Coluna Raul Christiano

 Está no ar, a consulta pública do Plano Estadual de Cultura

De 1.º de agosto a 15 de setembro de 2015, a sociedade poderá contribuir para a construção do Plano Estadual de Cultura, documento que funcionará como o planejamento estratégico da política cultural do Estado de São Paulo para os próximos 10 anos. A Consulta Pública ficará disponível na internet, por meio do site http://www.planoestadualdecultura.sp.gov.br . O texto base do Plano Estadual de Cultura foi elaborado por uma Comissão de Sistematização de Informações, Elaboração e Redação, da qual fiz parte como membro-redator.

Independente e formada por 41 membros titulares e 41 suplentes, ela reuniu representantes eleitos em todas as regiões paulistas, indicados pelas entidades de linguagens artísticas e integrantes do poder público. Ao longo de oito meses, o grupo trabalhou no documento que agora está disponível para Consulta Pública.

O texto é composto por 20 diretrizes, cada uma delas integrada por objetivos, ações e metas. São esses itens que estão disponíveis para receber sugestões. Basta preencher um formulário eletrônico indicando qual a contribuição ao texto e acrescentar uma justificativa. Ao final da Consulta Pública, o material será consolidado pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e em seguida encaminhado para apreciação da Assembléia Legislativa.

Histórico

A elaboração do Plano Estadual de Cultura é um dos compromissos assumidos pelo Governo do Estado de São Paulo quando da adesão ao Plano Estadual de Cultura, em 2013. Os trabalhos começaram em julho de 2014 com a realização de reuniões regionais abertas para eleição dos integrantes da Comissão de Sistematização de Informações, Elaboração e Redação do Plano. Esta comissão trabalhou de setembro de 2014 a abril de 2015 com apoio da Secretaria de Estado da Cultura do Estado. Em maio, o grupo entregou o texto base, colocado agora para Consulta Pública. http://www.planoestadualdecultura.sp.gov.br/ ‪#‎Compartilhe‬‪#‎Contribua‬

PLANOESTADUALDECULTURA.SP.GOV.BR



Raul Christiano é o novo diretor de Oficinas Culturais do Estado. Ele pretende ampliar parcerias no Interior

foto meio closeRaul Christiano – colunista do ROL – assume cargo para comandar 15 unidades, com experiência em gestão de políticas públicas e pretende ampliar parcerias no interior

As Oficinas Culturais da Secretaria de Estado da Cultura – gerenciadas pela organização social Poiesis – têm novo diretor a partir desta semana. Raul Christiano de Oliveira Sanchez substitui Paulo Rodrigues, que deixou o cargo na semana passada para desenvolver projetos pessoais, depois de dois anos e de ótimos resultados nas unidades em todo o estado e na capital.

Raul Christiano passa a comandar 15 oficinas, cinco na capital e dez no interior. No primeiro semestre de 2015, esses espaços atenderam cerca de 43 mil pessoas de 160 munícipios, com 736 atividades, entre cursos, workshops, espetáculos, palestras, exposições, mini-cursos, projetos de teatro e dança, debates, shows, espetáculos, work-shows etc. “Vamos dar continuidade à nossa articulação com todos os municípios do estado, em busca de parcerias e para ampliar as atividades e fortalecer nossas oficinas”, afirma. “Pretendo conversar com secretários de cultura e chefes de departamento de espaços que possam aumentar nossa atuação”, acrescenta.

Até janeiro deste ano, Raul Christiano ocupou o cargo de Secretário de Cultura da Prefeitura de Santos. Em seguida, participou da Comissão de Redação do Plano Estadual de Cultura, concluído em abril e que será encaminhado à Assembleia Legislativa de São Paulo. Casado, 56 anos de idade, ele é formado em jornalismo pela Faculdade de Comunicação da Universidade Católica de Santos, e em gestão de políticas sociais pelo BID – Banco Interamericano para o Desenvolvimento, em Washington. No momento, é pós-graduando em Comunicação com o Mercado, pela Escola Superior de Propaganda e Marketing.

Como comunicador, tem ocupado importantes funções públicas nas últimas quatro décadas. Entre outras atividades, foi assessor especial e diretor nacional de articulação com Municípios do Ministério da Educação, pró-reitor Comunitário da Unimes – Universidade Metropolitana de Santos, Superintendente de Comunicação e Assessor de Relações Institucionais da SABESP – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.

