FEBACLA realizará cerimônias de outorga da Medalha Comemorativa Bicentenário de Nascimento de Dostoiévski

As cerimônias serão realizadas nos dias 28 de janeiro de 2022, às 16h00, na Câmara Municipal de Niterói, e 29 de janeiro de 2022, às 16h00, pela plataforma Google Meet

O Presidente da Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes – FEBACLA, no uso de suas atribuições regimentais e estatutárias e por meio do Decreto Acadêmico nº 1116.014/2021, estabelece na data de 16/11/2021, a criação da Medalha Comemorativa Bicentenário de Nascimento de Fiódor Dostoiévski.

Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski, nasceu em Moscou, na Rússia, em 11 de novembro de 1821 e foi um escritor, filósofo e jornalista do Império Russo.

É considerado um dos maiores romancistas e pensadores da história, bem como um dos maiores “psicólogos” que já existiram (na acepção mais ampla do termo, como investigadores da psiquê).

Após o término de sua formação acadêmica como engenheiro, Dostoiévski trabalhou integralmente como escritor, produzindo romances, novelas, contos, memórias, escritos jornalísticos e escritos críticos. Além disso, atuou como editor em revistas próprias, como preceptor e participou de atividades políticas.

Suas obras mais importantes foram as literárias, onde abordou, entre outros temas, o significado do sofrimento e da culpa, o livre-arbítrio, o cristianismo, o racionalismo, o niilismo, a pobreza, a violência, o assassinato, o altruísmo, além de analisar transtornos mentais, muitas vezes ligados à humilhação, ao isolamento, ao sadismo, ao masoquismo e ao suicídio. Pela retratação filosófica e psicológica profunda e atemporal dessas questões, seus escritos são comumente chamados de romances filosóficos e romances psicológicos.

A MEDALHA COMEMORATIVA BICENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE DOSTOIÉVSKI, será concedida a acadêmicos, poetas, escritores, personalidades civis e militares que, por abnegação, dedicação e capacidade profissional e intelectual, tenham contribuído na promoção e no engrandecimento da Cultura Brasileira junto as instituições culturais.

A Solenidade de outorga da Medalha Comemorativa Bicentenário de Nascimento de Dostoiévski, será realizada nas seguintes datas:

Dia 28 de Janeiro de 2022, às 16h.

 Local: CÂMARA MUNICIPAL DE NITERÓI (Av. Ernani do Amaral Peixoto, 625 – Centro, Niterói – RJ).

Haverá uma palestra sobre a vida e a obra de Dostoiévski.

Palestrante: Prof. Marcos Vinicius Macedo Varella

Dia 29 de Janeiro de 2022, às 16h. Pela plataforma Google Meet.

Informações:

WhatsApp (21) 98264-5612

E-mail: domalexandrecarvalho@gmail.com

 

 

 

 

 

 

 




Dia do Patrimônio Cultural debate trajetória das políticas públicas em Minas

Secult e Iepha-MG promovem o evento que conta com uma programação virtual

No ano em que o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) celebra seu cinquentenário, as comemorações do Dia do Patrimônio Cultural 2021, reúnem, de 17 a 22 agosto, pesquisadores, estudiosos, fazedores de cultura e membros de comunidades tradicionais para refletir o passado, o presente e o futuro da preservação do patrimônio material e imaterial. Com o tema “Caminhos do Patrimônio: contemporaneidade e novos horizontes”, uma programação diversificada será oferecida virtualmente ao público, que poderá acompanhar pelo Youtube do Instituto rodas de conversas, oficinas, palestras e interagir durante as atividades.

Promovido pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) por meio do Iepha-MG, em parceria com a Appa – Arte e Cultura e com apoio dos espaços que integram o Circuito Liberdade, o Dia do Patrimônio Cultural 2021 propõe uma reflexão dos 50 anos das políticas de patrimônio cultural no estado de Minas Gerais e debate sobre os novos caminhos.

“Os desafios atuais trazidos pela pandemia exigem uma reflexão sobre como manter vivo nosso patrimônio, tanto o material como o imaterial, com especial atenção aos saberes de povos e comunidades tradicionais. Mais do nunca, experienciamos, na contemporaneidade, a consciência da importância de valorizar e ressignificar a diversidade dos bens culturais, reinventando também formas de acesso, difusão e salvaguarda, em um esforço coletivo e contínuo para desenhar políticas públicas que respondam aos desafios que são postos”, destaca Leônidas Oliveira, secretário de Cultura e Turismo de Minas Gerais.

Para o presidente do Iepha-MG, Felipe Pires, a data é necessária para destacar a diversidade cultural. “O Dia do Patrimônio Cultural comemora a consciência do povo brasileiro em relação a sua memória. A importância desta data simbólica está ligada à valorização de ações que promovem a identidade dos muitos grupos que compõem nossa sociedade. Em Minas Gerais a comemoração possui peso ímpar por nos ajudar a lembrar a diversidade de práticas e costumes que constituiu o nosso extenso território”, enfatiza.

Para ampliar as discussões, temas como trajetória das políticas públicas do patrimônio cultural, novos desafios do patrimônio cultural e novos horizontes para os museus integram as mesas de debate.

As rodas de conversas são um convite à troca de experiências e aprendizados com comunidades detentoras de bens culturais registrados, ou em processo de registro, especialmente sobre a atuação em tempos de pandemia.

Duas oficinas fazem parte da programação. Uma proposta pelo Espaço Comum Luiz Estrela sobre o patrimônio construído, e que tem como objetivo a elaboração de sugestões de intervenção para a restauração de sua fachada; a técnica do estêncil, vista como um modo de manifestação artística, será tema de outra oficina.

