Meus guardados

Verônica Moreira: Poema ‘Meus guardados’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Imagem criada por Ia do Bing - 02 de maio de 2025, às 13:23 PM
Imagem criada por Ia do Bing – 02 de maio de 2025,
às 13:23 PM

Tem coisas que guardo — e que agora preciso contar.
Guardo lembranças e saudades.
Guardo sentimentos diversos:
amores, paixões, mágoas e ilusões.
Guardo um fardo de olhares e desejos.
Guardo quilômetros de ausências e medos.
Guardo amuletos, relicários e pedras coloridas.
Guardo sorrisos, versos e cantigas de ninar.
Guardo lugares diferentes, onde aconteceram encontros — mesmo os indesejados.
Guardo reflexões e reflexos no espelho.
Guardo segredos que levarei para o túmulo.
Guardo poesias e músicas românticas.
Guardo livros e flores secas.
Guardo comigo números, códigos, senhas e nomes.
Guardo uma dor e um remédio, tédio e distrações.
Guardo tudo que tenho de bonito — e de feio.
Guardo o adeus de alguém que permanece, mesmo não estando.
Guardo o cheiro, o gosto, o gozo de ainda existir,
depois que minha metade se foi.
Guardo os sonhos engavetados em versos livres.
Enfim…
Guardo meu eu inteirinho — dentro de mim.

Verônica Moreira

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Aquela primeira poesia

Verônica Moreira: Crônica ‘Aquela primeira poesia’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Imagem gerada com IA do Bing  ∙ 19 de janeiro de 2025 às 6:39 PM
Imagem gerada com IA do Bing  ∙ 19 de janeiro de 2025 às 6:39 PM

Fico imaginando como teria sido minha vida se, anos atrás, eu não tivesse escrito aquela primeira poesia — os primeiros versos que brotaram do âmago amargurado de minha alma.
Ah, Deus… como teria sido se aquela falta não tivesse me causado o choro e o desejo de escrever?
Páginas em branco que ficaram rabiscadas de tinta azul, vermelha, preta e molhadas de tinta incolor, vinda de meus olhos castanhos e meigos…

E se eu não tivesse escrito aquela primeira poesia? Quem eu seria hoje, quem seria amanhã? E se ninguém a tivesse lido? E se ali, na folha em branco, minha poesia tivesse morrido?

De lá para cá, muita coisa mudou em mim. Algumas portas se abriram e me fizeram evoluir, crescer e prosseguir em busca de sonhos outrora esquecidos.

Vivi sonhos que me foram roubados, pesadelos inesperados e ilusões. Acreditei em mentiras que julguei verdades, abracei falsidades que pensei ser amizades.

Amores idealizei. Pedaços pequenos tomei por metades, prisões confundi com liberdade. Até que um dia, enfim, conheci a fúria da maldade.

Tive medo e me escondi. Corri, o mais rápido que pude; fugi — de tudo, de todos, até de mim.

Deparei-me com a morte. Pensei que ela seria minha sorte, e ali fiquei, me esvaindo, caindo aos poucos.

Como as flores do campo que murcham, aparentemente morri. Todavia, eu tinha raízes profundas, raízes que resistiram à força das estações sem chuvas ou orvalhos.

Renasci. Mesmo na aridez, fui tempestade no deserto que havia em mim. Revivi, me derramei…

Agora, fico imaginando como seria minha vida se eu não tivesse escrito aquela primeira poesia.

Verônica Moreira

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De Tiros (MG) para o ROL, a pena poética de Clébio Pessoa

A alma mineira de Clébio Pessoa decanta o amor em toda a sua plenitude

Clébio Pessoa

Clébio Pessoa, natural de Tiros (MG), é escritor, poeta, membro da AIAP – Academia Intercontinental de Artistas e Poetas e autor do livro ‘Devaneios’.

Sua seara literária tem sido reconhecida nacional e internacionalmente por muitos prêmios, dentre os quais Prêmio Nacional de Literatura, outorgado pelo Instituto Cultural Colombiano Casa Poética Magia y Plumas; Reconocimiento de Excelencia, pelo Grupo de Poesia Virtual Internacional e Destaque de Honra, pelo Grupo Nossa Essência; Placa de Oro, pelo Dia Internacional de La Poesia 2020; Diploma de Honra 2020 e Placa Literária – Medalhão VIP.

No biênio 2005-2006, quando obteve o título de PhD em Português na Universidade de Coimbra (Portugal), foi galardoado pela Reitora da Universidade, Rose Nunes, com esta distinção: “Trago cultura hispano-romana/ Desde Portu Cale da Galécia/ Reverberada nos Sermões de Vieira/ Na poética de Camões e Versos de Clébio Pessoa”.

Clébio Pessoa inicia sua jornada literária ROLiana com o poema ‘Devaneios’

Devaneios

Devaneios poéticos
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Ao nos amarmos, mantemos
a galhardia de deixar acontecer
renovando acepções, devaneios e vidas
ficando constantemente em êxtase.

Corações enfatizam inefáveis
fórmulas das querenças,
onde entusiasticamente nós
revelamos eternos parceiros.

Prazeres colossais refazemos
em imagináveis ilusões, onde
são paradisíacos os encantos de tocar,
predominando sempre o amor.

Espetáculos são refeitos,
onde desfilam almas gêmeas
que nos fazem ficar perplexos
como amantes em foco: estás!

Clébio Pessoa

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Lua cheia em penedo

Ceiça Rocha Cruz: ‘Lua cheia em penedo’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
"Lua dos amantes, dos amores!... num clarão a fulgurar, amamo-nos iluminados num ardente beijo
“Lua dos amantes, dos amores!… num clarão a fulgurar,
amamo-nos iluminados num ardente beijo”

Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Ao vislumbre do anoitecer,
na cidade princesa do rio,
refulge plena e intensa
de magia e de pudor a Lua cheia,
que se derrama solitária
enevoando as estrelas.

Contemplo-te majestosa
luzente de indescritível beleza!
E no teu encanto navego,
tímida donzela sonolenta!

Nas frias madrugadas,
sobre o rochedo,
excêntrica te desnudas
enternecida de mistérios,
segredos,
sonhos
e ilusões.

Na noite fulgente,
venusta!
Lua dos amantes,
dos amores!
Prateado talismã
debruçado sob a varanda do lampejo,
tranando o véu da noite
num clarão a fulgurar,
amamo-nos iluminados num ardente beijo.
Deusa da noite!
Lua cheia em Penedo!

Ceiça Rocha Cruz

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