Museu da Língua Portuguesa lança projeto para estimular uso da palavra para lidar com as dores causadas pela pandemia
“…Num ambiente que muda velozmente, o futuro é de incertezas. Ainda assim, estamos aqui. E o que sentimos existe.”
Com o objetivo de ajudar as pessoas a lidar com os sentimentos advindos da pandemia, o Museu da Língua Portuguesa lança nesta segunda-feira (13/7) o projeto virtual A Palavra no Agora, que estimula o público a pensar e processar esse momento complexo a partir de exercícios de escrita. O projeto está disponível gratuitamente em noagora.museudalinguaportuguesa.org.br. O Museu da Língua Portuguesa é uma instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo.
O projeto surgiu da constatação dos múltiplos prejuízos causados pelo coronavírus: além do trauma pela perda de pessoas queridas, a impossibilidade de realização dos rituais tradicionais de luto, por conta do isolamento social, provoca uma dor ainda maior a familiares e amigos. As perdas simbólicas não são menos relevantes: do convívio, das rotinas, do trabalho, do cotidiano que dá concretude à existência. O site então propõe que as pessoas escrevam sobre a pessoa que se foi, ou sobre os próprios sentimentos, como maneira de lidar com as múltiplas perdas. É realizado com o apoio da Profa. Dra. Maria Helena Franco (Laboratório de Estudos do Luto – LeLu, da PUC-SP), Profa. Dra. Ivânia Jann Luna (Laboratório de Processos Psicossociais e Clínicos no Luto – LAPPSIlu, da Universidade Federal de Santa Catarina), Fabíola Mancilha Junqueira (psicóloga e arteterapeuta, mestranda no LeLu/PUC-SP), do Professor Fabio de Paula (Faculdade Cásper Líbero) e da Professora Mariana Valente (InternetLab). “Vivemos um momento de perdas físicas e simbólicas. A incerteza, a morte, o adiamento de planos, a doença, o isolamento, a crise econômica, a distância – tudo isso tem um impacto enorme na vida de todos os brasileiros. Na ausência do acolhimento físico, do contato, o que nos une hoje são as palavras – ditas e escritas”, explica Marília Bonas, diretora técnica do IDBrasil, organização social de cultura que gerencia o Museu da Língua Portuguesa. “O Museu da Língua Portuguesa, ainda que fechado, é uma instituição a serviço de sua comunidade, no sentido mais amplo. O projeto A Palavra no Agora nasce nesse momento histórico, mas não se resume a ele. A ideia é que as novas urgências que vivemos sejam incorporadas tendo como base a potência das palavras não só para a tradução de sentimentos, mas no acolhimento e na imaginação de futuros”, completou. Os exercícios de escrita podem ser feitos por qualquer pessoa, mesmo quem nunca escreveu. São roteiros com perguntas simples, que servem como referência para fazer pensar sobre esse momento. Quem desejar, pode enviar seu texto para compartilhamento no site, para fazer uma homenagem ou para ajudar as outras pessoas. Para estimular e inspirar o público, o projeto também disponibiliza trechos de obras literárias que falam sobre o sentimento de perda, além de resenhas de livros e filmes que de alguma maneira abordem o assunto. São áreas abertas para a contribuição de escritores, editoras e do público, que pode tomar a iniciativa de sugerir obras (filmes, livros, músicas) que possam apoiar e inspirar outras pessoas nesse momento. O site também disponibiliza informações sobre serviços de apoio para pessoas que estão tendo dificuldades para lidar com o momento da pandemia. Reconstrução – O Museu da Língua Portuguesa está em processo de reconstrução. Um dos primeiros museus do mundo totalmente dedicado a um idioma, o Museu celebra a língua como elemento fundador e fundamental da nossa cultura. Por meio de experiências interativas, conteúdo audiovisual e ambientes imersivos, o visitante é conduzido a um mergulho na história e na diversidade do nosso idioma. O Museu da Língua Portuguesa é uma iniciativa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, concebido e realizado em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Tem como patrocinador máster a EDP Brasil, como patrocinadores o Grupo Globo, Grupo Itaú Unibanco e Sabesp e apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e do Governo Federal, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. |
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