Patrícia Alvarenga: 'Vamos falar sobre suicídio?'

Patrícia Alvarenga

Vamos falar sobre suicídio?

 

                 Sim, este tema tem que deixar de ser tabu! Porque se trata de saúde mental, em regra. Estamos no mês de setembro. Aqui, no Brasil, a campanha de prevenção e conscientização contra o suicídio iniciou-se no ano de 2015, porque, desde 2003, o dia 10 de setembro é o “Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio”.

Mas por que o amarelo? A origem do “Setembro Amarelo” começou com a história de Mike Emme, nos Estados Unidos. Era um jovem carinhoso e com habilidades mecânicas, que restaurou seu automóvel modelo Mustang e o pintou de amarelo. Todavia, em 1994, com apenas 17 anos, tirou a própria vida. Familiares e amigos ficaram perplexos, pois, infelizmente, não perceberam nenhum sinal de seu sofrimento. Em seu funeral, uma cesta repleta de cartões e fitas amarelas foi depositada, com a mensagem: “Se precisar, peça ajuda”. Daí a fita e a cor adotadas. (Fonte: sítio eletrônico da “gntech-medicina”).

A cada ano, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP e o Conselho Federal de Medicina – CFM, mais de 13 mil suicídios acontecem no Brasil (cerca de 32 por dia) e, no mundo, cerca de um milhão (dado este da Organização Mundial da Saúde – OMS). É uma das vinte principais causas de morte no planeta, em todas as faixas e idade, conforme dados do Ministério da Saúde/Governo Federal.

Devemos ter a consciência de que, geralmente, quem pensa em se matar não quer, de fato, acabar com a vida, mas com a dor, a angústia e o sofrimentos insuportáveis que sente. Cerca de 97% dos casos estão relacionados a transtornos mentais: em primeiro lugar, a depressão. Em segundo, a bipolaridade e, em terceiro lugar, o abuso de substâncias químicas (dados da Organização Setembro Amarelo).

Identificar alguém que precisa de ajuda e corre o risco de suicídio não é tarefa fácil, por isso, devemos estar sempre atentos para as pessoas que sofrem de transtornos psiquiátricos, para aqueles que sofrem de pessimismo, culpa extrema, solidão, impotência, desesperança, desvalor, vergonha extremada, humor instável, doenças físicas crônicas muito dolorosas e/ou limitantes, apatia, irritabilidade, comportamento retraído ou que estão planejando sua despedida. (Fonte: cartilha do CVV-Centro de Valorização da Vida).

Oferecer ajuda é fundamental! Ouça, mas não julgue! Vamos acabar com o mito de que conversar sobre suicídio vai incentivar a pessoa a se matar! Não espere que aquele que tem pensamentos suicidas peça auxílio direto, pois, infelizmente, muitas vezes, ele não o fará. De toda sorte, jamais subestime os gritos e sinais por atenção! Sempre leve muito a sério qualquer indicação!

Todo e qualquer sofrimento tem tratamento! Converse, aconselhe, dê suporte emocional e incentive a pessoa a buscar tratamento com psicólogos e psiquiatras, que são os profissionais habilitados para esse tipo de intervenção.

E lembre-se: o suicídio não tem rosto, idade, sexo, etnia ou classe social!

 

Patrícia Alvarenga

patydany@hotmail.com

 

 

 

 

 

 




Amigos da Confraria Internacional de Literatura e Artes promovem sarau com o tema Setembro Amarelo

O V Sarau promovido pelos Amigos da Confraria Internacional de Literatura e Artes adere à campanha Setembro Amarelo e, por meio da poesia, aborda o problema do suicídio

