Páscoa na sua dimensão espiritual

Diamantino Loureiro Rodrigues de Bártolo:

‘Páscoa na sua dimensão espiritual’

Diamantino Bártolo
Diamantino Bártolo
A ascensão de Jesus ao Céu
A ascensão de Jesus ao Céu
Geração de imagem por AI, da Gencraft

Como em todos os anos, desde há muitos séculos, o tempo Pascal revela-se um período extremamente simbólico, que culmina com o Domingo de Páscoa. Segundo a tradição Cristã é comemorado com alegria, na medida em que significa a Ressurreição de Jesus Cristo, e a sua ascensão ao Céu.

A Páscoa também é um período que finaliza o tempo quaresmal, durante o qual se cumprem algumas regras religiosas, alimentares em determinados dias da semana, e os rituais próprios, segundo os preceitos católicos, naturalmente que observados pelos crentes em Jesus Cristo ressuscitado, nos dogmas da Igreja Católica e nos seus valores, inerentes à Fé, numa vida celestial eterna.

A semana que antecede o “Domingo da Ressurreição de Cristo”, é carregada de simbolismo, profundamente vivida e sentida pelos fiéis católicos, com uma adesão ainda muito significativa, a um conjunto de rituais que, ao longo da “Semana Santa”, decorrem em todas as Igrejas Católicas.

A exemplo do que acontece com outras festividades: Ano Novo, Carnaval, Natal, entre outras comemorações, também a Páscoa se caracteriza por uma outra vertente, não religiosa, porém, legítima, que se prende com o aumento do consumo de bens materiais, principalmente aqueles que são de uso corrente em geral, e para o próprio dia pascal. Há todo um conjunto de objetos que são tradicionais desta solenidade católica.

Importa, todavia, refletir sobre a dimensão espiritual da Páscoa, a vertente religiosa, com toda a sua influência nos crentes católicos, e também na conjugação prática destas valências, no sentido de se construir uma solução eclética: que leve cada pessoa em particular; e a sociedade no seu todo, a alterar comportamentos lesivos dos legítimos e legais interesses individuais e coletivos, respetivamente.

A Humanidade é uma só que, juntamente com outros seres animais, vegetais e minerais, habitam este mesmo planeta. Degradar o equilíbrio, já de si muito precário, entre os diferentes seres e forças da natureza, é um erro que a inteligência humana deve corrigir de imediato, e evitar no futuro.

Na Páscoa, mas não só, a confraternização entre crentes das diferentes religiões é possível, basta que se respeitem, que se aceitem as convicções, a fé e os rituais dos diferentes, que se congreguem as convergências e assumam as diferenças, sem hostilidades, porque, afinal, ainda está por se provar qual a religião que é dona da verdade absoluta.

Neste mundo complexo, difícil, conturbado e, por vezes, sem rumo, o que se verifica, em alguns pontos do planeta, é que os conflitos políticos, estratégicos, religiosos, económicos, e até de natureza financeira, têm de ser resolvidos pela força do diálogo, e nunca pela violência das armas que, estas sim, destroem tudo por onde passam: crianças, mulheres, idosos, pessoas inofensivas e frágeis, que não pediram para nascer, nem para viver sob a ameaça dos poderosos meios bélicos.

A Páscoa é um tempo especial, a época para se ressuscitar os valores religiosos mais consentâneos com a civilização moderna, humanista e defensora dos Deveres e Direitos Humanos, mas para isso o diálogo entre religiões, a política e a economia, têm de ser melhoradas, aprofundadas e sempre aperfeiçoadas, com medidas justas, que proporcionem paz, tranquilidade, conforto e Felicidade.

A Páscoa deverá ser, também, a festa da “Ressurreição” dos valores humanistas universais, um tempo de indulgência e reconciliação, em todos os aspetos inerentes à condição humana, na medida em que há erros que se cometem, que apenas uma entidade Divina tem poderes para perdoar e, ainda assim, no que ao ser humano respeita, absolver não significa esquecer, porque com o perdão/desculpa, pretende-se dar uma nova oportunidade, a quem nos magoou e ofendeu.

