outubro 18, 2024
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Nas Entrevistas ROLianas, Celso Ricardo de Almeida conversa com a escritora Verônica Kelly Moreira Coelho

“Lembro-me de ainda pequenina na escola, a professora ler histórias que mexiam com minha imaginação. Leituras de Ziraldo e Marilene Godinho, gente, como eu amava!”

Neste ano de pandemia, acreditamos que a palavra na moda seria SUPERAÇÃO, todos nós estamos superando as adversidades que este ano está trazendo.

Deste modo, o Jornal Cultural Rol, através da sessão Entrevistas ROLianas, traz uma longa conversa com a escritora Verônica Kelly Moreira Coelho, que nos contou um pouco de suas atividades e as superações que ela enfrentou, nos provando que na vida poderemos vencer qualquer superação.

Vale apena ler esta entrevista concedida por essa mineira de Caratinga que escreve há oito anos.

Verônica é acadêmica do Curso de Letras. É Acadêmica Internacional Imortal da Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências Letras e Artes – FEBACLA, Cadeira n.º 7, Patrona: Beth Carvalho. Embaixadora da Paz pela OMDDH, Delegada Cultural, Comendadora e também Acadêmica Internacional da (AILB).

É escritora e poeta, autora do livro ‘Jardim das Amoreiras’, que lançará no mês de junho.

Participa de várias coletâneas e é compositora.

Doravante, prepare-se para adentrar nesta história incrível!

CRA – Você é de Caratinga-MG, terra de Ziraldo, Agnaldo Timóteo entre tantos artistas regionais e de renome nacionais, como é o caso dos citados. O fato de você residir nessa cidade, que a princípio exala cultura, influenciou a sua entrada na senda cultural e literária?

Verônica Kelly Moreira CoelhoCom certeza Celso, desde criança eu tenho uma paixão enorme pela arte, só não imaginei que um dia eu fosse encontrar-me na poesia, pois meu sonho de infância me levava sempre à arte da dança, em especial o balé, que era minha verdadeira paixão. Eu amava a bailarina Ana Botafogo e espelhava-me nela; sonhava sempre estar dançando naqueles palcos lindos onde ela se apresentava, porém, minha paixão pela música também é algo notável até hoje! Tanto, que eu amo adorar a Deus através de louvores na igreja na qual frequento. Em relação a minha cidade, ela até os dias de hoje me traz muita influência, sim. Lembro-me de ainda pequenina na escola, a professora ler histórias que mexiam com minha imaginação. Leituras de Ziraldo e Marilene Godinho, gente, como eu amava! O fato de ter escritores talentosos em minha cidade me enchia de orgulho e até hoje, principalmente ao poder mostrar para meu filho a estátua do Menino Maluquinho que foi um personagem tão presente na minha infância, saber que ainda hoje minha cidade carrega uma história tão rica de cultura. Cresci vendo meu pai cantar as músicas de Agnaldo Timóteo, minha mãe era fã e eu amava ouvi-la cantar… (risos)

CRA – Você escreve há mais ou menos oito anos, conforme você já mesmo relatou. Como se deu o seu despertar literário?

Verônica Kelly Moreira Coelho – Como eu disse Celso, apesar de amar as histórias que ouvi e li na infância, minha paixão era balé, apesar de que nunca relatei esse sonho. Tive uma infância um pouco conturbada, não consegui levar meus estudos adiante, até mesmo por traumas psicológicos, pois sofri o chamado bullying; isso me tirou todo desejo de estudar, pois não tinha foco e, como era muito tímida e medrosa, não conseguia expressar o que sentia nem mesmo pra minha mãe. Parei meus estudos no sexto ano do ensino fundamental, decidi que não queria continuar a estudar e minha mãe, apesar de ficar indignada, acabou entendendo que não adiantava insistir, por ser algo que eu não fazia o mínimo de esforço para concluir. Foi então que decidi me casar. Aos 19 anos de idade engravidei de minha primeira filha, a Isabele, que hoje tem 22 anos; em seguida, engravidei da minha segunda filha, a Thalita, que hoje tem 19 anos e após oito anos depois do nascimento de Thalita, tive o meu esperado filho varão, o Jhon Wesley.

