Joelson MoraImagem criada por IA do Bing em 30 de setembro de 2025, às 12:00 PM
A dor é uma das experiências humanas mais universais e, ao mesmo tempo, uma das mais complexas. Presente desde o nascimento até os últimos instantes da vida, ela não é apenas um sintoma físico, mas também um fenômeno que atravessa dimensões emocionais, sociais, espirituais e culturais. Compreendê-la é fundamental para promover saúde integral.
Segundo a International Association for the Study of Pain (IASP), dor é “uma experiência sensorial e emocional desagradável associada, ou semelhante àquela associada, a uma lesão tecidual real ou potencial”. Essa definição amplia a visão biomédica, reconhecendo que dor não é apenas consequência de uma lesão, mas também da forma como o cérebro interpreta e dá sentido a determinados estímulos.
No senso comum, dor é frequentemente entendida como algo que se deve evitar ou suprimir. No entanto, culturas e tradições filosóficas diversas revelam que ela também pode ser um caminho de aprendizado, transformação e até espiritualidade.
A literatura científica classifica a dor em diferentes categorias:
Aguda: de curta duração, geralmente associada a uma causa identificável (como uma fratura).
Crônica: persiste por mais de três meses, mesmo após a cicatrização do tecido. Está ligada a processos complexos do sistema nervoso.
Nociceptiva: relacionada a danos nos tecidos.
Neuropática: originada em lesões ou disfunções no sistema nervoso.
Psicogênica: vinculada a fatores emocionais e mentais.
Estudos recentes apontam que a dor crônica atinge cerca de 30% da população mundial, impactando diretamente a produtividade, a qualidade de vida e os relacionamentos humanos.
Diversos pensadores refletiram sobre a dor:
“A dor é inevitável, o sofrimento é opcional.” – Haruki Murakami
“As cicatrizes nos lembram que o passado foi real.” – C.S. Lewis
“A dor é o megafone de Deus para despertar um mundo surdo.” – C.S. Lewis
Essas frases revelam a multiplicidade de olhares: da dor como inevitabilidade biológica à dor como experiência transformadora.
Japão: influenciado pelo budismo e pelo Seitai, a dor é vista como um sinal de desequilíbrio do corpo e da energia vital. O objetivo não é apenas eliminá-la, mas restaurar a harmonia.
Ocidente: tende a medicalizar e combater a dor de forma direta, por vezes esquecendo o aprendizado que ela pode trazer.
Povos indígenas: muitas vezes a dor é ritualizada, entendida como passagem de crescimento ou fortalecimento espiritual.
Cristianismo: a dor pode ser vista como parte da purificação, mas também como algo que encontra alívio no cuidado mútuo.
Na visão da Saúde Integral, não basta tratar apenas o sintoma. É preciso compreender a dor em sua totalidade — física, mental, emocional e espiritual. O Seitai, técnica japonesa de quiropraxia, vai além da manipulação corporal: ele busca reorganizar o corpo para que a energia vital circule de forma livre e natural.
A dor, nesse contexto, é um sinal de vida. Ela mostra que algo está em desalinho, mas também aponta o caminho para o equilíbrio. O Seitai convida à escuta do corpo, ao respeito pelo ritmo natural e à confiança no poder regenerativo do organismo.
A dor pode ser inimiga ou mestra. Depende da forma como nos relacionamos com ela. No campo da saúde integral, aprender a escutar a dor é fundamental para transformar sofrimento em consciência, desequilíbrio em movimento, e limites em caminhos de cura.
Talvez possamos ressignificar a dor não apenas como algo a ser combatido, mas como um convite ao autoconhecimento e à harmonia. Afinal, cuidar do corpo é cuidar também da alma — e é nesse encontro que a verdadeira saúde integral se manifesta.
Nilton da Rocha: Poema ‘Clamor deste povo na guerra’
Nilton da RochaImagem criada por Ia do Bing – 18 de junho de 2025, às 17:49 PM
Eu clamo ao Sol que não quer nascer, Procuro a chuva, o mar, a flor, Promessas feitas que vi morrer, Resta ao mundo só dor e clamor, Em silêncio se esvai o amor.
Vejo a Terra que sangra e chora, Campos vazios, mares sem cor, Toda a esperança que se foi embora, O homem esquece o que tem valor, E o céu se esconde do sonhador.
Cadê a paz que nos prometeram? Cadê os frutos, o lar, o bem? Só vejo os campos que se perderam, E a dignidade que já não vem, Tudo se apaga e não resta ninguém.
Quero os meninos nos rios, nas matas, Vendo as estrelas, sentindo o ar, Brincando livres nas madrugadas, Sem medo algum de se apaixonar, Vivendo o mundo a se renovar.
Chega de guerra, morte e mentira, Que a voz da Terra se faça ouvir, Que o homem aprenda, que nunca fira, Que ao diabo não possa resistir, E a paz renasça a nos redimir.