Teatro do SESI-SP retoma estreias de espetáculos inéditos, em setembro, com direção de Marcelo Lazzaratto
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Com temporada presencial de 10 de setembro a 5 de dezembro, peça também poderá ser vista no YouTube do Sesi-SP, de 15 de setembro a 20 de dezembro
Produção prevista para estrear no primeiro semestre de 2020, finalmente chega aos palcos, após pausa de 15 meses por conta da pandemia. Essa será a primeira estreia de espetáculo inédito no Teatro do Sesi-SP, desde que o espaço fechou como medida de protocolo preventivo.
Tectônicas parte da obsessão de Jorge (André Garolli), um usineiro paulista, por punir Marcelo (Sidney Santiago Kuanza), que teria agredido sua filha, Fabíola (Maria Laura Nogueira).
A peça investiga como essa obsessão, que ignora os ritos da justiça institucional, contamina as relações mais íntimas do usineiro (Emílio – Heitor Goldflus, Marli – Luciana Carnieli, Luna – Patricia Gasppar, Antenor – Alexandre Borges, e Nicão – Ademir Emboava, os dois últimos participações em vídeo) e estrutura a nossa sociedade, provocando uma espiral de violência que revela a face mais opressiva do patriarcado brasileiro.
A peça estreia presencialmente no dia 10 de setembro e segue em temporada de sexta a domingo até 5 de dezembro.
O espetáculo será encenado seguindo todos os protocolos de segurança e com capacidade reduzida para manter o distanciamento social necessário.
Para quem não puder ir ao teatro a peça estará disponível em vídeo, com estreia on-line pelo Zoom no dia 15 de setembro, às 20h. Após a veiculação, o elenco e o diretor conversarão com os convidados. Depois disso, a apresentação filmada ficará on-line até o dia 20 de dezembro, no YouTube do Sesi-SP.
“Tectônicas pretende estimular uma reflexão sobre o nosso momento histórico, em que a violência tem preponderado tanto nas relações pessoais quanto nas sociais. Um convite à percepção de que não somos apenas as vítimas de um sistema que condenamos, mas os seus agentes e muitas vezes os seus algozes.”, explica Samir Yazbek.
A narrativa é conduzida de forma épica por Dolores e Alfredo, familiares já mortos do usineiro (Dolores – Sandra Corveloni e Alfredo – Mauro Schames), metaforizadas nas “tectônicas” (título da peça), palavra de origem grega (“tektoniké”) que significa “a arte de construir”, remetendo às placas que vivem recriando a paisagem da Terra.
“Por meio da dialética criada entre passado e presente, pretende-se investigar não apenas como o primeiro determina o segundo, mas como o segundo pode redimensionar o significado do primeiro – daí o sentido da personagem Dolores (mãe de Jorge), que, embora já morta, pretende comunicar-se com o público, utilizando-se da metáfora das tectônicas, inspirada no universo da geologia”, completa o autor.
Sobre a encenação
Um organismo metálico e tubular livremente inspirado nas usinas de cana de açúcar é o cenário principal da peça, criado pelo diretor Marcelo Lazzaratto. “É o espaço em que todas as personagens, de certa forma, estão inseridas, podemos até dizer reféns, com maior ou menor consciência disso. Presas ao poder imposto por um patriarcado atávico que remonta aos primeiros passos de nossa colonização com as capitanias hereditárias e que até os dias de hoje regem, oprimem, determinam vidas e destinos, as personagens relacionam-se revelando sua insatisfação e desejo de mudança, mas também sua impotência.”, observa Lazzaratto.
No centro desse organismo uma chaminé, síntese desse poder que queima e espalha com sua fumaça sua verdade e ambição, é o lugar, o escritório, o altar, a plataforma de Jorge, o grande senhor, que dali rege tudo.
Sobre essa estrutura, imagens e vídeos são projetados revelando o absoluto controle de Jorge sobre o que acontece à sua volta, como se ali também fosse uma sala de operação e vigilância; mas também anteparo para vídeos com imagens críticas a esse poderio.
Ao redor desse organismo metálico e tubular existe um espaço vazio, ermo, quase outra dimensão em que personagens misteriosas transitam buscando entender como interferir nas veias e artérias do organismo, visando sua transformação, cura, ou mesmo, fim.
Completam a equipe criativa desta encenação o iluminador Wagner Freire, Marichilene Artsevskis, que assina os figurinos, Dan Maia, que faz a música original, e vídeo de André Guerreiro Lopes.
FICHA TÉCNICA
Texto: Samir Yazbek
Direção: Marcelo Lazzaratto
Elenco: André Garolli, Heitor Goldflus, Luciana Carnieli, Maria Laura Nogueira, Mauro Schames, Patricia Gasppar, Sandra Corveloni e Sidney Santiago Kuanza.
Participações em Vídeo: Ademir Emboava e Alexandre Borges.
Iluminação: Wagner Freire
Cenografia: Marcelo Lazzaratto
Figurinos: Marichilene Artsevskis
Música original: Dan Maia
Direção e criação dos vídeos projeções: André Guerreiro Lopes
Fotografia: João Caldas Fº
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Produção Executiva: Fabrício Síndice e Vanessa Campanari
Direção de Produção: Edinho Rodrigues
Realização: SESI-SP e Brancalyone Produções Artísticas
SERVIÇO:
Tectônicas
Temporada no Teatro do SESI-SP, no Centro Cultural Fiesp: de 10 de setembro a 5 de dezembro de 2021.
Horários: sexta e sábado, às 20h | Domingo, às 19h
Local: Teatro do SESI-SP – Av. Paulista, 1.313 (Metrô Trianon-Masp)
Duração: 80 minutos
Gênero: drama
Classificação indicativa: 12 anos
Entrada gratuita. Reservas de ingressos online disponíveis em www.sesisp.org.br/meu-sesi. Novas reservas são abertas toda segunda-feira, às 8h, para as sessões daquela semana.
Temporada no YouTube do Sesi-SP: Estreia no 15 de setembro de 2021, às 20h, na plataforma Zoom. A partir desta data, a peça fica disponível no YouTube do Sesi-SP até 20 de dezembro.
Mais informações: www.centroculturalfiesp.com.br
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