Além disso, a programação conta também com um curso livre presencial, sobre cartografia afetiva, no Espaço Cultural da Escola de Design da UEMG, na Praça da Liberdade.

Outras tantas atividades serão realizadas por espaços culturais integrantes do Circuito Liberdade, como visitas virtuais, exposições fotográficas, bate papos, mostra de filmes, concerto e sarau, sem contar o I Encontro Estadual de Equipamentos Culturais: arquivos, bibliotecas e museus – contemporaneidade e novos horizontes.

A programação completa está disponível no site do Iepha-MG.

Atividade virtual

O formato virtual é uma alternativa e uma tendência no setor cultural diante o isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus, como salienta o presidente da APPA, Xavier Vieira. “Percebemos um aumento no consumo on-line de cultura durante a pandemia. Essa realidade virtual veio para ficar e precisamos nos adaptar para continuar oferecendo produtos de qualidade. O formato on-line tem potencial para alcançarmos pessoas que estão localizadas, também, em outras áreas”, pontua.

Iepha-MG 50 anos

O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico, Iepha-MG, que celebra em 2021 seu cinquentenário, é uma fundação vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo que atua no campo das políticas públicas de patrimônio cultural. Cabe ao Instituto pesquisar, proteger e promover os bens culturais de natureza material e imaterial de Minas Gerais, em parceria com os órgãos municipais e federal. O Iepha-MG, em sua trajetória, vem ampliando a escuta junto aos coletivos de cultura e às comunidades locais fortalecendo a participação no reconhecimento do patrimônio cultural do Estado.

Na trajetória do Iepha-MG, dois pontos ainda merecem destaque. Primeiro, a busca por instrumentos de proteção que acompanhem a dinâmica da institucionalização desses “novos patrimônios”, com todas as especificidades acumuladas nos processos internos de discussão e nas próprias experiências de proteção. Segundo a articulação com os grupos sociais no reconhecimento de suas práticas culturais relacionadas, tanto à imaterialidade, quanto à materialidade, ou seja, a busca da ligação destas dimensões em relação ao lugar, ao território da produção cultural.

Rodrigo Melo Franco

Rodrigo Melo Franco de Andrade nasceu em 17 de agosto de 1898, em Belo Horizonte (MG). Estudou em Paris e conviveu com intelectuais, escritores e artistas plásticos brasileiros, como Graça Aranha, Tobias Monteiro e Alceu Amoroso Lima, entre outros. No Brasil, dedicou-se ao curso de direito, iniciado na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro. Aproximou-se de Aníbal Machado, que o estimulou a dedicar-se à literatura, assim como de outras personalidades públicas e de intelectuais como Milton Campos, João Alphonsus, Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava, Abgar Renault e Oswald de Andrade, entre outros.

Em 1937, Rodrigo Melo Franco de Andrade assumiu a direção do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan) e durante 30 anos dedicou-se à preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. A partir daí, a proteção dos bens culturais do país passou a ser sua atividade principal.

Rodrigo deixou a presidência do Sphan em 1967, mas não se afastou da instituição, permanecendo presente como integrante do Conselho Consultivo, até o dia de sua morte, em 11 de maio de 1969. Inúmeros textos escritos por Rodrigo foram reunidos e publicados, pelo Sphan/Fundação Pró-Memória, sob os títulos Rodrigo e Seus Tempos: coletânea de textos sobre artes e letras (1985) e Rodrigo e o Sphan: coletânea de textos sobre o patrimônio cultural (1987).

 

Sobre a APPA: organização de fins não econômicos que, há mais de 28 anos, transforma sonhos em iniciativas culturais e de promoção do patrimônio, ao gerir mais de R$150 milhões, captados junto ao setor público e privado, destinados a mais de 250 iniciativas, que têm beneficiado inúmeras pessoas. Para mais informações, acesse www.appa.art.br ou @appaarteecultura (Facebook, Instagram e LinkedIn).




FEBACLA outorga a Comenda do Mérito Histórico Guanabara

A Solenidade de outorga da COMENDA DO MÉRITO HISTÓRICO GUANABARA , a ser realizada no dia 28 de agosto de 2021, às 16h, será virtual, através do aplicativo Google Meet

O Presidente da FEBACLA – FEDERAÇÃO BRASILEIRA DOS ACADÊMICOS DAS CIÊNCIAS, LETRAS E ARTES, no uso de suas atribuições regimentais e estatutárias, estabeleceu na data de 19/12/2018 a criação da COMENDA DO MÉRITO HISTÓRICO GUANABARA.

Guanabara foi um estado do Brasil de 1960 a 1975, que existiu no território do atual município do Rio de Janeiro. Em sua área, esteve situado o antigo Distrito Federal. A palavra Guanabara tem sua origem no tupi guaná-pará, que significa seio-mar.

Serão agraciados com a referida comenda acadêmicos, artistas, poetas, escritores, jornalistas e autoridades civis e militares no Brasil e no exterior, que tenham prestados relevantes serviços em prol da Cultura Brasileira.

Os agraciados receberão o Título de COMENDADOR (a) GUANABARA

A Solenidade de outorga da COMENDA DO MÉRITO HISTÓRICO GUANABARA será virtual, através do aplicativo Google Meet.

Data: 28 de agosto de 2021, às 16h.

Os homenageados receberão suas honrarias com antecedência via correio.

