Felicidade
SAÚDE INTEGRAL
Joelson Mora: Artigo ‘Felicidade’


às 07:30 PM
Você é feliz?
Talvez essa pergunta já tenha passado pela sua mente em um momento de silêncio, na solidão de um ônibus, ou no intervalo do trabalho. A busca pela felicidade é universal e, embora pareça subjetiva, a ciência tem investigado esse estado com precisão — e encontrado um elo fascinante entre o cérebro, a gratidão e a saúde emocional.
A felicidade, do ponto de vista neurocientífico, é um estado influenciado por substâncias químicas como dopamina, serotonina, ocitocina e endorfina. Essas ‘moléculas da felicidade’ são liberadas em momentos de prazer, conexão e realização. Mas o mais interessante: podemos estimular sua produção de forma consciente e contínua.
Estudos realizados pela Universidade da Califórnia demonstraram que pessoas que praticam a gratidão diariamente têm maior ativação no córtex pré-frontal, região ligada à tomada de decisões, empatia e autorregulação emocional. A prática regular altera a neuroplasticidade, reorganizando conexões cerebrais e reforçando padrões positivos de pensamento.
O Exercício da Gratidão:
Um estudo publicado no Journal of Happiness Studies analisou 300 pessoas divididas em grupos que escreveram diariamente sobre suas dificuldades, sobre fatos neutros, ou sobre o que eram gratos. Após 10 semanas, o grupo da gratidão apresentou níveis significativamente mais altos de felicidade, menos sintomas de depressão e até melhora na qualidade do sono.
A gratidão, quando praticada como um exercício intencional, tem poder de combater emoções tóxicas como a inveja, a raiva, o ressentimento e até a dor física. Segundo a American Psychological Association, pessoas gratas demonstram menor pressão arterial, sistema imunológico mais forte e redução em sintomas de transtornos mentais.
A Organização Mundial da Saúde já declarou: saúde é um estado completo de bem-estar físico, mental e social. Nesse sentido, cultivar emoções positivas, como a gratidão, não é luxo — é autocuidado. Não basta apenas cuidar do corpo: é preciso cuidar da alma.
Eis um dado que impressiona: um estudo da Universidade de Harvard que acompanhou mais de 700 homens durante 75 anos descobriu que a qualidade dos relacionamentos, mais do que qualquer outro fator, foi o maior preditor de felicidade e longevidade. Relações saudáveis são construídas com presença, perdão e, principalmente, gratidão.
Como Praticar?
Diário da gratidão: escreva três coisas boas que aconteceram no seu dia.
Carta de gratidão: escreva para alguém importante (viva ou não). Leia em voz alta, nem que seja só para você.
Momento de pausa: ao acordar, ou antes de dormir, mentalize algo pelo qual é profundamente grato.
Meditação guiada com foco em gratidão: fortalece redes neurais de bem-estar e presença.
E se, ao invés de acordarmos pensando no que nos falta, começássemos o dia agradecendo por estarmos vivos? Pelos pulmões que respiram, pelo coração que pulsa, pelas pessoas que nos amam, mesmo sem dizer.
Gratidão não é sobre ignorar a dor — é sobre reconhecer que, mesmo com a dor, há beleza. É olhar para a vida com os olhos de quem sobreviveu, de quem caiu e se levantou. De quem aprendeu que a felicidade mora no agora.
Então, feche os olhos agora e agradeça. Pela sua história. Pelas lágrimas e pelos sorrisos. Pela jornada.
E se for para chorar — que seja de gratidão.
Joelson Mora