Professor, quais são seus maiores desafios?

Renata Barcellos

‘Professor, quais são seus maiores desafios?’

Renata Barcellos
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Imagem criada por IA do Grok
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Mês de outubro é de comemoração do professor. Antes de ser instituída a data foi criada a lei educacional do Brasil sancionada por Dom Pedro I em 15 de outubro de 1827. Entretanto, você sabia que foi uma mulher a criar a data em Santa Catarina, em 1948? Antonieta de Barros, uma das três primeiras mulheres eleitas no Brasil e a primeira parlamentar negra (apresentou na Assembleia Legislativa de Santa Catarina o projeto de lei nº 145, de 12 de outubro de 1948), autora da lei que instituiu o dia do professor e o feriado escolar no estado.

Na época, Antonieta justificou a importância da criação da data, argumentando que “Não há quem não reconheça, à luz da civilização, o inestimável serviço do professor”. Em 1963, o presidente João Goulart assinou o decreto nº 52.682, de 14 de outubro de 1963, ratificando a criação do Dia do Professor e determinando-o como feriado escolar.    

Dos anos 60 até a contemporaneidade, quem está em sala de aula percebe a drástica mudança da figura do professor. De admirado a respeitado, considerado o “detentor do conhecimento”; hoje, ser desprezado, violentado. Na maioria das vezes, a sociedade e a família não reconhecem mais a função social do professor. Não o valoriza em termos financeiros e nem acadêmico. O cursinho presencial ou online é melhor do que a escola oferece.

Constantemente, ouve do aluno: “depois eu assisto ou eu assisti ao vídeo do professor X”. Na atualidade, a questão é: qual o papel do professor à frente de uma turma? Estamos falando com as paredes? De acordo com pesquisa realizada durante a Semana da Escuta das Adolescências nas Escolas, menos de 40% dos estudantes nos anos finais do Fundamental (6º, 7°, 8º e 9 º anos) respeitam e valorizam seus professores. Por este índice, podemos imaginar a realidade do Ensino Médio.

O desafio inicial é quando se opta pela licenciatura. O que mais se ouve é: “você tem certeza?”, “vai passar fome”, “isso não é futuro para ninguém”… Quando se ingressa na graduação, eis um problema real: a inadequação das grades curriculares. No caso de Letras, quanto à oferta de Latim e das disciplinas de Literaturas africanas e indígenas,  a lei ainda não é uma realidade em muitas universidades públicas e privadas.                          

A “lei de ensino das literaturas africanas e indígenas” se refere à Lei nº 11.645/2008, que tornou obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena em todas as escolas do Ensino Fundamental e Médio. A lei ampliou a obrigatoriedade original da Lei nº 10.639/2003, que tratava apenas do tema afro-brasileiro. Essa legislação exige que os conteúdos sejam integrados ao currículo, com atenção especial a áreas como literatura, história e educação artística, para promover uma educação antirracista e multicultural.

Outro desafio inerente à formação é a questão de como lidar com alunos com necessidades educacionais especiais. Lidar com salas lotadas e com diferentes especificidades é missão impossível! Preparar atividades diversas e, no quotidiano, muitas vezes, administrar bullying com esses alunos e, pior, dos alunos com o professor… Sabemos que as consequências podem ser graves, incluindo problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, baixa autoestima e, em casos extremos, violência física grave ou suicídio. Com a Lei 14.811/2024, foi criminalizado no Brasil, podendo resultar em multas ou prisão.

Outra conscientização é quanto ao entendimento de como o conhecimento é construído. Definitivamente, a aula não é um espetáculo. E o espaço físico não é um teatro onde ao adentrar o professor encena um “personagem divertido”. Aprendizagem exige um ambiente acolhedor. É um processo solitário. Demanda foco. Atenção no conteúdo a ser estudado. Travar conexões…

Vamos pensar nossa rotina: muitos de nós saímos horas antes para estarmos no horário da aula. É um enorme desgaste físico e psicológico: congestionamentos, expostos à falta de segurança… E, quando se chega à instituição de ensino, muitas vezes, já se ouve de longe: “a senhora veio?” Se estamos passando mal, ouvimos: “Por que veio?”, “Por que não ficou em casa se estava passando mal?”. Ninguém merece ouvir isso! 

