Amanda Quintão: 'Tiradentes'

Amanda Quintão

Muito ouro era tirado do Brasil
e entregue a Portugal,
Joaquim José da Silva Xavier,
não achou isso legal.Liderou os corajosos,
para o Brasil libertar,
mas um outro Joaquim,
resolveu atrapalhar.

Contou para Portugal,
a intenção do inconfidente,
traindo seus aliados,
condenando Tiradentes.

Joaquim, o Tiradentes,
toda responsabilidade assumiu,
libertou alguns companheiros,
e morreu pelo Brasil.

Enforcado em praça pública,
o líder assim dizia:
“— Se dez vidas eu tivesse,
dez vidas eu daria.”

Amanda Quintão

amanda-quintão@hotmail.com




Sônyah Moreira: 'A caminho da forca'

Sônyah Moreira:

‘A CAMINHO DA FORCA’

 

Esta belíssima obra de 1951, do artista Rafael Falco (1885 – 1967), está exposta na Câmara dos deputados em Brasília e faz parte do acervo que pertence ao povo.

Ela aparece diariamente nos noticiários, quando  os atores do espetáculo circense de nossa capital federal estão deliberando as pautas horrendas,  ou livrando seus pares do braço da Justiça, com medidas que mais parecem mágica.

Acredito que ninguém deste picadeiro real olhou atentamente para esta imagem e alguns desses senhores nem sequer conhecem nossa história, pois falta-lhes escolaridade.

Quem sabe um dia possam   se aperceber o significado da cena ali retratada, ou o valor inestimável para a história do país. Se esses senhores, ao olhar para a tela,  e acometidos de    um lampejo de honestidade,   se envergonhassem com a falta de caráter e, consequentemente, pedissem    renúncia de seus mandatos, abrindo mão das mordomias…  Ainda bem que sonhar ou delirar  não gera imposto!

O protagonista da histórica cena retratada nesta  magnífica  obra de arte  é Tiradentes ( 1746 – 1792) e ele está diante de seus algozes, antecedendo sua morte na forca.

Ah, se houvesse uma fórmula mágica que pudesse transformar esse quadro em amaldiçoado, assim como o retrato de Dorian Gray, do escritor e dramaturgo Oscar Wilde (1854 – 1900)! Na referida história, tudo de malfeito que Dorian Gray fazia era retratado no seu  quadro, refletindo toda a maldade do  seu ser.

Imagine se cada deliberação dos nobres senhores deputados,  principalmente aquelas que afetam os brasileiros em sua dignidade,  sobrevivência e também  todos os conchavos arquitetados na calada da noite, se cada uma dessas conjurações demoníacas  se materializasse como feridas e podridão  no quadro!

A cena seria descrita da seguinte maneira (claro que  faltaria espaço na tela   para tantos malfeitos desses nossos representantes!): a cada dia a tela  amaldiçoada criando  vermes, borbulhando o sangue das vidas ceifadas nas portas dos hospitais,  vomitando os corpos putrefatos de crianças mortas pela fome, derivada da roubalheira dessa quadrilha.

O quadro amaldiçoado continuaria a retratar a desgraça que assola nosso país,   transbordando com as lágrimas de mães e pais, chorando a perda de seus filhos e entes queridos, por falta de verbas para a segurança.

Pura imaginação  ou delírio de uma pessoa  dentre muitas,  indignada com a cara de pau  de nossos políticos, que a cada dia nos  surpreendem  com suas  vilanias sem nenhum escrúpulo.

Nosso mártir Tiradentes   não merece assistir passivamente ao espetáculo de horrores que esse picadeiro impõe a todos os brasileiros.

Que alguém substitua essa obra, livre nosso herói desse destino cruel, que é muito pior que perder sua vida! Uma sugestão seria uma tela com as faces  de cada brasileiro; quem sabe,  com isso,  esses senhores se lembrariam quem lhes presenteou com esta mamata, e ,talvez, honrassem  os votos recebidos.

E a pergunta que não quer calar: até quando seremos obrigados a empregar bandidos? Até quando teremos que suportar o  famigerado foro privilegiado?Até quando a Justiça será cega apenas para esses políticos?

Séculos se passaram e os  algozes de ontem estão encarnados hoje,  e continuam   a encaminhar  inocentes para forca, criando centenas de   mártires, porém, anônimos!

Se fizermos  um muro alto, tornar-se-á  um presídio,  ou até  hospício, caso prefiram; coloquem lona, assim  caracteriza-se um imenso e amaldiçoado  circo chamado Brasília!

