Márcio Castilho: 'Milenares'
Milenares
Não simule, sorria, seja profundo;
Vislumbre vitórias e chuvas de fogos,
Cante por um segundo.
Virá o que há de vir
Entre trocas de olhares, palavras num silêncio;
Não deixe de sentir
A esperança quase intangível do novo milênio.
Viva mesmo sem querer,
Descubra em pequenos pedidos
Que o sonho é fogo e jamais há de fenecer.
Viva agora, esqueça tudo,
Tudo aquilo que passou;
Pense, refaça seu mundo,
Doe-se e esqueça-se da dor.
Não olhe para trás;
Intensamente viva
E mostre do que é capaz.
Eu, tão logo volte a mim,
Quero sentir-me branco, translúcido,
Estar com todos num dia como hoje, enfim;
Viver livre, extremamente feliz,
Experimentar a vida
Como quem jamais tivesse vivido.
Viva assim, na troca do milênio,
Presenteie a quem ama como quem nada espera,
Contagie os outros numa emoção sincera,
Liberte suas virtudes por um momento.
Espero ser feliz,
Ser assim,
Assistir tudo passar como num filme
E como criança, sorrir.
Numa contagem regressiva
Dê adeus ao que era,
Adormeça como se fosse o último dia
E acorde sob o sol de uma nova era.
No entanto, hoje,
Derrame o champanhe,
Coma lentilhas,
Vista-se de branco,
Banhe-se num mar
E ame!
*Poesia escrita durante a transição de milênio 2000/2001.
Márcio Castilho
marciocastilho74@outlook.com