Sonyah Moreira: 'Religião'

Sonia MoreiraSônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com – ‘Religião’

Antes de prosseguir vou esclarecer que respeito todas as religiões ou seitas, no meu humilde entendimento todas levam a um único caminho, seja qual for o nome que queira dar ao divino de sua doutrina.

Especificamente no dicionário Aurélio você irá encontrar as seguintes definições para religião: culto á divindade, doutrina, sagrado, respeito, reverência e escrúpulo.

No popularesco sempre dizemos não discutir sobre religião, sim, não vamos discutir nem doutrinas e muito menos dogmas de qualquer uma delas.

Na verdade me chama atenção o uso inapropriado das crenças que usa o nome de Deus em vão, como se ele tivesse passado uma procuração assinada em cartório por autenticidade (de corpo presente), para falarem em seu nome, ditar regras e até considerar-se amigo intimo, e sentar-se a direita de seu trono.

Que religião é essa que discrimina as pessoas, por suas escolhas, por suas contas bancárias?Que religião é essa que mata em nome de Deus?Invadem países e escravizam pessoas?

Que religião é essa que usa doações de seus fieis para que seus fundadores vivam como faraós egípcios em palácios suntuosos adornados por ouro?

Levar a palavra de Deus, profetizar, evangelizar, tudo isso é louvável sem dúvida, porém, precisa ter escrúpulos, coisa rara em tempos atuais. Exigir de seus seguidores somas vultosas, usando a desculpa que quanto maior a contribuição numerária, maior serão as bênçãos!

Se buscarmos em textos bíblicos, porém, deixando a história de lado e analisando teologicamente, as profecias estão se cumprindo, a cada esquina uma nova religião é fundada, diariamente surgem pastores de ovelhas desgarradas, dizendo-se procuradores com amplos poderes divinos.

Com tudo isso se esqueceu os principais ensinamentos, amar o seu próximo, aceitar o seu semelhante do jeito que ele é não sentir-se superior a ninguém, e por ai vai, fazer o bem sem olhar a quem.

Você encontrará o seu Deus no intimo, que é o seu templo sagrado o coração. Perceba que ele não está perdido, então não precisa ser encontrado, o perdido da história somos nós. Como seres gregários que somos, temos a necessidade da convivência em comunidade, tribo, etc.

Procure em sua religião a essência da fé, em todas elas você encontrará, e jamais imagine que a sua é a perfeita, ela está nesse plano, e é feita por humanos imperfeitos, portanto, não será a melhor, ou a mais correta, digamos que você se adaptou bem, e ela te faz aprimorar sua fé.

Independentemente de sua religião, como disse uma pessoa admirada no mundo inteiro, inclusive por diversas denominações religiosas, e que com muito respeito transcrevo suas palavras.

“O bem que você faz hoje, pode ser esquecido amanhã.

Faça-o assim mesmo. Veja que, ao final das contas, é tudo entre você e Deus!

“Nunca foi entre você e os outros”

Madre Teresa de Calcutá

 

 

Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com

 

 




Sonia Moreira: 'Vamos compartilhar…?'

foto-1001-001Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com – ‘Vamos compartilhar…?’

Penso as vezes que estamos ultrapassando a barreira total dos absurdos, as coisas estão sem controle, nada do que estávamos acostumados. Tenho quase certeza que ao ler essa crônica você se identificará com ela, e que em algum momento da vida passou por isso.

Tudo mudou de uma maneira que nos assusta, sabe é aquela onda “Assim ta na moda”! Ou com isso as pessoas pensam que vão ter mais amigos.

Tudo bem que temos que mudar, nos modernizar, porém, tem coisas que não cabem muitas mudanças, penso que estou fora da casinha.

Veja um exemplo, hoje quando alguém resolve casar, param a vida por um ano, e detalhe compartilha o problema “casamento” com todos a sua volta.  Convidam você e mais a torcida do Palmeiras pra apadrinhar o casamento, você nem se quer poderá escolher a cor do vestido, ou do terno, ah!  O cabeleireiro, o maquiador tudo escolhido pela noiva, obvio que a conta será sua, porém, a escolha é da noiva.