Informações

WhatsApp (21) 98264-5612

e-mail: domalexandrecarvalho@gmail.com

 

 

 

 

 




'Chico', um bem cultural para futuras gerações

 Homenagem ao artista plástico e cineasta brasileiro Chico Liberato, que ganhará uma plataforma bilíngue e com audiodescrição no próximo dia 28/05, com direito a um tour virtual pelas memórias da “Casa Chico e Alba Liberato

Com uma linha do tempo em curso, Chico Liberato celebra 85 anos de vida e seis décadas de produção ininterrupta, com 57 anos de carreira profissional dedicada à arte e à cultura, como artista plástico e cineasta soteropolitano premiado nacional e internacionalmente e reconhecido mundialmente. Ele integra a segunda geração de artistas modernos da década de 70, que representou o período mais rico e efervescente de todas as artes no Brasil, sendo o único representante baiano das artes plásticas na Tropicália. Se destacou ainda pela essência autodidata e multimídia e como uma referência do pioneirismo do cinema de animação. Sua contribuição artística é tão ampla quanto diversa, na discussão e produção de arte, com trabalhos de desenho, pintura, escultura, xilogravura, cinema de animação e instalações, além de ser um grande pesquisador de regionalidades. Motivo das suas obras terem uma forte presença do sertanejo, do indígena e da negritude que marcaram a colonização do país.

Todos esses elementos revelam a importância histórica do seu legado e trajetória de vida e justificaram reunir uma coletânea do seu rico acervo com a organização da sua obra para o Brasil e o mundo em uma plataforma digital bilíngue (português e inglês), e com audiodescrição, acessível internacionalmente e voltada para o público de todas as idades e classes sociais: o site “CHICO”. O lançamento será no dia 28/05, disponibilizando todo o acervo documental sobre o artista e tudo o que ele produziu no site http://www.chicoliberato.com.br, incluindo um tour virtual na “Casa Chico e Alba Liberato”, pelo link https://www.chicoliberato.com.br/site/casachicoealbaliberato.

O site foi contemplado no Prêmio Jaime Sodré de Patrimônio Cultural, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal, para eternizar suas memórias como um bem cultural. As futuras gerações terão acesso às especificidades da trajetória do artista, sua vida e obra, exposições, casa onde vive com sua esposa até hoje, inclusive apresentando a rotina e vivências de sua história pessoal, além de obras, documentos, manuscritos, fotos e vídeos garimpados e catalogados para serem transformados em valiosos registros culturais e educacionais. Haverá, ainda, espaço para a comercialização de reproduções de suas obras e, em breve, agendamento de visitas presenciais à casa da família, onde também funciona o seu atelier, seguindo todos os protocolos de segurança.

 Vida, obra e história

“O site vem atender a uma lacuna que há tempos merecia ser preenchida sobre a vida de Chico Liberato dedicada à arte e ainda vai contar um pouco da história das artes na Bahia dos últimos 50 anos, pois também vai apresentar registros dos movimentos artísticos na Bahia nesse período, com centenas de mídias de jornal, catálogos de exposições individuais e coletivas que ele participou, homenagens que recebeu, fotografias que registraram seus trabalhos, pessoas que conviveu, viagens pelo mundo e a presença de sua família nas artes”, revela a coordenadora e produtora executiva do projeto, Candida-Luz Liberato, também filha do artista.

Alba Liberato, pesquisadora do site e esposa do artista, completa. “Em plena ditadura militar e repressão, aconteceram as manifestações culturais mais marcantes e determinantes da nossa geração. E a importância histórica de Chico é comprovada pela sua participação na realização de duas Bienais da Bahia, que trouxeram reconhecimento aos artistas locais e interatividade com os nacionais, fazendo de Salvador centro do Nordeste nas discussões e produção de arte; nas exposições e acontecimentos no Instituto Goethe e no MAM; e nos encontros com artistas na área do cinema, dança e música. Mas sua projeção inicial se deu a partir de 1963, como único baiano convidado a participar do movimento Nova Figuração, no Rio de Janeiro, com consagrados artistas do eixo Rio-São Paulo, e convite para expor na Bienal dos Jovens de Paris (1967). Tudo isso nos deu mais um viés para trabalhar os mesmos conceitos na contemporaneidade, através desse site, com o objetivo de fomentar, promover e difundir a produção cultural de Salvador para o mundo”.

O público terá acesso a mais de 500 documentos, como manuscritos; fotografias; storyboards; filmes de curta e longa metragens; vinhetas; cartazes; marcas; convites; catálogos; e folders; além de experimentos de arte e audiovisual e depoimentos de outros artistas. Tudo com textos explicativos em português, inglês e audiodescrição. A programação de dados é de Daniel Machado Pamplona Ribeiro; a programação visual, de Jonathas Sousa de Medeiros; a pesquisa, de Alba Liberato; fotografia e edição de vídeo de Marcio Albuquerque; tratamento de fotografias de Maria de Fatima Barboza; textos de Leila Midlej; e tradução e revisão de Lynne Reay Pereira.

O internauta também vai encontrar uma exposição virtual da capela do MAM Bahia, museu que Chico Liberato dirigiu por 12 anos, numa gestão considerada a mais inovadora e que abriu as portas da cultura para artistas de baixa renda e para a comunidade, sendo um polo de arte no contexto da formação, criação, estruturação de políticas públicas, apresentação de arte de qualidade e realização de oficinas gratuitas, bem como licitações públicas para promover e financiar obras de arte.