Recuperar, portanto, boas práticas humanistas, também no âmbito das virtudes que mais desejamos ver exercidas – Prudência, Temperança, Fortaleza, Justiça, Fé, Esperança, Caridade, Compaixão, Benevolência, entre outras – porque só o ser humano é dotado destas superiores qualidades, por isso, mas não só, ele é tão diferente de todos os seres que coabitam com ele na terra.

Um apelo deixo aos mais favorecidos, a começar nos governos de todas as Nações, para que nunca, em circunstância alguma, descurem os cuidados humanistas que devem, e têm obrigação para com os seus cidadãos, afinal, todos aqueles que lhes concederam o imenso poder que, após o voto popular, assumem em seus países. Essa é que é a obra mais importante e que nesta Páscoa sirva de profunda reflexão para toda a população mundial.

Páscoa que se pretende para todas as pessoas, como um dia, pelo menos um dia no ano, de meditação, de recuperação de valores humanistas universais; um dia para festejar e recomeçar com novas: Precaução, Moderação, Robustez, Justiça, Fé, Confiança, Caridade, Comiseração e Generosidade. Uma nova Esperança Redentora, entre a família, os verdadeiros e incondicionais amigos. A todas as pessoas: Páscoa Muito Alegre e Feliz. ALELUIA.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo: 'Páscoa. Farol que nos ilumina'

Diamantino Lourenço R. de Bártolo

Páscoa. Farol que nos ilumina

Vivenciar a Páscoa nas suas dimensões religiosa e profana, numa aldeia portuguesa, nomeadamente na província (Estado) do Minho, é uma experiência que não mais se esquece na vida. As cerimónias religiosas têm o seu tempo próprio e ritual ancestral, desde logo durante o longo período da Quaresma, que decorre durante os quarenta dias posteriores ao Carnaval, onde os preceitos católicos ainda vigoram, como jejuar de carne às sextas-feiras, a “queima do Judas”, entre outros.

Importará referir que haverá três dias que antecedem o dia de Páscoa que são respeitados e vividos com intensidade, pelos crentes mais fervorosos. Assim: na quinta-feira santa é o dia de endoenças, ou seja, o dia que antecede a celebração da morte e ressurreição de Jesus; segue-se a sexta-feira santa que corresponde a uma data religiosa católica, que recorda a crucificação de Jesus Cristo e sua morte no Calvário; no sábado de aleluia, é o último dia da Semana Santa, no qual os cristãos se aprontam para o festejo da Páscoa. Nele se celebra o dia que o corpo de Jesus Cristo permaneceu sepultado no túmulo e, finalmente, o domingo da ressurreição que, segundo a liturgia,  nos garante que a vida em plenitude, resulta de uma existência feita de um dom e serviço em favor dos irmãos. A ressurreição de Cristo é o exemplo concreto que confirma tudo isto.

É, justamente, no domingo que o “compasso pascal”, visita as famílias nas suas casas, onde comparecem, também, outros familiares e os amigos, não havendo convites, porque neste ritual, a porta da casa está aberta para quem desejar entrar, e beijar Jesus crucificado na Cruz. Beijar a Cruz, é uma cerimónia em que o pároco dá a cruz a beijar ao dono da casa e depois a entrega para este percorrer os aposentos da casa e cumprir, igualmente, com este ritual, com todas as pessoas presentes.

Em seguida os convivas, dirigem-se para a divisão da casa, normalmente a sala, onde está a mesa, na qual foram colocadas as iguarias próprias da época, e assim se realizar a confraternização com alegria, tolerância e paz. Neste ritual profano, é normal que os donos da casa “caprichem”, no bom sentido da palavra, em apresentarem a melhor mesa de guloseimas. Faz parte da boa tradição das nossas aldeias.

