Peça-filme da Cia. do Sopro faz nova temporada online com exibição gratuita pelo YouTube

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Todos os Atos Humanos tratam, de forma simbólica, do ‘feminino’ refém do patriarcado, da violência explícita ou mesmo velada a que a mulher vem sendo submetida ao longo da história

Filha relata ao público o seu crime de parricídio em peça-filme que faz nova temporada de estreia de 23 de maio a 6 de junho pelo Youtube. Como Todos os Atos Humanos trata, de forma simbólica, do ‘feminino’ refém do patriarcado, da violência explícita ou mesmo velada a que a mulher vem sendo submetida ao longo da história.  À medida que vai contando seu crime, deixa entrever agudos e finos traços de inteligência e sensibilidade que revelam o seu raciocínio lógico, mas que também confundem, desarrumam e inquietam.

 A temporada foi contemplada pelo Prêmio Zé Renato (circulação).

A partir das obras de Marina Colasanti, Nelson Coelho (1928-2014) e Giorgio Manganelli (1922-1990), a peça-filme tem dramaturgia e atuação de Fani Feldman, direção de Rui Ricardo Diaz, assistência de direção de Plíneio Meirelles, preparação de Antonio Januzelli e direção de vídeo de Munir Pedrosa.

A PEÇA- FILME

Construída a partir de referências visuais dos pintores Francis Bacon, Edvard Munch e René Magritte, a peça aborda a ‘naturalização da violência’ e leva à cena uma narrativa tétrica na qual a filha, obcecada por seu pai e por ele subjugada, termina por incidir simbolicamente no aniquilamento arquetípico do patriarcado e de toda a vigília que a redoma masculina exerce sobre a mulher.

A peça se utiliza do tom vertiginoso, irônico e fantástico de Marina Colasanti, Nelson Coelho e Giorgio Manganelli para contar a história de uma filha que comete parricídio. O espetáculo não tenta agarrar a moral linear conhecida que apazigua, mas procura desvendar uma lógica própria, para além de conceitos e/ou preconceitos. A princípio, o ato de perversidade, pode soar apenas cruel e absurdo, mas aos poucos se torna semelhante a toda e qualquer busca por sobrevivência e comparado a todos os atos essencialmente humanos. “Como Todos os Atos Humanos é, para mim, mais do que minha própria voz em estado de grito. Um suspiro aliviado que me sai violento, brutal e inteiro”, diz Fani Feldman.

TEATRO X PANDEMIA

“DA PEÇA DE TEATRO À PEÇA-FILME”

“DO TEATRO À TELA” “

“DA PRESENÇA À VIRTUALIDADE”

“Peça-filme” foi o termo que a Cia. do Sopro adotou para a sua versão audiovisual do espetáculo “Como Todos os Atos Humanos”, a qual não se trata apenas da peça filmada, mas sim de uma outra linguagem da cena para a tela. Deixa de ser teatro propriamente dito, mas também não passa a ser um filme. Talvez, algo entre. Na experiência online, não temos mais o “aqui”, mas o “agora” permanece, e é sobre ele que os “artistas da presença” em meio a uma pandemia, vem se debruçando. Um momento de resistência, sobrevivência e reinvenção, e é claro que de todo momento caótico, a adversidade pode ser capaz de gerar um mundo de novas possibilidades. Que assim seja.

Fani Feldman

Sinopse

“Como Todos os Atos Humanos”, aborda a “naturalização da violência”, leva à cena, numa alusão inversa de Electra, uma narrativa tétrica na qual a filha, obcecada por seu pai é por ele subjugada e, ao contrário do que dita sua paixão e admiração, o extermina furando seus olhos com um estilete. Ao cometer esse “parricídio ocular”, ela termina por incidir simbolicamente no aniquilamento arquetípico do patriarcado e de toda a vigília que a redoma masculina exerce sobre a mulher.

Sobre FANI FELDMAN

Atriz e produtora cultural, formada pela Escola de Arte Dramática EAD–ECA-USP e pela Escola Livre de Teatro. No teatro, seus trabalhos mais recentes são “Insones”, com direção de Kiko Marques; “Hotel Mariana”, com direção de Herbert Bianchi; “Scavengers”, com direção de Francisco Medeiros; “Como Todos os Atos Humanos”, com direção de Rui Ricardo Diaz; “O Burguês Fidalgo”, com direção de Hugo Possolo (Parlapatões); “O Anjo de Pedra”, texto de Tennessee Williams, direção de Inês Aranha; entre outros. Ainda em 2021 será Medea, em MEDEA de Eurípedes por Mike Bartlett, dirigida por Zé Henrique de Paula, com estreia prevista para o segundo semestre. Fani Feldman atuou na série “Impuros”, da FOX Premium, como a personagem Cleo, disponível na Globoplay e na Amazon Prime.