“Em janeiro João tinha TOC, foi chamado de bobo.
Em fevereiro Paula era bipolar, e a chamaram de doida.
Em março Júlia tinha crises de ansiedade, e diziam para ela se focar no presente.
Em abril Leandra tinha anorexia, e ouvia as pessoas rindo e falando dela.
Em maio Maria teve síndrome do pânico, e disseram que era frescura.
Em junho Pedro teve depressão, e foi chamado de fraco.
Em julho Lucas descobriu a esquizofrenia, e disseram que era invenção da cabeça dele.
Em agosto Daniel teve transtorno da personalidade borderline, e falavam que ele queria chamar atenção.
Em setembro tudo ficou Amarelo, as pessoas começaram a entender todos os problemas e nos estenderam a mão, nos medicaram e postaram textos em suas redes sociais para nos apoiar.
Porém em outubro continuaram a nos chamar de loucos, fracos, e diziam que nos faltava fé. “Sua vida é tão boa!”, “Como pode reclamar?”, eles diziam.
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Em novembro Pedro se matou, “Mas era tão jovem!”, “Era uma boa pessoa”, porém tudo que Pedro queria era que todos os meses fossem amarelos também, que os julgamentos acabassem e que as pessoas realmente entendessem que os problemas psicológicos não são escolha nossa, e que nós precisamos de ajuda não só em setembro, mas em todos os meses. Então a partir de hoje faça o Setembro Amarelo ser presente em todos os dias do ano, pois agora mesmo você pode estar ao lado de um Pedro e não sabe.”

(Texto: @diariodeansidade1. http://escolanatasha.com.br/?p=2072 >. Acesso em: 25 set. 2020)

Nas últimas décadas, observa-se o crescimento ininterrupto dos casos de suicídio no Brasil. Os números são especialmente preocupantes entre jovens. Em um período de 28 anos, houve um aumento de 30% nos casos de suicídio, taxa maior do que a média das outras faixas etárias. A taxa cresce por uma conjunção de fatores. “A sociedade está cada vez menos solidária, o jovem não tem mais uma rede de apoio. Além disso, é desiludido em relação aos ideais que outras gerações tiveram”, afirma Neury Botega, psiquiatra da UNICAMP.

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está em oitavo dentre os países com maior número de suicídios, atrás de Índia, China, Estados Unidos, Rússia, Japão, Coreia do Sul e Paquistão. Em 2013, contabilizou 11.821 suicídios (9.198 do sexo masculino e 2.623 do sexo feminino).

Diante de um quadro de tamanha envergadura, os Amigos da Confraria Internacional de Literatura e Artes, comunidade com página no Facebook (https://www.facebook.com/groups/182267556507554/permalink/378497303551244/), estão promovendo o V Sarau: Setembro Amarelo.

O sarau será realizado amanhã (26), das 16h às 22h, e os poetas poderão postar até dois poemas no link https://m.facebook.com/groups/182267556507554?view=permalink&id=378497303551244

 

 

 




Antônio Fernandes do Rêgo: 'Setembro Amarelo'

Antônio Fernandes do Rêgo

Setembro Amarelo

Num dia triste, eu perguntei ao cuco:

‘Quantos outros ainda assim vou viver eu?’

Na porta de seu ninho então batuco

Por tanto tempo, até que me atendeu:

 

— Olhe o sol que na relva se reluz,

Olhe o azul do céu, não retruque!

A acácia ao vento em beleza se traduz,

Isto é lindo, então não se machuque.

 

Disse Jesus: ”Olhai no campo os lírios!

Olhai para cima, olhai no céu as aves!

Não há nenhum porquê pra os vãos delírios,

Deus deu a pluma aos seus voos tão suaves.”

 

Eu me lembrei de olhar melhor os céus,

De me encantar com o voo das andorinhas

Que contornam na tarde os coruchéus,

Em vez de debruçar-me em ânsias minhas.

 

Agora teço a vida nas quimeras,

Só não sonha árvore morta de sede;

É melhor sonhar com as primaveras

Que ser um quadro triste na parede.

 

Havia um rapaz lá no Colorado,

Que viveu na década de noventa,

Era um jovem por todos admirado,

E se foi num setembro, se comenta;

 

Se o conhecesse o diria: ‘não vai! Que

Queira a vida, e seu Mustang amarelo,

Há algo de bom, e tu és tão jovem, Mike!

