Meu pai, farol ao solo!
Ella Dominici: Poema ‘Meu pai, farol ao solo!


às 15:19 PM
Terra ora sementes pífias e arredias
Solo onde o futuro segrega o sementeiro
Sob Sol, pleno pó, longes dias estremece
Pai, teus olhos, curvas sem nível abrolhos
Tal nada observara céu que constelava
Antes cintilavam face brilhavam olhos
Escurecidos pelos males de migalhas
Na boca o que restara de risadas?
Sentado em banco só, declinara a testa
Depois de gloriosos louros, gentis abraços, toque, afagos
Por que tivera em mente, solidão da terra?
Se juventude é rosa botão doçura?
Sóis caíram sobre erva, sangue em pétala
No eternamente dos agora, sem beijos primaveras
Outono vai… secas folhas em lonjura
No fim passará adormecida a visão
de um pássaro ferido
Enquanto à noite tuas palavras, Farol!
Pai, em minha cicatriz rendada, chegas sol
Escuto o verbo poético de tua voz:
— Menina, sobre o solo, sopre o pó,
Germina!