“Chico é um daqueles artistas que tem a arte como sacerdócio, como estilo de vida”, explica Candida-Luz. “A mais qualificada manifestação do homem na terra, a mais refinada expressão do espírito humano”, define Chico Liberato. “Com esta crença, ele sempre demonstrou, por meio da sua arte, o carinho, o amor, o cuidado e o sentimento pelo ser humano. Seja apresentando suas inquietações mais íntimas através dos seus filmes ou apresentando a beleza de tudo o que o ser humano faz com amor, manifesto nas texturas, grafismos e concepção de arte que os povos formadores da cultura brasileira nos trouxe”, revela a produtora.

Esse homem humanista e agregador tem a família como um dos seus maiores exemplos. O contexto da sua casa, do seu lar e do seu casamento sempre foi pautado pela manifestação da arte, em suas diversas linguagens, inclusive de forma pioneira e criativa: artes plásticas, gráficas, cinema, cenários, escultura, instalações e assemblagens. “Sempre com uma leitura pessoal e singular de trazer o que é mais expressivo, nem sempre o mais perfeito. E o seu jeito colaborador e compartilhador faz com que Chico transite, com muito respeito e admiração, nas artes do Brasil e do mundo”, pontua a filha.

De fato, muitos amigos fizeram questão de homenagear Chico Liberato participando do site enviando alguns depoimentos. Entre eles, o artista plástico e crítico de arte César Romero, que costuma dividir Chico em dois, o ser humano e o artista plástico. “Como pessoa, Chico é uma maravilha, educado, de fino trato, sempre tem uma palavra de carinho, de estímulo. Ele é um dos artistas mais significativos do nosso Brasil e tem um grande amor pelo Nordeste. É um artista profundo, de uma simplicidade muito grande e isso é o que o faz, o talento e a simplicidade”.

O diretor de cinema e roteirista José Araripe é outro admirador. “Chico é uma inspiração para mim, para minha geração, para os fãs, artistas, desenhistas e animadores. Eu amo animação, adoro colocar animação nos meus trabalhos, dirigir animação, escrever animação e Chico é a nossa maior inspiração e nos orgulha bastante”.

O diretor e animador Marcelo Marão concorda. “Apesar do meu estilo ser aparentemente muito diferente do de Chico, o trabalho dele sempre foi uma referência e uma inspiração pra mim, porque tudo o que ele fez sempre teve muita verdade, era muito próprio e pessoal. Sempre tinha a voz dele em tudo o que ele fazia, era sempre muito honesto e sincero e isso é essencial no trabalho de um artista”.

“Casa Chico e Alba Liberato”

Outra grande surpresa do site é o passeio virtual na “Casa Chico e Alba Liberato”, que recebeu o Prêmio Anselmo Serrat e foi elaborado por Henrique Muccini, da Bahia View 360º. O tour será na casa que Chico mora há 45 anos e onde recebeu e acolheu amigos e artistas, promovendo diversos encontros, casamentos, e movimentos artísticos, como encerramentos das jornadas de cinema da Bahia, gravação de trilhas de diversos filmes, produção de curtas metragens e do longa metragem “Boi Aruá”, que levou três anos para ser realizado.

“Chico foi o primeiro, em Salvador, a realizar instalações performáticas. A temática do Boi Aruá promoveu um encontro perceptual de artistas como Ernest Widmer, Lia Robatto e Elomar, resultando em filme, sinfonia, espetáculo de dança e instalação. O filme, muito premiado, foi totalmente produzido de forma artesanal, com a realização de 25 mil desenhos inspirados no cordel”, relembra a esposa Alba Liberato.

“Hoje, a casa guarda a memória desses acontecimentos, e de vários outros, no pensamento e no coração de muitas pessoas que passaram por lá, mas, sobretudo, preserva um verdadeiro museu de sua obra, conservando, na sua coleção particular, os quadros mais queridos, de diversas fases e técnicas. E o internauta poderá conhecer cada cantinho dessa casa no tour virtual, do atelier de Chico ao jardim de Alba”, comenta a filha.

Segundo ela, quando a família escolheu o lugar para morar, a casa também representava uma filosofia de vida do casal Chico e Alba Liberato. Um retiro da cidade, dedicado à criação das artes, ao convívio mais próximo da natureza. Onde se comia o que se plantava e onde se afastavam de alguns elementos da civilização.

“Não tinha televisão em casa, só música. Líamos livros, comíamos frutas do quintal, bebíamos leite da vaca. Nosso lazer era o exercício da arte e de sua experimentação. Quando os amigos chegavam, sempre tinha alguma atividade artística acontecendo. Era um meio de comungar, de viver e descobrir os valores do espírito humano. Ainda hoje o lugar permanece como um oásis e a natureza se mantém resguardada com seus ruídos acolhedores e sua fauna e flora naturais”, ressalta Candida-Luz.

“Esta casa fala pelo vento que entra e sai livremente por suas portas e janelas, abertas quando o sol nasce até a hora de deitar. Nasceu casa de roça. Fala direto ao coração, qualquer um que nela circula sente, não é fala secreta, é clara, direta. Fala de sua vocação, acolher com alegria a vibrátil presença de cada um. Torna-se inevitável, portanto, aqui, perceber, crescer, expandir, prosperar, dar frutos. Tem sido assim. Celebrações na grande mangueira ao redor da fogueira, torés e poesias, cirandas e conversas. Tardes quietas aos domingos, o quintal pulsando secretamente o ritmo da natureza. O topo das árvores colhendo frutos e horizonte de mar ao longe. E todos esses dons a casa os aflora preparando o sentimento para o que destaca sua alma. A nobre roupagem que cobre as paredes em cores de mestre que a construiu e desde sempre a adorna em novos significados com sua companheira. A casa de Chico e Alba e a família gerada em abraço de natureza”, descreve Alba, poeticamente.

