O homem contemporâneo na relação do eu-tu!

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo:

‘O homem contemporâneo na relação do eu-tu!’

Diamantino Bártolo
Diamantino Bártolo
Imagem gerada por IA do Bing –  31 de outubro de 2024
às 3:32 PM

O cidadão do mundo contemporâneo, inserido em determinada cultura, tem imensa dificuldade em escrever, assumir posições, defender princípios, ideias e valores, sobre matérias da natureza humana, sempre tão profunda, insondável e mística. Este homem, dito contemporâneo, por vezes, até se envergonha dos seus sentimentos e, muito pior, de chorar para não os demonstrar.

É difícil compreender esta época atual, terceira década do século XXI, porque o homem, cada vez mais, se distancia do seu ponto referencial, do seu arquétipo, do mistério divino, enfim, irremediavelmente se vem afastando do ponto “Ómega”, deixando, por vezes, de ser homem, para ser máquina, instrumento, veículo de projetos individuais e egocêntricos.

Este homem contemporâneo torna-se, entretanto, um objeto, utilizado indiscriminadamente, mesmo que essa utilização signifique a sua própria eliminação física, quantas vezes, ainda, na sua fase embrionária, para satisfação de: alegadas normas sociais de pseudo-bem-estar; seleção dos ditos mais perfeitos; alívio material dos seus próprios progenitores. Que mais se poderá saber? Homem que, eventualmente, é menos pessoa, e mais objeto!

Apesar de tudo, este mundo contemporâneo, não será assim tão mau! Não haverá tantas desgraças ou, pelo menos, não haverá só desgraças. O espaço ideal para se alterar o que deve ser alterado, o tempo oportuno para mudar o que deve ser mudado, ainda será uma esperança para os menos pessimistas.

É possível implementar uma nova postura mental de estar na vida. A pessoa humana tem uma palavra a dizer, pode orientar a sua existencialidade a partir princípios, de valores e sentimentos fundamentais que marcam e diferenciam a sua condição privilegiada, neste espaço ecuménico.

Deixe-se à imaginação, ao livre arbítrio de cada um, as soluções que em seu entender julgue melhores, para a plena realização do homem enquanto pessoa; oiçam-se todos os que pensam possuir uma alegada “verdade”; sigam-se aqueles que, não tendo soluções, não sendo detentores da verdade, continuam, porém, caminhando, convencidos que um dia encontrarão o ponto máximo referencial e justificativo das suas próprias existências.

Nesta reflexão procurar-se-á situar, enumerar e interpretar os aspetos que parecem relevar da leitura da obra de NIETZSCHE, “O Anticristo” e que poderão estar, ou não, na linha axiológico-religiosa que, num setor muito alargado se defende, ainda que, na atualidade, seja difícil, por vezes incómodo, e até “perigoso”, assumir a apologia de uma conduta, de uma ideia, de um valor ou de um sentimento, contrários à “oportunidade estabelecida”.

Apesar de tudo, há que correr riscos, aceitar serena e humildemente as críticas, respeitar os princípios dos outros, para que eles acreditem nos nossos, e possam vir a observá-los, na medida do possível. Defender-se-á, portanto, uma postura dialógica do “EU-TU”, sem complexos, com firmeza e tolerância, guiados pelos valores da justiça e da paz universais.

Venade/Caminha – Portugal, 2024
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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