Pedro Israel Novaes de Almeida

DISPUTAS NO TRÃNSITO

Multiplicam-se, Brasil afora, os acidentes envolvendo motocicletas, a maioria deles com graves sequelas e, não raro, mortes. Nos rincões, sequer a obrigatoriedade de uso de capacete é obedecida, sendo comum a visão de famílias inteiras no mesmo veículo.

Nas maiores cidades, a legislação costuma ser mais cumprida, mercê da maior efetividade da fiscalização. Em tempos de crise, as motos surgiram como fatores de inclusão social e profissional, alastrando-se por todo o território nacional.

Em propriedades rurais, já possuem inúmeras funções, no transporte de cargas e manejo do gado. Econômicas e com aquisição facilitada, as motos são utilizadas, na maioria das cidades do interior, como moto-táxis, aberração que contraria até o mais rústico dos manuais de segurança viária. Se o motorista for gordo, ou o carona tiver braço curto, restar-lhe-á orar, com muita fé, para que nenhum acidente aconteça.Como a velocidade é determinante do lucro do motoqueiro, hordas do veículo serpenteiam perigosamente em nossas vias, conduzindo cargas ou pessoas. Em capitais e grandes cidades, o transporte de passageiros costuma ser vedado.Bicicletas, patinetes, patins e assemelhados vão, aos poucos, reduzindo os espaços originalmente destinados aos pedestres.

Prefeituras fazem verdadeiros contorcionismos jurídicos para tentar mediar os conflitos entre as diversas modalidades de locomoção. Por tradição e solidariedade, a preferência deve ser, sempre, reservada ao pedestre, que já vem sendo forçado a caminhar em fila indiana, por nossas calçadas. Nossas cidades foram planejadas para veículos motorizados de quatro rodas e pedestres, e qualquer modificação, para englobar outros meios de locomoção, é traumática, embora necessária.

Por enquanto, vamos convivendo com ciclovias descontínuas e calçadas encurtadas, onde patinetes e patins são encarados como brinquedos, e bicicletas como avisos de que são sete da manhã ou dezessete horas da tarde, horários de entrada e saída dos funcionários da construção civil.




Élcio Mário Pinto : "Trânsito 'mágico'"

Às vezes, tenho aquele receio de sair de casa e dirigir. O trânsito me incomoda e me faz sentir medo. Começando com a parte frontal de alguns veículos – aquela cara de cachorro bravo – até os que, desrespeitando os limites, circulam e ameaçam quem está dentro das regras estabelecidas.”

 

Se essa magia fosse boa, não colocaria entre aspas.

Bem, o que quero mesmo é dizer dos motoristas que colocam as crianças no banco traseiro, mas sem cinto ou sem cadeirinha, para os menores. Chamo de “carros mágicos”, porque trata-se de uma “magia” má, não magia do bem. Na primeira freada, quem estiver no banco traseiro será jogado, com violência, para a frente, esmagando quem estiver no banco dianteiro e com direção certa para o vidro chamado de para-brisa. E a justificativa de quem dirige com criança sem cinto é esta: só coloca por causa do guarda. E eu que pensava que os adultos, principalmente, pai e mãe pensassem na segurança da criança. Será que sou muito inocente?

Vamos em frente!

Agora me parece que a moda é esta: dar a seta para a direita ou para a esquerda só quando estiver fazendo a conversão, ou como se diz popularmente, virando. Antes disso, parece-me ser comum que não se dê seta. Sem seta não se pensa no trânsito como uma coletividade em movimento, mas somente em quem está fazendo a manobra. A direção defensiva aqui, sequer existe. Aqui, vale mesmo é a direção ofensiva, agressiva e de indiferença. Isto quer dizer: quem dirige assim não se importa com mais ninguém, seja motorista, seja pedestre. Agora tive vontade de chorar. Será que continuo inocente?

Mas, a postura dos motoristas, parece-me, que não acaba assim. Também vejo que poucos se importam com as luzes de freio e até com os faróis acesos. Se não tem polícia para vigiar, o limite de velocidade é esquecido. Não há preocupação com a segurança do coletivo no trânsito: pedestres, motoristas, veículos, animais, enfim, um enorme conjunto em movimento.

Quer dizer então, que é moda frear sem luz de freio?

É moda não dar seta para a direita ou para a esquerda?

É moda, quando dar a seta, sabe-se lá quando, somente na hora da virada e não antes para que o motorista de trás saiba com antecedência?

