Recordações de um matuto amor

Amanda Quintão: Poema ‘Recordações de um matuto amor’
(Poema em mineirês)

Amanda Quintão
Amanda Quintão

Que sardade daquele tempim bão de dolescente.

Que nois inventava moda por aí,

Garrado na cacunda um do ôto,

Pulano que nem cabrito, felizes que nem pinto no lixo.

A gente proseava, cantava junto, contava causos e tu era memo enrabichado por mim.

Eu era moça lora, formosa, do lado do moço moreno, bunito que só veno.

Isturdia, rachei os bico ao lembrá das trapaiada que nois fazia.

Nois era igual carne e unha,

Era cada trem de doido!

Amor sem juízo, amor matuto,

Amor vivido na roça,

Ô lasqueira! Causdiquê que o tempo passô? 

Agora só lembrança sobrô,

daquele amor treteiro, manhoso.

Daquele matuto amor.

Amanda Quintão

Cordeiro de Minas , Caratinga, Minas Gerais.

( Poesia premiada, segunda colocação no concurso de poesia: Almanaque 2021: saberes e falares regionais da língua portuguesa.  Medalha de prata.)

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