É urgente, constitui um imperativo nacional, revela-se fundamental para a dignificação da pessoa humana, tomarem-se medidas rápidas e eficazes, para se acabar com esta chaga social que a todos nós constrange e envergonha, porque a situação em que se arrastam quase dois milhões de portugueses e estrangeiros residentes, constitui o maior libelo, com que algum governante pode se confrontar.

É inaceitável, incompreensível e injusto que, por um lado: se atribua consignação de privilégios a titulares de cargos de administração; se empreste, ou confira, a fundo perdido, quaisquer tipos de apoios financeiros, a instituições alegadamente falidas, ou em vias de insolvência, por má gestão, negligência profissional-financeira, em muitas delas; e, por outro lado, se descartem os apoios necessários para quem mais necessita, nomeadamente: a melhoria substancial das reformas, pensões e outros benefícios sociais; a construção e funcionamento profissional de lares, casas de recuperação para doentes com patologias degenerativas; a construção de habitações condignas, constitucionalmente consagradas na Lei Fundamental; a colocação em atividades produtivas por parte de pessoas que, embora reformadas, ainda podem e querem dar o seu contributo para uma sociedade mais justa e confortável. Assim mesmo, a Páscoa, deveria ser tudo isto.

Nesta Páscoa, ficam aqui os votos muito sinceros do autor desta reflexão, que apontam no sentido de uma Páscoa muito feliz, muito alegre, na medida do possível, tendo em conta que o mundo atravessa situações de diversa natureza, que não podemos ignorar: catástrofes, guerra, fome, miséria e morte. Um apelo deixo aos mais favorecidos, a começar nos governos de todas as Nações, para que nunca, em circunstância alguma, descurem os cuidados humanistas que devem, e têm obrigação para com os seus cidadãos, afinal, todos aqueles que lhes concederam o imenso poder que, após o voto popular, assumem em seus países. Essa é que é a obra mais importante e que nesta Páscoa sirva de profunda reflexão para toda a população mundial.

Páscoa que se pretende para todas as pessoas, como um dia, pelo menos um dia no ano, de meditação, de recuperação de valores humanistas universais; um dia para festejar e recomeçar com novas: Precaução, Moderação, Robustez, Justiça, Fé, Confiança, Caridade, Comiseração e Generosidade. Uma nova Esperança Redentora, entre a família, os verdadeiros e incondicionais amigos. A todas as pessoas: Páscoa Muito Alegre e Feliz.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo: 'Páscoa: tempo de erradicar a pobreza'

Diamantino Lourenço R. de Bártolo

Páscoa: tempo de erradicar a pobreza

Quando vivenciamos a Páscoa, como uma festa da alegria, obviamente que nos colocamos num registo otimista, com pensamentos positivos, determinados a não nos deixarmos abater pelos insucessos, pela escassez de solidariedade, pelas deslealdades, pela doença e pela falta de trabalho, bem pelo contrário, assumindo atitudes de esperança e confiança no futuro, que todos temos de ajudar a construir, independentemente da situação pessoa de cada pessoa.

É nesta perspectiva de confiança, de acreditar que é possível sermos melhores uns para os outros, que a imaginação criativa da pessoa humana, a sua inteligência e a determinação em construir um mundo mais tranquilo, mais solidário e mais fraterno, se consegue sair de muitas “crises” que, atualmente, sufocam muitos países, o povo humilde e trabalhador, que não é responsável por tais situações injustas que outros criaram, devido à ganância, ao desejo incontrolado de Poder e de Ter.

Páscoa enquanto festa para todos, não de pobres nem de ricos, embora estes, materialmente, tenham melhores condições e motivos para “festejar” o evento, com abundância, por vezes, estragando e deitando fora tantos produtos que saciariam a fome, e agasalhariam centenas de milhares de pessoas, só em Portugal.

Hoje, ainda no primeiro quarto do século XXI, mais do que nunca, torna-se extremamente aconselhável passar-se à prática, desde a concessão de medidas favoráveis à erradicação das situações de miséria à consequente aplicação ininterrupta das mesmas: para que todos os dias possa ser Páscoa; para que todos os dias haja solidariedade, amizade, fraternidade; para que todos os dias haja saúde, trabalho, justiça social, paz e felicidade.

