Clayton Alexandre Zocarato: 'Se eu pudesse…'
Se eu pudesse…
Se eu pudesse plenamente…
Esqueceria tudo docemente…
Não igual aos outros…
Mas na minha maneira inocente…
De um adulto…
Que está à procura de algum culto…
Para suas loucuras…
Que deseja ardentemente…
Poder dizer, o que não se pode sentir em seus braços…
Reluzindo por entre pensamentos aquecidos…
Pela recordação do seu corpo pueril…
Que em mim despertou…
Os mais alegres desejos…
Durante os anos seguintes…
Ao nosso último encontro…
Se eu pudesse…
Não escreveria esse texto…
Passaria os mais lindos natais…
Ao seu lado…
Dançando eternamente…
Nossa paixão…
Por entre caminhos sorrateiros da falsidade humana…
Em lembrar do próximo…
Muitas vezes, por um dedilhar…
De amar, somente para não sobrar…
Por entre noites frias da noite mágica cristã…
Meu corpo grita…
Minha alma clama por sua presença…
Que ao me perder…
No suor da minha cama…
Faz-me entrar em um universo…
Onde só, exista nós dois…
Vagando perdidamente…
Por um hiperespaço cheio de esperança…
E ternura…
Se eu pudesse…
Gritaria com toda a força…
Dos meus pulmões…
Por favor…
Não suma!…
Por entre as minhas metafísicas…
Que não conseguem mais…
Trazer o seu físico para perto de mim…
Empalidecendo minha face…
Com um vulto sem brilho…
Mas que se angaria…
Em novos gatilhos…
Que anunciam que sua presença…
Está dentro de mim…
Se eu pudesse…
Te, desprezaria…
Mesmo que isso fosse uma…
Tão somente fagulha…
Do que em algum momento…
Das nossas vidas…
Se, comiserou…
Em construção espiritual…
Realizando o silêncio de uma volúpia…
Que outorgou…
Uma suculenta saudade…
Cheia de crueldade…
Onde não existe nenhuma individualidade…
Se eu pudesse…
Ouviria todos os seus problemas…
Seria para sempre…
Seu amigo…
Seu confidente…
Seu inimigo…
Seu inconfidente…
Mas com certeza…
Para sempre…
Estaria contente ao seu lado…
Entrelaçaria sua mão sobre a minha…
Apresentaria você…
Como amante, namorada…
Deslumbrante em minha morada…
Se eu pudesse…
Ah! Seu eu pudesse…
Beberia o néctar dos seus açucarados beijos…
Acelerando um desejo infinito…
Perante o finito…
De nossa juventude…
Que transcendeu os anos…
Não importa…
Se , posso?…
Ou não posso?…
Tudo, posso…
Ao mesmo tempo…
Em que quero a solidão…
Quero ficar para sempre…
No claustro da sua paixão…
Seu eu pudesse…
Navegaria pelo oásis da sua imaginação…
Rebuscando cada emoção…
Com a rubrica de meu nome…
Que em sua delicadeza de menina…
Floreou em uma mulher forte e frágil…
Se eu pudesse compreender o que vivemos…
Reviver o que não vivemos…
Se eu pudesse…
Nenhum marfim…
Colocaria fim…
No que sobrou de mim…
Depois de sua partida…
Uma ida que deixou marcas…
Atravessando oceanos de lágrimas…
Que são enfurecidas…
A cada nova recordação…
Que se regozijam…
Em um transporte dolorido…
Para lembrança da sua face…
Que está enraizada eternamente…
Em meu consciente demente…
Seu eu pudesse…
Seu pudesse…
Se eu…..
Meu seu “eu”…
Seria para sempre seu…