Um Deus menino para todos nós

Ivete Rosa de Souza: ‘Um Deus menino para todos nós’

Ivete Rosa de Souza
Ivete Rosa de Souza
Imagem gerada por IA do Bing - 2 de dezembro de 2024 às 7:36 AM
Imagem gerada por IA do Bing – 2 de dezembro de 2024
às 7:36 AM

Chegou o Natal e, às vésperas da grande festa natalina, infelizmente todos os olhares se voltam para o consumismo exagerado.

Fico pasma com  a correria, e nem gosto de ir à lojas e mercados nessa época. Sem contar o desconforto de empurrar um carrinho de compras em um lugar cheio de gente, os esbarrões e filas, o pega aqui e pega ali, preços que saltam às órbitas estratosféricas, tudo  isso  me causam desespero .

Tenho observado que o consumismo atinge a todos, os que têm para gastar, e, os que mal tem, se comprometem em dívidas. Acho um absurdo comprar parcelado, cartão de crédito, seja lá do que jeito for, e começar o ano endividados. Será que a festa em si pede isso?

Seria tão  mais simples reunir a família, sentados à mesa, comer o que tiver, rir, contar histórias, abrir a alma e o coração, no sentido verdadeiro do espírito natalino.

O amor familiar, que luta para sobreviver. A crença em um Deus Menino, já nascido e destinado a se sacrificar por todos nós. Carregando em si o peso de nossas falhas, erros e contradições. Um ser oriundo do Universo, um filho de Deus dado e imolado, um cordeiro inocente, um ser de luz, banido, espancado, injuriado  e renegado, por aqueles que Ele veio salvar.

Seu sacrifício nos deu luz, nos deu uma nova oportunidade de sermos humanos melhores. O Menino Deus nos ensinou a amar, o amor incondicional por nossos semelhantes, e por todas as criaturas vivas. Nosso planeta, nossa Terra, e tudo que ela contém. Mostrou que poderíamos nos comunicar, nos aceitar e valorizar o outro.

E o que fazemos? Saímos à caça de ofertas, de coisas que são materiais, e logo estarão sem valor agregado. Logo serão trocadas ou substituídas. O amor não tem troca, prazo de validade ou substituição. Que tal doarmos, darmos amor? Se for para comprar e tiver a oportunidade, alimente quem está com fome. Dê um agasalho, um brinquedo a uma criança carente, visite um abrigo de velhos, deixe um sorriso, uma lembrança de que você se importa.

Vamos fazer uma corrente de amor à vida; traga para perto quem se importa com você, e você ame e respeite. Com certeza terá um Natal Feliz, em boa companhia, e não se esqueça de levantar os olhos ao Criador e agradecer por estar vivo, por poder estar na presença Dele com a alma renovada e o coração repleto de fé e amor, o verdadeiro presente do  Natal.

Ivete Rosa de Souza

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Desilusão

Ivete Rosa de Souza: Poema ‘Desilusão’

Ivete Rosa de Souza
Ivete Rosa de Souza
"...Sou ave sem rumo voando na bruma fria..."
“…Sou ave sem rumo voando na bruma fria…”
Imagem gerada com IA do Bing ∙ 25 de novembro de 2024
às 8:38 AM

Sou ser que se aborrece com a hipocrisia
Sou ave sem rumo voando na bruma fria
Sou vento que venta tristeza e engano
Sou grão de areia enfrentando o oceano
Fui brisa suave no amor que me roubou
Da vida a verdade do sonho a magia
Fui calma e serena fui poesia
Agora sou pedra solta rolando na ladeira
Passando na vida sem eira nem beira
Sou agora poeira que incomoda o dia
Fui amante amada e por fim vazia
Fui vertente fui semente em alguém germinada
Fui de colo, de berço, vivi muitos anos
De perto e de longe vieram engano
Sou como isca lançada
Nas águas rolando desperdiçada
Já fui primeira inteira, depois esquecida
Nas horas desenhadas fui chegada e partida
Hoje triste reconheço chorando
Que entre os dedos passaram sonhos
E com medo me deixei pelos caminhos.
Se fui par de outra alma hoje sou espinho
Não mais amo nem me chamo para amar
Não sei ser o fim nem vou recomeçar.

Ivete Rosa de Souza

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Deixe-me sangrar

Ivete Rosa de Souza: Poema ‘Deixe-me sangrar’

Ivete Rosa de Souza
Ivete Rosa de Souza
Imagem gerada por IA do Bing - 17 de outubro de 2024
às 1:31 PM
Imagem gerada por IA do Bing – 17 de outubro de 2024 às 1:31 PM

Não diga nada enquanto eu estiver sangrando

Enquanto meu corpo desfalece, minha alma vive

Deixe-me sangrar, todas as feridas do tempo que não  amei

O sangue da insensatez, da fúria, do ciúme

Que nada me deram somente desilusão

Deixe-me sangrar os sonhos perdidos,

Por entre os dedos esquecidos em minhas mãos

Se sou louca por deixar fluir, o sangue derradeiro

Não sabe dos pesadelos, das incertezas

Nem mesmo das dores e das injustiças

Deixe-me sangrar o tempo perdido,  esquecido, descabido

Que a sua presença levou, e sua ausência secou

Que se torne apenas poças de lágrimas e sangue

Que me deram por escolha sangrar até o  fim.