Alguns resolvem se casar do outro lado do mundo pode fazer as contas acomodação, viagem, tudo fica fora do eixo, e fora do orçamento na maioria das vezes. Os preparativos vão desde despedida de solteiro (a), a chá de lingerie, etc. Absolutamente nada contra o matrimônio, alias precisamos ressaltar a importância da constituição da família. O fato é que desgraçadamente algumas uniões duram menos tempo que levou para os preparativos, esqueceram que o matrimônio é um sacramento e não só uma pompa. A moda é compartilhar, ou seja, os meus, os seus, os nossos.

Depois disso tudo logo virá os rebentos, ai começa outra maratona, tiram retrato do nenê já no ventre materno, é o chamado ultrassonografia 4D, coisa moderna, querem saber além do sexo da criança, a cor dos olhos, o formato do rosto, e por aí vai, o chá de bebê, que antes era coisa pra família se preparar pra receber um novo membro,  ou trocar experiências com as outras  mães, torna-se um evento grandioso com direito a escolha dos presentes e de preferência  com  grifes.

É vamos compartilhar! Hoje tudo virá problema de todo mundo, no meu entender compartilhar, seria dividir, associar, partilhar, vendo por esse ângulo é uma coisa boa, mas falamos de compartilhamento de escolhas pessoais, incluírem a parentada pra resolver as pipas do dia a dia, chega a ser hilário, pra não dizer trágico.

Gente se ficarmos falando das modernidades chatas a coisa vai longe, digamos que precisamos e devemos viver em comunidade, em família. Vamos compartilhar necessidades, ajuda isso sim faz a diferença na vida de todos.

Compartilhar o que é mais precioso para cada um de nós, o amor, respeito, amizade, ou uma roupa em bom estado, sapatos, móveis, isso sempre deve ser compartilhado.

Quando convidar alguém para apadrinhar que seja por carinho, consideração, pois em tempos passados, padrinhos e madrinhas eram figuras importantíssimas, escolhidos a dedo, e para compartilhar de sua amizade para a vida inteira, não somente para mera decoração de altar

  1. Escrevi essa crônica a pedido de uma amiga, que passou por todas essas agruras em um megaevento, que se tornaram os sacramentos, nascimentos, batismo, etc.

Vamos compartilhar? Amizade, respeito, amor, carinho, e amigos para sempre!

Dizem que sou louca… Por eu ser assim. Mas louco é quem me diz… (Balada do louco – Rita Lee).

 

Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com

 

 

 

 

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Sonia Moreira: 'Breve jornada'

Sonia Moreira Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com – ‘Breve jornada!’

O ano não importa, pra ser mais exato é irrelevante, o início da jornada é cheia de surpresas, somos surpreendidos por uma luz muito forte, afinal é a primeira vez que enxergamos o mundo.

Não conhecemos o nosso destino, qual caminho irá seguir, o mais intrigante é não saber quanto tempo essa jornada vai durar.

Passamos parte da jornada sem muito que pensar, sem imaginar que podemos retroceder ou avançar, sem compromisso, os dias sãos preenchidos por brincadeiras e risos, ao menor sinal de incomodo alguém nos socorre prontamente, satisfazendo nossas necessidades mínimas para a continuação de nossa viagem.

O tempo passa já com nossos anseios satisfeitos por nós mesmos, só que no decorrer da jornada vamos mudando, não nos contentamos com qualquer coisa, ficamos exigentes, parece que um novo ser surgi de nosso interior, mas complicado, menos compreensivo.

Pela lógica e o tempo que passou, digamos que estamos no meio de nossa jornada, e no auge de nossa força física, agora podemos dizer que somos senhor de si, imaginamos ter um poder inabalável, podemos tudo.