Nós, professores, precisamos conviver em harmonia. A sala de aula não deve ser um campo de batalha. Urge um ambiente harmonioso! As relações necessitam ser saudáveis! Jamais hostis – de constantes embates. Não estamos em um ringe! Alunos e responsáveis precisam se conscientizar de que o professor está ali para o desenvolvimento intelectual de cada aluno. No meu caso, das competências leitora e de escrita.                                                                                             

Outro desafio é a escolha (quando no setor público) do material didático. E, na rede privada, a IMPOSIÇÃO de material pronto para a rede. Pior ainda de avaliações já prontas. Fico me perguntando: neste caso, qual o papel do professor? Não tem liberdade para escolher seu material e elaborar suas avaliações? O profissional é monitorado o tempo todo: da câmera em sala de aula, supervisões para assistir às aulas, abordagem de conteúdos e utilização de material didático adotado pelas instituições. Ser professor está se tornando um reality show?

Na atualidade, um dos centros das atenções mundial é o uso do celular. A Lei nº 15.100/2025 restringe o uso de celulares por alunos em escolas públicas e privadas de educação básica, não sendo uma proibição total, pois permite a utilização para fins pedagógicos, em situações de segurança, para garantir acessibilidade, inclusão e para atender condições de saúde.

Sancionada em janeiro de 2025, visa melhorar a concentração, o aprendizado e a saúde mental dos estudantes, cabendo às escolas definir as estratégias de implementação. Hoje, uma das frases mais proferidas por nós é: “desliga ou guarda o celular”.

Nós, professores, estamos EXAUSTOS. Além desses desafios e de outros aqui não mencionados, há as constantes cobranças. Ainda mais neste período do ano: aprovação, índices de reprovados, metas…

Não poderia de deixar de abordar a violência física e ou psicológica e o assédio moral. Os índices só aumentam.  De acordo com uma pesquisa da Nova Escola e Instituto Ame Sua Mente, 8 em cada 10 educadores sofreram agressão em 2023, um aumento de 20% em relação a 2022. A maioria é verbal, mas outros tipos incluem assédio moral, bullying e agressões físicas. Em um estudo comparativo da OCDE, o Brasil apresentou o maior índice de agressões verbais ou intimidação de alunos por semana entre os países pesquisados. Lamentável!!!

E o reconhecimento daqueles que, apesar desses e de outros desafios, ainda fazem a diferença? É preciso valorizar os resilientes, os que vestem a camisa da EDUCAÇÃO, os que burlam o sistema e fazem a diferença na vida de cada um de seus alunos, os que consideram-nos protagonistas e não meros coadjuvantes da construção de seu conhecimento.

No que se refere à realidade da África, de países de Língua Portuguesa, de acordo com o angolano Celso Mariano Kahenda Praia (consultor linguístico e literário), um dos grandes desafios do professor hoje é “ter que ensinar um aluno que vai à escola apenas para cumprir formalidades familiar e social. O aluno vai à escola, mas não sabe o fundo da sua presença na escola, nem o para quê da sua formação.

A partir dali, percebemos o grandioso desinteresse na participação da construção de novos conhecimentos para si. Há alunos que nem sabem que disciplina terão num determinado dia, e ficam surpresos com a entrada do Professor. Portanto, não saber o porquê e o para quê ir e estar na escola é o motivo do insucesso de muitos alunos, e deve ser um dado fulcral na atenção não só dos Professores, mas também dos Pais e Encarregados de Educação”.

Já para Joaquim Einstein (professor de Matemática, Física e Química e escritor), os maiores desafios hoje para os professores estão “ligados a muitos aspectos como: falta de interesse nos estudos por parte dos estudantes, carência de materiais nas escolas, e rendimento débil dos estudantes. Como professores procuramos todos os dias mitigar estes problemas”. Podemos verificar que, apesar de continentes diferentes, os desafios são similares.