Minha relação com a escrita começou quando meu filho, aos quase 4 aninhos, apresentou um quadro grave de “redundância em colo sigmoide”, um problema intestinal que muito nos fez sofrer, o Jhon e toda nossa família. O medo de perder meu filho me levou à loucura, e foi onde comecei a colocar no papel todos os meus medos, minhas frustrações e, principalmente, todo meu amor, tudo que eu sentia a cada melhora, a cada dificuldade, enfim… Comecei a escrever e me derramar nos poemas, mas nunca imaginei ter esse dom como uma profissão. Para mim era apenas uma maneira de desabafar todos os meus sentimentos. Minha poesia foi tendo boa aceitação, consegui no decorrer desses oito anos me aperfeiçoar na escrita e alcançar maturidade para continuar vencendo todos os desafios me impostos pela vida. A poesia me libertou de pensamentos negativos e me fez acreditar que eu sou muito mais forte do que pensei.

 CRA – O que te inspira a escrever?

Verônica Kelly Moreira Coelho – Escrevo porque amo levar um pouco de mim e do que sou às pessoas que me leem.  Mas o que me inspira realmente é a vida. Amo olhar para as coisas belas a minha volta. Amo as estrelas e elas me inspiram a escrever belos poemas. Inclusive, fiz uma música intitulada “Minha Estrela”. Sou fã de flores e de tudo que representa o amor. Enfim… A vida me inspira, a família me inspira, meu “eu” oculto me inspira, esse que só aparece nos meus textos mais sensíveis.

CRA – Qual o seu procedimento, sua rotina, para escrever? Você possui alguma ou simplesmente senta e escreve?

Verônica Kelly Moreira Coelho – Eu sou uma pessoa muito atarefada, sou mãe de um garoto especial e me dedico a ele 24 horas, e com essa pandemia ficamos muito em casa, mas o melhor horário pra escrever sempre foi na madrugada, o único momento em que me vejo em total silêncio, de forma que eu possa focar-me inteiramente na escrita. Às vezes também durante o dia quando estou fazendo algum trabalho e vem na mente um verso, uma frase, então, pego o celular ou o papel e caneta e registro pra não me esquecer e depois formar um poema.

CRA – Você tem noção de quantas poesias você tem escrito?

Verônica Kelly Moreira Coelho – Não exatamente, mas creio que mais de mil e quinhentas, tenho no Instagran mais de duas mil publicações e creio que mil e duzentas são poemas. Em cadernos e rascunhos tenho mais de trezentas poesias, com as quais desejo futuramente fazer um outro livro.

CRA – Você publicou em suas redes sociais há algum tempo a frase “Eu realmente não sou mais a mesma de três anos atrás e dou graças a Deus por isso” Esses últimos anos têm realmente sido importante na sua vida? O que mudou na Verônica Moreira? Quem era a Verônica Moreira do passado e quem é a de agora?

Verônica Kelly Moreira Coelho – Celso, sempre fui uma mulher tímida e outrora me preocupava muito com o que as pessoas pensariam a meu respeito quando eu fizesse algo que realmente gostava. Me privei muito de fazer o que gostava com receio do que falariam. Quando comecei a publicar meus poemas românticos nas redes sociais, ouvi pessoas próximas dizerem que era bobagem uma mulher casada e mãe ficar postando poesias românticas nas redes sociais. Isso por um bom tempo me fez mal, mas quando percebi que as pessoas gostavam realmente da minha escrita, aquilo me fez querer ir mais além, até que cheguei onde estou hoje. As críticas foram se suma importância para o meu amadurecimento, pois parei de me importar com opiniões e comecei a acreditar mais no meu talento.

CRA – Qual sua maior dificuldade na carreira literária?

Verônica Kelly Moreira Coelho – Minha maior dificuldade é a expressão, digo, ter que falar de mim mesma. Quando me convidam para lives, eu aceito porque sei que as pessoas querem conhecer mais da Verônica Moreira, mas, realmente, falar de mim é sempre um desafio, talvez por me sentir insegura. Muitas vezes preparo um discurso, escrevo no papel coisas que quero falar pra não me esquecer de nenhum detalhe, mas parece que mesmo com papel na mão me dá um branco e acabo não falando tudo que queria. Fico muito nervosa e isso é algo que devo trabalhar muito em mim. Autoconfiança!

CRA – Você fará este ano o lançamento de seu livro ‘Jardim das Amoreiras’. Do que se trata esse livro, e de onde veio a inspiração para escrevê-lo?