Nesta Páscoa de 2022, alguém tem de lançar algumas sementes de esperança, para que: as pessoas e as famílias portuguesas, em particular; e as restantes por esse mundo afora, continuem a acreditar que não estão abandonadas; que existe uma saída; que os jovens têm futuro; os desempregados terão trabalho; os idosos serão respeitados e não voltarão a ser vítimas da espoliação dos seus parcos rendimentos, que lhes são devidos e para os quais contribuíram uma vida inteira de trabalho e que, por esse motivo, os aumentos das suas pensões devem acompanhar a inflação; e, finalmente, para que quem trabalha, lhe seja pago o justo e devido salário, sem cortes nem impostos brutais.

Vamos acreditar que a Páscoa deste ano será o início de um longo e brilhante futuro, para todas as pessoas sem exceção e que, querendo os responsáveis: financeiros, políticos, empresários, religiosos e trabalhadores, não mais haverá fome nem miséria; que os cuidados de saúde cheguem a toda a população; que a educação e formação, ao longo da nossa existência, nos preparará para enfrentar a vida; que a justiça nos protegerá e ajudará a restabelecer a honra, bom nome e dignidade, seja dos inocentes, seja dos arguidos, seja dos condenados.

Comemora-se, uma vez mais, a Ressurreição de Jesus Cristo e, com este acontecimento: devemos acordar para as diversas realidades da vida; para o incentivo a colaborarmos nas tarefas solucionadoras de variadíssimas situações anormais, injustas, irregulares e ilegítimas. Ressuscitemos nós, também, para os grandes princípios, valores, sentimentos e emoções que caracterizam e dignificam a pessoa verdadeiramente humana.

Nesta Páscoa de 2022, em que ainda não estamos totalmente protegidos da Pandemia provocada pelo COVID-19, em 2020, o mundo confronta-se agora com uma outra calamidade, com dimensões regionais que podem, provavelmente, alastrarem-se mundialmente, qual nova e terrífica pandemia, esta de natureza bélico/nuclear, a partir da invasão da Ucrânia pela Rússia. Iniciado este ataque desumano, criminoso e ilegítimo, em 24 de fevereiro de 2022, os combates prosseguem e, em algumas localidades, corpo a corpo.

Na Ucrânia, aldeias, vilas e cidades já foram praticamente destruídas. Centenas de milhares de pessoas: mulheres, crianças, jovens, idosas e até animais de estimação, foram dizimadas pelos bombardeamentos russos. Os nossos irmãos não têm as mínimas condições para desfrutarem de algum conforto, porque; a fome grassa, a água, os alimentos, a eletricidade e as infraestruturas já não satisfazem as populações. Celebremos, em ato de solidariedade, para com o povo Ucraniano, a nossa Páscoa, com a alegria possível, mas os olhos postos naquele martirizado país. GLÓRIA À UCRÂNIA.

Nesta Páscoa, o autor desta reflexão deseja a todas as pessoas as maiores venturas e bem-estar geral!

 

Venade/Caminha – Portugal, 2022

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

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Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo: 'Páscoa. Pensar e Compor Estratégias Sociais'

Diamantino Lourenço R. de Bártolo

Páscoa. Pensar e Compor Estratégias Sociais

Ainda no início do século XXI, mas já no final da segunda década, numa Europa milenar de cultura, tradições, valores e detentora de uma civilização, que se tem pretendido humanista, assente nos pilares da Democracia, do Direito e do Cristianismo vive-se, todavia, uma situação preocupante, pelo menos em alguns países, nestes se incluindo Portugal.