Nas literaturas brasileiras, há personagens que representam a figura do professor como:

-Antônio Conselheiro: Embora não seja um professor formal, ele é uma figura que transmite conhecimentos e tem um papel formador para a população do sertão, como aparece em obras de Euclides da Cunha e outros autores.

– Professora Maluquinha , criada por Ziraldo, é a protagonista de Uma Professora Muito Maluquinha. Ela se destaca por sua didática criativa e por ensinar com alegria e amor pela leitura.   

– Professor Heliseu do livro O Professor de Cristovão Tezza. É um professor aposentado que relembra sua carreira e os eventos políticos do Brasil enquanto prepara um discurso de homenagem. Além disso, muitos escritores brasileiros também foram professores.

Eis alguns exemplos: como   

– Ariano Suassuna: O autor de O Auto da Compadecida lecionou por mais de três décadas na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde suas aulas de Estética eram consideradas espetaculares.   

– Cecília Meireles: além de ser uma das mais importantes poetisas modernistas, ela foi educadora da primeira infância. Fundou, em 1934, a primeira Biblioteca Infantil do Brasil, no Rio de Janeiro. Em 1953, recebeu o título de Doutora Honoris Causa (entregue a personalidades que se destacaram por sua contribuição à cultura, à educação ou à Humanidade).

– Conceição Evaristo: a professora Evaristo se tornou uma das mais importantes escritoras brasileiras contemporâneas. Sua obra é marcada por temas relacionados à identidade, discriminação racial e o papel da mulher negra na sociedade. Um de seus trabalhos mais significativos é o romance “Ponciá Vicêncio”, onde narra a trajetória de uma mulher negra em busca de sua ancestralidade e liberdade.

-Consuelo Travassos: professora e escritora.

– Jorge Eduardo Magalhães: professor, escritor e diretor da harmonia da Sociedade Recreativa Escola de Samba Lins Imperial.   

– Maria Firmina dos Reis: considerada a primeira mulher romancista brasileira, escreveu também o primeiro livro do Brasil que abordava a questão abolicionista na obra Úrsula.  

– Otto Lara Resende: jornalista e escritor, também atuou como professor universitário.                                                                                                                                      

– Ray Brandão: professora, escritora e idealizadora do Coletivo de Escritores Maranhenses.                                                                                                                              

– Wanda Cunha: professora aposentada, trovadora, presidente da Academia Maranhense de Trovas.  

Urge sermos mais humanos, solidários… Amo minha profissão, sempre estou implementando algo novo, mas a falta de tudo é desolador. Por uma EDUCAÇÃO SEM OPRESSÃO. ABAIXO À VIOLÊNCIA! EDUCAR, para liberdade conquistar. E parabéns ao Sinpro-Rio pela a campanha “Educação Tem Nome, CPF e Impressão Digital”, #EducaçãoTemNome.

Renata Barcellos

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Comunicação, saúde integral e o papel da IA

Joelson Mora:

‘Comunicação, saúde integral e o papel da Inteligência Artificial’

Joelson Mora
Joelson Mora
'Comunicação, saúde integral e o papel da Inteligência Artificial'
‘Comunicação, saúde integral e o papel da Inteligência Artificial’
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

A interligação entre comunicação, saúde integral e inteligência artificial (IA) tem ganhado destaque significativo nos últimos anos, oferecendo oportunidades promissoras para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Aqui exponho como esses três elementos se entrelaçam e impactam positivamente a sociedade.

A comunicação desempenha um papel crucial na promoção da saúde integral, pois facilita a disseminação de informações, educação e conscientização sobre práticas saudáveis. Estratégias de comunicação eficazes podem influenciar comportamentos positivos, como adotar uma dieta balanceada, praticar exercícios físicos regulares e buscar cuidados médicos preventivos.