Verônica Kelly Moreira Coelho – ‘Jardim das Amoreiras’ é um sonho lindo, trata-se de poemas baseados em fatos, vivências e pensamentos de uma poeta que expressou todas as suas angústias, medos e tristezas, mas também todo seu amor à família e às pessoas que passaram por sua vida.

CRA – Já há uma data pré-definida para o lançamento do livro? E como será? Você poderia nos adiantar alguma coisa sobre o seu lançamento?

Verônica Kelly Moreira Coelho – Creio que será lançado no início de junho. Queria que fosse agora em maio, mas somente esta semana é tive notícias de que falta apenas enviar pra gráfica. Se tudo correr bem, dentro de dez dias irei tê-lo em mãos e farei uma live para apresentar o meu trabalho.

CRA – Você está participando da organização de um concurso literário da Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências Letras e Artes – FEBACLA. Qual o objetivo desse concurso?

Verônica Kelly Moreira Coelho – É uma ideia do confrade Alexandre Magno, que gentilmente me convidou para ser parte da comissão julgadora e para juntos divulgarmos esse projeto que, com certeza, tem muito a acrescentar aos nossos amigos escritores, para fomentar a nossa cultura e enaltecer nossos talentos espalhados por esse mundo e aos demais irmãos das letras. Temos o total apoio do nosso presidente Dom Alexandre da Silva Camêlo Rurikovich Carvalho que, com muito carinho, preparou os prêmios, que serão: medalha de ouro, prata e bronze para os três primeiros colocados e certificado de mérito por participação. É de fato uma emoção muito grande poder trabalhar num projeto tão sério e de grande responsabilidade. Mas sou grata a todos que vêm valorizando meu trabalho na pessoa da escritora Verônica Moreira. Gratidão!

CRA – Você poderia descrever qual é a emoção de participar da organização de um concurso literário deste porte e ao lado de Dom Alexandre?

Verônica Kelly Moreira Coelho – É deveras emocionante ter o apoio de Dom Alexandre, que sempre me apoia, acredita no meu trabalho, na minha capacidade e no meu talento, principalmente por demonstrar a ele total respeito pela pessoa humana e extraordinária que ele é. Sem contar a grande estima em que o tenho. Para mim, ele é mais que um amigo, é um irmão!

CRA – Conte-nos, como se procedeu a sua participação no Jornal Cultural Rol?

Verônica Kelly Moreira Coelho – Na data de 16 de outubro de 2020, recebi o convite pelo Editor-Luz – apelido que recebeu de uma colunista – Sergio Diniz, que mudou minha visão e me fez acreditar ainda mais no meu talento, na minha capacidade de melhorar sempre! Tenho uma gratidão, amizade e carinho eterno por esse ser de luz que só tem acrescentado em minha vida com seu trabalho e conhecimento. Há alguns dias também recebi do amigo e editor Sergio Diniz o convite para ocupar um cargo de grande importância no Jornal Rol,: Editora Setorial de Eventos! Algo que me motivou ainda mais e que me trouxe grande alegria!

CRA – Você contou no lá no início que sofreu bullying na escola. Diz pra gente quais os motivos que levaram os colegas a essa ação ao se dirigirem a você? Conte-nos, como você superou esse episódio em sua vida?

Verônica Kelly Moreira Coelho – Celso, eu nasci com um quadro de saúde grave, passei por uma cirurgia assim que nasci, para correção intestinal.

Além desse problema eu também possuía uma doença, na verdade uma síndrome rara chamada “Síndrome de Besckwit”; uma síndrome que maltrata, que deforma a aparência. No meu caso a síndrome me fazia ficar com a língua pra fora da boca, o que me causava muito constrangimento. Na escola os colegas me chamavam de mongoloide, por que minha aparência realmente não era legal.

Mas, com o passar dos anos, minha mãe foi me ajudando a superar, eu pude sentir mudanças, fui aprendendo a controlar a fala, mantendo sempre a língua dentro da boca e aos 15 anos já não havia sequelas da doença. Superei!

Minha trajetória não foi fácil, mas Deus tinha um plano pra mim, o qual ainda não compreendo. Sou um milagre, eis-me aqui!

Agradeço a oportunidade desta entrevista Celso!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sergio Diniz da Costa
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