Porém, como toda jornada, essa tem um início, meio e com certeza terá um fim, não sabemos quando, nem onde e quiçá por que terá um fim, tudo é muito vago, engraçado que com o passar dos anos, começamos a querer entender o objetivo da jornada.

Nossos desejos ficam pelo caminho, começamos a ter uma percepção que nada faz sentido, que algo é eminente, mas o quê? Começamos a perceber que as necessidades que tínhamos satisfeitas tão prontamente, agora não há quem faça isso com a mesma rapidez e desprendimento e sem nenhum ônus.

Que estupidez a minha, eu poderia ter aproveitado mais essa viagem, puxa e não consigo voltar atrás, desperdicei tempo com coisas bobas, desviei o caminho inúmeras vezes. Agora sinto que minha jornada está chegando ao fim!

Começo a ter visões do passado, lembranças boas e na maioria ruins, que estúpido!

Começo a lembrar de muitos companheiros de jornada, a viagem deles terminou mais cedo, o destino os levou rápido demais. Poderíamos ter aproveitado mais nosso trajeto juntos, agora é tarde, não conheço o destino deles nem o meu.

Que breve jornada, passou muito rápido, não percebi, estava tão ocupado em satisfazer meus desejos, que deixei de lado o que me era mais caro, amigos, sorrir mais, perdi tempo, e não consigo nem por um minuto voltar atrás.

Penso nas teorias que li ao longo da vida, poderia ter levado a sério, que não éramos eternos, que a vida é uma só, ou que somos imortais no tocante de nossa centelha divina, agora é tarde.

Que breve jornada a nossa, mesmo que vivamos um século, que breve jornada, e por mais poderoso que possamos nos tornar ao longo da vida, chegará uma hora que teremos que chegar ao nosso destino.

Pense um pouco, de repente você esteja no meio de sua viagem teoricamente falando, pois não sabemos ao certo quando terminaremos, essa incerteza é um presente para que usemos o tempo com sabedoria, terminar o dia com a certeza de não saber se haverá amanhã.

Comece hoje a pensar que sua jornada é de sua inteira responsabilidade, porém, o seu termino, está nas mãos de um arquiteto, e ele por sua imensa sabedoria não nos informa até quando e onde poderemos chegar.

Faça do hoje seu último dia, diga que ama como se fosse à última vez, deixe de lado o que pesa demais na bagagem, siga pela jornada leve, largue pelo caminho o que não te faz bem.

 

Que breve jornada a nossa! Que breve jornada da humanidade.

Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com




Sônyah Moreira: 'Qual o valor $ do cala boca?'

Sonia Moreira
Sonia Moreira

Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com – Qual o valor $ do cala boca?

Pra começar a descrever em palavras minha indignação, vou recorrer a um provérbio japonês do século XVII, denominada os Três macacos sábios, esta figura ilustra a entrada do estábulo sagrado, no Templo Toshogu na cidade Nikko no Japão.

Seus nomes são: Mizaru (o que cobre os olhos), Kikasaru (o que cobre os ouvidos), e por fim Iwazaru (o que tapa a boca), a tradução é: Não olhe o mal, não ouça o mal e não fale o mal. Depois de séculos na história, voltemos para nosso presente e de forma inversa vamos fazer essa analogia.

Tapar os olhos, para as lagrimas de uma família no velório de um ente querido, morto por negligencia médica, ou imperícia de um policial.

Tapar os ouvidos para o descaso em todos os níveis da sociedade, não ouvir o choro de uma criança com fome, ou o choro de uma mãe com a perda de um filho pelas mãos inescrupulosas de um criminoso.

Tapar a boca, ao se calar diante de injustiças, ao omitir-se da verdade, condenando um inocente.

Nisso tudo voltamos ao título: qual o valor do cala boca…?  Ouvidos mocos… Do cego que não quer enxergar? Que forma aritmética pode ser usada para conseguir mensurar o custo de uma vida? A perda da dignidade ou a falta de liberdade?

Por mais que eu goste de números não consegui chegar ao denominador comum, precisamos dos graduados em jeitinho, em conchavo, ou em lobby, uma palavra em voga atualmente, para conseguir chegar a essa fórmula mágica.

