Natal. A esperança dos excluídos?

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo:
Artigo
‘Natal. A esperança dos excluídos?’

Diamantino Bártolo
Diamantino Bártolo
"Natal. A esperança dos excluídos?
“Natal. A esperança dos excluídos?”
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Eis-nos na festa da família: o Natal

Os corações comovem-se de alegria

Familiares e amigos, com alegria total

Vive-se a confraternização, com euforia

Por uns dias, a vida torna-se majestosa

Mas as dificuldades, continuam presentes

Agora é tempo para a comidinha gostosa

Que para os portugueses é a prevalente

Saudades e comida são muito importantes

Contudo, outros sentimentos nos perturbam

A situação em que vivem muitos imigrantes

Não pode ser ignorada, porque nos derrubam

É tempo de mostrarmos mais solidariedade

Discursos bonitos, de ocasião, nada resolvem

A exclusão, tem de ser banida da sociedade

Afinal, com esta situação, poucos se comovem

Há recursos para extravagâncias, que ofendem

Gente de várias áreas, exibe-se com ostentação

Os pobres, passam fome, e ninguém os defende

Alguns notáveis, preocupam-se com a reputação

Nesta sociedade, dos populismos interesseiros

A solidariedade, não acontece todos os dias

Alguns estrategas, não passam de embusteiros

E, após o Natal, avançam as abjetas cobardias

Venade/Caminha – Portugal, 2023

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente Vitalício (Não Executivo) do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo: 'Enriquecer o Natal dos pobres'

Diamantino Lourenço R. de Bártolo

Enriquecer o Natal dos pobres

Um ano se passou e, novamente, estamos a vivenciar mais um período tradicional e muito sensível, no melhor sentido do termo, ou seja: a Quadra Natalícia é, possivelmente, um espaço de tempo muito próprio para estreitar amizades, reunir as famílias, em boa Harmonia, com alegria, paz e felicidade, entre os seus membros.

Este dia do ano, comemorado pelos crentes cristãos, assinalando o nascimento de Jesus Cristo, naturalmente que é experienciado com a maior religiosidade, respeito e várias cerimónias do culto. Sucedem-se, um pouco em todas as Igrejas os rituais próprios das diversas religiões.

Por outro lado, o Natal, na circunstância, em Portugal, é, geralmente um tempo de alegria, de encontros, troca de presentes e onde a gastronomia, relativamente diversificada, em função dos hábitos e tradições de cada região, faz as honras da época e, globalmente, do País.

Em qualquer parte do mundo, onde se celebra o Natal, nas suas duas dimensões: a sagrada e a profana, verifica-se que quanto a esta última, se poderia considerar um período consumista, em que a corrida aos estabelecimentos comerciais é quase uma loucura, de resto, no próprio dia 24 de dezembro, bem ao final da tarde, ainda há quem procure comprar o objeto que deseja oferecera a alguém.

A outra face do Natal, eventualmente, a mais perversa, prende-se com a situação daquelas pessoas sem-abrigo, das famílias que ainda vivem no limiar da pobreza, ou em autêntica miséria. É certo que nesta quadra há dezenas de Instituições sociais e organizações não governamentais e de voluntariado que prestam o auxílio solidário possível, nomeadamente: alimentação condizente com a época, abrigo e higiene.

Por isso mesmo, sempre haverá quem diga que todos os dias deveriam ser Natal, porque assim nunca nos esqueceríamos: dos mais desfavorecidos, dos marginalizado, dos imigrantes e de todos os que, de alguma forma, sofrem de uma qualquer discriminação negativa.

Na verdade, enquanto houver uma pessoa em dificuldade: física, económica, de não reconhecimento da sua dignidade, de uma criança abandonada, de um idoso descartado pela sociedade, de milhares de desempregados sem qualquer apoio social e outras situações atentatórias dos direitos e deveres humanos, que assistem a todas as pessoas, o Natal é mais um dia, no calendário anual.

É claro que não se pretende acabar com o Natal, enquanto houver uma situação inaceitável na comunidade humana. Importa, sim, festejar o Natal, entre todos, com todos e para todos, mas, para que assim possa continuar, é necessário que: se criem condições para que todas as pessoas sejam respeitadas na sua honorabilidade; que possam desfrutar de alimentação, assistência médica e  medicamentosa, trabalho, habitação, autonomia e segurança; que quem está privado da liberdade, por qualquer circunstância menos boa da vida, pelo menos possa ser visitada e acarinhada pelos familiares e amigos.

