GIRA: Mostra Nave Gris de videodança estreia nesta quinta-feira

Periferias manifestam sua força na Dança Contemporânea.

Com 14 obras, evento virtual acontece entre os dias 08 e 13 de outubro de 2020

A Dança Contemporânea surgiu em meados da década de 1950, como uma forma de rompimento com a cultura clássica. O gênero, que ainda é tachado por aqui como elitista, tem ganhado destaque entre as camadas mais populares, fator que ironicamente remete a origem do gênero que também surgiu como crítica ao estilo valorizado pelo mercado da dança por décadas, o balé. Baseado na pesquisa de linguagem e na busca de novos parâmetros para o corpo, o gênero no Brasil tem ganhado espaço fora do circuito das grandes salas de espetáculos, e revelado as periferias como território produtores de danças contemporâneas.

De 08 a 13 de outubro acontece a GIRA – Mostra Nave Gris de Videodança que tem como foco a produção de videodanças de artistas (bailarinos(as)(es), coreógrafos(as)(es) e performers) que constituem suas materialidades poéticas em diálogo com as culturas tradicionais e populares do Brasil e suas inter-relações com as artes contemporâneas. Das 14 obras selecionadas, por meio de chamamento público, a maioria teve sua produção executada em regiões periféricas do país como Campo Limpo, Parelheiros, Itaquera, Jaraguá (São Paulo, SP) e subúrbios de capitais como  Rio de Janeiro, Belém, Recife entre outros. Vale destacar também, que boa parte das obras nasceu durante o período de isolamento social.

Para a Nave Gris Cia Cênica, idealizadora da mostra, a GIRA revela-se como uma das poucas possibilidades no panorama da videodança em que o protagonismo poético, delineado por sua curadoria, emerge dos veios originários e afrodiaspóricos que constituem as culturas do Brasil. A mostra configura-se como espaço de visibilidade, ampliação e criação de redes entre artistas e público e de circulação artística.

Devido ao cenário da Covid-19, o evento será realizado virtualmente e contará com a palestra “As relações cinema-dança-videodança” com a cineasta e coreógrafa Carmen Luz.

A mostra é uma das ações (per)formativas da Nave Gris Cia Cênica que faz parte do projeto “Mãos que bordam o tempo, pés que acordam o chão – circulação dos espetáculos A-VÓS e Corredeira”, contemplado pela 27ª Edição do Programa de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo. Todas as atividades serão gratuitas.

Programação:

Abertura da GIRA, 08/10/2020 às 19:00: Encontro com a equipe curatorial, Vanessa Hassegawa, Murilo De Paula e Kanzelumuka, após a primeira exibição da GIRA – Mostra Nave Gris de Videodança.

Vanessa Hassegawa é artista da dança, pesquisadora de dança da Amazônia paraense, curadora, artista do campo da videodança/dança para tela e trabalha também com comunicação corporativa. É uma das idealizadoras da mostra Prosa, Vídeo e Dança, ao lado dos artistas da dança Pedro Costa e Renata Daibes, do qual acumula o acervo de cerca de 100 videodanças provenientes de vários países do mundo.

Kanzelumuka

A Nave Gris Cia Cênica é dirigida por Kanzelumuka, criadora-intérprete-pesquisadora-professora de dança, bacharela em Dança pela UNICAMP, mestra e doutoranda em Artes pela UNESP, que há 14 anos pesquisa representações performáticas de origem banto no Brasil e suas relações com as danças contemporâneas, e por Murilo De Paula, ator-bailarino, dramaturgo, diretor e professor de artes cênicas, bacharel em Artes Cênicas pela UNICAMP, que pesquisa as narrativas e dramaturgias possíveis a partir dos sonhos e as culturas ameríndias. Há 08 anos, Nave Gris dedica-se à pesquisa e desenvolvimento da cena como campo de pluralidade, espaço expandido e limiar entre dança e teatro. As culturas afro-brasileiras e ameríndias estão presentes no trabalho da companhia como motores na pesquisa e produção artística. A Companhia foi contemplada com o Prêmio Denilto Gomes (Projeto de Dança) pelo II Encontro Mulheres Negras na Dança e também indicada ao APCA Dança 2017 na categoria Projeto/Programa/Difusão/Memória. Com o espetáculo A-VÓS, um dos melhores espetáculos de dança de 2018 pelo júri do Guia Folha de São Paulo, foi indicada ao APCA 2018 na categoria Espetáculo/Estreia.