Quem sabe essa fórmula da média ponderada possa nos ajudar no cálculo?Bom! Deixemos isso para os catedráticos da matemática de varinha de condão.

Diariamente lemos notícias de processos bilionários para reparar-se algum dano, seja moral, material ou emocional, como se uma vida houvesse algum número físico que pudesse indenizar sua perda, ou a dor e a vergonha tenha uma etiqueta de preço.

A dignidade é reparada com somas vultosas, as ofensas morais, os assédios sexuais, as vidas perdidas, tudo hoje é mensurado monetariamente, e aí os senhores PHDs conseguem como se fossem mágicos mensurar o valor do cala boca, dos ouvidos mocos, ou da vista grossa.

O dinheiro não pode comprar tudo, dizer que ser indenizado pelo Estado poderá amenizar a dor é absurdo, mesmo por que o Estado somos nós, os mesmo injustiçados, a conta será paga em valores que sairá de nossos bolsos rasgados pela canalhice.

Até quando vamos nos calar, ao ouvir um gemido de dor, ou fechar os olhos para o flagelo em portas de hospitais superlotados que falta dinheiro até para esparadrapo?Até quando fecharemos os olhos para sentenças estudadas minuciosamente para prejudicar inocentes?

O Estado é formado pelo povo amordaçado pelas leis votadas na calada da noite e usando a figura mítica da justiça que é cega, ou deveria ser para não se subjugar pelo poder de fogo do dinheiro, a lei deveria ser igualitária.

Gostaria de ao invés de Três macacos sábios (as avessas, claro), mencionar uma magnífica frase da lendária fábula Os três mosqueteiros, do romancista francês, (Alexandre Dumas 1802 -1870) “Um por todos e todos por um”.Lutar juntos contra as injustiças, sofrer  com as dores de um semelhante, usar o mesmo lenço para enxugar as lágrimas de uma mãe.

Infelizmente na atual conjuntura o que mais se encaixa no cenário dantesco que se tornou o mundo é. Cada um por si e Deus pra todos! (Provérbio português).

Volto a perguntar? Qual o valor do cala boca?  Vai depender de quantos dígitos terá o cheque! Qual sua preferência, Dólares ou Euros, etc.?

Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com




Sônyah Moreira: 'Daqui não saio, daqui ninguém me tira!'

Sonia Moreira
Sonia Moreira

Daqui não saio, daqui ninguém me tira!

Como nossa republica é descrita como sendo o país do carnaval, nada melhor para representar essa analogia que uma marchinha “daqui não saio, daqui ninguém me tira” (1949 – Paquito e Romeu Gentil) Os autores com certeza não imaginarão que o título de uma canção inocente seria tão usado no futuro.

Nosso nobre presidente do senado diz que não sairá da cadeira, como se fosse um ser supremo, acima do bem e do mal. A que ponto chegou nossa república? Um cidadão comum não pode descumprir um mandato, ou deixar de receber uma intimação, mas um senador da república, eleito pelo povo paupérrimo de seu pobre estado, ele sim acha que pode.

Parece que em nosso continente existe uma maldição: os governantes e políticos querem se eternizar no poder. Lá na terra dos hermanos a antiga presidente se recusou a entregar a faixa presidencial ao novo eleito, dizendo “se não puder permanecer no poder, não entrego a faixa!”. Pode isso?

Meses atrás ouvimos “daqui não saio, daqui ninguém me tira” também de nossa antiga presidenta. Ora vejam! Isso é nos igualar a países que tem ditadura em lugar de democracia e não queremos retroceder no tempo com certeza.

Os políticos estão realmente saindo do controle, querem voltar aos tempos da brilhantina, usurpam a sociedade em sua dignidade. Até quando iremos conviver com esse cenário grotesco de democracia?

