Superintendência do Arquivo Público de Uberaba (MG) lança e-book comemorativo do bicentenário da cidade

O lançamento ocorrerá amanhã (16), às 11h, por meio de live transmitida pelo Facebook

Para homenagear  o bicentenário de fundação de Uberaba*, que ocorreu em 2 de março de 2020, a Superintendência do Arquivo Público de Uberaba lançará amanhã (dia 16) o e-book ‘Uberaba 200 Anos no Coração do Brasil’ (http://app.codiub.com.br/drive_root/arquivopublico/Uberaba200AnosNoCoracaodoBrasil/).  O lançamento se dará por meio de live transmitida pela página da Prefeitura no Facebook (https://www.facebook.com/PrefUberaba).

Marta Zednik de Casanova, Superintendente do Arquivo Público de Uberaba, idealizadora e organizadora da homenagem

A obra foi organizada pela historiadora Marta Zednik de Casanova e teve a participação da equipe de historiadores daquela instituição e de vários profissionais de distintas áreas com a produção de textos pertinentes às 63 temáticas desenvolvidas para compor o livro intitulado Uberaba 200 Anos – No Coração do Brasil, contendo 790 páginas, publicado em 2020, nos eventos comemorativos do aniversário da cidade. Os créditos das temáticas foram organizados em ordem alfabética.

Os temas foram elaborados baseados em acervos documentais da Superintendência do Arquivo Público de Uberaba, em livros, revistas, jornais e pesquisas acadêmicas de profissionais com vínculo nas universidades.

O livro, produzido em formato e-book, contém um amplo registro da história de Uberaba desde os seus primórdios até os dias atuais, destacando as origens, os aspectos palentológicos, arqueológicos, geográficos, econômicos, sociais, políticos, religiosos, esportivos e culturais que foram se delineando ao longo dos 200 anos.

Uberaba consagra-se como uma cidade pujante e estrategicamente bem localizada, empreendedora, desenvolvida economicamente, ostenta índices de educação de qualidade, prima pela qualidade de atendimento médico e hospitalar, respeita as demandas sociais e as diversidades culturais, valorizando sua gente, com homens notáveis que contribuíram com o desenvolvimento de sua história.

Uberaba foi elevada à condição de Freguesia de Santo Antonio e São Sebastião pelo Imperador D. João VI, por meio de decreto, em 2 de março de 1820, dia e mês em que o município comemora o aniversário da cidade. A data foi escolhida através de um estudo solicitado em 1995 pela Câmara Municipal, que foi realizado pelos historiadores do Arquivo Público e alguns intelectuais, que entenderam que o dia 2 de março de 1820 era a data oficial mais antiga e documentada de Uberaba e que na falta do dia, mês e ano de sua fundação, deveria ser comemorado o aniversário de Uberaba em 2 de marco. A data foi aceita e oficializada por meio da Emenda Constitucional nº 13, à Lei Orgânica do Município, em 7 de fevereiro de 1995.

Tornar-se Freguesia era muito importante, pois significava na estrutura colonial portuguesa, a institucionalização da vida da comunidade pela sua elevação a Matriz, oficializando a ascensão de toda a região ao status de Paróquia (Freguesia). Consequentemente, o Arraial de Santo Antonio e São Sebastião passou a ter autonomia, com garantias do registro oficial em assuntos de ordens religiosa e civil, como: nascimento, batizado, matrimônio, óbito, ministrar comunhão.

Com a criação da Freguesia o arraial deu um grito de independência em relação ao Desemboque, não dependendo da desobriga, que constituía a vinda de um padre, anualmente, dessa localidade para realizar aquelas cerimônias. Com o estabelecimento da Freguesia criou-se um Cartório Eclesiástico, que viabilizou o desenvolvimento e o crescimento populacional. Isso permitiu mais tarde que a Freguesia se transformasse em Vila, em 22 de fevereiro 1836, pela Lei Provincial Mineira nº 28, com o nome de ‘Vila Santo Antonio’, tendo a instalação da Câmara Municipal em 1837. E posteriormente, em 2 de maio de 1856, a Lei Provincial Mineira nº 759 elevou a vila à categoria de cidade, passando a chamar-se Uberaba.

 

* N.E. Uberaba é uma palavra de origem Tupi e significa ‘água cristalina’.

O nome da cidade carrega esse significado porque antigamente a região central era cortada pelo ‘Córrego das Lages’, atualmente canalizado com a rede de esgotos do município (https://www.significadodosnomes.com.br/uberaba>. Acesso em: 15 set. 2020)

 

 




Fábio Ávila: 'Igarapava. Porta de entrada'

Fabio Ávila

Convite aos leitores do ROL

Encontro-me novamente em Uberaba após uma viagem noturna, partindo de São Paulo e desembarque em Igarapava

Neste município paulista, cidade quase fronteira com Minas Gerais, desenvolvi o sonho de recuperação da antiga estação rodoviária que foi inaugurada nos anos 70 pelo então governador Orestes Quércia.

Em breve teremos, certamente, um oferecimento cultural à população local e aos brasileiros como um todo.

Buscaremos, também, os paulistanos e viajantes de todo o país para que, a partir de Igarapava, sigam rumo a Uberaba e ao Sítio Arqueológico de Peirópolis.

Desta vez envio imagens, pouco texto, e convido os leitores do Jornal Cultural ROL para mergulhar nos dados referentes aos atrativos turísticos existentes neste região que engloba uma pequena parte das duas unidades federativas do sudeste: São Paulo e Minas Gerais.

Fábio de Brito Avila
fabioavilaartes@gmail.com



Fabio Ávila: 'Uberaba pede socorro!'

Fabio Ávila

 Uberaba pede socorro!

Uberaba, 02 de fevereiro de 2019

A temperatura, hoje denominada sensação térmica, atinge 35 graus centígrados. Busco caminhar pelas sombras das poucas árvores, ainda frondosas, da Praça Rui Barbosa (situada no centro da cidade mineira) ao ainda sobrevivente antigo bairro denominado Estados Unidos. Nesta porção urbana, algumas ruas ainda estão forradas por seculares paralelepípedos não submersos pela fatídica lama asfáltica que impermeabiliza o solo e propicia inundações quando das chuvas torrenciais que acontecem no verão triangulino.

Casarões centenários resistem à fúria destruidora da bastarda classe média alta uberabense e da invasora pequena classe média. A comunidade dirigente, muitas vezes oriundas de famílias tradicionais que outrora edificaram elegantes e aprazíveis construções no município, optou por abandonar os palacetes e amplas construções para residir em horrendos edifícios mal concebidos e sem harmonia estético-visual.

”Paris ou Uberaba?”, perguntava eu a minha saudosa mãe.

”Uberaba” respondia ela, categoricamente.

”Não há lugar melhor neste mundo. A cidade é arborizada, os flamboyants floridos e as ácacias real colorem a vida e o visual de nossa cidade. Os casarões são lindos. A casa da mamãe, na Rua Afonso Rato; o lar da tia Diva, o quintal da casa da tia Lucilia, as belas igrejas… Berababão, sô.”

E dessa forma, a progenitora, mãe de oito filhos, Aimée Ferreira de Brito (nome de solteira), manifestava o intenso amor pela outrora mais bela cidade do Triângulo Mineiro, um dos então mais charmosos municípios de Minas Gerais.

O tempo passou. Uberaba mudou. Uma série de incompetentes prefeitos, vereadores ignorantes ou astutamente desonestos, aliados à ganância de empresários predadores do patrimônio arquitetônico-cultural da urbe, tomou as rédeas do município com um único intuito: ganhar dinheiro de forma rápida, promovendo a destruição desenfreada do patrimônio natural e arquitetônico do território uberabense. E, dessa forma, Uberaba vem sido sistematicamente destruída.

Os uberabenses, habitantes acovardados, reclamam de tudo, não reagem e nada fazem contra este desatino.

O pequeno burguês uberabense tem como sonho de consumo frequentar shoppings centers e possuir uma casa em condomínio fechado. A alta burguesia busca adquirir apartamentos espaçosos em edifícios de gosto duvidoso e sem charme.

A classe operária, trabalhadora braçal e rural; migrantes, imigrantes e nativos não tem apreço ou carinho pela história da cidade pois, em geral, constituem a comunidade de brasileiros oriundos de outras regiões, refugiados, imigrantes, meliantes e mendigos em busca da árdua sobrevivência em um município decadente.

Uberaba pede socorro!

Os uberabenses engajados nas áreas de turismo e de cultura buscam, em vão, divulgar os geossitíos e fomentar a atividade de lazer no município de forma desarticulada, através de projetos mirabolantes (embora interessantes) que preveem a edificação de estátuas gigantes dos ícones uberabenses: o dinossauro, o zebu e o admirado e controverso mediúnico Chico Xavier.

Neste entretanto, ouso sonhar com a candidatura à Prefeitura de Uberaba de um empresário honesto, humanista, homem de negócios e de sensibilidade aflorada sobre o futuro da cidade.

A comemoração dos 200 anos de Uberaba deverá acontecer em um cenário de renovação política e de esperança quanto ao futuro do município. Viveremos um novo capítulo da história uberabense. Que Uberaba inicie uma renovada história a partir de 2021.