Palestra, 10/10/2020 às 16:00: “As relações cinema-dança-videodança” com Carmen Luz

Carmen Luz é coreógrafa, cineasta, curadora, artista audiovisual e cênica. Fundadora, coreógrafa e diretora artística da Cia. Étnica de Dança e Teatro e integrante da Orquestra de Pretxs Novxs. Suas obras foram exibidas em festivais, mostras e eventos de dança, performance e cinema nos EUA, Alemanha, Brasil, Benin e Burkina Faso.

Exibição da GIRA – Mostra Nave Gris de Videodança On Demand, período de 09/10/2020 à 13/10/2020 exclusivamente pelo site http://navegris.com.br

Obras selecionadas:

– Encruzidança (São Paulo, SP – 04min39seg)

Com imagens captadas em Itaquera, zona leste de São Paulo, a videodança Encruzidança pertence ao Núcleo de Estudos em Corporeidades Negras. O grupo nasceu com o intuito de investigar a presença do corpo negro nas artes, nos rituais e nos fenômenos sociais; e ainda apresentar a periferia como um território produtor de arte, conhecimento e novas narrativas.

– Xondaro Ka’aguy Reguá (Guerreiro da Floresta) (São Paulo, SP – 03min09seg)

Protagonizada por um rapper indígena (MC Kinumi), as imagens dessa videodança foram captadas na barragem de Parelheiros, zona sul de São Paulo.

ANGRY Duo (Bruno Silva e Gabe Maruyama) é uma dupla de direção inquieta de São Paulo. Com habilidades distintas que se complementam e um forte apelo estético. Gostam de criar histórias, mas também de expressar o mundo ao seu redor.

– A Pele de Dentro (Campo Grande, MS – 05min.)

Finalizado em março de 2020, a videodança é protagonizada por Ariane Nogueira, 31 anos, filha de mãe indígena e pai negro, é artista da dança e faz parte do projeto Singulares da Cia Dançurbana.

– Chuta que é Macumba (Rio de Janeiro, RJ – 01min21seg)

Produzida durante o período de isolamento social, a obra é protagonizada por Luiz Gustavo, 20 anos, bacharel em dança e integrante do NUDAFRO – Núcleo de Pesquisa em Dança e Cultura Afro-brasileira, Cia de Dança Contemporânea da UFRJ.

– Cupim de Ferro (Recife, PE –  04min13seg)

Gravado em meados de 2018, a produção é da Cia. Artefolia que há 27 anos cria conexões através de pesquisas e vivências nas danças e brincadeiras populares de Pernambuco. Com uma extensa produção artística, criativa e de intercâmbio, produziu oito espetáculos autorais, participou de turnês e festivais culturais com premiações em reconhecimento ao seu trabalho. Com imagens captadas na região central do Recife a Cia conta com jovens de 19 a 35 anos no elenco.

– Èjé (Goiânia, GO – 12min40seg)

Solo de Wellignton Campos, morador de Guarulhos na Grande São Paulo e integrante   do Núcleo Coletivo 22. Fundado em 2001, a Cia é composta por artistas ligados a dança, teatro e música interessados em saberes e poéticas afro-ameríndias como lugar de aprendizagem.

– Em Canto para Ogunhê (São Paulo, SP – 04min03seg)

Videodança protagonizada pela Família Ribeiro, residente no bairro Jaraguá, região noroeste de São Paulo. Na família a arte está presente em diversos momentos, lugares, no estilo de vida e através dos saberes compartilhados de um modo trans-geracional, da dança, canto, música e festas. Val Ribeiro, em seu fazer artístico, representa a família, tendo como base para a criação em artes cênicas as culturas afro-brasileiras e dos povos originários.

– Jongo Sapateado (Rio de Janeiro, RJ – 01min22seg)

Produzido durante a quarentena, o vídeo é um solo de Munique Mattos, idealizadora do COLETIVO SAPATEADO DO SAMBA. O grupo formado por mulheres desenvolve desde 2005 pesquisa pessoal com a música corporal a partir de composições musicais expressas pela matriz CONTAR- CANTAR – DANÇAR – BATUCAR.