Sobre RUI RICARDO DIAZ 

Na TV, estará na segunda temporada da série “Segunda Chamada” da TV Globo; protagonizou a série “Impuros”, da FOX Premium, com direção de Renê Sampaio e Tomás Portella; foi o Barão na novela da TV Globo “O Tempo não Para”. Está ainda na série “Irmãos Freitas” do canal Space. Esteve na série “Augustas”, da TNT; e também na série “Supermax”, da Rede Globo; além de “Death Corner”, com direção de Frederic Berthe (STUDIO+). No cinema, seu mais recente trabalho é “Blitz”, de Bosco Brasil, com direção de Renê Brasil. Deu vida ao ex-presidente Lula no filme “Lula, o Filho do Brasil”, pelo qual foi indicado pela ACIE como melhor ator. Protagonizou o filme “Aos Ventos Que Virão”, de Hermano Penna; e atuou em “Rondon, o Desbravador”, de Marcelo Santiago; “A Floresta Que Se Move”, de Vinicius Coimbra; “De Menor”, de Caru Alves de Souza (melhor filme no Festival do Rio de Janeiro/2013). Na TV fez também a novela “Lado a Lado”, da TV Globo, em 2013. Estudou no Teatro da Universidade Católica da PUC (TUCA), em 1994/95, na Faculdade Belas Artes de São Paulo em 1998 e na International School of Corporeal Mime, em Londres, 2007. Entre suas peças, destaque para “A Hora e Vez” da Cia. do Sopro com direção de Antonio Januzelli; “O Anjo de pedra”, de Tennessee Williams; “A propósito da chuva”, de Dostoievski; “O Cobrador”, de Rubem Fonseca. Trabalhou com os diretores Cacá Carvalho, Paulo Fabiano, Inês Aranha, Marcello Airoldi, entre outros.

Sobre ANTONIO JANUZELLI

Professor de teatro da EAD/ECA – USP desde os anos 70, pesquisa o trabalho do intérprete no processo que desenvolve há mais de 20 anos, o “Laboratório Dramático do Ator”. Autor dos livros “Aprendizagem do Ator” Ed. Ática/SP e “Práticas do ator – Relatos de mestres”, este último a ser editado, Januzelli já publicou diversos artigos em importantes revistas e ministrou cursos no Brasil e no exterior. Formou-se em Direito pela PUC – Campinas em 1966, como ator pela Escola de Arte Dramática – USP em 1970 e fez Mestrado e Doutorado em Teatro pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo entre 1884 e 1992. Entre os tantos trabalhos que dirigiu em teatro, destaque para o espetáculo “O Porco”, de Raymond Cousse, indicado ao prêmio Shell de melhor ator em 2005, “Um segundo e meio”, de Marcello Airoldi, “Fogo-Fátuo”, de Samir Yazbek,  “Querido pai”, a partir de Carta ao Pai, de Franz Kafka, “De Verdade”, de Sandor Marai e “Se eu fosse eu”, a partir de textos de Clarice Lispector.

Sobre a CIA DO SOPRO

A Cia. do Sopro nasceu com o espetáculo “A Hora e Vez” a partir de “A Hora e Vez de Augusto Matraga” de Guimarães Rosa, com direção de Antonio Januzelli e atuação de Rui Ricardo Diaz. O espetáculo teve sua estreia em 2014 no projeto Teatro Mínimo no SESC Ipiranga-SP. Em seguida, em 2015 o espetáculo foi contemplado com o “Prêmio Zé Renato” – 1ª edição, realizando nova temporada em São Paulo e em 2016 realizou outra temporada via ProAc ICMS. Em 2017 integrou a Mostra “Solos e Monólogos no CCBB” entre outras realizações. O segundo trabalho da Cia. do Sopro, “Como Todos os Atos Humanos”, fez sua estreia em agosto de 2016 no Teatro do Núcleo Experimental, permanecendo em cartaz por três meses na cidade de São Paulo. Em 2018 abriu a Mostra Solos Monólogos no CCBB, e percorreu diversos lugares como Itaú Cultural na Av. Paulista, SESC São José dos Campos entre outros. Entre março e abril de 2020 os dois trabalhos entraram em cartaz no Teatro Poeirinha no Rio de Janeiro, ambas as peças tiveram sucesso de público e sessões esgotadas, mas infelizmente tiveram suas temporadas interrompidas pela pandemia. Em maio o solo “Como Todos os Atos Humanos”, contemplado pelo Prêmio Zé Renato 10 ª edição, retornaria a São Paulo para mais uma temporada, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, mas dadas as circunstâncias pandêmicas, a Cia. transformou o espetáculo em uma peça/filme (nome adotado para a versão online da peça) para sua veiculação. Ainda em 2020, a Cia. do Sopro foi contemplada pelo ProAC, para a sua próxima montagem, MEDEA, de Mike Bartlett, com direção de Zé Henrique de Paula. Com prazos prorrogados por conta da pandemia, o espetáculo está em fase de “gestação” e tem sua estreia prevista para o segundo semestre de 2021.

Ficha Técnica

Dramaturgia e atuação: Fani Feldman

Direção: Rui Ricardo Diaz

Assistência de direção: Plínio Meirelles

Preparação: Antonio Januzelli

Iluminação: Osvaldo Gazotti

Cenário e figurino: Daniel Infantini

Direção de vídeo e montagem: Munir Pedrosa

Fotografia: Will Prado

Técnico de som: Marcos Ventura

Câmeras: Munir Pedrosa e Will Prado

Idealização: Cia. do Sopro

Produção: Fani Feldman – Quincas Artes.

Serviço

“COMO TODOS OS ATOS HUMANOS”

De 23 de maio a 6 de junho

Segunda a sexta às 16h e 21h

Sábados e Domingos às 21h

Exibição online e gratuita pelo youtube/ciadosopro

Na estreia, em todas as sessões semanais das 16h, e no último final de semana, após as transmissões, teremos bate-papos via zoom.