O nosso país, apesar de pobre, é constituído por um povo humilde, trabalhador, honesto e educado, uma população frequentemente sacrificada, submetida que tem sido, às mais cruéis desfeitas, a principal das quais, a perda de quase tudo o que ao longo de vidas de trabalho, poupanças, impostos em cima de impostos, foi, durante alguns anos, despojada de direitos e até do próprio património material, se não cumprisse as leis injustas que foram, insensivelmente, impostas, reconhecidas como tais, pelas mais altas instâncias dos Poderes: uns estranhos à nossa situação e outros, paradoxalmente, dentro da nossa própria “casa”

Os crentes católicos vivem uma quadra festiva, festejam a Ressurreição de Cristo, cuja vida de sofrimento, de bem-fazer, de amor pelo seu povo, pela intransigência na defesa dos mais fracos O levou à morte, desumana e violenta, tal como fizeram com os Portugueses, durante um certo período de tempo.

A vida de Cristo, ainda que interpretada no contexto simbólico, não deixa de ser um exemplo, pelo padecimento a que esteve sujeito, pelas humilhações por que passou e, não obstante a crueldade dos seus adversários e algozes, a todos perdoaria e ressuscitaria em glória, com dignidade e com uma mensagem de esperança, na salvação da humanidade.

O exemplo de Cristo, hoje mais do que nunca, deverá constituir uma referência universal, independentemente de quaisquer ideologias políticas, religiosas, económicas, financeiras e tantas outras. A filantropia que a sua vida demonstrou, deveria ser um incentivo para toda a humanidade, no sentido da recuperação da dignidade, que é um valor essencial de toda a pessoa humana.

Com efeito, a dignidade, em muitos setores da atividade humana, mais parece um valor utópico, que terá sido ignorado pela enormidade e colossal humilhação, que foi infligida aos cidadãos e, por isso mesmo, é tempo de “ressuscitar” a respeitabilidade que foi brutalmente afastada dos primordiais princípios, valores, sentimentos, deveres direitos cívicos.

Páscoa, tempo de reflexão, de realinhamento de políticas, de dignificação das pessoas, de instituir um pouco mais de humanismo, porque há muito mais vida para além de mercados, de dívidas públicas e soberanas, de sacrifícios desumanos, de negação de direitos, pagos e adquiridos. Muitos Portugueses já percorreram o longo e espinhoso calvário da austeridade, já foram mortos nos seus direitos, já perderam muitos dos seus bens, mitos passaram a viver na rua e têm dificuldade em manter a esperança na ressurreição da própria dignidade humana. É urgente dar-lhes uma nova oportunidade, uma renascida esperança.

É tempo de se enaltecer a simbologia deste período que, justamente, nos transmite uma mensagem de alegria, de possibilidade de recuperação de princípios, valores e direitos perdidos, ignorados e/ou, simplesmente, retirados, injustamente. É um tempo em que permite pensar-se, adequadamente, sobre o papel que cada pessoa tem de desempenhar neste mundo, e nesta vida, porque, tal como Cristo, um dia, eventualmente, mais depressa do que se pensa, tudo acaba, ficam apenas as memórias das boas e más ações que se praticaram.

Acreditando que Jesus Cristo ressuscitou ao terceiro dia, então, e por analogia, devem os Portugueses regressar à vida digna, rapidamente, porque há alguns anos que vêm sendo mortos, paulatinamente, nas suas mais elementares condições de vida, como sejam a proteção à saúde, ao emprego, à educação/formação, à segurança social, em todas as fases da vida, enfim, recuperar um verdadeiro e justo Estado Social, com qualidade, imparcialidade e em permanência, porque os Portugueses, na sua esmagadora maioria, já deram, ao longo das suas vidas, e continuam dar, o que, praticamente, já pouco lhes resta, para alguns, porque para outros, a miséria é o que têm para oferecer.

 

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

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Maria Dolores Tucunduva: 'História da Páscoa'

Maria Dolores Tucunduva: ‘História da Páscoa’

Muito antes de ser considerada a festa da ressurreição de Cristo, a Páscoa anunciava o fim do inverno e a chegada da primavera. A Páscoa sempre representou a passagem de um tempo de trevas para outro de luzes, isto muito antes de ser considerada uma das principais festas da cristandade. A palavra “páscoa” – do hebreu “peschad”, em grego “paskha” e latim “pache” – significa “passagem”, uma transição anunciada pelo equinócio de primavera (ou vernal), que no hemisfério norte ocorre a 20 ou 21 de março e, no sul, em 22 ou 23 de setembro.