– Maré Lunissolar (Belém, PA – 02min59seg)

Gravado entre rios, no subúrbio de Belém, Maré Lunissolar é protagonizado por Samily Silva, pedagoga formada pela Universidade Federal do Pará, dançarina e pesquisadora artivista do corpo. Especialista em dança popular paraense e cultura afro-amazônica, Samily integrou o balé folclórico da Amazônia e participou e produziu produções do setor audiovisual.

– Marunga (Pindamonhangaba, SP – 08min06seg)

Gravado na zona rural de Pindamonhangaba , no Vale do Paraíba paulista, durante o período de isolamento social, a videodança pertence a Cia Mônica Alvarenga. Composta pela artista Mônica Alvarenga, atriz, bailarina, pesquisadora cultural, palhaça e preparadora corporal de atores, e por Ederson Cleiton, Artista Plástico, cenógrafo e iluminador profissional, o filme é um ato político ao qual o espectador não sabe se o Marungo (personagem da Folia de Reis) é um homem ou uma mulher.

– Poéticas do Encantamento (São Paulo, SP – 03min54seg)

Marina Souza (Risoflora) é pernambucana, capoeirista e educadora. Cabocla nordestina migrante, nesta videodança produzida durante a quarentena, a artista se faz tronco fincado no abraço do solo da cidade de São Paulo.

– Tico Tico – Uma dança para o apelido que meu avô me deu (São Paulo, SP –  04min)

Morador do bairro de Campo Limpo, zona sul da capital paulista, Erico Santos é pedagogo, artista da dança, produtor independente, artista-educador e orientador social. Iniciou seus estudos em danças através do Programa Vocacional em 2011. Atualmente integra o elenco de Cia. Sansacroma, Coletivo Desvelo, Núcleo Ajeum e de seu trabalho solo “Abraço que vós me nordestes”.

– Traço de Exu (São Paulo, SP – 05min32seg)

Gravada em 2015, na Casa da Luz, zona central de São Paulo, capital, a produção é protagonizada por Arlete Alves, bailarina, professora de dança afro e improvisação, performer e produtora artística. Atuou em diversos blocos e companhias de dança afro, como o Bloco Afro Kizumba e Cia. Abiéie de Dança e Arte Negra.

 

– Tropeiro (São Paulo, SP – 08min14seg)

Tropeiro é uma produção da Cia. Dual, o grupo realiza trabalhos artísticos a partir de mitologias e fenômenos históricos relacionados à cultura brasileira, investigando bases técnicas e estruturais das danças desenvolvidas no Brasil. A Cia. participou de importantes festivais nacionais e internacionais e foi premiada pelo FETEG 2019, Prêmio Arte e Inclusão 2018, Prêmio Brasil Criativo 2016, indicada ao APCA 2017 e ao Prêmio Bravo! 2017. As imagens da videodança foram captadas durante o período de isolamento social.

Serviços:

Abertura da GIRA: exibição das obras e bate-papo com equipe curatorial (Vanessa Hassegawa, Murilo De Paula e Kanzelumuka)

Dia 08/10/2020 (quinta-feira) às 19:00

Local: O.C. Oswald de Andrade, atividade online através da plataforma de exibição Google Meet

Inscrições: http://navegris.com.br de 01/10/2020 à 07/10/2020.

Exibição da GIRA – Mostra Nave Gris de Videodança: On Demand

Período de 09/10/2020 à 13/10/2020

Local:  http://navegris.com.br

Palestra: As relações cinema-dança-videodança com Carmen Luz

Dia 10/10/2020 (sábado) às 16:00

Local: O.C. Oswald de Andrade, atividade online através da plataforma de exibição Google Meet

Inscrições: http://navegris.com.br/ de 01/10/2020 à 09/10/2020.

