Marcelo Augusto Paiva Pereira: 'Ciência e Religião'

Marcelo Augusto Paiva Pereira: ‘CIÊNCIA X RELIGIÃO’

 

Em 2002 ou 2003 grupos religiosos nos Estados Unidos da América influíram no ensino fundamental e médio das escolas introduzindo o Criacionismo como disciplina, ao lado do existente Evolucionismo, lá criando celeuma nos meios acadêmicos, sociais e políticos.

 

A celeuma entre ambas as disciplinas tem fulcro na idade do mundo e no momento em que Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança. Tais discussões admitem como verdadeiras as premissas expostas por essas disciplinas, ainda que metodologicamente distintas, almejando a identificação de um elo entre elas.

 

Historicamente, o Pentateuco começou a ser escrito por volta do séc. VIII a.C., cinco séculos após Josué e o povo de Israel ingressarem na Terra Prometida (séc. XIII a.C.), cujas gerações o escreveram mediante as tradições orais das famílias e tribos hebraicas, baseadas nas crenças dos antigos e, também, no grau de conhecimento científico que aquelas sociedades e civilizações dispunham para explicar os fatos naturais e humanos.

 

O Livro do Gênesis é exemplo desse momento cultural da humanidade: como as ciências ainda brotavam, as crenças míticas explicavam a natureza das coisas. Tendo surgido a humanidade de poucos hominídeos sobreviventes da última glaciação (+/– 15.000 a.C.), poucas eram as famílias e tribos existentes. A ideia de representar esse surgimento por um casal (Adão e Eva), figura mítica para transmitir às gerações que a humanidade surgiu de raros casais e famílias no mundo: as genealogias no Gênesis mostram a todos que descendemos de ancestrais comuns, próximos uns dos outros.

 

Durante a Idade Antiga surgiu a ciência quando egípcios, gregos e em seguida romanos desenvolveram os primeiros passos da razão e das ciências: os pensadores daquela época admitiam que, se descobrissem as naturezas mais profundas ou elementares das coisas, teriam descoberto a verdade e o caminho que os levaria aos seus deuses. Esse entendimento ressurgiu na Idade Moderna, quando Lutero rompeu os laços com a Igreja e publicou as 97 teses do Protestantismo: só haveria a salvação da alma se a pessoa se dedicasse em seu ofício, assim glorificando o Criador pelas graças alcançadas. No âmbito científico, deveriam descobrir as obras do Criador realizadas na terra e assim se propuseram os cientistas dos séculos XVII e XVIII; quatro deles foram Newton, Pascal, Leibniz e Euler, grandes matemáticos cujas descobertas ainda compõem as atuais ciências.

 

No percurso da humanidade, religião e ciência surgiram como instrumentos ao conhecimento, adquirido pela observação de tudo o quanto havia ao redor e com o qual as pessoas viviam. Foi longa a jornada do saber até a época atual, mas não se pode negar que, se a religião não mais explica a gênese das coisas do mundo, estas também não são totalmente explicadas pelas ciências, deixando lacunas sem solução. Para o desenlace da celeuma, melhor será crer na razão científica assim como na fé religiosa. Nada a mais.

Marcelo Augusto Paiva Pereira.

(o autor é advogado)

 




Sonyah Moreira: 'Religião'

Sonia MoreiraSônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com – ‘Religião’

Antes de prosseguir vou esclarecer que respeito todas as religiões ou seitas, no meu humilde entendimento todas levam a um único caminho, seja qual for o nome que queira dar ao divino de sua doutrina.

Especificamente no dicionário Aurélio você irá encontrar as seguintes definições para religião: culto á divindade, doutrina, sagrado, respeito, reverência e escrúpulo.

No popularesco sempre dizemos não discutir sobre religião, sim, não vamos discutir nem doutrinas e muito menos dogmas de qualquer uma delas.

Na verdade me chama atenção o uso inapropriado das crenças que usa o nome de Deus em vão, como se ele tivesse passado uma procuração assinada em cartório por autenticidade (de corpo presente), para falarem em seu nome, ditar regras e até considerar-se amigo intimo, e sentar-se a direita de seu trono.

Que religião é essa que discrimina as pessoas, por suas escolhas, por suas contas bancárias?Que religião é essa que mata em nome de Deus?Invadem países e escravizam pessoas?

Que religião é essa que usa doações de seus fieis para que seus fundadores vivam como faraós egípcios em palácios suntuosos adornados por ouro?

Levar a palavra de Deus, profetizar, evangelizar, tudo isso é louvável sem dúvida, porém, precisa ter escrúpulos, coisa rara em tempos atuais. Exigir de seus seguidores somas vultosas, usando a desculpa que quanto maior a contribuição numerária, maior serão as bênçãos!

Se buscarmos em textos bíblicos, porém, deixando a história de lado e analisando teologicamente, as profecias estão se cumprindo, a cada esquina uma nova religião é fundada, diariamente surgem pastores de ovelhas desgarradas, dizendo-se procuradores com amplos poderes divinos.

Com tudo isso se esqueceu os principais ensinamentos, amar o seu próximo, aceitar o seu semelhante do jeito que ele é não sentir-se superior a ninguém, e por ai vai, fazer o bem sem olhar a quem.

Você encontrará o seu Deus no intimo, que é o seu templo sagrado o coração. Perceba que ele não está perdido, então não precisa ser encontrado, o perdido da história somos nós. Como seres gregários que somos, temos a necessidade da convivência em comunidade, tribo, etc.

Procure em sua religião a essência da fé, em todas elas você encontrará, e jamais imagine que a sua é a perfeita, ela está nesse plano, e é feita por humanos imperfeitos, portanto, não será a melhor, ou a mais correta, digamos que você se adaptou bem, e ela te faz aprimorar sua fé.

Independentemente de sua religião, como disse uma pessoa admirada no mundo inteiro, inclusive por diversas denominações religiosas, e que com muito respeito transcrevo suas palavras.

“O bem que você faz hoje, pode ser esquecido amanhã.

Faça-o assim mesmo. Veja que, ao final das contas, é tudo entre você e Deus!

“Nunca foi entre você e os outros”

Madre Teresa de Calcutá

 

 

Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com