Autor de cinco livros, Raul é também conhecido por atuar em comunicação empresarial, articulação institucional, governamental, parlamentar e política, gestão administrativa e planejamento estratégico. Tem experiência em procedimentos administrativos públicos nas áreas de licitações e concorrências. Jornalista e redator, é um dos pioneiros na utilização das redes sociais na Internet.




Um artigo do novo colunista do ROL Raul Christiano: 'O PREÇO DA ELEIÇÃO DISTRITAL'

Raul Christiano: O preço da eleição distrital

 

foto meio closeO senador José Serra (PSDB-SP) põe em debate o seu projeto de voto distrital para vereadores nas eleições de 2016, em cidades com mais de 200 mil eleitores. Na Baixada Santista, onde o novo sistema pode ser implantado em Santos, São Vicente, Guarujá e Praia Grande, vereadores, assessores e representantes de políticos se reuniram para discutir e condenar a iniciativa aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, e circulam uma minuta de carta contra, para ser levada a Brasília.

O tema “reforma política” sempre aparece nos momentos de crise institucional e às vésperas de cada eleição no país. Mas as suas medidas precisam ser consideradas pela maioria do Congresso Nacional, que foge como pode do risco de uma mudança cujos efeitos podem interferir negativamente nos seus projetos individuais.

Urna eletrônicaUma verdadeira Reforma Política só acontecerá com uma Constituinte específica, sem a participação majoritária dos atores interessados na preservação daquilo que os beneficia diretamente. Na reunião regional, alguns presentes revelaram a maior preocupação: a reeleição.

O esforço do senador José Serra pode ser aperfeiçoado. Ele introduz uma mudança pontual, em caráter experimental, do voto distrital simples nas eleições. Isto é, o voto majoritário com um candidato eleito em cada distrito. Se justificando com o exemplo da capital de São Paulo, que elege 55 vereadores e que seria dividida em 55 distritos, cada um com 160 mil eleitores. E compara com o Rio de Janeiro, com 51 distritos, com 95 mil eleitores. Santos teria 21 distritos, com 3.600 eleitores cada um.

O sistema eleitoral atual, proporcional com lista aberta, promove o distanciamento entre o representante e o representado. Os vínculos desaparecem e é comum encontrar eleitores que não se lembram do nome de seu candidato nas eleições passadas. Compreende-se a rejeição de muitos vereadores, dado que se prevalecem apenas com a troca de favores entre membros da classe política – legisladores e chefes de Executivo, e menos do contato regular com seus eleitores diretos.

Reflito que se poderia emendar o projeto, transformando-o em forma mista. Ou seja, uma parte dos eleitos viria dos distritos e outra com base em causas de interesse geral dos munícipes. Votaríamos em dois nomes.

O debate desse tema é oportuno e bem-vindo. Ajuda ainda na compreensão da falta de êxito nas eleições disputadas; até agora, os candidatos contribuem para a eleição dos eleitos, porque no atual sistema os votos só vão para o candidato efetivamente escolhido pelo eleitor, quando o político se elege sem sobra de votos, com um número de votos acima do quórum necessário para conquistar a vaga.

No caso de o escolhido pelo cidadão não conseguir a vaga, os votos que recebeu serão transferidos para candidatos eleitos como sobras. Hoje, três em cada quatro representantes são eleitos com elas. Esse modelo não respeita o fundamento da representação.

Com o voto distrital misto, o eleitor terá uma relação real e efetiva com os seus representantes, recuperando a credibilidade e legitimidade negadas hoje pela maioria da sociedade. Sem falar na queda vertical dos custos de campanha e no crescimento das chances de candidatos comprometidos olho-no-olho com os seus potenciais representados.

Resgataremos a transparência e a soberania do voto, que deve servir para mudar as próximas gerações, ao invés de se pensar só nas próximas eleições.

 

 

 

(*) Raul Christiano é jornalista e ex-secretário de Cultura de Santos. Foi assessor especial do Ministério da Educação no Governo FHC. Visite o blog: http://www.raul.blog.br e contate: raul.christiano@gmail.com