Solidão e saudade

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Solidão e saudade’

(Tributo a Tom Jobim)

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
Imagem gerada com IA do Bing ∙ 22 de novembro de 2024 
às 5:53 AM
Imagem gerada com IA do Bing ∙ 22 de novembro de 2024
às 5:53 AM

O pôr do Sol descortina
atrás da montanha silenciosa,
e a vida triste sem ti,
vê o tempo passar,
numa saudade incontida,
debruçada na janela do poente.

Na quietude,
rasgo do entardecer,
e na casa encolhida
debaixo do cimo da colina, ao acaso,
lembranças insepultas
onde tudo se mistura:
solidão e saudade.
Tal qual, geme em segredo o vento,
uma voz regouga:
volte, eu não sei viver sem ti!

O crepúsculo despede-se
da tarde na tua solidão,
e no coração a dor dilacerada
pela saudade.

Enfim, no silêncio da noite escura,
entre olhares e sorrisos, tu
a tristeza ouviu o meu pedido…
e no aconchego do teu abraço
ao sabor do afago,
sussurros…
não posso mais sofrer,
chega de saudade… amo-te!


Ceiça Rocha Cruz

Voltar

Facebook




Efêmero

Evani Rocha: Poema ‘Efêmero’

Evani Rocha
Evani Rocha
Imagem gerada pela IA do Gencraft

Durou tanto quanto uma chuva de verão,

Foi tão efêmero quanto o nascer

E o pôr do sol…

Assim como duram as folhas que se entregam à solidão do solo,

Secas e desgarradas da ‘árvore-mãe’,

No outono…

Passou como passa o tempo, fugaz,

Mas ainda assim imergiu em mim e fez morada.

Fez trilhas e descampados

Refestelou sob a luz da Lua,

Nas noites de primavera.

Deveras, carrega em teu âmago

A brevidade das horas,

A sutileza das sombras…

Como as ondas desavisadas na maré cheia!

Durou feito o tempo dos beija-flores, a sorver o néctar…

O suficiente para se nutrir da viva seiva

Que transborda em ti…

Aqui nada mais resta, senão fragmentos de saudade,

Feito rastros na areia,

Que brevemente as ondas levam para as profundezas do mar!

Evani Rocha

Contatos com a autora




Desculpas

Evani Rocha: Poema ‘Desculpas’

Evani Rocha
Evani Rocha
Imagem criada pela IA do Canvas
Imagem criada pela IA do Canvas

Desculpe pelas horas ausentes vasculhando o meu ser…

As perguntas que não respondi,

Pois talvez não tinha a resposta nem mesmo para mim.

Desculpe as palavras mil vezes repetidas,

Pois eu precisava da certeza que me fazia entender.

Das vezes que gritei, e poderia, quem sabe, ter sussurrado.

Desculpo, as desculpas descabidas,

Tentando explicar o inexplicável.

Desculpe pelos dias ensimesmada, buscando por respostas.

As portas fechadas, quando batias, e eu não estava lá.

Pelas palavras soltas, sem sentido.

Desculpe a carência de atenção,

Quando estavas atento ao seu próprio interior!

A dor arrastada estrada afora,

Deixando um rastro de lamento.

Desculpe o tempo perdido plantando

Sementes que não germinaram.

As flores que não colhi, para decorar tua mesa.

Desculpe as lágrimas de saudade

Todas as vezes que partias,

E o aconchego necessário quando retornavas.

Desculpo as palavras sem jeito,

Distraído e a falta de sorriso. O tempo curto para tantos sonhos!

Desculpe as despedidas e os reencontros

Desavisados.

A displicência em perceber a solidão, desculpo.

Desculpe a vida cigana, que me tomas, pois sou meio gente e meio pássaro,

Quero sempre voar mais alto.

Desculpo as críticas, mas agradeço o quanto me ensinaste…

Desculpe se não soube entender-te, talvez da forma como és.

Desculpo os dias de ausência e o escasso diálogo.

Porém, o tempo já se encarregou de aparar as arestas.

Não há mais nada a ser desculpado…

Sentar na varanda e apreciar a grandeza de um pôr do sol

É o que nos resta.

Evani Rocha

Contatos com a autora

Voltar

Facebook




A flor do entardecer

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘A flor do entardecer’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
"entardecer nostálgico entre as névoas alaranjadas do arrebol"
“entardecer nostálgico entre as névoas alaranjadas do arrebol”
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Pálida a luz da tarde sombria.
Sobre o leito da flor debruçada
um entardecer nostálgico
entre as névoas alaranjadas
do arrebol.

No silêncio da varanda do ocaso
o pôr do sol desmaia,
incensa o crepúsculo,
pinta de dourado o entardecer
de lume à penumbra,
desenhando imagens
na lívida solidão.

Você surgiu em meio do tempo
com olhos ávidos de sedução,
chamas de amor,
mãos deslizavam com volúpia
em ardente desejo.

Na doce bruma
dos vitrais das janelas do ocaso,
enlaçados ao caminho
de desvario veementemente,
ao fogo do carnal amor,
nossos corpos sedentos incendeiam
de prazer e emoção
no poente fecundo de mistério
que se cala,
à flor do entardecer.

Ceiça Rocha Cruz

Contatos com a autora

Voltar: https://jornalrol.com.br/

Facebook: https://www.facebook.com/JCulturalRol/




Atrás da montanha

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Atrás da montanha’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
"Cai o tempo... névoa nos ombros da montanha. O pôr do sol renasce e espreita silencioso o entardecer."
“Cai o tempo… névoa nos ombros da montanha. O pôr do sol renasce e espreita silencioso o entardecer.”
Microsoft Bing – Imagem criada pelo designer

Cai o tempo…

névoa nos ombros

da montanha.

O pôr do sol renasce

e espreita silencioso

o entardecer.

O sol fecha os olhos do dia

na solidão da tarde

e na cidade,

o silêncio silencia,

e no meu poema,

uma canção ao vento.

No debrulhar de

segredos do horizonte,

afloram,

cantam o amor e a saudade,

na infecunda solitude do tempo.

Cortinas douradas contrastam

ao entardecer,

e pelas escarpas da tarde,

o sol se despede,

traz-me você.

Enquanto isso,

a sombra sepulta o silêncio

do outro lado do poente,

atrás da montanha.

Ceiça Rocha Cruz

Contatos com a autora

Voltar: http://www.jornalrol.com.br

Facebook: https://facebook.com/JCulturalRol/