A inteligência artificial tem revolucionado o setor de saúde, oferecendo soluções inovadoras para diagnóstico, tratamento e gerenciamento de doenças, medicamentos como por exemplo o Ozempc. Algoritmos de IA podem analisar grandes volumes de dados médicos, identificar padrões e fornecer insights valiosos para profissionais de saúde, permitindo diagnósticos mais precisos e personalizados.

A integração da comunicação, saúde integral e inteligência artificial pode potencializar os benefícios de cada componente. Por exemplo, chatbots e assistentes virtuais alimentados por IA podem fornecer informações médicas personalizadas e orientação sobre hábitos saudáveis, promovendo a conscientização e a educação em saúde de forma acessível e conveniente.

Além disso, a IA pode aprimorar a eficiência dos sistemas de saúde, otimizando processos de triagem, agendamento de consultas e monitoramento de pacientes. Isso permite uma prestação de cuidados mais ágil e eficaz, melhorando a experiência do paciente e reduzindo custos operacionais para os provedores de saúde.

Apesar dos benefícios potenciais, a integração da IA na comunicação e saúde integral também levanta desafios e considerações éticas. Questões relacionadas à privacidade dos dados, viés algorítmico e equidade no acesso aos serviços de saúde digital precisam ser cuidadosamente abordadas para garantir que a tecnologia beneficie a todos os membros da sociedade de forma justa e equitativa.

A interligação entre comunicação, saúde integral e inteligência artificial oferece oportunidades sem precedentes para melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas em todo o mundo. Ao aproveitar os avanços tecnológicos e promover uma comunicação eficaz, podemos trabalhar juntos para construir um futuro mais saudável e sustentável para todos.

Joelson Mora

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Fechando um círculo

Denise Canova: Poema ‘Fechando um círculo’

Denise Canova
Denise Canova
Fechando um círculo
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Fechando um círculo

À espera do novo

Com novos sonhos

Desafios e conquistas

Dama da Poesia

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Documentário cearense sobre transexualidade estreia na 45ª. Mostra Internacional de Cinema em São Paulo


Fotos  https://1drv.ms/u/s!AuE8oJHSrL6Uhf0bYbD_chs4mtbcyQ?e=r5aq8f

TRANSVERSAIS, com direção de Émerson Maranhão, e produção de Allan Deberton, traz as histórias de cinco pessoas e os desafios da transexualidade

O cineasta Émerson Maranhão costuma dizer que faz cinema para entender aos outros. “Para me aproximar de universos e situações que me sejam desconhecidos. Eu acho que o cinema, tanto para quem realiza quanto para quem consome, traz em si uma oportunidade empática única, uma chance raríssima de se colocar no lugar do outro”. E seu primeiro longa, TRANSVERSAIS, essa chance se expande. O filme, que faz sua estreia mundial na 45a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, é uma celebração da diferença, num país cada vez mais marcado pela exclusão.

O longa, que parte de dois projetos anteriores do diretor, uma websérie e um curta, acompanha a vida de cinco pessoas, que vivem a experiência da transexualidade de diversas maneiras. A funcionária pública Samilla Marques e a professora Erikah Alcântara nasceram em corpos masculinos. O enfermeiro Caio José e o acadêmico Kaio Lemos, em corpos femininos.

Os quatro passaram por um delicado processo de auto-aceitação até compreenderem a sua natureza. Hoje, submetem-se a tratamentos hormonais que lhe asseguram uma aparência condizente com a maneira como se veem, mas ainda sofrem com a incompreensão, o estranhamento e o preconceito. Já a jornalista Mara Beatriz, mulher cisgênero e heterossexual, enfrentou a transfobia de perto e refez sua vida ao tomar conhecimento que era mãe de uma adolescente transgênero. Hoje, é uma das mais ativas militantes do grupo Mães pela Diversidade no Ceará.

