Porto Feliz sediará Festival Nacional de Literatura
Será a 2ª edição do ‘Vila das Artes’, promovido pelo Projeto Culturando
A cidade de Porto Feliz, interior de São Paulo, sediará no mês de junho a 2ª edição do ‘Festival Culturando de Literatura – Vila das Artes’. O festival, realizado pelo Projeto Culturando, visa estimular a criação literária no país através do Concurso Nacional de Poemas, além de uma série de atividades artísticas e culturais voltadas especialmente à Literatura no evento intitulado ‘Vila das Artes’.
A primeira edição do concurso, realizada em 2021 na cidade de Jumirim/SP, reuniu mais de 550 inscrições de todos os estados brasileiros e premiou autores de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraíba, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. A expectativa para 2024 é superar essa marca em ao menos 30%. Segundo Pablo Civitella, diretor executivo do Culturando, “o Festival Culturando de Literatura tem como missão descobrir, reconhecer e valorizar talentos da literatura espalhados por todas as partes do país e também servir de vitrine aos talentos locais, especialmente aos do eixo de atuação do Culturando”.
Após o período de inscrição e seleção, o Festival oferecerá hospedagem e alimentação aos escritores finalistas de qualquer local do país, além de um bônus financeiro para o custeio da viagem, de modo que possam estar presentes na cerimônia de premiação. Todas as categorias do concurso terão premiação em dinheiro, totalizando mais de 18 mil reais.
O leitor participa: Heitor Soliver Miranda Ribeiro, de Maristela de Minas (MG), com o poema 'A felicidade'
A felicidade
o que é a felicidade?
brincar com os amigos;
tratar os outros com bondade;
jamais ter inimigos.
comer pizza e conversar;
é comer pipoca e assistir;
é flores plantar e regar;
ser feliz é não desistir.
ir para a escola estudar;
viajar para os lugares;
ao pai e a mãe amar;
almoçar com os familiares.
ser feliz é comer chocolate;
é brincar no parque de diversão;
comer sanduíche sem tomate;
é ter um coração bem grandão.
Heitor Soliver Miranda Ribeiro é natural de Maristela de Minas, município Curral de Dentro/MG, nascido no dia 18/11/2015, atualmente conta com 7 anos de idade e estuda o 2º ano do Ensino Fundamental na Escola Municipal Hermógenes Ferreira dos Santos. Autor do livro ‘Uma Partida muito boa de futebol’ e o livro ‘A Fábrica de Chocolate’ que será lançado no final de 2023. Autor de poemas que sempre iniciam com ‘O que é…?’ Seus poemas destacam as respostas na visão infantil, tornando seus escritos prazerosos também aos adultos nas quais poderão sentir na leveza de uma criança as explicações para os seus próprios questionamentos.
O leitor participa: José Geraldo de Carvalho, de Jequitibá (MG), com o poema 'Apelo de caboclo'
Apelo de Caboclo
Oia caboca, minha voz inté da roca
De tanto chora procê
Trez biete te escrevi
com endereço de catuti
E nada de mi arrespondê
Quarque dia vô te busca,
Ocê num judia vem pra cá.
Mora no rancho meu,
que comprei bem baratinho
É um rancho pequenininho,
Quem me vendeu foi Zebedeu.
Tinha um trio fiz um carrero
Dei brio no terrero,
prantei horta no quintá
Na frente fiz varanda,
e prantei bem na banda
Um pé de jatobá.
Fiz um quarto bem bonito,
donde ocê com um grito
La de fora pode mi chama
Fiz nele o nosso leito
onde nós dois com jeito
Vamo sempre se amá.
Fiz uma sala bem jeitosa,
onde nós trocamos prosa
Ante da gente deitá
Com uma mesa e as cadeira,
um armário bem na beira
Pra pouco espaço ocupá.
A cunzinha bem formada,
onde eu com a enxada
Nivelei bem direitinho
Construi uma prateleira,
o fogão e a lareira eu fiz bem miudinho
Fiz um banhero arrumado, com vazo, pia e chuvero
Com a porta do lado, e uma fossa pra não tê chero.
Prantei um jardim com fror,
pra cumpara com nosso amor
E todo dia ocê regá
Comprei uma rede bem grande,
é o lugar das donde
Nós dois vai descansá.