O Natal deve envolver alegria sim, mas também solidariedade, compreensão, tolerância e respeito pela superior dignidade da pessoa humana. O Natal deve unir-nos, os que podem que sejam generosos e ajudem os que precisam, porque de contrário, o Natal passará a ser uma festa de quem menos precisa, da opulência, dos consumos desregrados. Certamente, não terá sido esse, o desejo de Jesus Cristo

Aproveito para vos desejar: Um Santo e Feliz Natal, com verdade, com lealdade, com reciprocidade, se possível, com gratidão, seja no seio da família, seja com outras pessoas, com aquela amizade de um sincero «Amor-de-Amigo», com um sentimento de tolerância, de perdão e muito reconhecimento para com todas as pessoas que, ao longo da minha vida, me têm ajudado, compreendendo-me e nunca me abandonando. É este Natal que eu desejo festejar com muita alegria, pesem embora as atuais restrições e condicionalismos, impostos por uma pandemia cruel e mortífera.

 

GRATIDÃO.  «Proteja-se. Vamos vencer o vírus. Cuide de si. Cuide de todos». Cumpra, rigorosamente, as instruções das autoridades competentes. Aclamemos a vida com Esperança, Fé, Amor e Felicidade. Acreditemos nos investigadores, na Ciência, na tecnologia e instrumentos complementares. Estamos todos de passagem, e no mesmo barco. Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros.  Alimentemos o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música.

 https://youtu.be/Z7pFwsX6UVc  https://youtu.be/DdOEpfypWQA

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

 

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Pedro Novaes: "É dificil ser pobre'

Pedro Israel Novaes de Almeida

É DIFÍCIL SER POBRE

Não é fácil ser pobre.

Enfrenta fila até para entrar na fila.  Porta documentos os mais variados, para provar que mora em algum lugar e não é foragido da justiça.

Quando usa roupas normais, e resolve passear por algum bairro, logo é abordado, por estar em atitude suspeita. Cachorros de ricos farejam pobres com facilidade, e iniciam um festival de latidos, alertando a vizinhança para o perigo iminente.

Pobre é leitor assíduo de jornais, principalmente das páginas que ficam estampadas, nas bancas. No trânsito, a pobreza costuma ser discriminada.

Quando o rico utiliza bicicleta, é saudado como adepto de uma vida saudável e ambientalista ferrenho. Bicicleta de pobre atrapalha o trânsito e causa acidentes.

Bicicletas de pobre acertam o relógio da população. Quando surgem em grande número, é sinal de que ainda não são sete horas, ou já passou das dezessete

Em unidades de saúde, pobres só são atendidos com rapidez quando chegam conduzidos pelo SAMU. Frequentam farmácias, quase sempre portando receitas de analgésicos.

Educados, o ambiente do bairro onde vivem costuma ser conturbado por desentendimentos sonoríssimos entre crianças ou mães. São solidários, ajudando a empurrar o carro do vizinho, que insiste em não pegar.

A insegurança acabou por incluir os pobres, pois já são assaltados, como se portassem tesouros. Em alguns templos, sequer são notados, mas em outros são saudados como irmãos.

A pobreza constitui o ponto central dos discursos políticos, e os palanques são unânimes em decretar guerra à penúria humana. As gestões transcorrem, festivas, mas pouco solucionam o problema.

As crises, todas, atingem com maior severidade os pobres. Como os salários costumam ser pequenos, qualquer abalo compromete a alimentação, medicamentos, água e luz.

Nossos pobres ainda preservam o bom humor, apesar de serem diariamente agredidos pelas suntuosidades e roubalheiras oficiais. As estruturas oficiais de prestação de serviços, não raro, são tão carentes quanto as populações que deveriam assistir.

Em boa hora, foram instituídas as merendas escolares, utilíssimas no atendimento a grande parcela da população. ONGs, voluntários e religiões trabalham com afinco na minoração dos efeitos da pobreza.

Pobres anseiam por medidas simples. Querem a profissionalização e, sobretudo, o respeito humano.

Bolsas e socorros ajudam, mas não resolvem. Por vezes, atrapalham, pois, em nossa podridão, acabam também destinadas a ricos e remediados.

Pobres vivem como reféns de ameaças ideológicas, seja de grupos escravistas estatizantes ou de grupos que abominam a responsabilidade social.  As mazelas de qualquer regime não atingem governantes, que seguem discursando, sempre penalizando os pobres.

Custa pouco garantir aos pobres o adequado e tempestivo atendimento à saúde, segurança e educação. O custo é a moralização de nossas instituições, colocando um fim em privilégios e gastos inúteis de castas que, eleitas ou não, impedem nosso desenvolvimento social.

 

Pedro Israel Novaes de Almeida

pedroinovaes@uol.com.br

O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado