Sônyah Moreira: 'Terrivelmente evangélico'

Sônyah Moreira

Terrivelmente evangélico

Antes de começar a divagar na frase ‘terrivelmente evangélico’, vou exemplificar os diversos significados e interpretações a respeito.

Por exemplo, no dicionário a palavra terrivelmente deriva de terrível! Que infunde ou causa terror; assustador, temível. Uma coisa contra  qual não se pode lutar; invencível.

Adjetivo. Homem terrível. Muito intenso; violento, forte: Ou seja, que ocasiona consequências nefastas; funesto.

Depois de explorar a palavra ‘terrível’ e sua derivação ‘terrivelmente’, vamos divagar nas ideias amalucadas desta que lhe escreve!

Se toda forma de terrível nos leva a imaginar coisas desagradáveis, o porquê, em usar um verbete desse?

Eu, particularmente gostaria de ter um ministro, ou um político terrivelmente honesto, trabalhador, ético, uma pessoa invencível no que tange a seguir a moralidade ética, da honestidade e da honradez.

Ser terrivelmente evangélico não significa ser bom, ser correto, mesmo porque, as leis da boa conduta não estão ligadas a nenhuma religião, e sim, ao caráter da pessoa, consequentemente a boa convivência em sociedade.

Ser terrivelmente ateu não quer dizer ser terrivelmente maldoso, tenho pessoas de meu convívio que não acreditam em nenhuma divindade, porém, são seres humanos boníssimos, pessoas as quais fazem o bem ao seu próximo sem alarde.

Como sonhar não paga impostos, portanto, ainda tenho a esperança em conseguir ver no mundo pessoas terrivelmente humanas, terrivelmente terráqueas, terrivelmente conscientes que somos parte de um todo, independentemente de religião, gênero ou, raça.

Quem sabe em um futuro teremos um planeta terrivelmente unificado, com uma única crença, que somos parte de um universo terrivelmente imenso e belo. Universo este, criado e administrado por um ser terrivelmente poderoso.

 

Sônyah Moreira  

sonyahmoreira@gmail.com

 

 

 

 




Sônyah Moreira: 'Memento mori'

Sônyah Moreira

Memento mori*

Sem citar o nome de ninguém, seja daqui de nosso modesto circo, ou de um dos maiores circos mundiais.

Os líderes de alguns países da era moderna, cercam-se de “seguidores subservientes”. Esses arremedos de estadistas, que se dizem patriotas, são tragados pelo poder que os inebria, corrompendo e destruindo qualquer fagulha de um ser humano com caráter.

Esses líderes, ao alcançarem a vitória, ficam encapsulados com pessoas bajuladoras, que babam com comentários ridículos e alucinados. Portam-se como escravos ao lado de seus chefes galardoados. Essa ovação aos senhores ocupantes de cargos ofende até o Império Romano.

É triste perceber que os planos, ou promessas de campanha, eram apenas propaganda enganosa. Como se a alma fosse vendida a Satã, em troca de poder, e o compromisso assinado com caneta BIC e com tinta de sangue do povo, seguem esquecendo que são seres mortais.

Os escravos modernos, assumem a confortável mudez, concordando com um chefe piromaníaco, que ateia fogo na harmonia entre os poderes, e, descaracteriza o dever de árbitro supremo que pertence ao povo.

Lembrá-lo de quem o fez um ser supremo, custará ao seguidor rebelde, sua própria cabeça, este ser será relegado ao lugar de traidor, e aos acéfalos bajuladores, caberá o papel de difamadores e perseguidores de quem não estiver no círculo da demência coletiva, e ousou discordar.

A mortalidade nos iguala, a simples lembrança de nossa finitude, nos deixa com uma esperança que, a mortalha também lhe servirá em algum momento, a podridão de seus corpos, poderá ser sentida igualmente.

Se houver de fato um demônio ceifador de almas corruptas, quem sabe em um devaneio, imaginar a chegada desse ser aos portões do Inferno, e este ser arrogante e faraônico, deparar-se com a realidade e, perceber que, a propaganda também foi enganosa.

Vamos imaginar, é o que temos para o momento! Jamais devemos nos esquecer que somos mortais, e o retorno às cinzas é sem prévio aviso, estejamos em um suntuoso palácio, ou em um casebre insalubre.

 

*  ‘Memento Mori’
Expressão latina que significa algo como “Lembre-se de que você é mortal”.

Sônyah Moreira 

sonyah.moreira@gmail.com

 

 

 

 

 

 

 




Sônyah Moreira: 'Bobo da corte'

O bufão mais famoso de Shakespeare foi o da corte do Rei Lear; era um alter ego, um espelho do próprio rei. Todos nós temos, no íntimo, os nossos alter egos, alguns macabros.”

Bufão, bufo ou bobo da corte, era o nome dado ao funcionário da realeza, aquele sujeito contratado exclusivamente para entreter reis e rainha.

Essas pessoas eram as únicas que podiam afrontar e falar algumas verdades sem risco de morte, ao mais afortunados e à realeza. Imagine em um banquete regado a vinho, a balbúrdia que deveria ser.

O bobo da corte dizia coisas que a plebe gostaria de falar aos monarcas. Nas peças de Shakespeare, era recorrente  haver este personagem;  em geral, era  ingênuo e leviano, com a língua afiada, servia para insultar e fazer comentários ásperos sobre os outros personagens.

O bufão mais famoso de Shakespeare foi o da corte do Rei Lear; era um alter ego, um espelho do próprio rei. Todos nós temos, no íntimo, os nossos alter egos, alguns macabros.

A maioria das pessoas, infelizmente, ri dos bobos da corte, sem compreender que estão rindo de si mesmas. As situações ridículas e incongruentes são as nossas. O bobo da corte queria, na verdade, que o público compreendesse o seguinte: que nós é que somos os bobos, que nossa vida é cheia de esquisitices, de multiplicidades psicológicas, de diabruras mentais, de conflitos. Se essa situação não fosse lamentável, deveríamos rir de nós mesmos.

Deixemos de lado histórias fantasiosas, vamos aplicar este cadinho de conhecimento em nossos dias atuais e ver quantos bobos podemos encontrar, sobretudo, na atual política.

Esqueça aquele que se apresenta fantasiado de palhaço! Esse é palhaço de profissão; infelizmente o conhecemos de longa data, a figura prometeu  que mudaria de picadeiro, porém, almeja permanecer  e se eternizar com suas acrobacias sem graça.

Tem outro que se presta a um  papel mais complicado, é como um alter ego de seu rei, permanecendo como sombra, até o último instante da peleja leal ao seu rei, e dizendo: eu sou apenas o vice! Ao abrir as cortinas do teatro eleitoral,  quem se apresenta como personagem principal? Deve ser algum caso de transmutação de corpos, alguma magia, penso cá com meus botões! É arrogância mesmo.

Aliás, sem querer generalizar, tem diversos bobos da corte nestas eleições, difícil será escolher, digamos, o menos ruim; uns são  mais afoitos, outros  kamikazes que se arriscam por caminhos tortuosos com  declarações polêmicas. Outros, mais dramáticos e com problemas de dicção. Entre eles, há um que, com certeza, deve ter feito parte do séquito de algum faraó do antigo Egito, foi um bufão da  era faraônica,  pois  se parece muito com uma múmia, vez por outra o flagramos tentando  voltar ao seu sono milenar, em leves cochilos.

A coisa é séria, estamos há décadas comendo sopa de pato, requentada, até que vire um caldo aguado, sem nenhum pedacinho do pato. Esta história é descrita na parábola do personagem mítico Mulá Nasrudin (séc. XIII ou XV). Aa sua origem é medieval, e bastante conhecido no Egito, Turquia, Irã, Rússia, entre outros lugares. Mulá usava as historietas para descrever situações e fazer com que as pessoas refletissem sobre seus comportamentos.

A “Sopa de pato” é mais ou menos assim: a verdade, da verdade, da verdade, ou seja, no final não haverá nem uma faísca sequer da verdade, e virou uma água suja, sem a verdadeira essência, que é o  pato!

A conclusão é que somos nós os “bobos da corte”, e no banquete só nos restará saborear a sopa de pato. Ou sapo? Sei lá! O fato é que, com pato ou sem sapo, estamos há 500 anos engasgados com a nossa nobreza vitalícia, travestida de democracia republicana!

Um bobo incomoda muita gente;

Dois bobos incomodam, incomodam, muito mais;

Três, quatro, cinco… Incomodam, incomodam… Muito mais!

 

Sônyah Moreira  – sonyah.moreira@gmail.com

 

 




Sônyah Moreira: 'Manifesto de uma mulher do século passado!'

“Vamos percorrer uns anos de história feminina, desde a época do rasgar soutiens, ou a libertação dos espartilhos.

Nossa,  que agora  estou a me sentir uma velhota de 100 anos! Muita calma nesta hora, não é bem assim!

Vamos percorrer uns anos de história evolutiva feminina, desde época do rasgar soutiens,  ou, a libertação dos espartilhos.

Vejamos! Uma  mulher do século passado, pergunta-se diariamente; onde avançamos? Quais foram às verdadeiras conquistas? Qual a vantagem em dizer que temos liberdade?

Tudo isso é muito novo para quem nasceu há décadas, todavia, nos adaptamos, somos chamados pelo codinome geração X.

Nossa geração X (1960 – 1980) saía de casa para labutar o pão de cada dia aos 14 anos, levando na bagagem apenas a  educação recebida dos pais. Hoje, somos considerados materialistas e individualistas. Não nascemos no ambiente digital, todavia, nossa capacidade de adaptação às novas tecnologias, é   simplesmente espetacular. Segundo os especialistas, entramos na tal geração “Millenials”, menos apegados, descompromissados e um tanto apressados, digamos que, querem começar pelo último degrau da escada.

Nossa geração trazia certa inocência e ingenuidade, o mundo cá fora era assustador, não raro nos depararmos com divergências na educação das pessoas  e a falta de gratidão com tudo a sua volta.

Nós, mulheres do século passado, fomos educadas para ser dona de casa, lavar, passar, cozinhar e coser fazia parte do aprendizado, gente! Que mal há nisso?Hoje me parece que as pessoas sentem-se envergonhadas ao serem chamadas de  dona de casa.

O mais engraçado desta história toda é o seguinte: A exposição de atributos físicos, considerados os  padrões de beleza, não ofende? Ora vejam! Aparecer como índios de tanga em fotos públicas, para vender algum produto, isso é normal!

A evolução da qual alardeiam, não foi nada comparado às cobranças que por incrível que pareça ainda nos persegue, eu explico; esta geração nova, com toda a tecnologia a disposição, ainda incutam a responsabilidade dos cuidados com a cria e a casa, somente   a mulher, ou não? Não é raro ouvir que os rebentos belos e educados, são assim porque o pai educou, e quando algo dá errado na educação, rapidamente ouve-se; cadê a mãe? Ora, pois! Estamos a continuar como no século passado!

Hoje se fala tanto em assédio, isto aprendemos lá atrás ser errado, não devemos aceitar nunca, para isso desde muito cedo é preciso se  defender, hoje qualquer menção de defesa, saem em retaliação, dizendo que estamos a incitar a violência.

Toda e qualquer atitude vira um caos nas redes sociais, é muito mimimi…  Nós mulheres não precisamos sair rasgando soutiens, deixar de usar salto ou não depilar as axilas para que sejamos  aceitas e consideradas competentes. Devemos lembrar que somos iguais no contexto de inteligência, esqueça gênero.

Como uma   mulher do século passado, temos que nos orgulhar de saber lavar cozinhar, limpar, coser, etc., e onde está o mal nisto? E detalhe!   Poder também chegar a um cargo executivo em uma grande empresa!

Mulheres! Sejamos nós de qualquer época, mas com orgulho de tudo que podemos realizar como mães, esposas, filhas e profissionais. Em momento algum quero ofender feministas e machistas, cada um faz o pensa ser certo, e todos devem ser respeitados em suas opiniões.

Precisamos antes de qualquer coisa, ser um  humano correto, e levar a vida com honestidade e ética, que são  as únicas coisas que podem diferenciar um ser de outro.

 

Sônyah Moreira  – sonyah.moreira@gmail.com




Sônyah Moreira: 'Efeito placebo e massa crítica'

Envie  coisas boas ao universo e o retorno será imediato, compartilhe notícias agradáveis, chega de tragédias, o eco do universo já está saturado de desgraças.”

 

A singela palavra “Placebo” vem do verbo latino “placere” significando literalmente “agradarei”.

Sabe aquele botão de semáforo para travessia de pedestres? A maioria não funciona, tem efeito placebo, ou seja, a pessoa aperta e espera o sinal ficar verde para ela passar. O sinal vai fechar de qualquer maneira, foi programado por computador,  porém, o efeito psicológico da coisa é que faz a pessoa parar e esperar.