A páscoa judaica (em hebraico פסח, ou seja, passagem) é o nome do sacríficio executado em 14 de Nissan segundo o calendário judaico e que precede a Festa dos Pães Ázimos (Chag haMatzot). Geralmente o nome Pessach é associado a esta festa também, que celebra e recorda a libertação do povo de Israel do Egito, conforme narrado no livro de Êxodo.

A festa cristã da Páscoa tem origem na festa judaica, mas tem um significado diferente. Enquanto para o Judaísmo, Pessach representa a libertação do povo de Israel no Egito, no Cristianismo a Páscoa representa a morte e ressurreição de Jesus (que supostamente aconteceu na Pessach) e de que a Páscoa Judaica é considerada prefiguração, pois em ambos os casos se celebra uma “libertação do povo de Deus”, a sua passagem da escravidão (do Egito/do pecado) para a liberdade.

De fato, para entender o significado da Páscoa cristã, é necessário voltar para a Idade Média e lembrar dos antigos povos pagãos europeus que, nesta época do ano, homenageavam Ostera, ou Esther – em inglês, Easter quer dizer Páscoa.

Ostera (ou Ostara) é a Deusa da Primavera, que segura um ovo em sua mão e observa um coelho, símbolo da fertilidade, pulando alegremente em redor de seus pés nus. A deusa e o ovo que carrega são símbolos da chegada de uma nova vida. Ostara equivale, na mitologia grega, a Persephone. Na mitologia romana, é Ceres.

Estes antigos povos pagãos comemoravam a chegada da primavera decorando ovos. O próprio costume de decorá-los para dar de presente na Páscoa surgiu na Inglaterra, no século X, durante o reinado de Eduardo I (900-924), o qual tinha o hábito de banhar ovos em ouro e ofertá-los para os seus amigos e aliados.

Por que o ovo de Páscoa?

O ovo é um destes símbolos que praticamente explica-se por si mesmo. Ele contém o germe, o fruto da vida, que representa o nascimento, o renascimento, a renovação e a criação cíclica. De um modo simples, podemos dizer que é o símbolo da vida.

Os celtas, gregos, egípcios, fenícios, chineses e muitas outras civilizações acreditavam que o mundo havia nascido de um ovo. Na maioria das tradições, este “ovo cósmico” aparece depois de um período de caos.

Na Índia, por exemplo, acredita-se que uma gansa de nome Hamsa (um espírito considerado o “Sopro divino”), chocou o ovo cósmico na superfície de águas primordiais e, daí, dividido em duas partes, o ovo deu origem ao Céu e a Terra – simbolicamente é possível ver o Céu como a parte leve do ovo, a clara, e a Terra como outra mais densa, a gema.

O mito do ovo cósmico aparece também nas tradições chinesas. Antes do surgimento do mundo, quando tudo ainda era caos, um ovo semelhante ao de galinha se abriu e, de seus elementos pesados, surgiu a Terra (Yin) e, de sua parte leve e pura, nasceu o céu (Yang).

Para os celtas, o ovo cósmico é assimilado a um ovo de serpente. Para eles, o ovo contém a representação do Universo: a gema representa o globo terrestre, a clara o firmamento e a atmosfera, a casca equivale à esfera celeste e aos astros.

Na tradição cristã, o ovo aparece como uma renovação periódica da natureza. Trata-se do mito da criação cíclica. Em muitos países europeus, ainda hoje há a crença de que comer ovos no Domingo de Páscoa traz saúde e sorte durante todo o resto do ano. E mais: um ovo posto na sexta-feira santa afasta as doenças.

Por que o Coelho de Páscoa?

Coelhos não colocam ovos, isto é fato! A tradição do Coelho da Páscoa foi trazida à América por imigrantes alemães em meados de 1700. O coelhinho visitava as crianças, escondendo os ovos coloridos que elas teriam de encontrar na manhã de Páscoa.