 

Sônyah Moreira  –  sonyah.moreira@gmail.com




Maria Dolores Tucunduva: 'Tiradentes – Herói da independência brasileira'

Maria Dolores Tucunduva: ‘Tiradentes – Herói da independência brasileira’

A imagem pode conter: 1 pessoaConsiderado o primeiro grande mártir, nasceu em uma fazenda em Pombal, distrito de São João del Rey, região de mineração de Minas Gerais em 1746 e foi executado em 21 de Abril, 1792, no Rio de Janeiro .

Filho do português Domingos da Silva Santos, proprietário rural, e da brasileira Antônia da Encarnação Xavier, o quarto dos sete irmãos, ficou órfão aos 11 anos, não fez estudos regulares e ficou sob a tutela de um padrinho, que era cirurgião.

Trabalhou como mascate e minerador e tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o cognome Tiradentes.

Com os conhecimentos que adquirira no trabalho de mineração, tornou-se técnico em reconhecimento de terrenos e na exploração dos seus recursos, começou a trabalhar para o governo no reconhecimento e levantamento do sertão brasileiro.

Depois alistou-se na tropa da capitania de Minas Gerais e foi nomeado pela rainha Maria I, comandante da patrulha do Caminho Novo (1781), estrada que conduzia ao Rio de Janeiro, que tinha a função de garantir o transporte do ouro e dos diamantes extraídos da capitania.

Nesse período, começou a criticar a espoliação do Brasil pela metrópole, que ficava evidente quando se confrontava o volume de riquezas tomadas pelos portugueses e a pobreza em que o povo permanecia. Insatisfeito por não conseguir promoção na carreira militar, alcançando apenas o posto de alferes, pediu licença da cavalaria (1787).
Morou por volta de um ano na capital, período em que desenvolveu projetos de vulto como a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para melhoria do abastecimento de água do Rio de Janeiro, porém não obteve deferimento dos seus pedidos para execução das obras. Seus projetos foram rejeitados pelo vice-rei, sendo mais tarde construídos por D. João VI. Esse desprezo fez com que aumentasse seu desejo de liberdade para a colônia.
De volta a Minas Gerais, começou a pregar em Vila Rica e arredores, a favor da independência do Brasil. Organizou um movimento aliado a integrantes do clero e pessoas de certa projeção social, como Cláudio Manuel da Costa, antigo secretário de governo, Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor da Comarca e Inácio José de Alvarenga Peixoto, minerador.
O movimento ganhou reforço ideológico com a independência das colônias americanas e a formação dos Estados Unidos. Fatores regionais e econômicos contribuíram também para a articulação da conspiração de Minas Gerais, pois na capitania começara a declinar a mineração do ouro.
Os moradores já não conseguiam cumprir o pagamento anual de cem arrobas de ouro destinado à Real Fazenda, motivo pelo qual aderiram à propaganda contra a ordem estabelecida.
O sentimento de revolta atingiu o máximo com a decretação da derrama, uma cobrança forçada de 538 arrobas de ouro em impostos atrasados (desde 1762), a ser executada pelo novo governador de Minas Gerais, Luís Antônio Furtado de Mendonça, visconde de Barbacena.
O movimento se iniciaria na noite da insurreição: os líderes da inconfidência sairiam às ruas de Vila Rica dando vivas à república, com o que ganhariam a imediata adesão da população.
Porém, antes que a conspiração se transformasse em revolução, foi delatada pelos portugueses Basílio de Brito Malheiro do Lago, Joaquim Silvério dos Reis e o açoriano Inácio Correia de Pamplona, em troca do perdão de suas dívidas com a Fazenda Real.
E assim, o visconde de Barbacena suspendeu a derrama e ordenou a prisão dos conjurados (1789).
Avisado, o inconfidente escondeu-se na casa de um amigo no Rio de Janeiro, porém foi descoberto por Joaquim Silvério que sabia de seu paradeiro, já que o acompanhara em sua fuga a mando de Barbacena.
Preso, assumiu toda a culpa pela conjuração e após um processo que durou três anos, foi o único que não mereceu clemência da rainha dona Maria I, pois condenado à morte junto com dez de seus companheiros, estes tiveram a pena comutada por favor real. E assim, numa manhã de sábado (21/04/1792), o condenado percorreu em procissão as ruas engalanadas do centro da cidade do Rio de Janeiro, no trajeto entre a cadeia pública e o largo da Lampadosa, atual praça Tiradentes, onde fora armado o patíbulo.
Executado, esquartejado e salgado; sua cabeça foi colocada dentro de uma gaiola, levada para Ouro Preto e exposta em um poste, suas pernas cravadas em postes na Estrada das minas e os braços levados para Barbacena.
Com seu sangue lavrou-se a certidão de que estava cumprida a sentença, e foi declarada infame sua memória.
Essa conspiração ficou sendo conhecida como Inconfidência Mineira.