Outro exemplo disso é o botão para fechamento das portas de um elevador, há anos ficaram obsoletos; sim, depois do decreto sobre acessibilidade, as portas precisam ter um tempo para a entrada de pessoas cadeirantes ou com muletas, então não adianta apertar dezenas de vezes, a porta irá fechar no seu tempo.

O efeito placebo nos dá a sensação de controle, de poder, isso é puramente psicológico, pois a mente precisa ter esses engodos. Alguém pode lhe dar uma vitamina C, dizendo ser analgésico e a sua dor de cabeça passar, se  sua mente acreditar tudo pode acontecer.

A mente é que domina tudo, você deve estar achando isso tudo balela, porém, estudos científicos já demonstraram que usamos apenas uma terça parte de nossa capacidade mental. Precisamos  acreditar que podemos fazer do mundo um lugar melhor para todos.

Envie  coisas boas ao universo e o retorno será imediato, compartilhe notícias agradáveis, chega de tragédias, o eco do universo já está saturado de desgraças.

Você já deve ter ouvido a frase “O que os olhos não veem o coração não sente”; isso é  mais ou menos um efeito placebo, então, tente mostrar aos olhos somente coisas boas, dar um efeito placebo. É  quem sabe dê certo!

Vamos fazer mais que um efeito placebo, tentar melhorar um pouco a nossa volta, fazer do seu pequeno quadrado um exemplo de honestidade, tolerância, solidariedade,  se conseguirmos multiplicar coisas boas, de quadrados em quadrados, poderemos mudar o mundo.

Sabe a teoria do centésimo macaco? A teoria é a seguinte:

Num arquipélago do  Oceano Pacífico, na década de 50, alguns cientistas estudavam uma determinada espécie de primatas; em determinado momento resolveram jogar batatas doces  aos macacos, porém, ninguém se preocupou em colocar os tubérculos em um recipiente, ou seja, ficavam sujas de areia, e mesmo animais irracionais possuem paladar, e o gosto com certeza desagradava.

Dentre os  macacos, uma    fêmea, com o nome de Imo,  começou a lavar as batatas, e  alguns começaram a fazer o mesmo. Alguns continuaram  a comer com areia e tudo, todavia, quando o centésimo macaco aderiu ao costume, simplesmente, o habito transpôs o oceano, e todos os grupos de primatas pelo planeta, começaram  a fazer exatamente a mesma coisa!

Um brilhante parapsicólogo, biólogo, escritor e palestrante inglês Sr. Ruper Sheldrake, aprofundou-se seu estudo sobre “Campos Morfogenéticos, ou seja, campos que geram a forma.

Neste estudo, o inglês evidenciou que, quando um grupo de indivíduos, sejam eles macacos, homens, insetos, etc., começa a assumir um novo padrão de comportamento, ao atingir um número significativo (que no caso foram 100). Acontece que todos os indivíduos dessa espécie passam a se comportar dessa forma, mesmo que a comunicação não ocorra pessoalmente.   

A maravilhosa física quântica dá o nome a esse fenômeno de “Massa crítica”, isto é, quando um determinado número crítico de indivíduos atinge a consciência, seja qual propósito for essa nova consciência, ela  passa ser automaticamente comunicada de uma mente a outra, sem que seja necessário nenhum esforço. Isso não é genial?

Deixemos de lado estes estudos maravilhosos a quem de fato entende do assunto,  eu não tenho o menor conhecimento científico, sou apenas uma curiosa.

Que seja Efeito Placebo ou Massa Crítica, o certo é que,  nossas mentes estão interligadas, com os olhos e corações de todos os indivíduos do mesmo grupo de humanos e moradores do  mesmo Planeta Terra.

Que tal espalhar o que há de melhor em nós, podemos ser o “Centésimo Macaco”, e quem sabe  contribuir para uma Nova Era!

 

Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com




Sônyah Moreira: 'Maluco beleza'

Quando se é jovem, somos como conchas fechadas, uma   carapaça  blindada, e  levamos a vida aos trancos e barrancos, passamos por cima de tudo como um rolo compressor. A famigerada ousadia da juventude!”

 

Com esta crônica, alguns vão ter a certeza de que realmente  falta-me um parafuso, e somente  os loucos irão entender a profundidade.

“A minha maluquez misturada a minha lucidez”,  como dizia nosso saudoso Raul Seixas (1945 – 1989).