 Ela conta que a “Casa Chico e Alba Liberato” foi nomeada recentemente, mas que ganhou nome logo após nascida, firmada em sua identidade e vocação de atender à necessidade de titular projetos, onde ela é registrada, fotografada e historiada, transmitindo o sentimento que desde sempre fluiu para quem a habita, visita ou nela trabalha, se tornando, literalmente, nome próprio.

“Ancorada qual arca noelina, ela traz eras na arquitetura moura, entrada larga, pátio para gentes e animais, na destinação de ser traço de união entre o campo e a cidade, entre mitos campesinos e crenças urbanas. Uma casa propícia à imaginação, que trazemos a público pela sua história e madura existência, juntando quem escrevia com quem desenhava, dando prosseguimento ao pioneiro trabalho de olhar em torno apreciando a luminosa cultura popular do nordeste brasileiro, lendas indígenas, africanas, ibéricas, o povo novo miscigenado que se é. Se valendo das câmeras 16mm e super8, o desenho animado aqui nesta casa se robustecia em seguidas produções de diversas natureza. Roteiros, filmes longa metragem em 35mm, vôos autônomos, do Boi Aruá a Ritos de Passagem, telas de cinema aberto ao público, a cultura brasileira se firmando no imaginário em formação. A Casa Liberato sempre recebeu cineastas, intelectuais, crianças curiosas, aprendizes de animação e muitos amigos. Platéia garantida para todas as idades, pronta para prosperar qualquer empreendimento. Viva e dinâmica, a Casa Liberato é isso. Simplesmente Casa Liberato”, conceitua Alba.

 O site

A pesquisadora do site “CHICO”, Alba Liberato, afirma que o artista marca lugar de convergência de matrizes culturais brasileiras, formas e conteúdos, de maneira absolutamente singular. “Mitos, símbolos e linguagens encontram nele lugar de miscigenação inequívoca. O estudo da rica imagética vem encontrando crescente interesse pelo artista múltiplo que ele é, na medida em que sua poética vigorosa expressa gentes e costumes que aqui aportaram, formando o povo novo que somos, culturas diversas que dialogam ancoradas na civilização que o fascina como projeto aos 85 anos, a civilização indígena”, destaca.

O texto do site traz definições sobre o artista que passou a integrar o mundo da arte desde que entendeu o seu lugar no mundo, abrindo e explorando caminhos próprios de expressão, completamente identificado com as mais autênticas referências do nordeste brasileiro, justiça social, integração com a natureza, idiossincrasias e sentimentos humanos que pautaram e até hoje compõem sua vida e o universo da sua criação.

Sua trajetória é narrada desde a infância, marcada por muita liberdade e aventuras no Recôncavo Baiano, até os tempos em que frequentava galerias e ateliês, alimentando o interesse por traços, formas e cores. Há, ainda, um relato sobre seu intenso contato com a natureza e convivência com indígenas e como foi o seu seu caminho de expressão pela arte, o encontro com a linguagem própria, dando forma a materiais diversos que passaram a transmitir seus talentos e inquietações, assim como as manifestações de denúncia, chamando a atenção para o problema da fome no Nordeste.

Também revela o trânsito no meio artístico nacional, que facilitou articulações com nomes consagrados da época e o êxito de eventos que ajudaram a tirar Salvador do provincianismo cultural. Os tempos da ditadura militar também não foram esquecidos, uma vez que o regime dificultou as atividades artísticas no país, levando Chico Liberato a se dedicar às artes gráficas, sem deixar de criar formas alternativas de expressão e resistência nem suas ideias de acessibilidade às artes, com um talento que já havia se expandido para a tridimensionalidade. Foram décadas de uma rica produção que renderam reconhecimento ao artista, em seguidas e justas homenagens.

Seu legado é marcado por experimentações com desenho, pintura, recorte e colagem, que lhe projetaram no mundo da arte rompendo todos os limites, numa busca incessante pela expressão que o conduziu a pesquisas resultando em um rico acervo, em diferentes formatos, sempre em diálogo com o que trazia impregnado à alma: a natureza como fonte inesgotável de beleza, a relação do homem com o que lhe transcende, a dor de existir em meio a tantas desigualdades e a plenitude de viver em sintonia com o seu sagrado. A harmoniosa convivência entre os seres e a expansão de seus sentidos, expressa na explosão de cores que sua obra veio a incorporar. Seja em abstrações ou na concretude das imagens, sua temática é plena de brasilidades e imbuída de sentido universal, contando um modo particular de viver que cabe o mundo inteiro.

Nas artes plásticas, a produção de Chico Liberato transita entre o plano e o espaço, ganhando expressão no movimento de corpos e fundindo-se à música, em instalações artísticas. Sua obra, fragmentada em quadros, objetos e esculturas, possui coesão e organicidade e traduz a constante insatisfação e busca por novos materiais e formas de expressão, que deem conta do seu ver, sentir e compreender o mundo com uma carga de dramaticidade e lirismo na plasticidade de seu trabalho, sempre fiel a seu estilo.

As linhas, relevos, tintas e cores trazem a essência sertaneja, com a qual sempre se identificou, e evocam sua memória visual e afetiva. A fauna e a flora também são reverenciados no seu trabalho, cuja estética é quase cênica, carregada de conteúdos e uma grande riqueza de histórias, quase todas documentadas no site.

