Eduardo Kobra faz grafite e revitaliza escola Raul Brasil, em Suzano
Painel criado pelo artista mostra um aluno feliz enquanto abraça um professor e carrega o símbolo da paz em sua mochila
Palco da maior tragédia ocorrida em uma unidade de ensino na história do país, a Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, teve uma revitalização para voltar a trazer sorrisos aos rostos daqueles que passam fora e dentro de seus muros. O processo, que começou em 28 de outubro de 2019, foi concluído na última semana com a entrega de um painel criado pelo artista Eduardo Kobra, mas aguarda agora o retorno das aulas presenciais para ser conferido por alunos e pelo corpo docente.
Na obra do artista, é possível observar um estudante feliz enquanto abraça um professor, à frente de uma lousa em que há asas desenhadas com giz. Na mochila do menino, o símbolo da paz aparece formado por lápis. A imagem “fala justamente da questão do cuidado, do carinho, do amor entre professores e alunos”, segundo Kobra. Somado a outros grafites que foram feitos no muro principal da Raul Brasil, com base em desenhos enviados por alunos das 60 escolas de Suzano em um concurso, ela transmite então uma mensagem que se se contrapõe ao terror do dia 13 de março de 2019.
Naquela data, dois ex-alunos, Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos de idade, e Luiz Henrique Castro, de 25, entraram no local, assassinaram cinco adolescentes, uma professora, uma inspetora e o tio de um dos atiradores, e cometerem suicídio na sequência. O massacre de Suzano, como ficou conhecido o evento, é um trauma que jamais será esquecido, mas que todos lutam, de alguma forma, para superar e nunca mais ver se repetir.
Outras mudanças promovidas pelo governo estadual na escola incluem a construção de um laboratório tecnológico e uma quadra poliesportiva, e a pintura das salas de aulas. O projeto teve custo total de R$ 3,1 milhões, com R$ 2,7 milhões patrocinados por empresas. Diante da revitalização, a vice-diretora, Lilian Kele de Lima, pontuou: “vai recomeçar a história. A Raul Brasil é de uma história muito linda, quem trabalha e vive aqui sabe disso, mas agora nós teremos um ponto de partida diferente”.
por: SBT Jornalismo | 29/09/2020 às 16:54
Foto do artista juntada pelo editor Sergio Diniz da Costa
Reabertura de museus pós-pandemia é tema de debate entre instituições da Alemanha, da Argentina e do Brasil
Painel virtual foi promovido pelo Goethe-Institut e pelo ministério federal das relações externas da Alemanha, em parceria com o Museu Nacional/UFRJ
Aconteceu na última quarta-feira, 2 de setembro, o evento virtual “Reopening Museums: European and South American Perspectives”. O painel, transmitido ao vivo no canal do YouTube do Goethe-Institut, contou com as participações de Johannes Vogel, Diretor Museu de História Natural de Berlim; Barbara Plankensteiner, Diretora do Museum am Rothenbaum – Kulturen und Künste der Welt (MARKK); Gabriela Rangel, Diretora do Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (MALBA); e Alexander Kellner, Diretor do Museu Nacional/UFRJ.
Entre os temas abordados estavam os desafios e estratégias para a reabertura dos espaços culturais após o período de quarentena, a retomada da confiança do público e a relevância dos museus para a sociedade. Assista ao vídeo na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=LMWrYvTrpPs&t=3835s
O evento, que marca também os dois anos do incêndio no Museu Nacional/UFRJ, é parte de um projeto de longo prazo de intercâmbio museológico entre Brasil e Alemanha, capitaneado pelo Goethe-Institut e pelo Ministério Federal das Relações Externas da Alemanha. Nesse sentido, já está agendada para junho de 2021 uma conferência internacional, a ser realizada presencialmente, no Rio de Janeiro.
Sobre o Goethe-Institut
O Goethe-Institut é o instituto cultural de âmbito internacional da República Federal da Alemanha, que promove o conhecimento da língua alemã no exterior e o intercâmbio cultural internacional. A instituição transmite uma imagem abrangente da Alemanha através de informações sobre a vida cultural, social e política em nosso país. Os programas culturais e educacionais promovem o diálogo intercultural e permitem a participação cultural. Fortalecem o desenvolvimento de estruturas da sociedade civil e promovem a mobilidade global.
Com a rede de Goethe-Institute, Goethe-Zentren, centros culturais, salas de leitura e centros de línguas e exames, o instituto é, há mais de 60 anos, o primeiro contato de muitas pessoas com a Alemanha. A parceria de longa data com as principais instituições e indivíduos em mais de 90 países gerou na Alemanha uma confiança duradoura. A instituição se configura como uma parceira para todos aqueles que estão ativamente interessados na Alemanha e sua cultura e trabalham de forma independente e sem filiações político-partidárias.