Uma outra lenda conta que uma mulher pobre coloriu alguns ovos e os escondeu em um ninho para dá-los a seus filhos como presente de Páscoa. Quando as crianças descobriram o ninho, um grande coelho passou correndo. Espalhou-se então a história de que o coelho é que trouxe os ovos. A mais pura verdade, alguém duvida?

No antigo Egito, o coelho simbolizava o nascimento e a nova vida. Alguns povos da Antigüidade o consideravam o símbolo da Lua. É possível que ele se tenha tornado símbolo pascal devido ao fato de a Lua determinar a data da Páscoa.

Mas o certo mesmo é que a origem da imagem do coelho na Páscoa está na fertililidade que os coelhos possuem. Geram grandes ninhadas! Assim, os coelhos são vistos como símbolos de renovação e início de uma nova vida. Em união com o mito dos Ovos de Páscoa, o Coelho da Páscoa representa a renovação de uma vida que trará boas novas e novos e melhores dias, segundo as tradições.

Outros símbolos da Páscoa

O cordeiro é um dos principais símbolos de Jesus Cristo, já que é considerado como tendo sido um sacrifício em favor do seu rebanho. Segundo o Novo Testamento, Jesus Cristo é “sacrificado” durante a Páscoa (judaica, obviamente). Isso pode ser visto como uma profecia de João Batista, no Evangelho segundo João no capítulo 1, versículo 29: “Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo”.

Paulo de Tarso (na primeira epístola a Coríntio no capítulo 5, versículo 7) diz: “Purificai-vos do velho fermento, para que sejais massa nova, porque sois pães ázimos, porquanto Cristo, nossa Páscoa, foi imolado.“

Jesus, desse modo, é tido pelos cristãos como o Cordeiro de Deus (em latim: Agnus Dei) que supostamente fora imolado para salvação e libertação de todos do pecado. Para isso, Deus teria designado sua morte exatamente no dia da Páscoa judaica para criar o paralelo entre a aliança antiga, no sangue do cordeiro imolado, e a nova aliança, no sangue do próprio Jesus imolado. Assim, a partir daquela data, o Pecado Original tecnicamente deixara de existir.

cruz_ominiatura.jpgA Cruz também é tida como um símbolo pascal. Ela mistifica todo o significado da Páscoa, na ressurreição e também no sofrimento de Jesus. No Concílio de Nicea em 325 d.C, Constantino decretou a cruz como símbolo oficial do cristianismo. Então, ela não somente é um símbolo da Páscoa, mas o símbolo primordial da fé católica.

O pão e o vinho simbolizam a vida eterna, o corpo e o sangue de Jesus, oferecido aos seus discípulos, conforme é dito no capítulo 26 do Evangelho segundo Mateus, nos versículos 26 a 28: “Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai e comei, isto é meu corpo. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados.“

Por que a Páscoa nunca cai no mesmo dia todos os anos?

O dia da Páscoa é o primeiro domingo depois da Lua Cheia que ocorre no dia ou depois de 21 março (a data do equinócio). Entretanto, a data da Lua Cheia não é a real, mas a definida nas Tabelas Eclesiásticas. (A igreja, para obter consistência na data da Páscoa decidiu, no Concílio de Nicea em 325 d.C, definir a Páscoa relacionada a uma Lua imaginária – conhecida como a “lua eclesiástica”).

A Quarta-Feira de Cinzas ocorre 46 dias antes da Páscoa, e portanto a Terça-Feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa. Esse é o período da quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas.

Com esta definição, a data da Páscoa pode ser determinada sem grande conhecimento astronômico. Mas a seqüência de datas varia de ano para ano, sendo no mínimo em 22 de março e no máximo em 24 de abril, transformando a Páscoa numa festa “móvel”. De fato, a seqüência exata de datas da Páscoa repete-se aproximadamente em 5.700.000 anos no nosso calendário Gregoriano.