 Após 68, a ditadura instaurada no país estancou investimentos e censurou obras de arte, fazendo estagnar a produção, principalmente a exploração de temáticas ousadas, da chamada arte engajada. Espaços de exposição foram fechados, obras destruídas, artistas perseguidos. Mas Chico Liberato manteve sua força resistente, criativa e realizadora. Para sobreviver, se dedicou às artes gráficas, atividade que lhe possibilitou novas buscas de expressão, ampliadas com o surgimento de recursos de impressão. Da serigrafia para o offset, ele acompanhou com interesse as inovações da indústria gráfica e enriqueceu os materiais de apresentação dos clientes, do universo público e privado. Em paralelo a projetos que desenvolvia por conta própria, em seu ateliê, criou a identidade visual de um sem número de empresas, fez a arte de cartazes promocionais e de publicações diversas, além de dirigir vídeos institucionais. Tudo registrado no site.

Já as experiências de Chico Liberato com animação remontam à 1972, ano de realização da I Jornada de Cinema da Bahia. O interesse surgiu de um encontro casual com Guido Araújo, seu realizador, que lhe incutiu a ideia. Foi o suficiente para a alma irrequieta do artista despertar para a possibilidade de animar seus traços e roteirizar seus personagens. Os primeiros curtas foram produzidos com equipamento improvisado: mesa de luz construída por ele mesmo e câmera fotográfica utilizada como filmadora. Retratos, recortes, desenhos, tudo se prestou às montagens, extraídas de histórias familiares, memórias da cidade do Salvador, lendas ou literatura também documentadas na plataforma digital.

Navegando pelo site “CHICO”, é possível perceber que as temáticas trilhavam o mesmo percurso da sua obra, enredando por questões sociais, existenciais e místicas. Assim, foram produzidos sucessivos curtas metragens, que chamaram a atenção pela estética, conteúdo e pioneirismo em fazer cinema de animação no Nordeste. A experimentação o levou ao premiado longa metragem Boi Aruá, projeto inspirado na mais genuína cultura popular do sertão nordestino. A partir de 1984, a atividade de produção audiovisual é descontinuada, mas não interrompida. Chico Liberato produz alguns curtas e o segundo longa, Ritos de Passagem, que inaugura nova fase de produção, com a utilização de recursos tecnológicos de computação.

Esse é o espírito educador que revelou o artista como oficineiro, levando-o a compartilhar saberes com diferentes públicos, em especial na área de cinema de animação, em que se tornou referência internacional e, agora, também virtualmente.

 

 SERVIÇO

“O projeto foi contemplado no Prêmio Jaime Sodré de Patrimônio Cultural e Prêmio Anselmo Serrat de Linguagens Artísticas, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal”.

O quê:

Lançamento do site “CHICO” 

Quando:

21/05, sexta-feira

Site oficial: 

http://www.chicoliberato.com.br

Link tour virtual “Casa Chico e Alba Liberato”:

https://www.chicoliberato.com.br/site/casachicoealbaliberato

Instagram:

@chicoliberatoarte

Facebook:

Chico Liberato

Coordenação e produção executiva:

Candida-Luz Liberato

Assessoria de Imprensa:

Adriana Nogueira (71) 99118-7870




“A leitura faz andar o mundo”

FLIAN – Feira Literária de Andaraí, de 25 a 28/03, em formato virtual, promove acesso gratuito a atividades artísticas e culturais e homenageia o centenário do filósofo e pedagogo, Paulo Freire, Patrono da Educação Brasileira