Duas vaquinha no pasto,
onde o leite dá pro gasto
Prantei mio e feijão
E pra vigiá ocê,
nas ora que eu suvertê
Eu ganhei um belo cão.
Aos Domingos nos dois sai,
namorando a gente vai a missa em Catuti.
Não fica longe é bem perto
e andando de passo certo, fica logo ali.
Depois da missa nós vorta,
faz armoço cuida da orta
Joga agua no pescoço,
e come o feijão com gosto.
Aí antão eu ti pego,
no colo ti carrego
Com carinho te levo pra cama
E ocê fazendo beicinho dis que mi ama.
E com aquele olhar profundo,
mi manda pro outro mundo
Aí só dá eu e ocê,
vem caboca pro meu ranchinho
Mi entrega seu carinho,
basta só ocê querê.
José Geraldo de Carvalho é natural de Baldim/MG, mas reside em Jiquitibá desde seus primeiros anos de vida. Atualmente conta com 83 anos de idade, formado no 2º grau científico. Foi proprietário de uma gráfica editora em Belo Horizonte onde publicou alguns livros, e após fazer a revisão de tantos textos se interessou na escrita e compôs poemas e músicas. Colunista do jornal ‘Boca do Povo’, na cidade de Sete Lagoas/MG, a coluna chamava-se Jequitibá Notícias e Ponto de Vista. Trabalhou no rádio Itatiaia de Belo Horizonte, com o programa Futebol Amador. Participou da escrita do livro ‘A saga de João Neves de Carvalho’, que conta a história do seu próprio pai. Pai de 8 filhos, dos quais cinco meninas e três meninos, tem 12 netos e 5 bisnetos. Vive de forma feliz, hoje aposentado e usa o tempo para o lazer com pensamentos sobre as diversas culturas.
Humberto Napoleón Varela Robalino: 'Bailando'
Bailando
(Mi homenaje a la canción popular argentina CEBANDO MATE)
Mi niña amada
mi amada niña
suenan las campanas de la iglesia
hoy es lunes
bailemos juntos en el lugar de siempre
donde no falta la ternura.
Bailemos como nunca
… como siempre
la longitud del temblor de tu brazo
sobre mis hombros
mi brazo de madera azul
aderido al claro de tu espalda
mas rosa tus mejillas
al roce de mi aliento
colibríes nuestros cuerpos
más colibríes nuestros pies
para volar al ras de las flores.
Mi niña amada
mi amada niña
sobre nuestra sombra nuestro baile
sobre nuestras primavera tu inocencia.
La tarea de la escuela
llevará nuestra alegría
bailando
“CEBANDO MATE”
bailando
“CEBANDO MATE”
Humberto Napoleón Varela Robalino
napitovarela@hotmail.com
Quito, 03 agosto 2022
Fernando Matos: 'O valor do cuidar'
O valor do cuidar
Quanto pagaríamos para ter um serviço de saúde de primeira qualidade? Acredito que todos dirão “tudo” 0 que eu possuir ou tiver. Sim, um pensamento louvável até porque à saúde não se coloca valor, a vida não tem preço.
Minha formação é de Relações Públicas, Enfermeiro e Defensor dos Direitos Humanos especialista em Direito da Saúde. No entanto, foi na Enfermagem que encontrei o meu propósito para viver.
Neste mês de maio comemoramos A Semana da Enfermagem em homenagem aos enfermeiros (nível superior) e Técnicos em Enfermagem (nível médio). É uma semana de muitas homenagens e também de reflexão e luta por melhores condições de trabalho e conquistas salariais.
Admiração e respeito as essas duas datas importantes: homenagem a Florence Nightingale, nascida em 12 de maio de 1820 e marco da enfermagem moderna no mundo.
No Brasil, além do Dia do Enfermeiro, entre os dias 12 e 20 de maio, comemora-se a Semana da Enfermagem, data instituída em meados dos anos 40, em homenagem a dois grandes personagens da Enfermagem no mundo: Florence (12) Nigthingale e Ana Néri (20), enfermeira brasileira e a primeira a se alistar voluntariamente em combates militares.