É moda circular em velocidade muito acima do limite? Por exemplo, na marginal da rodovia Raposo Tavares, trecho do perímetro urbano de Sorocaba, o limite é de 70 km/h. Mas, os motoristas só obedecem se houver polícia no trecho. Quando não há polícia, o hábito é circular, pelo menos, a 80 km/h e daí, até os 100 km/h. É o que constato, já que trafego por lá todo dia e andando a 70 km/h fico bem atrás de todo mundo.

Às vezes, tenho aquele receio de sair de casa e dirigir. O trânsito me incomoda e me faz sentir medo. Começando com a parte frontal de alguns veículos – aquela cara de cachorro bravo – até os que, desrespeitando os limites, circulam e ameaçam quem está dentro das regras estabelecidas.

Para terminar, pergunto: será que já chegou o tempo em que a pessoa sentiria vergonha por ser honesta? Que o nosso trânsito responda.

 

ÉLCIO MÁRIO PINTO

elcioescritor@gmail.com

05/01/2018

 




Élcio Mário Pinto: 'Maldade, indiferença ou…'

Élcio Mário Pinto:

‘MALDADE, INDIFERENÇA OU…’

 

Assim como milhões de pessoas, milhares de veículos e tantos outros meios de locomoção, sou parte de um trânsito cotidiano, costumeiramente, chamado de “louco”.

Se nosso trânsito é tão caótico assim, complicado e ameaçador, seja nas ruas, calçadas e estradas, caminhos, vielas e becos, então, pode-se pensar em alguma maldade planejada e compartilhada pelas pessoas que querem e fazem tal loucura?

Imitando as corujas, observo. Observando as lagartixas, evito aglomerações. Pensando nas crianças: peço socorro!

Nesse pedido desesperado, quero compartilhar com o leitor do ROL uma possível conclusão. Talvez, a maldade – aquela coisa pensada para acontecer e prejudicar – dê lugar ao que considero ser gravíssimo! Talvez possa-se pensar em gravidade naquela linha das multas de trânsito. Quem sabe, algo ainda pior!

Explico: a correria imposta por um trânsito que parece não ter autoria, não se esquece de dar seta para a direita ou para esquerda. Também não se esquece de que parar em fila dupla em frente à escola, prejudica; como atrapalha estacionar na esquina, parar sobre a faixa de pedestre e mais, ameaça a todos quando se passa em pleno sinal vermelho se do outro lado nenhum carro se aproxima.

E o pedestre?

Pois é…

Se não foi esquecimento, então, pode-se dizer de alguma maldade? Creio que não. Creio que existe algo ainda pior. Trata-se da INDIFERENÇA, aquilo que é sentido pelo sujeito deste modo: não me importo, não quero saber e que o mundo todo “pague” pela minha vontade. Não que quero, somente, impor a vontade que é minha, mas, não me importo com nenhuma outra vontade, nenhuma outra necessidade, nenhuma outra vida.

Eis o que faz a indiferença: para existir, ela não se importa com ninguém e com nada, com tudo ou com o que quer que seja. A indiferença, de modo simples e imediato, considera, somente, o sujeito indivíduo e nada mais. Também não desconsidera intencionalmente. Ela faz mais do que isso: ela não se importa. Sequer pensa em não se importar. Ela não se importa e ponto final!

É por isso que tenho medo do trânsito. Então, creio que aqui cabe um apelo desesperado, quem sabe, agora, gritado por milhões de bocas, que individualmente dizem: SALVE-ME!

 

ÉLCIO MÁRIO PINTO

30/06/2017




Artigo de Ivan Fortunato: 'Educação no e para o trânsito: placa de trânsito não é decoração '

Ivan Fortunato – Educação no e para o trânsito: placa de trânsito não é decoração

 

ivan (Copy)           Bom dia a todos! Não sou especialista no tema da coluna desta semana, mas sinto que devo me intrometer, pois, como sou motorista há muitos milhares de quilômetros, penso que minha experiência compense a falta de notoriedade do assunto. Aliás, o trânsito será tema de várias colunas, sempre sob essa ótica de “usuário”.

Para mim, a primeira lei do trânsito deveria ser o bom-senso. Mas, como alguns condutores se recusam a dirigir com prudência, temos leis iguais para todos. Estas desconsideram as circunstâncias, portanto, não são iluminadas pelo bom-senso, mas pela rigidez da obediência descontextualizada da regra. Mesmo assim, a regra pela regra nada regula e a prova mais elementar disso é que o trânsito é muito ruim – em praticamente todas as cidades. E não adianta forçar a barra, multando a esmo por meio de fiscalização eletrônica ou pelo mão dos guardas de trânsito – multas recheiam os cofres, mas não diminuem os acidentes, a irresponsabilidade nem a negligência. Para que o trânsito melhore, é preciso mais educação para o trânsito, além de pessoas mais sensíveis ao exercício da cidadania.