Joaquim José da Silva Xavier – por apelido “O Tiradentes”




Jorge Paunovic: 'Tiradentes, uma lição'

Jorge Paunovic: ‘Tiradentes, uma lição’

Nesta semana teremos o feriado de 21 de abril, sobre a Inconfidência Mineira.
Tiradentes creio tenha sido o nosso maior herói nacional e a história o resgatou para tanto.  Chamou para si toda a responsabilidade, quando descoberto o plano, e assim resguardou a vida de seus companheiros que foram condenados ao degredo (exílio) Não pensou em si mesmo, nos interesses próprios e tampouco em seu destino. Tiradentes não tinha partido político, tampouco ideologia, aprendeu com seus companheiros, pessoas da “elite’ (hoje condenada por alguns políticos e apontada como inimiga dos humildes) que estudaram no exterior (portanto tinham posses) sobre a Revolução Francesa a tal que exibia como bandeira a Fraternidade, Liberdade e Igualdade para o povo e não é a toa que a bandeira dos inconfidentes exibia a frase “Libertas quae será tamem”. (Liberdade ainda que tardia).  O plano era o Brasil ser independente de Portugal e não transformá-lo em satélite de outra nação, como alguns revolucionários do regime de exceção desejavam para o Brasil e hoje batem no peito dizendo serem amigos da democracia, embora tenham frequentado a escola cubana e sua tão respeitável democracia guardiã dos direitos humanos. São simpatizantes, investem e defendem governos autoritários que desrespeitam a diversidade e a democracia, o nós e eles, os que estão conosco e os que são contra nós e portanto inimigos.
Tiradentes nos faz refletir sobre o que é a cidadania e o que a sociedade como um todo deve esperar de seus eleitos. A maioria da população não acredita nos políticos e tampouco nos partidos embora alguns afirmem que a política sem partidos como agremiações deixa de existir. Em nosso país infelizmente alguns partidos não fazem política de governo e nem de estado. Vemos algumas agremiações do exterior com planos de governo e a defesa de algumas bandeiras como por exemplo a social. Cada vez que há eleições fazem planos de governo, criticam e apontam soluções para que o governo seja mais presente e preste serviços de qualidade.
Confundiram partido com estado, governo e poder. Afinal quais eram os fins? Qual era a visão de um partido que chega ao poder? Visão puramente eleitoral ao invés de uma visão estadista. Ficou claro na última eleição o “faremos qualquer coisa para ganhar as eleições”. Ao final quem paga a “fatura” é o povo através da massa trabalhadora que fica à mercê de sindicatos filiados a partidos políticos. Defendem a bandeira do “social” através de programas sociais que de fato auxiliaram de certa forma uma parte da população, entretanto deram bens materiais mas não inseriram os contemplados na sociedade pois continuam nas periferias em “comunidades” sem saneamento básico, energia elétrica, saúde, educação adequada, coleta de lixo e transporte público.  Pelo menos é isso que vemos na mídia qualificada como reacionária. Quando afinal teremos uma quantidade maior de homens públicos, que abdicam provisoriamente da liberdade pessoal para carregar o fardo do poder e exercer na plenitude o compromisso moral que ele representa como uma espécie de sacerdócio e sob a aparência de grande senhor esforçar-se e fazer de tudo para cumprir essa tão honrosa missão e mais tarde desfrutar a paz da consciência e o respeito daqueles que “tem realmente condições para julgá-lo”.
Mas para isso é necessário lembrar-se da qualificação das pessoas que passa pela educação, respeito e principalmente pelo amor que elas carregam em relação aos outros e pelo desejo de servir. Muito ainda vamos caminhar para um dia quem sabe entendermos em sua plenitude o que Jesus Cristo quis dizer ao nos recomendar “Ama ao teu próximo como a ti mesmo”. Eis a verdade absoluta e não basta alegar que o estado é laico por que o homem público verdadeiro deseja ardentemente servir o próximo como Tiradentes fez não se importando com as consequências.  Amar é acima de tudo é servir. Fica o exemplo “Não vamos nos dispersar”.



IHGGI prepara evento especial comemorativo do Dia de Tiradentes

O PALESTRANTE SERÁ O DR. MARCOS EDUARDO KIRA

No próximo dia 19/4, quarta feira, o IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga estará comemorando o feriado do dia 21 com uma PALESTRA SOBRE TIRADENTES a ser pronunciada pelo Dr. Marcos Eduardo Kira, dentista, oficial da Policia Militar.

A reunião terá início às 20 horas e será realizada na Secretaria do IHGGI, sob a coordenação do confrade Roberto Lima de Lara.

O evento é aberto ao público em geral e é grátis.