Imprensa:

Iara Filardi

55 11     2352 0881

55 11 9 9318 3805

atendimento@iarafilardi.com

 

 

 

 

 

 




Nave Gris Cia Cênica anuncia chamamento para Mostra de Videodança

De 01 de junho à 31 de julho de 2020 grupo recebe obras de bailarinas(os), coreógrafas(os), performers e artistas do audiovisual  que exploram a linguagem videodança

De 01 de junho à 31 de julho de 2020 a Nave Gris Cia Cênica receberá obras de bailarinas(os), coreógrafas(os), performers e artistas do audiovisual de todo o país que exploram a linguagem videodança, e que possuem como matéria poética as culturas tradicionais-populares brasileiras em sua inter-relação com as artes contemporâneas.

As produções selecionadas estarão na GIRA – Mostra Nave Gris de Videodança, que tem previsão de estreia para o segundo semestre deste ano, na cidade de São Paulo. O evento faz parte do “Mãos que bordam o tempo, pés que acordam o chão – circulação dos espetáculos A-VÓS e Corredeira” contemplado pela 27ª Edição do Programa de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo.

O projeto, que tem duração de 18 meses, prevê apresentações gratuitas dos espetáculos A-VÓS e Corredeira, palestras, rodas de conversa e cursos gratuitos que visam fomentar um olhar ético e sensível para maneiras de conceber e vivenciar o tempo, a memória e os saberes ancestrais presentes nas culturas negras e ameríndias.

Tanto o regulamento da mostra como o formulário para inscrições estão disponíveis no site www.navegris.com.br. O resultado dos selecionados será divulgado em 31 de agosto de 2020 por meio dos canais da Nave Gris e as produções selecionadas serão exibidas gratuitamente em outubro de 2020, em espaço cultural aberto ao público, na capital paulista. De caráter não competitivo, a mostra visa proporcionar um espaço de visibilidade e circulação artística sem fins lucrativos, não havendo premiação de qualquer espécie.

Critérios:

1.A – Serão aceitas videodanças executadas por artistas que dialogam com as culturas tradicionais-populares do Brasil e suas inter-relações com as artes contemporâneas, explorando as possibilidades entre corpo e audiovisual.

1.B – Podem ser inscritas videodanças finalizadas com produção feitas a partir de 2015.

1.C – Serão aceitos vídeos finalizados de 01 até 10 minutos, que poderão estar hospedados em qualquer site ou compartilhamento de vídeos como Vimeo, YouTube, Dropbox, OneDrive ou SendSpace com resolução mínima de 640X480, em qualquer extensão.

1.D – Vídeos fora dos critérios acima não serão aceitos.

1.E– Limite de até 02 vídeos por artista e/ou grupo.

1.F – Até 20 videodanças serão selecionadas para esta edição.

  1. Sobre a seleção dos vídeos:

A curadoria da GIRA – Mostra Nave Gris de Videodança é composta pelos diretores artísticos da Nave Gris Cia Cênica, Kanzelumuka e Murilo De Paula, e pela artista da videodança Vanessa Hassegawa.

A seleção dos trabalhos será baseada na qualidade das propostas cênicas dos(as) artistas, na relação com o conceito da mostra e na possibilidade de adequação do trabalho ao espaço da mostra.

Sobre a Nave Gris Cia Cênica:

A Nave Gris Cia Cênica, dirigida por Kanzelumuka e Murilo De Paula, nasceu em 2012 na cidade de São Paulo do encontro entre artistas de linguagens distintas e dedica-se, desde então, à pesquisa e desenvolvimento da cena como campo de pluralidade, espaço expandido e limiar entre dança, teatro e performance.

As culturas afro-brasileiras e ameríndias estão presentes no trabalho da companhia como motores na pesquisa e produção de estéticas contemporâneas que afirmam a multiplicidade de vozes, corpos e pensamentos que nos constituem como latino-americanos.

A Cia realizou Poéticas do Desacontecer (performance), o espetáculo de dança negra contemporânea Dikanga Calunga, a intervenção coreográfica Minha Cabeça Me Salva ou Me Perde, os espetáculos Corredeira, que estreou na Bienal Sesc de Dança 2017, e A-VÓS,  indicado ao APCA 2018 na categoria Espetáculo/Estreia e como um dos melhores espetáculos de dança de 2018 pelo júri do Guia Folha de São Paulo.

 

Imprensa:  Iara Filardi

11 2352 0881  | 11 9 9318 3805

atendimento@iarafilardi.com