Toda essa elucubração foi motivada por conta dos acontecimentos irregulares, que amiúde presencio, em um local de minha rota cotidiana quando estou, a trabalho, na cidade de Itapetininga. Aliás, acho que muitos itapetininganos conhecem essa rotatória, que fica no encontro da Avenida Tenente Urias (na sequência da Marginal do Chá) com as ruas Luis Stucchi Sobrinho e José Santana de Oliveira, que dão acesso ao bairro Vila Nova Itapetininga.

 

ivan2 (Copy)

Primeiro, muitos motoristas que ali transitam parecem olvidar-se das 40 horas de lições teóricas do curso feito no Centro de Formação de Condutores – obrigatório para quem pretende obter sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) – no qual se aprende que, de acordo com o artigo 29 do Código Brasileiro de Trânsito, parágrafo terceiro alínea “b”, a preferência de passagem, no caso de uma rotatória é daquele que “estiver circulando por ela”. O que se verifica é que a maioria dos veículos que por ali transitam não obedecem o código, tratando a Avenida como preferencial, fazendo com que os motoristas que estão circulando pela rotatória parem para dar passagem a quem não tem a prioridade. Isso, por sua vez, tornou-se hábito e os motoristas tratam esse lapso como justo, e a rotatória opera com invisíveis sinais de “pare”.

Na semana do dia 06 de junho deste ano, a prefeitura tentou solucionar tal improbidade, colocando uma placa de pare antes da rotatória no sentido centro-bairro e outra no sentido bairro-centro. Apenas uma placa, pequena, com pouca visibilidade. Isso nada adianta, senão piora, pois o visitante desconhece a prática local de ignorar a preferência da rotatória. Por isso, a educação no trânsito é fundamental. Que tal colocar mais uma placa em cada sentido, para que seja visível ao motorista tanto do seu lado esquerdo quanto do lado direito? Que tal pintar o chão com a palavra “pare”? Que tal algumas faixas sinalizando que, a partir de tal data, o motorista que transita pela avenida deve parar, obedecendo a legislação?

 

ivan3 (Copy)

Outro problema frequente nessa locação é a falta de credibilidade das placas de “proibido estacionar” instaladas nas calçadas da Avenida e da Rua Luis Stucchi (esta é a subida que dá termina na Igreja Nossa Senhora de Fátima). Há algo em torno de dez placas constantemente desrespeitadas pelos motoristas que estacionam seus veículos próximo à placa, ou mesmo embaixo dela, demonstrando que a placa não atende a seu propósito – está ali como mera decoração da rua. Pior, estacionam-se bem na esquina, dos dois lados, em uma rua em que ônibus e caminhões circulam. Além disso, parar na esquina tira a visibilidade e, como resultado, vários acidentes acontecem por ali.

 

ivan4 (Copy)   ivan (Copy)Sobre essa situação, reitero: não é uma questão de fiscalização para punição, pois o exercício inicial deve ser pedagógico. Faixas e cartazes podem instruir, assim como funcionários do departamento de trânsito poderiam estar no local para instruir aqueles que insistem em parar onde não se pode parar. Eventualmente, depois de todo esforço educativo – e somente depois – pode-se pensar em mobilizar agentes para aplicação de multas; mas este deve ser o último recurso.

 

Ao final, espero que este pequeno texto colabore com a educação no e para o trânsito, pois ir e vir é um direito social que deve ser exercido com o dever do bom-senso. É isso.

 

Agradecimentos

As fotos são de Carolina Rodrigues Cunha, junho de 20




Artigo de Pedro Novaes: 'Trânsito dificil'

colunista do ROL
Pedro Novaes

Pedro Israel Novaes de Almeida – ‘TRÃNSITO  DIFÍCIL’

 

As cidades brasileiras, em sua maioria, não foram planejadas para o número crescente de veículos que suportam.

As dificuldades em transitar tornam-se agravadas, quando da tentativa de encontrar vagas públicas para estacionar. Nas regiões centrais da zona urbana, o trafego predominante resulta de tentativas frustradas de estacionamento.

Interior afora, os deslocamentos em veículos são, em sua maioria, desnecessários, para destinos próximos, a poucos quarteirões.   A população caminha cada vez menos.