A ideia do longa, de certa forma, começou em 2015, quando Maranhão conheceu Samilla, uma mulher trans, nascida e criada em um lar evangélico e que, à época, frequentava a igreja com os pais. A partir dela, o diretor conheceu outras mulheres na mesma situação e realizou uma websérie sobre elas. Ao longo dos anos, o documentarista conheceu, nas situações mais diversas, os demais entrevistados do longa. “Em nenhum momento eu tive dúvidas que essas cinco personagens não só dialogavam entre si, trazendo diferentes questões para a narrativa fílmica, como davam uma força e uma vida únicas ao documentário. Foi uma grande felicidade encontrá-los.

Radicado no Ceará, há 23 anos, Maranhão conta que ao lançar seu curta, em 2018, percebeu haver muito poucas as produções audiovisuais que lançassem um olhar sem estereótipos para pessoas trans, uma abordagem humanizada e não a do estranhamento, a do exótico, a do não-pertencimento. “A partir daí, decidi que queria imprimir justamente essa perspectiva num documentário ao contar essas histórias. Ou seja, TRANSVERSAIS nasce do desejo de trazer essas histórias incríveis para o centro da discussão. Ao mesmo tempo em que são histórias sensacionais são essencialmente histórias de gente comum, como eu e você, e apresentá-las assim, no que tinham de mais habitual, de mais corriqueiro, foi o que me moveu a fazer o filme.”

O longa foi filmado em fevereiro de 2021, enquanto a 2a onda da Covid-19 avançava no país, o que obrigou ao diretor e sua equipe readequar a produção do filme. “Foram dias muito tensos e intensos. Um desafio enorme. A sensação é que estávamos correndo contra o relógio o tempo todo. Mas deu certo! Para você ter uma ideia, na semana seguinte ao término das filmagens, o governador decretou isolamento social rígido, com confinamento domiciliar e suspensão das atividades comerciais.

Allan Deberton, que além de produzir também distribui o filme, é parceiro artístico de Maranhão desde o curta, e vê no longa uma grande responsabilidade. “A série de TV, inscrita em edital de TVs públicas, finalista na chamada, mas censurada pelo presidente Jair Bolsonaro, tendo sido esta censura amplamente notificada na imprensa, fez-me sentir na pele a tristeza do silenciamento. A minha atuação, com o Émerson, foi a de fazer o projeto existir, por pura necessidade – ninguém impedirá a liberdade de expressão. Fazer este filme tornou-se ato civilizatório.”

O diretor também vê em TRANSVERSAIS um potencial transformador. “Eu acho que é justamente nesse Brasil preconceituoso e extremista que esse filme se faz necessário. Porque é um filme afirmativo, é um filme que celebra a existência e a resistência, é um filme que defende que a convivência com as diferenças é possível. Ou seja, o oposto do que temos hoje no País, onde o diferente torna-se automaticamente um inimigo de ferro e fogo.”

E Deberton complementa: “O projeto documentário já carregava em si questões sociais e políticas, inerentes ao tema, mas depois da censura, entendemos que tinha algo a mais que nos motivava: falar de amor, contra todo este discurso de ódio que cancelou a nossa série. Transformamos em filme. Torço para que o filme emocione e seja um sopro de esperança.

TRANSVERSAIS é distribuído pela Deberton Filmes.

Sinopse

Érikah é professora, Samilla é funcionária pública. Caio José é paramédico, Kaio Lemos é pesquisador acadêmico. Mara é jornalista e mãe de uma adolescente. Os cinco têm origens, formações e classes sociais diferentes. Em comum, o fato de ter suas vidas atravessadas pela transexualidade

Ficha Técnica

Roteiro e direção: Émerson Maranhão

Produção: Allan Deberton

Entrevistados: Caio José Batista, Érikah Alcântara, Kaio Lemos, Mara Beatriz, Samilla Marques Aires, Clotilde Batista Da Silva, Edivane Barros, Jânio Torres, José Rogério Franklin, Lara Mendes, Pai Aluísio, Priscila Marques, Priscila Paula Pessoa, Rozelangia de Paula Pessoa

