A Cidade do Sol
Cidade do Sol, Terra dos Santos Reis, Esquina do Continente, Noiva do Sol, Capital Mundial do Buggy, Trampolim da Vitória, Terra do Camarão, Capital Espacial do Brasil. Também plataforma avançada no Atlântico, quando da Segunda Grande Guerra ou simplesmente Natal.
Também plataforma avançada no Atlântico, quando da Segunda Grande Guerra, por ser um ponto estratégico e mais próximo da África, aqui na Base Aérea de Parnamirim se abasteciam e partiam os aviões dos aliados (principalmente norte-americanos) para patrulhamento e defesa do Atlântico Sul bem como para as campanhas militares no norte da África.
Parnamirim cidade da Grande Natal, também comporta a primeira base de foguetes da América do Sul, no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno.
A capital potiguar foi também uma das doze sedes da Copa do Mundo de 2014.
Terra do Camarão, com seu rio, com suas dunas, com seu mar. Natal e suas belezas naturais, e são tantas que atraem turistas do mundo inteiro.
Quando falamos de mar, a capital potiguar tem o segundo melhor ponto de mergulho em alto mar do Brasil, perdendo apenas para Fernando de Noronha, suas águas cristalinas com sua fauna e flora continuam encantando mergulhadores. Praias ensolaradas, conta-se que dos 365 dias do ano, aqui só chove nos sessenta e cinco. Entre as praias paradisíacas destaca-se na área urbana a de Ponta Negra, é um poema completo que testemunha o Morro do Careca. Mas não causa inveja a tantas outras próximas no litoral norte-rio-grandense como Pirangi, Cotovelo, Pipa, Genipabu, Jacumã etc.
Estas belezas que inspiram tanto que talvez seja por isto que nesta terra há tantos poetas. E não é preciso ser natural do lugar, não; basta viver um bom tempo por aqui que pouco a pouco e sem perceber se vai virando poeta. Em tempos longínquos alguém já havia escrito esta quadra que despertou minha curiosidade:
“Rio Grande do Norte,
capital Natal
em cada esquina um poeta
em cada beco um jornal”.
Resolvi, então, sair pesquisando por aí pelas esquinas: ‘Você é poeta?’ Alguns se se esquivam, ariscos, mas sabendo eu que “o poeta é um fingidor”, persisti por onde eu andasse. Certo dia, minha mãe pediu para ir à Casa de Saúde Natal, (uma casa de repouso para doentes mentais) para receber de alta um parente, e embarcá-lo no ônibus para sua cidade no interior do estado. Assim o fiz. Passando pelo Centro Histórico, travessei a praça Pe. João Maria, entrei pela rua José Ivo e ia indagando em cada esquina. Após algumas descobertas, chego ao Beco da Lama, um point da boêmia, conheço outros artistas ente os quais Neco do Violão, Maínha do Sax, e continuei, entrei pela travessa Câmara Cascudo, fui sair na calçada do Café São Luiz, lá vi entre outros o pintor Grilo, Marcos Rocha e um ceguinho com que tocava uma Rebeca. Não eram só poetas, tinha cantores, escritores, cantadores, etecetera.
Prosseguindo peguei meu transporte, chegando ao hospital já impressionado com minha obsessão, aproveitei o ensejo para me consultar ao psiquiatra, mas não é que o danado do doutor era poeta, já veio me citando um verso:
“Seu primo, Antônio Rêgo,
Pra seu lugar já fez partida,
Chegou aqui falando grego
E saiu poeta para vida.”
No que eu lhe respondi:
Não precisa explicar doutor,
Vejo que é um perfeito esteta,
Que em Natal pra onde eu for
Há uma oficina de poeta.
Ali me conscientizei que podemos chamar Natal, naturalmente, também de Cidade dos Poetas, ainda que estejam eles esquivos em cada esquina.
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