De forma resumida Florence Nightingale foi a mulher que fundou a Enfermagem moderna e destacou-se no tratamento de feridos em guerras. Florence Nightingale (Florença/Itália, 12 de maio de 1820-Londres, 13 de agosto de 1910), de nacionalidade britânica, foi a fundadora da Enfermagem moderna. Ana Néri (1814 – 1880) foi a pioneira da enfermagem no Brasil. Prestou serviços voluntários, nos hospitais militares de Assunção, Corriente e Humaitá, durante a Guerra do Paraguai. Ana Néri (1814 – 1880) nasceu em Vila da Cachoeira do Paraguaçu, Bahia, no dia 13 de dezembro de 1814.
Quem são os nossos guerreiros na Enfermagem Brasileira? São pessoas de carne, osso e muito sangue doado no exercício do cuidar. Por alguns valorizados e agradecidos por ter suas vidas restabelecidas de doenças graves e nesta pandemia foi visto a importância de todos esses batalhadores no campo de batalha contra a COVID 19, por muitas vezes não voltavam para seus lares para evitar contaminar os entes queridos. Tivemos perdas consideráveis de companheiros que contraíram o coronavírus e hoje atuam no campo espiritual, até porque a vida continua.
Tenho a grata missão de, além de prestar com excelência o exercício do cuidar, também registrar momentos únicos em nossas vidas como profissional e Ser Humano. A história precisa ser contada e eu, Fernando Matos, membro da Academia IPÊ — Academia Internacional de Poetas e Escritores da Enfermagem (representando o Estado de Pernambuco) estou na responsabilidade de valorizar cada dia mais a nossa Enfermagem Guerreira e tão Brasileira com contos, poesia e outros escritos.
Não poderia deixar de prestigiar aqui neste meio de comunicação tão especial do Jornal ROL a minha, a sua e a Enfermagem de todos nós…
Arautos da Enfermagem
O mundo sucumbiu ao invisível.
No início nada foi possível deter a supressão.
A extinção parecia algo inevitável.
O Poder Maior enviou emissários.
Para o difícil trabalho que ainda não tem fim.
Do mais alto monte tocou o clarim!
Anunciando os Senhores do Cuidar.
A imagem apareceu como bálsamo, a Luz da Enfermagem.
O lenitivo não foi nada confortante.
A todo instante uma partida inesperada
Todo um esforço conjunto chegava a surpresa.
As horas sumiam e as nossas almas assustadas.
As equipes de prontidão juntaram forças.
Deram-se as mãos para enfim cumprir a missão.
Toda salvação necessita de aprovação.
É merecimento, jamais poderia ser destino.
Somos o legado da Grande Luz!
Que conduz o amor através do olhar!
Seja noite, ou seja, dia atendemos com alegria.
Até quando estamos nos momentos de tristeza.
Todavia a Enfermagem traz uma certeza…
Nunca abandonar de quem nosso Cuidar, enfim precisar.
Fernando Matos
Enfermeiro e Poeta Pernambucano
(Direitos Reservados ao Autor da Obra)
Isabel Furini: 'Sorriso de cristal'
Sorriso de cristal
na vitrine
o sorriso de um anjo de cristal
era tão belo o seu rosto
era tão terno o seu olhar
e o seu sorriso alegrava
e conjugava o verbo amar
– Um enviado espiritual!
ele veio para alegrar o meu dia?
pensou e sorriu com alegria
às vezes, coisas insignificantes
afastam as sombras
e deixam a alma radiante
Isabel Furini
Humberto Napoleón Varela Robalino: 'De las sombras'
De las sombras
Las sombras juegan
juegan las sombras con nosotros
se deslizan
se escabullen
como que se nos extravían
como que alguien sale sobrando
…
Hojas de papel oscuro
se meten por las rendijas
por debajo de las puertas
por los vidrios rotos de las ventanas
como gatos se pasean por las entrepiernas.
En la mañana te estorba el paso
al medio día te calza en la zuela de los zapatos
en la tarde ten muerde los talones
también te van a los costados
como damas de compañía
como si esto fuese poco
mueven la escalera cuando subes.
Las sombras gustan cuando desnudo a mi amada
son dúctiles
tiernas
bailan al compás de las llamas en los gemidos.