Consultora de Roteiro: Julia Katharine

Assistente de Direção: Breno Baptista

Produção Executiva: César Teixeira

Direção de Produção: Beijamim Aragão

Fotografia e Câmera: Juno Braga, Linga Acácio

Assistente de Câmera: Evye Alves

Som Direto: Guma Farias

Trilha Sonora Original: Clau Aniz

Edição de Som e Mixagem: Érico Paiva (Sapão)

Montagem: Natara Ney

Logger e Assistente de Montagem: Luis Ramon

Fotografia adicional: Irene Bandeira, Júlio Caesar

Colorista : Julia Bisilliat

Créditos e Identidade Visual: Miligrama

Produção: Deberton Filmes

Coprodução: A Sugestiva Filmes

Biografias

Émerson Maranhão

Roteirista e diretor de cinema. Nasceu em Arapiraca, no agreste alagoano, e há 23 anos mora e atua no mercado cearense. É graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), tem formação técnica em Realização Audiovisual pelo Instituto Dragão do Mar de Artes e Indústria Cinematográfica (CE) e em Narrativas Transmidiáticas, pela Baltic Film, Media, Arts and Communication School, da Universidade de Tallinn (Estônia).  Em 2021, foi o único brasileiro indicado ao prêmio Freedom of Expression Award, disputando a categoria de Arte. A premiação é realizada desde 2000 pela organização Index on Censorship, sediada em Londres (Inglaterra), e “celebra aqueles que tiveram um impacto significativo no combate à censura em qualquer lugar do mundo”. É autor do livro “Cinema Falado” (Ed. Dummar), que reúne entrevistas exclusivas com 12 cineastas cearenses de projeção internacional, como Karim Aïnouz (“A Vida Invisível”), Allan Deberton (“Pacarrete”), Halder Gomes (“Cine Holiúdy”) e Guto Parente (“Inferninho”), entre outros. O documentário “Aqueles Dois”, seu curta de estreia, foi selecionado para mais de 60 festivais e mostras nacionais e internacionais e conquistou 20 prêmios. “Transversais” é sua estreia em longas-metragens.

FILMOGRAFIA DO DIRETOR

“Transversais” (2021)

“Aqueles Dois” (2018) – curta-metragem

Allan Deberton

Allan Deberton é formado em Cinema pela Universidade Federal Fluminense. Seus curtas-metragens participaram de mais de 150 festivais nacionais e internacionais conquistando 76 prêmios. Co-produziu a série de TV “Lana & Carol” para a EBC e o longa-metragem documentário “Do Outro Lado do Atlântico”, este último com estreia no 37º Festival de Cinema de Havana (Cuba). Em 2019, “Pacarrete”, seu primeiro longa como diretor, fez estreia mundial no 22º Festival Internacional de Cinema de Xangai, indicado ao Golden Goblet Awards. No Brasil, “Pacarrete” foi o grande vencedor do 47º Festival de Cinema de Gramado, conquistando 8 Kikitos, incluindo Melhor Filme, Melhor Filme Juri Popular, Melhor Roteiro e Melhor Direção. Fez parte da 43º Mostra de Cinema de São Paulo, 21º Festival do Rio, 23º Festival de Tiradentes, 29º Cine Ceará e 22º Florianópolis Audiovisual Mercosul. Internacionalmente, participou do Festin (Portugal), San Digo Festival de Cinema Latino (EUA), New Filmakers Los Angeles (EUA), Festival de Cinema Independente de San Francisco (EUA), Cinemaissí (Finlândia), Festival Internacional de Cinema de Glasgow (Reino Unido), 23º Festival de Cinema Brasileiro de Paris (França), entre outros.  Foi o grande vencedor do 47º Festival Sesc Melhores Filmes e eleito Filme do Ano pelas Associações de Críticos do Rio Grande do Sul, do Rio Grande do Norte e do Rio de Janeiro. Entre outros prêmios importantes, recebeu o de Melhor Diretor do 24th International Film Festival of Kerala (Índia). Membro da Associação Brasileira de Autores Roteiristas, da Associação de Produtores Independentes e da Academia Brasileira de Cinema.