Ivete Rosa de Souza

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Pés descalços

Ivete Rosa de Souza: Crônica ‘Pés descalços’

Ivete Rosa de Souza
Ivete Rosa de Souza
Criador de Imagens no Bing. 5 de outubro de 2024, às 11:45 PM

Em minhas mais doces memórias, ainda me vejo correndo descalça. Brincava na rua até à noite, com meus irmãos, sem preocupações, sem que meus pais temessem algum perigo, só adentrava a casa somente quando minha mãe chamava,  mas meus pais não saiam à rua para nos impedir de ser crianças.

Muitas vezes descuidada na empolgação da correria, feri meus pés em espinhos, pequenos cacos de vidro. Simplesmente sentava-me  no chão, retirava o espinho e saia a correr, sem sentir dor.

Ainda tenho algumas cicatrizes dos cortes em  cacos de vidro. E me recordo dos sustos de minha mãe, quando era necessário ir ao pronto socorro, tirar um pedaço de vidro que teimosamente incrustrado, não querendo sair. Doía, mas me segurava, afinal a dor passaria, enquanto fazia esforço para não chorar, minha mãe se apiedava, e eu não levaria umas chineladas.

No dia seguinte, lá estava eu novamente, abandonando os chinelos ou tênis, largados na calçada. A liberdade de ter os pés libertos, sentindo a grama, a terra até mesmo o asfalto quente. Tudo valia a pena, o riso, as brincadeiras, a correria, eram  recompensados com o esquecimento desses pequenos acidentes.

Depois de crescida, tomei modos como diria minha mãe, e só andava descalça na areia, quando ia à praia, sentido as ondas molhando os pés sedentos de liberdade. Adorava ver as águas imensas apagando minhas pegadas.

Adulta, calcei meus filhos, preocupando-me que pudessem ferir seus pés. Chinelos, sapatos, tênis, tudo para proteger meus rebentos.

Já não tinham a liberdade ilimitada de outros tempos; brincar na rua, só com a supervisão dos pais. Ficar na rua até tarde noite adentro, nem pensar! Nesses novos dias, com a insegurança instaurada em todos os lugares, não tinha jeito.

Infelizmente os tempos mudaram, a inocência da infância, dos que têm mais de 50 anos, ficou no passado.

Atualmente, pés descalços são sinônimos de pobreza, são marcas dos desprovidos, dos indigentes, ou dos inocentes que ainda tentam dar os primeiros passos. Não é mais legado de liberdade da infância , de banhos de chuva, corridas na enxurrada, uma liberdade descontraída e privilegiada.

Agora tenho sapatos demais, que me levam a tantos lugares, mas eles nunca me levarão aonde fui quando tinha os meus pés descalços…

Ivete Rosa de Souza

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Lua

Ivete Rosa de Souza: Poema ‘Lua’

Ivete Rosa de Souza
Ivete Rosa de Souza
Imagem gerada com a IA do Bing - 1 de outubro de 2024
 às 7:37 PM
Imagem gerada com a IA do Bing – 1 de outubro de 2024
às 7:37 PM

Lua nova, Lua cheia

Que na alma cura e incendeia

A vontade de amar

Lua confidente dos amantes

Dos desgarrados e errantes

Que sob teu olhar

Se entregam em paixões

                                                                Lua que cresce enaltece

A vontade de cantar

Espalhar a prata

Sobre a noite

Deixando encantamento no ar.

Ivete Rosa de Souza

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A janela

Ivete Rosa de Souza: Poema ‘A janela’

Ivete Rosa de Souza
Ivete Rosa de Souza
“…Por ora eu só agradeço os versos que ela empresta…”
Imagem criada pela IA do Bing

Através dos vidros da janela

Vejo o tempo passar

Pássaros vêm bem perto

Bater as asas e cantar

 Quem dera que minha alma

Também pudesse ver e sentir

A chama do amor sem receios 

Deixar que a dor exilada

 aqui não pudesse existir

Minha alma agora cansada

Dorme sem a claridade

De saber como viver

Por ora eu só agradeço

Os versos que ela empresta

Nesses momentos e poder ver

                                                                 A janela da minha alma

Se rendendo ao alvorecer.

Ivete Rosa de Sousa

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Voando

Ivete Rosa de Souza: Poema ‘Voando’

Ivete Rosa de Souza
Ivete Rosa de Souza
"Ele e eu, voando afora, por esse vasto mundo queria que fosse eterno, esse amor enraizado, nas asas que se foram, levando também as minhas"
“Ele e eu, voando afora por esse vasto mundo. Queria que
fosse eterno esse amor enraizado, nas asas que…
Imagem criada pela IA do Bing

Como pássaro sem ninho voei durante minha vida
Às vezes me acompanhavam outros passarinhos
E assim a vida se preenchia, mais bonita e colorida
Mas infeliz, os deixei, percorri outros caminhos

Descobri que nesta vida toda cheia de contrastes
É necessário ter algum outro pássaro atrelado
Nos minutos, horas e dias de alegrias ou desastres
Um passarinho perdido, voou sorrindo a meu lado

Foram anos que se passaram, contando cada segundo
Ali estava o ninho, num coração remendado
E ele nunca negou as asas que também tinha

Ele e eu, voando afora por esse vasto mundo
Queria que fosse eterno esse amor enraizado
Nas asas que se foram, levando também as minhas.

Ivete Rosa de Souza

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