Podemos mudar? Claro que sim! A união de um povo inteiro pode mudar a história. ”A plebe apenas pode fazer tumultos. Para fazer uma revolução, é preciso o povo queira” (Vitor Hugo 1802- 1885).

Assim como Oscar Wilde (1854-1900) um escritor Irlandês disse que: “O descontentamento é o primeiro passo na evolução do homem ou de uma nação” Passemos rapidamente para o segundo passo, a evolução, pois descontentamento já chegou ao limite.

Ah! O nobre senador: não é que ele conseguiu ficar?! Nem a alta corte pode com ele.

Que poder!

 

Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com




Sonia Moreira: 'Certeza de impunidade!'

Sonia Moreira
Sonia Moreira

Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com – ‘Certeza da impunidade!’

 

O que leva um ser humano a reincidir no erro?Alguns dirão ser genético, outro que é um produto do meio em que vive, também podemos dizer ser oportunista, sim, ao ver a facilidade não conseguem se controlar.

O que me refiro são os políticos atuais de nossa república, é tão fácil burlar as leis para esses senhores feudais modernos, seus asseclas, seguidores fiéis, encontram tangentes em cada crime cometido, os doutores em data vênias, conseguem explicar o inexplicável.

A plebe ultimamente tende a se unir para um levante popularesco, aliado a falta de conhecimento prévio das pautas bombas com cronômetros ajustados aos interesses escusos da malandragem, seguem com discursos fanáticos.

Volto a perguntar o que leva um ser humano, agora filtrando e separando o joio do trigo, o que leva um político a reincidir nos crimes por anos seguidos? Resposta: Certeza da impunidade, nada vai acontecer, continuarão com seus privilégios, e os valores surrupiados do povo, já foram doados a amigos laranja, que vendem o nome por quantias vultosas, não só os nomes vendem a liberdade, há quem dirá que substitui com muito grado o padrinho político na cadeia, e sem querer as benesses das supostas delações premiadas.

A certeza da impunidade leva o cidadão comum, a acreditar que tudo pode, o exemplo podre de nossa política contamina a sociedade, há em empresas tipos como esses, roubam, enganam, mentem descaradamente e saem ilesos, assim como na política.

O problema de todo esse cenário macabro, está lá atrás, há mais de 500 anos, começou errado, tudo era feito em torno da casa grande, todos eram das senzalas que com o suor do rosto propiciavam o luxo dos barões e nobres apadrinhados pelo império emprestado da Europa.

Hoje os caciques, presidentes de senado, câmara de deputados, desfrutam de um luxo absurdo, desde caviares a aviões do exército, usam simplesmente como taxi, e o querosene é pago pela plebe, benefícios concedidos por força da caneta de uma constituição tupiniquim, feita exclusivamente para privilegiar somente quem tem a conta corrente em paraísos fiscais.

O mais engraçado é usarem literalmente o ditado popular que diz: “Pimenta nos olhos dos outros é refresco” Ao serem pinçados pelo braço da lei, correm a defender o seu “Olho”. A procura pelas saídas magistrais se assemelha a corrida de “Formula um” Tamanho a velocidade com que se encontram as falhas na interpretação de nossas leis tupiniquins.

Certeza da impunidade! Talvez somente nesse plano físico, quero acreditar que exista algo, ou algum lugar que esses senhores serão tratados como seres humanos iguais, não haverá carteiradas, seus sobrenomes herdados não farão diferença, os discursos inflamados de pastores, crentes no criador, data vênia não lhes servirá de nada, usam a religião cristã, e esquece o maior ensinamento de seu fundador, Amor ao próximo!

Certeza de impunidade? Ou a quase certeza que temos somente essa vida pra viver?

L’impunité pour assurer!