Em tempos de distanciamento físico, a linguagem virtual tem sido uma importante ferramenta para proporcionar e fomentar a dinâmica da informação e da comunicação mundial, assim como uma forte aliada na viabilização e acesso às diversas manifestações culturais que têm ajudado a humanidade a minimizar os impactos da pandemia que atingiu e transformou toda a sociedade contemporânea, de forma sindêmica. E é justamente a cultura que está tendo êxito em aproximar as pessoas durante esse período emergencial, garantindo entretenimento em ambientes tecnológicos e midiáticos, espaços que têm dado ampla visibilidade às diversas expressões artísticas.
A FLIAN – Feira Literária de Andaraí se insere exatamente nesta perspectiva. Em sua segunda edição, de 25 a 28/03, a primeira em formato virtual, será disponibilizada nas plataformas digitais uma rica e diversificada programação cultural e literária, com atividades interativas que reforçam o protagonismo de todos os convidados e participantes, e parte das apresentações realizadas em tempo real e outras previamente gravadas, todas com acesso gratuito pelos canais do YouTube da TV Uneb – Seabra (https://www.youtube.com/results?search_query=tv+uneb+seabra) e FLIAN (https://youtu.be/-lvZYTWB2nQ).
A Feira vai movimentar o mundo virtual com uma série de atividades culturais: nove mesas temáticas, com palestrantes e mediadores renomados; seis momentos de lançamento de livros, com uma grande diversidade de escritores, envolvendo 10 autores e dois organizadores de coletâneas; três oficinas criativas e três saraus; além de espetáculos teatrais, exposição-instalação e shows. E mais. A Flianinha, parte infantil da FLIAN, promete entreter crianças, jovens e adultos com a contação de histórias e canções.
Trazendo muita arte de qualidade, a FLIAN ajudará a promover o diálogo com outras vertentes artísticas, fortalecendo os laços de todas as suas atividades com o pensamento freireano e o livre caminhar da leitura e manifestações do saber, com o mote “A leitura faz andar o mundo”, e tendo como grande homenageado o educador, pedagogo e filósofo Paulo Freire (1921-1997), no ano do seu centenário.
O Patrono da Educação Brasileira e um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia crítica mundial, reconhecido internacionalmente pelas contribuições à formação do saber, do educar e, sobretudo, pela afirmação da cidadania política plena, Freire é um dos educadores mais notáveis da pedagogia crítica mundial e também inspirou e norteou a FLIAN com uma das suas frases mais notáveis: “Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso, aprendemos sempre”.
A ideia de que a cultura tem sido o grande bálsamo do mundo, e ocupa um importante espaço neste momento, também é um pensamento compartilhado pelo presidente da Fundação Pedro Calmon, Zulu Araújo, um dos parceiros institucionais da FLIAN. “A variedade de estilos literários, os diferentes escritores, os diálogos intergeracionais e a interação da FLIAN com os municípios da Chapada e de todo o Brasil, pelo seu formato virtual, criam mecanismos para promover a ampliação da leitura, da escrita e do acesso ao livro, ajudando a transformar a sociedade por meio da cultura e de uma maneira singular, nobre”, avalia.
Festa literária para despertar a consciência crítica
Idealizada pelo poeta e diretor do Departamento de Cultura da Secretaria de Educação, Esporte e Cultura da Prefeitura de Andaraí, Emílio Carlos Ribeiro Tapioca, coordenador Geral do evento, a FLIAN saltou de 2017 para 2021 mantendo suas origens. “A feira tem uma pluralidade que se baseia no tripé da identidade, territorialidade e diversidade cultural, tendo como principal objetivo a fluição do conhecimento e da produção literária, dos saberes e fazeres tradicionais e contemporâneos, assim como a promoção do livro, da leitura e da memória e o fomento das expressões e manifestações das culturas populares”.
Segundo Tapioca o intuito continua sendo dar visibilidade ao panorama identitário de novos e consagrados autores literários, artistas andaraienses, chapadeiros, baianos e brasileiros, uma marca da FLIAN desde a sua primeira edição, contando com a participação de escritores, palestrantes, professores, estudantes, profissionais da educação, das artes e da cultura, além da comunidade em geral, que contribuem com sua participação, livros, ideias, conhecimentos e falas, para a valorização do livro, da leitura, da literatura e dos espaços bibliotecários, nos mais diversos ambientes, virtuais e comunitários.
Sobre a homenagem à Paulo Freire, o coordenador afirma que sua obra nos campos da educação, da filosofia e da cultura dialoga de forma harmônica e preciosa com a FLIAN, que celebra o universo da literatura mundial e a perspectiva do seu espaço-tempo e lugar, em toda a programação do evento.
“Desde a mesa de abertura, com o tema ‘O mundo não é, o mundo está sendo’, até a de encerramento, ‘Por uma Educação transformadora e cidadã’, importantes, significativas e oportunas afirmações do homenageado estabelecem parcerias interinstitucionais relevantes, a exemplo do Instituto Paulo Freire, universidades públicas, organizações sociais e diversos coletivos culturais, que poderão contribuir em muitos aspectos com a realização, interação, transmissão e divulgação da Feira”, exemplifica.
Segundo ele, a escolha do homenageado se dá por toda representação da sua vida e obra, “reconhecida mundialmente e altamente oportuna no cenário atual dos retrocessos das políticas públicas, principalmente na violação dos direitos constitucionais de acesso à Educação e à Cultura de forma inclusiva, qualitativa e libertadora para a sociedade, nas suas diferentes matrizes, e, prioritariamente, pelo grande percentual das populações étnico-raciais, historicamente vulneráveis e invisíveis ao bem-estar social, econômico, educacional e cultural”.
Para o coordenador do evento, o desmantelamento ideológico e conservador da atual administração pública federal, ao se contrapor aos princípios norteadores da educação popular relacionados ao ensino e aprendizagem, tão presentes em todo conjunto do fazer educacional, reforçam ainda mais a notabilidade de Paulo Freire ser homenageado e da FLIAN fazer parte da celebração do seu centenário.
“Essa reverência ao mestre Paulo Freire é estar em comunhão, é se fazer presente e afirmar, literalmente, pedindo a devida licença a outro imenso pensador e sociólogo brasileiro, Herbert de Souza ‘que a ideia de cidadania ativa é ser alguém que propõe, pressiona e cobra o tempo todo. O cidadão precisa ter consciência do seu poder.’ Afinal, a compreensão e o respeito ao olhar do outro é perceber que ‘não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes,’ como bem diz o Mestre Paulo Freire”, reflete Emílio Tapioca.
