Secretário de Cultura de São Pedro da Aldeia (RJ) recebe o presidente da ALSPA e da Editora Mágico de Oz e tratam de projetos conjuntos vindouros

   

Além dos projetos em parcerias vindouras, a visita abordou o trabalho realizado pela Secretaria de Cultura na restauração da Casa da Flor e o intuito da preservação da identidade e da história da casa

À esquerda, Rogério Veiga Júnior, presidente da ALSPA e da Mágico de Oz. Ao seu lado, Thiago Marques, Secretário de Cultura de São Pedro da Aldeia

No dia 08 de setembro, Thiago Marques, Secretário de Cultura de São Pedro da Aldeia, recebeu Rogerio Veiga Júnior, presidente da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e da Editora Mágico de Oz.

Na ocasião, iniciou-se a conversação sobre a Exposição dos Fundadores da ALSPA e os lançamentos Literários ‘Luís Vaz de Camões e Convidados e ‘Uma Carta Para Você’, da Editora Mágico de Oz que realizar-se-á na Casa de Cultura de São Pedro da Aldeia.

Além dos projetos em possíveis parcerias vindouras, a visita abordou o trabalho realizado pela Secretaria de Cultura na restauração da Casa da Flor e o intuito da preservação da identidade e da história da casa..

A ALSPA, na figura de seu presidente, apoia a manutenção e merecida divulgação deste grande patrimônio cultural da Cidade de São Pedro da Aldeia, aproveitando a ocasião da Exposição dos Fundadores da ALSPA para realizar uma Exposição de placas poéticas em homenagem à Casa da Flor e seu construtor, Gabriel Joaquim dos Santos.

Na ocasião, acontecia na Casa de Cultura de São Pedro da Aldeia a exposição do Projeto Bordado Solidário, realizado por Rosângela Guimarães Ribeiro.

CASA DA FLOR

A  Casa da Flor, localizada em São Pedro da Aldeia, na região dos Lagos do estado do Rio de Janeiro, foi idealizada por Gabriel Joaquim dos Santos após um sonho que teve em 1912, e construída utilizando paredes em taipa e esteios em madeira roliça, decorada com mosaicos, esculturas e enfeites criados a partir do lixo e objetos quebrados, levando 62 anos para ser concluída.

Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, a arte da casa  chega a ser comparada com os muros do Park Güell, de Antônio Gaudí, em Barcelona, Espanha. Sua visitação está aberta ao público e é zelada pelo sobrinho de Gabriel, Valdevir Soares dos Santos.

Gabriel Joaquim dos Santos (1892-1986)

Era um homem pobre, filho de uma índia e de um ex-escravo africano, trabalhador das salinas da região, e nunca frequentou a escola. Desde criança tinha inclinação para a arte.

Entre os anos de 1912 e 1985, construiu uma casa que é considerada um símbolo da arquitetura espontânea, a Casa da Flor, na cidade de São Pedro da Aldeia, RJ. Utilizou em sua construção materiais recolhidos no lixo e refugos de construções, que cuidadosamente acrescentava à sua obra espontânea.

Iniciou a construção da casa em 1912, e em 1923, sonhou com a imagem de um enfeite em sua casa. Começou aí uma tarefa que realizaria até morrer: usar o lixo abandonado nas estradas, garimpar cacos de cerâmica, de louça, de vidro, de ladrilhos e de outros objetos considerados imprestáveis para o uso: lâmpadas queimadas, conchas, pedrinhas, correntes, tampas de metal, manilhas, faróis de automóveis… Criava flores, folhas, mosaicos, cachos de uvas, colunas e esculturas fantásticas, que fixava dentro e fora da casa.

Gabriel aprendeu a ler aos 36 anos com um menino, seu vizinho, depois que tomou a iniciativa de pedir-lhe ajuda.

Gabriel pode ser incluído, com sua única e poética obra, entre os artistas/arquitetos como Ferdinand Cheval, na França, Antoni Gaudí, em Barcelona, Antônio Virzi, no Rio de Janeiro, com sua arquitetura orgânica e surreal.