 

Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com




Sonia Moreira: 'Síndrome do eu que mando'

Sonia Moreira
Sonia Moreira

Sônyah Moreira          sonyah.moreira@gmail.com – ‘Síndrome do eu que mando’

 

Se você observar o universo e suas diversas galáxias, verá que a terra é apenas um pontinho minúsculo no espaço, imagine então, tentar encontrar alguém nessa imensidão. Pois é, mas parece que a maioria das pessoas não percebeu isso, ouvimos quase que diariamente essa frase “Sabe com quem você está falando”, “Aqui quem manda, sou eu”

Você já observou a necessidade de algumas pessoas em demonstrar poder? Mostrar que manda. Essa maneira de mandar pode se chamar de “Síndrome de pequeno poder”, segundo a Psicologia, é uma atitude de autoritarismo por parte de um indivíduo que, ao receber um poder, usa de forma absoluta e imperativa sem se preocupar com os problemas periféricos que possam vir a ocasionar.

Segundo Heleieth Saffioti, (1934-2010) Prêmio Nobel de (1995) é um problema social e não individual característica da nossa sociedade. Ela surge quando aqueles que não se contentam com sua pequena parcela de poder exorbitam sua autoridade. Existe um provérbio Iugoslavo que diz “Se quiser saber como um homem é, coloque-o numa posição de poder”

Inúmeros problemas sociais são atribuídos à Síndrome do pequeno poder e são advindas de tradições e costumes sociais, como por exemplo: Relações familiares e de gênero entre homem e mulher, isso é patriarcalismo, ou entre pai e filho, que é o adultocentrismo e o que dizer dos excessos de burocracia em atendimentos em cartórios, em médicos etc., podemos citar também autoritarismo, exemplificada na entrada de um prédio, quando um porteiro usa de forma exacerbada esse poder, não podemos deixar de falar do corporativismo, aquele do atendimento nos serviços públicos.

A Síndrome de pequeno poder faz com que o indivíduo imaginar que detêm um poder maior que das outras pessoas. Muitas vezes esse poder místico é herdado por tradição ou até mesmo pela força bruta, o problema começa quando é usado confrontando inclusive a legislação de um país, ou as regras em uma empresa. Quantos gerentes que se consideram superiores, pelo simples fato de estar em um cargo, usam disso para humilhar, se esquecem que o mundo é redondo, e podem estar em papéis diferentes em outra ocasião. Ter hierarquia é bom, porém, até um cavalo é domado com mais rapidez com respeito e carinho, o que dizer de um ser humano.

Vamos voltar naquele pontinho minúsculo no universo, você conhece alguém assim? Já ouviu, ou leu algum caso desse tipo?  Deve ter algum ser insuportável desse bem aí do seu lado. Pra mandar é preciso saber tudo, e nunca saberemos tudo, sempre haverá alguém com mais conhecimento que nós, e melhor que nós, isso podemos ter certeza.

Todos estão sem nenhuma sombra de dúvida estão contidos naquele pontinho, distribuídos igualmente, e ocupando o mesmo espaço no universo, portanto, somos iguais, podemos ter algum poder, por estar em um cargo, bem entendido “estar”, não “ser”, porque seremos sempre um ser humano, o cargo ou a condição social é passageira, posso estar hoje e deixar de estar amanhã, ser humano vou ser sempre, hoje, amanhã, numa roda de amigos. Essa é a grande diferença, e quando a pessoa esquece isso, surgi como um monstro jurássico a célebre frase “Sabe com quem você está falando? Bom ai a gente para e pensa! Puxa! Não sei não, mais espera ai um pouquinho, é rápido viu, deixe-me ver uma fotografia do universo pra poder te enxergar bem e identificar sua real posição na galáxia, nossa acho que surgiu um pequeno probleminha vai demorar, afinal a Via Láctea é uma entre bilhões, trilhões, quaquilhões, sei lá mais o que de galáxias.

 

Espera! Não sai daí, to quase achando! Muita calma nessa hora!

 

O dia que os seres humanos perceberem sua insignificância diante da magnitude do universo, quem sabe poderemos viver em harmonia e em condições melhores e sem a necessidade de mandar, ou sentir-se superior aos outros, mas pedir gentilmente, e com um belo sorriso, dizer muito obrigado!

 

 

Sônyah Moreira          sonyah.moreira@gmail.com