Por que?! Apesar de tudo o mundo é belo!’

 

E agora há um setembro amarelo,

Se precisar, pois, peça sempre ajuda,

Não esqueça que há na vida algo belo,

E nela há sempre alguém que lhe acuda,

Se acaso passe por algum flagelo.

 

Hoje eu estou aqui para dizer

Que você nunca esqueça, por favor,

Depois da noite há um novo amanhecer

Que vem pela mão de um Salvador.

 

Lembra o que a graça d’Ele nos fizera?

O sol para guiar os girassóis,

Os abrolhos para apegar-se as heras,

E o sonhador pra mirar os arrebóis.

 

Então se apegue a vida tão garrida,

Aflições e refregas, quem são elas?!

Pois, cante e não se importe, viva a vida!

Para expulsar a todas as querelas.

 

Antônio Fernandes do Rêgo

  aferego@yahoo.com.br

 

 

 

 

 




Setembro Amarelo: “Em meio a pandemia, nunca esta campanha de prevenção ao suicídio se tornou tão necessária,” diz profissional da saúde

O Jornal Cultural ROL apoia esta campanha!

O neurocientista e psicanalista Fabiano de Abreu dá dicas para pacientes com depressão

Fabiano de Abreu

Estamos no ‘Setembro Amarelo’, e nunca na história este tema se tornou tão relevante como no momento de pandemia que vivemos. A campanha iniciada em 2015 no Brasil escolheu o mês de setembro para que possamos nos conscientizar e ajudar contribuindo com a prevenção, assim é possível evitar que a depressão leve ao suicídio.

Após relatos de suicídios relacionado com o coronavírus e o confinamento a ele associada, o neurocientista, psicanalista, membro da Mensa e especialista em estudos da mente humana, Fabiano de Abreu, foi contactado. Após ter confirmado que o número de casos de depressão se acentuou com esta crise psicológica da pandemia, o pesquisador logo concentrou-se em pesquisas e análises para avaliar o que ele já previa ocorrer.

“Eu já temia a possibilidade de que pessoas com depressão e/ou ansiedade potencializada, no confinamento, sendo bombardeadas com notícias ruins e a má utilização da ansiedade, poderiam piorar o quadro depressivo ou chegar nele; e ter um aumento no número de suicídios. Tomando ciência do ocorrido, reuni o meu grupo de pesquisa para tentarmos contribuir de alguma maneira para que isso não eleve mais ainda o número de mortos por causa do coronavírus, seja diretamente ou indiretamente.

Pessoas com uma ansiedade potencializada e contínua podem entrar em depressão, e pessoas em depressão têm maior risco de suicídio. O risco é maior na vigência da doença e de comorbidades. Estamos imersos num cenário de incertezas e elas geram medos e angústias. É importante cuidar do equilíbrio emocional a fim de evitar ações definitivas para problemas transitórios. O suicídio não é solução; e sim mais um problema de saúde pública a ser tratado.”

Fabiano encontra dificuldades em aprofundar a sua pesquisa no Brasil devido a burocracia para fazer pesquisas no país, mas como vive também em Portugal, aproveitou a maior facilidade em pesquisas na Europa para chegar às suas conclusões.

Sou registrado na ‘Plataforma Brasil’ onde preciso protocolar uma simples pesquisa e o procedimento é lento e burocrático e eu tenho pressa já que cada dia perdido podem significar vidas perdidas por falta de auxílio. Em Portugal, profissionais da saúde podem fazer pesquisas de forma independente assinando embaixo a responsabilidade. Minha pesquisa foi baseada em entrevistas com psicólogos membros do meu centro de pesquisas, também com base no Instituto Gaio, membro da Unesco onde fiz o meu mestrado em psicanálise e atendo pacientes sem condições financeiras de pagar tratamento, e com base na pesquisa que fiz em Portugal com portugueses e brasileiros que vivem no país. “

“Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor o prognóstico”, diz o psicanalista.

