal D. Carlos I.

A criação do museu em 1905 correspondeu a um momento de exaltação do patrimônio cultural nacional, que antecedeu a república.

 

Ela inaugurou esta maravilha, nesse prédio antigo, chamado de Picadeiro Real. Ali abrigam  apenas alguns coches, a coleção conta com 70 viaturas, assim   chamada pelos  portugueses estas maravilhosas relíquias. Rapidamente houve a necessidade de  uma instalação moderna, com  espaço para  expor  a coleção completa.

 

Nessas carruagens eram  empregado o trabalho de vários mestres vidreiros, pintores, douradores e artistas da arte marroquinaria.

A atmosfera desse espaço nos leva de volta aos séculos passados; a imaginação nos leva a sentir a  presença das pessoas que usaram esses veículos, sendo, assim, um local cheio de magia.

O luxo, aliado à riqueza de detalhes, consegue  encantar até mesmo  quem não é amante de história.

 

Tudo naquela época  era transportado em lombos de animais e a realeza viajava com certo  conforto, mesmo em longas distancias.

 

D. Amélia decidiu fundar este museu, pelo simples fato de preservar a história e querer compartilhar a beleza e arte destas peças tão bem preservadas que, apesar do tempo, continuam magníficas e descrevem a história de quase 400 anos!

 

As carruagens eram encomendadas aos artistas da época; os detalhes eram o diferencial e mostravam a importância e o poder  de seus proprietários.

 

 

Entrar nesse museu se compara  a uma viagem no tempo, respirar o ar de séculos passados e imaginar as pessoas daquela época, o glamour da monarquia e realeza europeias.

Entretanto, em qualquer tempo foram  seres humanos iguais a nós, com seus dramas, suas histórias, seus amores; vidas exatamente  iguais, assim  como hoje!

Coincidência ou não, quem foi convidado a projetar o novo edifício para expor   as magníficas relíquias foi um renomado  arquiteto  brasileiro, o Sr.  Paulo Mendes da Rocha.

 

Estamos de alguma forma entrelaçados, seja por nosso descobrimento, por  nossas raízes, além do Atlântico, ligados eternamente  a Portugal e a mais  essa  história de 112 anos.

Rainha D. Amélia, sem dúvida, deixou seu nome escrito  na história e só nos resta nos deleitarmos e  agradecê-la por essa iniciativa.

As relíquias devem ser conservadas, para que futuras gerações possam perceber que um país se faz com educação intelectual   de seu povo e a preservação de sua história.