Buscando diminuir o tempo de ocupação de cada vaga, foram criadas as Zonas Azuis. Como tais zonas resultaram em boas receitas, muitos municípios estão aumentando-lhes a abrangência, para regiões onde estacionar ainda não é problema.

As carroças estão sendo progressivamente proibidas, e as bicicletas ainda são de restrita utilização. Algumas cidades oficializaram a modalidade do táxi-lotação, a preços módicos e percurso pré-determinado, verdadeiro ônibus em miniatura.

Econômicas, ágeis e de fácil aquisição, as motos se multiplicam, enlouquecendo o trânsito pela contumaz desobediência às leis do trânsito e frequente afronta a pedestres.  Existem cidades onde o uso de capacetes, imposição legal, ainda é pouco praticado.

Nas grandes cidades, é proibido o trânsito de moto-táxis, e enorme a utilização dos veículos para a entrega de mercadorias e correspondências. Por todo o país, transitam motos com dois ou mais ocupantes.

Motos com dois ocupantes são intensamente utilizadas no cometimento de crimes, a ponto de um grande número de estudiosos sugerir sua proibição.

Na verdade, o carona das motos desafia e desacredita todas as recomendações de segurança no trânsito. Parece piada, mas uma criança, para ocupar uma vaga no banco traseiro de um carro, deve atender a exigências de uma cadeirinha especial, e nenhuma exigência é feita, quando ocupam a traseira de uma moto, verdadeira roleta russa.

O cidadão, circulando em carro qualquer, deve obrigatoriamente utilizar o cinto de segurança, mas pode transitar em ônibus urbano, em pé e sem qualquer cinto ou aparato do gênero.

Os transportes públicos ainda são incômodos e poucos. Ônibus  sempre lotados, outrora sinalizadores de linha rentável, hoje sinalizam grave omissão da autoridade pública.

A abolição das vistorias, quando do licenciamento anual, faz crescer o número de veículos que transitam sem condições de segurança para tanto.

Os pedestres, agravando o trânsito, continuam atravessando as ruas de modo transversal. Iniciam a travessia em uma esquina e terminam em outra, 80 ou 100 metros à frente. Alguns sequer andam, mas desfilam, e todos julgam que a faixa indica preferência, mesmo quando o sinal está aberto para os veículos.

pedroinovaes@uol.com.br

O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.




Fim de obra em Itapetininga: tráfego liberado

Liberado tráfego no trecho da Marginal do Chá que estava interditado

Atenção motoristas de Itapetininga:

foi liberado na manhã de hoje (17/07) o tráfego na Rua José de Moraes Terra (Marginal do Chá), nos dois sentidos, no trecho entre a rotatória em frente ao Cristo, até a Rua Astrogildo da Silva, no Central Parque 4L.

O local passou por obras de melhorias, pois o escoamento da água não estava acontecendo em frente à pista de skate, ocasionando um empoçamento grande.

A rede existente no local era muito estreita, portanto foi substituída por redes maiores.




Trecho da Marginal do Chá, em Itapetininga, será interditado por 6 dias para obras

A informação é da Prefeitura Municipal

Atenção motoristas de Itapetininga, a Rua José de Moraes Terra (Marginal do Chá), ficará interditada nos dois sentidos no trecho entre a rotatória em frente ao Cristo até a Rua Astrogildo da Silva no Central Parque 4L, a partir de amanhã (14) até 20 de julho, se as condições climáticas colaborarem.

O local passará por obras de melhorias, pois o escoamento da água não estava acontecendo em frente à pista de skate, ocasionando um empoçamento grande. A rede existente no local é muito estreita, portanto será substituída por redes maiores, assim será feita uma nova base do solo e um novo asfalto.

A opção para os motoristas que seguem sentido bairro-centro é de entrarem à rua Astrogildo da Silva, à esquerda à rua Paulino Aires Ribas,  passando pela rotatória da Av. Nisshimbo do Brasil, seguindo reto pela rua Jacira Aires Holtz (passando em frente ao Ginásio Ayrton Senna), virando a esquerda à av. João Barth, passando pela rotatória chegando na marginal novamente.

Agora a opção para os motoristas que seguem sentido centro-bairro é pegar a rotatória em frente ao Cristo sentido av. João Barth, virar à direita na rua Jacira Aires Holtz (passando em frente ao Ginásio Ayrton Senna), virando a direita na rotatória da Av. Nisshimbo do Brasil, ao chegar à rua Quintino Bocaiuva,  pegando a esquerda e seguindo reto até chegar à Marginal.