Seguem as dicas do profissional para observar o caso mais próximo e tentar ajudar

Em momento de reclusão e isolamento social, por conta do cenário mundial – Pandemia de Coronavírus – se você é portador da doença “Depressão”, observe algumas questões “preventivas” bastante pertinentes:

  1. Mantenha o seu tratamento psicoterápico via on-line, a grande maioria dos profissionais estão a trabalhar nessa modalidade.
  2. Se faz uso de medicação, siga corretamente a prescrição médica. Não aumente a dosagem, nem faça desmame por conta própria.
  3. Se a sua medicação está a findar, entre em contato com o seu Psiquiatra, todos estão a trabalhar sob novos protocolos.
  4. Mantenha-se informado somente por vias sérias e éticas de notícias. Evite “Fake News”.
  5. Trabalhe a sua respiração através da meditação. A respiração consciente e ritmada, mantém a homeostase do corpo.
  6. Durma bem, o sono fisiológico possibilita uma “psicoprofilaxia”, filtragem e limpeza de metabólitos cerebrais.
  7. Mantenha uma alimentação equilibrada. Alimentos funcionais, menos processados e coloridos. “Descasque mais e desembrulhe menos”
  8. Beba água, mantenha-se hidratado para o melhor funcionamento de todo o sistema de filtragem e eliminação, mantendo o organismo em bom funcionamento.
  9. Use a criatividade e o espaço possível para uma atividade física que goste.
  10. Evite excesso de álcool, evite drogas. Mantenha-se lúcido.
  11. Mantenha a rotina, isso faz com que você continue orientado no tempo.
  12. Desenvolva um plano, e faça um planejamento para realizar uma “comemoração” quando tudo isso passar.
  13. Traga para sua mente bons pensamentos e boas emoções. O que nós pensamos nós sentimos.
  14. Pense coisas boas!
  15. Sinta-se pertencendo a um grupo, o sentimento de pertença traz-nos importância.
  16. Faça chamadas de vídeo ou mesmo videoconferência para reunir os amigos.
  17. Não falta tempo, por isso organize a casa, os armários, leia os livros que guardou na estante, assista aos filmes e as séries que queria e não tinha “tempo”.
  18. Descubra um talento oculto, e trabalhe-o como uma TO – Terapia Ocupacional: Escrever, desenhar, pintar, esculpir, cozinhar, bordar…

Para casos mais graves em que tenha ocorrido uma tentativa ou pensamentos de suicídio, trabalhe na “redução de danos”, seguindo orientações básicas:

  1. Seja presente de forma integral na vida do sujeito portador do transtorno – depressão.
  2. Aproxime-se de pessoas que estão em sofrimento emocional/psicológico.
  3. Ofereça conversa com escuta de qualidade.
  4. Conduza a conversa até perceber que a pessoa está segura e confiando em si.
  5. Pergunte abertamente se ela já pensou na própria morte.
  6. Com o terreno preparado, pergunte se ela já pensou em tirar a própria vida.
  7. Pergunte que método ela escolheria e por que seria assim?
  8. Deixe-a falar, chorar, contar todo o seu plano.
  9. Após tomar conhecimento da idealização e do planeamento, mostra-se solidário.
  10. Compreenda “sem julgar”, a partir daí ofereça um “pacto ou um contrato de preservação” à vida.
  11. O desafio e a confissão trazem alívio. Deixando a pessoa com o recurso de procurar ajuda naquele confidente ou num grupo de ajuda.
  12. Quando nos esvaziamos desse sentimento de angústia e desesperança, começamos a valorizar a vida.
  13. Ter alguém que guarda o nosso segredo conecta-nos a um outro ser. Esse sentimento de confiança forma um elo e traz motivação para superar o momento.
  14. Ter ciência do plano e do planeamento para a execução, podendo tirar da pessoa a ferramenta que ela utilizaria.
  15. Recolha a medicação, retire o que puder ser feito de corda, lâminas cortantes, e não deixe a pessoa sozinha.
  16. A presença traz a companhia e inibe a tentativa de atentar contra a própria vida.