“Os caminhos  que eu mesmo escolhi, é tão fácil seguir, por não ter aonde ir”. É, foi mais ou menos assim!

Quando se é jovem, somos como conchas fechadas, uma   carapaça  blindada, e  levamos a vida aos trancos e barrancos, passamos por cima de tudo como um rolo compressor. A famigerada ousadia da juventude!

À medida que os anos passam, controlamos nossa maluquez, porém, viramos maluco beleza. A saudade vai fazendo a gente refletir,  e chegando a chamada lucidez.

A lucidez faz com que seu olhar perceba coisas e detalhes  que você  nunca havia  enxergado   e  isso,  são os  pontos de convergência na vida.

Andando pela cidade, percebemos o quão maravilhoso é o ser humano. Percepção  que, somente sendo amalucado podemos ter, no geral da história, achamos que tudo é um devaneio, porém, o olhar do infinito, que somente se abre já no controle da lucidez sobre a maluquez, e isso, nos faz sentir-se  rei em terra de cegos.

Seja um  maluco beleza, olhe no olhar dos outros, explore as muitas faces da humanidade; o andar apressado, as tragédias, o olhar sorrateiro disfarçado de bondade, você sempre irá se surpreender, e ficar com certeza Maluco beleza!

“Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal, eu do meu lado aprendendo a ser louco”. “Um maluco total, na loucura geral”!

 

Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com




Sônyah Moreira: 'Um dia voltaremos?'

Quem dera pudéssemos apreciar nossas vidas passadas, corrigir as falhas, desviar dos obstáculos, ou, pelo menos,  saber qual decisão seria melhor.”

 

Será que um dia voltaremos ao nosso lugar de origem?  E onde será esse tão sonhado e esperado lugar?

Qual será a nossa verdadeira origem? Será que poderemos nos lembrar de tantas vidas vividas e perdidas?

Levaremos conosco o verdadeiro amor? Sentiremos saudades?

Quantas perguntas! Tão poucas respostas!

As lembranças guardadas, as experiências vividas, os amores correspondidos, para tudo haverá uma explicação!

À distância de uma vida apenas; o véu do esquecimento, aquele que nos aprisiona nos erros constantes e repetitivos.

Sempre aquele vazio, sem explicação, uma saudade sem motivo aparente, o que será? Poderemos algum dia descobrir os  motivos para tantas tristezas?

Os sonhos indecifráveis, línguas desconhecidas, lembranças confusas, tudo sob o véu do esquecimento, não estamos preparados para entender ainda.

Quem dera pudéssemos apreciar nossas vidas passadas, corrigir as falhas, desviar dos obstáculos, ou, pelo menos,  saber qual decisão seria melhor.

Não há como descobrir nesta dimensão, os deveres abandonados e retomados por força das negligências passadas. Que maldição é essa, diante da qual os seres  humanos são submetidos?

Qual será o ônus dos caminhos tortuosos, dos amores perdidos, dos sonhos esquecidos? Talvez a dor sentida da solidão abstrata, da solidão na multidão!

Quais  serão os caminhos que nos levam aos sonhos da infância?Ah! Quanta saudade!

Que tolice! Que grande besteira! Passar uma vida inteira, pensando que tudo poderia ser  como em um conto de fadas! Quanto tempo perdido!

Os sonhos sonhados ficam apenas no coração, vivê-los, sempre será  sozinho, nada fará com  que pensem e sonhem como você.

Lá, em algum lugar do passado, poderemos, quem sabe, encontrar as verdadeiras explicações.

Nada há de ser perdido, acreditemos que tudo será aproveitado, quem sabe?

Um dia voltaremos, um dia recomeçaremos um novo amanhecer, uma nova roupagem, uma nova personalidade, quem sabe?

Sempre haverá um recomeço, talvez, consigamos as devidas correções. Talvez, mais amadurecidos, menos doloridos e  menos sensíveis, quem sabe?

Lá, em algum lugar do passado, poderão existir as respostas, com as escolhas certas.

Aqui, deste lado do véu, nada faz sentido, apenas o viver por viver, um dia após o outro, automaticamente.

Lá, em algum lugar do passado, um dia voltaremos!

Quelque part dans le passé, les rêves ont rêvé, les erreurs ont été corrigées, les amours perdues! (Em algum lugar do passado, os sonhos sonhados, os erros corrigidos, os amores perdidos!)

 

Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com