Curadoria norteada pelo pensamento freireano sobre a realidade social
A curadoria do evento tem assinatura da jornalista Mira Silva, responsável junto com a coordenação e a produção da Feira pela escolha dos autores literários, mediadores e participantes das mesas temáticas e oficinas literárias, norteada tanto pela sua experiência quanto pelo pensamento de Paulo Freire, incentivando essa interação a partir da linguagem virtual do entretenimento neste momento de pandemia, onde a cultura se faz ainda mais necessária.
“Através do encontro do público com o pensamento de Paulo Freire, a FLIAN abrirá portas para outros mundos. A programação foi pensada a partir dos estudos do educador e com o intuito de despertar uma nova consciência crítica sobre o mundo e o lugar onde vive, ciente do impacto de seus atos”, declara.
Mira fez as escolhas temáticas trazendo para a FLIAN pessoas e discussões que provocassem uma reflexão sobre a prática de liberdade e a compreensão da realidade social, política e econômica no mundo de hoje, fazendo contrapontos acerca da obra freireana. “As mesas vão contar histórias e ligar fios para ajudar a construir um futuro que valorize aqueles que lutaram para seguirmos em frente com a pluralidade de pensamentos. A FLIAN discutirá o gênero, o pensamento afrodiaspórico, as questões indígenas, da terra, a importância de cada local atrás das narrativas dos autores e do pertencimento do lugar”, esclarece.
Apesar de muitas vivências em feiras literárias por sete anos e como curadora de algumas delas, a jornalista confessa que não teve acesso a livros na infância, como é a realidade de muitos brasileiros, ainda hoje, no século XXI. “Daí tamanha a importância e a relevância de um evento como a FLIAN. Imagine minha emoção fazendo a curadoria de uma festa literária, que defende a Educação de forma mais ampla. Foi um convite muito especial também por conta disso. Muitas famílias que não têm acesso a livros, e, portanto, não têm o hábito da leitura, agora terão uma feira literária, virtual, que ajudará a fortalecer os laços com o pensamento freireano e o livre caminhar da leitura e manifestações do saber”, comemora.
Posicionamento humanista
Desde a sua primeira edição, a relevância ao patrimônio material e imaterial são horizontes focais da trajetória literária da FLIAN, considerando a formação da cidadania e do conhecimento universal, tanto pelo primeiro homenageado, o jornalista e escritor baiano Herberto Sales, que tem Andaraí como sua cidade natal e sempre valorizou a memória e o rico patrimônio histórico e cultural da região, quanto por Paulo Freire.
A filha do educador, Fátima Freire, convidada pela FLIAN para conversar com o público, considera que o mais importante da homenagem à Freire é deixar ainda mais claro o seu posicionamento humanista por meio do respeito entre as pessoas e pela necessidade extremamente atual de formar consciência crítica e política para agir e brigar por uma sociedade mais justa.
“Paulo Freire era um humanista, ele acreditava nas relações humanas e tinha um grande respeito, sobretudo, entre as pessoas. E esta é uma necessidade muito atual neste momento pandêmico, formar consciência crítica e política para atuar e resgatar a tomada consciência que sempre postulou processo educacional”, enfatiza a também educadora pernambucana.
Para ela, a população brasileira, em especial, está mal educada, pois “as pessoas não estão dando valor à vida e este foi um dos maiores legados do seu pai, que queria ser lembrado como uma pessoa que amou muito a vida e que pregou a igualdade. “Se ele estivesse aqui, vivendo essa realidade, estaria pontuando, neste momento pandêmico, o processo de exploração e injustiça social e brigaria por uma sociedade mais justa”, afirma Fátima Freire.
Ela fez questão de demonstrar sua alegria e a grande honra, em nome de sua família, por essa homenagem no ano do centenário de Freire e por todas as ações que tem sido requisitada. “Por ironia do destino, os eventos online, por conta da pandemia, acabaram favorecendo as homenagens e a participação da nossa família em diversos eventos e em muitos países, anunciando e reverenciando todo o legado de Freire”, agradece.
Sobre a sua participação em uma das mesas temáticas, ela revela que será uma conversa de sentimento, não uma palestra propriamente dita. “Puxei ao meu pai, gosto da ideia de conversar com as pessoas, de escutar e papear. Só sei que vou falar sobre Educação, mas estou bem curiosa para encontrar o público e ter o privilégio de fazer essa troca”, adianta, muito satisfeita com o tema central da sua apresentação: “O mundo não é, o mundo está sendo”. “É muito interessante essa percepção de mundo que cada um tem, é o que forma a capacidade de transformar seu próprio mundo para se posicionar com o outro. Vamos conversar sobre o que essa frase pode significar no contexto da vida de cada um, pois, para muitos, o mundo é, e não se pensa que está sendo, acha que sempre foi, sempre sou. Vai ser por aí…”, sinaliza.
Fátima também revela outra aproximação com o evento. Desde o início da pandemia, em março de 2020, ela se mudou para a Chapada para ficar junto com o terceiro dos quatro filhos que já estava na região e é educador comunitário. “Estou muito feliz por estar na sede física do evento, morando em Rio de Contas, mais uma grande sincronicidade com a FLIAN”.

A boa notícia é que nesta segunda edição a Feira amplia de forma significativa os princípios da sua idealização com o acesso pelo ambiente virtual. “Uma novidade que funcionará como gancho da onipresença que a tecnologia proporciona, proporcionando uma maior liberdade para inserir na programação os mais diversos autores, fazedores de cultura e espetáculos brasileiros, sem perder a territorialidade. Desta forma, podemos levar Andaraí para o mundo e trazer o mundo para Andaraí”, conclui o coordenador geral da FLIAN, Emílio Tapioca.

SERVIÇO

O quê: FLIAN – Feira Literária de Andaraí
Onde: Canais do YouTube da TV Uneb – Seabra (https://www.youtube.com/results?search_query=tv+uneb+seabra) e FLIAN (https://youtu.be/-lvZYTWB2nQ)
Quando: De 25 a 28/03/21
Acesso: gratuito
Programação oficial detalhada: em anexo
Fanpage INSTA: @flian.andarai
Fanpage FB: Flian – Feira Literária de Andaraí
Fontes oficiais para entrevistas: Emílio Tapioca (Coordenador Geral) e Mira Silva (Curadora)
Assessoria de Imprensa: Adriana Nogueira (71) 99118-7870
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