Crepúsculo do amor
Virgínia Assunção: Poema ‘Crepúsculo do amor’


No entardecer da nossa história
Quando o Sol já não ilumina mais,
Os nossos belos dias de resplendor
Dissolvem-se em sombras, sem paz.
Foi um lindo amor juvenil
Cheio de promessas a florir,
Mas o tempo, como o vento, leva
Os sonhos como poeira a esvair.
O calor dos abraços já esfriou,
E o riso, que antes nos fazia gargalhar,
Hoje é um vestígio da alegria que se foi
Uma dor na carne rasgando, a queimar.
Os olhares que antes brilhavam
Tornaram-se nuvens a vagar,
E os laços que nos uniram um dia
Desfazem-se como borbulhas no ar.
Não é culpa, nem falha de ninguém,
O tempo tem suas formas de ensinar:
Que mesmo o mais belo dos amores
Pode um dia, de repente, findar.
Guardaremos as memórias com ternura,
Como quem guarda tesouros escondidos,
Seguindo nossos caminhos separados,
Pelas incompatibilidades, vencidos.
Virgínia Assunção