Fabiano de Abreu – Neurofilósofo – neurocientista, neuropsicólogo, neuropsicanalista, neuroplasticista, psicanalista, psicopedagogo, jornalista, filósofo, nutricionista clínico, poeta e empresário.

Registro e currículo como pesquisador: http://lattes.cnpq.br/1428461891222558

Créditos de: Divulgação / MF Press Global

Para entrevistas e dúvidas eu respondo no whatsapp +351 939 895 966 / +55 21 999 989 695

Estamos no ‘Setembro Amarelo’, e nunca na história este tema se tornou tão relevante como no momento de pandemia que vivemos. A campanha iniciada em 2015 no Brasil escolheu o mês de setembro para que possamos nos conscientizar e ajudar contribuindo com a prevenção, assim é possível evitar que a depressão leve ao suicídio.

Após relatos de suicídios relacionado com o coronavírus e o confinamento a ele associada, o neurocientista, psicanalista, membro da Mensa e especialista em estudos da mente humana, Fabiano de Abreu, foi contactado. Após ter confirmado que o número de casos de depressão se acentuou com esta crise psicológica da pandemia, o pesquisador logo concentrou-se em pesquisas e análises para avaliar o que ele já previa ocorrer.

“Eu já temia a possibilidade de que pessoas com depressão e/ou ansiedade potencializada, no confinamento, sendo bombardeadas com notícias ruins e a má utilização da ansiedade, poderiam piorar o quadro depressivo ou chegar nele; e ter um aumento no número de suicídios. Tomando ciência do ocorrido, reuni o meu grupo de pesquisa para tentarmos contribuir de alguma maneira para que isso não eleve mais ainda o número de mortos por causa do coronavírus, seja diretamente ou indiretamente.

Pessoas com uma ansiedade potencializada e contínua podem entrar em depressão, e pessoas em depressão têm maior risco de suicídio. O risco é maior na vigência da doença e de comorbidades. Estamos imersos num cenário de incertezas e elas geram medos e angústias. É importante cuidar do equilíbrio emocional a fim de evitar ações definitivas para problemas transitórios. O suicídio não é solução; e sim mais um problema de saúde pública a ser tratado.”

Fabiano encontra dificuldades em aprofundar a sua pesquisa no Brasil devido a burocracia para fazer pesquisas no país, mas como vive também em Portugal, aproveitou a maior facilidade em pesquisas na Europa para chegar às suas conclusões.

Sou registrado na ‘Plataforma Brasil’ onde preciso protocolar uma simples pesquisa e o procedimento é lento e burocrático e eu tenho pressa já que cada dia perdido podem significar vidas perdidas por falta de auxílio. Em Portugal, profissionais da saúde podem fazer pesquisas de forma independente assinando embaixo a responsabilidade. Minha pesquisa foi baseada em entrevistas com psicólogos membros do meu centro de pesquisas, também com base no Instituto Gaio, membro da Unesco onde fiz o meu mestrado em psicanálise e atendo pacientes sem condições financeiras de pagar tratamento, e com base na pesquisa que fiz em Portugal com portugueses e brasileiros que vivem no país. “

“Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor o prognóstico”, diz o psicanalista.