Sobre Alexander Kellner
Alexander Kellner é diretor do Museu Nacional/UFRJ desde 2018 e Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências. Membro Honorário da New York Paleontological Society, Pesquisador Associado do American Museum of Natural History e do Institute of Vertebrate Paleontology and Paleoanthropology (IVPP, China) e, em sua trajetória acadêmica, já descreveu 70 espécies novas e organizou expedições para os mais diferentes pontos do planeta. Ocupa o cargo de editor-chefe dos Anais da Academia Brasileira de Ciências (única revista multidisciplinar lato sensu editada no Brasil) e pertence a classe Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico.
Sobre Barbara Plankensteiner
Barbara Plankensteiner é diretora do Museu am Rothenbaum – Culturas e Artes Mundiais (MARKK) desde abril de 2017. Sob sua liderança, o museu iniciou um processo de reposicionamento e descolonização que também levou a uma mudança de nome. A partir de 2015, ela foi Frances and Benjamin Benenson Foundation Curadora Sênior de Arte Africana na Galeria de Arte da Universidade de Yale, New Haven, Connecticut. Antes, foi vice-diretora, curadora-chefe e curadora das coleções da África no Weltmuseum Wien, onde teve um impacto decisivo no reposicionamento do museu e na conceituação da nova coleção permanente. Suas exposições internacionais mais conhecidas são Benin — Kings and Rituals: Court Arts da Nigéria, onde foi curadora principal e editora do manual que a acompanha, e African Lace. A History of Trade, Creativity and Fashion in Nigeria, que ela co-curou e para a qual ela co-editou o catálogo que acompanha. Pesquisa e publicações sobre arte africana e cultura material, história da antropologia e coleções, antropologia de museus. Barbara é co-fundadora do Benin Dialogue e organizou sua primeira reunião em Viena em 2010. Junto com o Príncipe Gregory Akenzua, ela é agora co-presidente do comitê diretor do Benin Dialogue Group.
Sobre Johannes Vogel
O geneticista Johannes Vogel é Diretor Geral do Museum für Naturkunde, Instituto Leibniz para Evolução e Pesquisa em Biodiversidade de Berlim e Professor de Biodiversidade e Diálogo Científico na Humboldt University Berlin desde 2012. Com uma coleção de mais de 30 milhões de objetos, o museu é um dos maiores museus de história natural do mundo com base em pesquisas e recebe até 800.000 visitantes anualmente. A sua visão é promover o diálogo científico e social e encorajar uma ação ativa pela natureza e pela democracia.
Sobre Gabriela Rangel
Gabriela Rangel é diretora artística do Museu de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (MALBA). Antes de assumir seu cargo atual, ela foi diretora de artes visuais e curadora-chefe da Americas Society de 2004 a 2019. Ela possui um MA em estudos curatoriais pelo Center for Curatorial Studies, Bard College, um MA em estudos de mídia e comunicação pela Universidad Católica Andrés Bello, Caracas, e bacharel em estudos de cinema pela International Film School de San Antonio de los Baños, Cuba. Ela trabalhou na Fundación Cinemateca Nacional e no Museu Alejandro Otero in Caras, e no Museum of Fine Arts de Houston e foi curadora e co-curadora de várias exposições de arte moderna e contemporânea que incluíram trabalhos de artistas como Carlos Cruz-Diez, Gordon Matta -Clark, GEGO, Arturo Herrera, José Leonilson e Alejandro Xul Solar. Ela escreveu para Art in America, Parkett e Art Nexus, editou vários livros e contribuiu com textos para publicações como Lydia Cabrera: Between the Sun and the Parts (Americas Society / Koenig Books, London, 2019); Contesting Modernity: Informalism in Venezuela 1955-1975 (Museu de Belas Artes de Houston, 2018); Erick Meyenberg: the wheel bears no resemblance to a leg (Americas Society / Yerba Buena Center for the Arts, 2017), Marta Minujín (Ciudad de Buenos Aires, 2015) e A Principity of Its Own (Americas Society / Harvard University Press, 2006).
Sobre Marília Bonas
Marília Bonas é historiadora com mestrado em Museologia Social pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Ela é membro da diretoria do Conselho Internacional de Museus no Brasil (ICOM), correspondente brasileira da Federação Internacional de Museus e Direitos Humanos (FIHRM-LA) e diretora técnica do Museu do Futebol e Museu da Língua Portuguesa (São Paulo – SP). De 2010 a 2017, dirigiu o Museu do Café (Santos – SP) e o Museu da Imigração de São Paulo (São Paulo- SP) e coordenou o Memorial da Resistência de 2017 a 2020. Trabalha há mais de 19 anos em investigação, documentação, curadoria em museus e gestão cultural.
Mais informações
Atômica Lab – Assessoria de Imprensa do Reopening Museums:European and South American Perspectives