Seguem as dicas do profissional para observar o caso mais próximo e tentar ajudar

Em momento de reclusão e isolamento social, por conta do cenário mundial – Pandemia de Coronavírus – se você é portador da doença “Depressão”, observe algumas questões “preventivas” bastante pertinentes:

  1. Mantenha o seu tratamento psicoterápico via on-line, a grande maioria dos profissionais estão a trabalhar nessa modalidade.
  2. Se faz uso de medicação, siga corretamente a prescrição médica. Não aumente a dosagem, nem faça desmame por conta própria.
  3. Se a sua medicação está a findar, entre em contato com o seu Psiquiatra, todos estão a trabalhar sob novos protocolos.
  4. Mantenha-se informado somente por vias sérias e éticas de notícias. Evite “Fake News”.
  5. Trabalhe a sua respiração através da meditação. A respiração consciente e ritmada, mantém a homeostase do corpo.
  6. Durma bem, o sono fisiológico possibilita uma “psicoprofilaxia”, filtragem e limpeza de metabólitos cerebrais.
  7. Mantenha uma alimentação equilibrada. Alimentos funcionais, menos processados e coloridos. “Descasque mais e desembrulhe menos”
  8. Beba água, mantenha-se hidratado para o melhor funcionamento de todo o sistema de filtragem e eliminação, mantendo o organismo em bom funcionamento.
  9. Use a criatividade e o espaço possível para uma atividade física que goste.
  10. Evite excesso de álcool, evite drogas. Mantenha-se lúcido.
  11. Mantenha a rotina, isso faz com que você continue orientado no tempo.
  12. Desenvolva um plano, e faça um planejamento para realizar uma “comemoração” quando tudo isso passar.
  13. Traga para sua mente bons pensamentos e boas emoções. O que nós pensamos nós sentimos.
  14. Pense coisas boas!
  15. Sinta-se pertencendo a um grupo, o sentimento de pertença traz-nos importância.
  16. Faça chamadas de vídeo ou mesmo videoconferência para reunir os amigos.
  17. Não falta tempo, por isso organize a casa, os armários, leia os livros que guardou na estante, assista aos filmes e as séries que queria e não tinha “tempo”.
  18. Descubra um talento oculto, e trabalhe-o como uma TO – Terapia Ocupacional: Escrever, desenhar, pintar, esculpir, cozinhar, bordar…

Para casos mais graves em que tenha ocorrido uma tentativa ou pensamentos de suicídio, trabalhe na “redução de danos”, seguindo orientações básicas:

  1. Seja presente de forma integral na vida do sujeito portador do transtorno – depressão.
  2. Aproxime-se de pessoas que estão em sofrimento emocional/psicológico.
  3. Ofereça conversa com escuta de qualidade.
  4. Conduza a conversa até perceber que a pessoa está segura e confiando em si.
  5. Pergunte abertamente se ela já pensou na própria morte.
  6. Com o terreno preparado, pergunte se ela já pensou em tirar a própria vida.
  7. Pergunte que método ela escolheria e por que seria assim?
  8. Deixe-a falar, chorar, contar todo o seu plano.
  9. Após tomar conhecimento da idealização e do planeamento, mostra-se solidário.
  10. Compreenda “sem julgar”, a partir daí ofereça um “pacto ou um contrato de preservação” à vida.
  11. O desafio e a confissão trazem alívio. Deixando a pessoa com o recurso de procurar ajuda naquele confidente ou num grupo de ajuda.
  12. Quando nos esvaziamos desse sentimento de angústia e desesperança, começamos a valorizar a vida.
  13. Ter alguém que guarda o nosso segredo conecta-nos a um outro ser. Esse sentimento de confiança forma um elo e traz motivação para superar o momento.
  14. Ter ciência do plano e do planeamento para a execução, podendo tirar da pessoa a ferramenta que ela utilizaria.
  15. Recolha a medicação, retire o que puder ser feito de corda, lâminas cortantes, e não deixe a pessoa sozinha.
  16. A presença traz a companhia e inibe a tentativa de atentar contra a própria vida.

Fabiano de Abreu – Neurofilósofo – neurocientista, neuropsicólogo, neuropsicanalista, neuroplasticista, psicanalista, psicopedagogo, jornalista, filósofo, nutricionista clínico, poeta e empresário.

Registro e currículo como pesquisador: http://lattes.cnpq.br/1428461891222558

Créditos de: Divulgação / MF Press Global

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