Fora do corpo

Loide Afono: Poema ‘Fora do corpo’

Loid Portugal
Loid Portugal
Imagem criada por IA do Bing - 24 de junho de 2025,  às 16:26 PM
Imagem criada por IA do Bing – 24 de junho de 2025,
às 16:26 PM

Chuvas
Nuvens negras
Ventos fortes
Pra que servem afinal?

Dor
Prantos
Choros
Mortos

Se desfazem
Na calçada
Mesmo com
Com a correria
Invadem

Campos
Minas de ouro
Becos
Ruas largas

E o pai
Que lembra da filha
Que pelo marido
Foi largada
Maltratada

Agora
Está envelhecida
E tida como
Desprovida

Correm
Dormem
Sem medo
E depois escolhem
Ou são escolhidos

Coitados dos gemidos
Que todos os
Dias são comprimidos

Aheeee!

Não queria contar
Esta história
Que me faz chorar
Desabafar
Gritar
E querer me matar

Deixa
Deixa isso tudo andar
Eu
Já sei que não posso engatinhar.

Loide Portugal

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Cenários

Ismaél Wandalika: Poema ‘Cenários’

Soldado Wandalika
Soldado Wandalika
Imagem criada por IA do Bing - 09 de junho de 2025, às 08:06 PM
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às 08:06 PM

Meu olhar insólito fragiliza meu medo
Às vezes voo com os pés enterrados na terra
Prezo minha trilha tocando meu verso
Vivo longe da esperança, a vida me traz um nobre ritmo

Oiço com prudência cada melodia ao sol raiar
Meus pássaros cantam sem cessar na janela do meu Altar
Olho a fundo na esperança que me circunda
Há dias em que as lágrimas se recusam de cair
Escondo meu pranto nos gritos que me cruzam a alma
Traduzo meu sentimento sobre o papel
Viajo nas paisagens de um cartel
Exprimo o meu pensamento ao som das minhas palavras.

Cenários
Invadem o silêncio dos meus movimentos
Os ângulos distorcem a lógica dos meus ventos
A força desatina, perco-me nos galhos
Feridas visualizam meu tédio

Finjo ser forte
Penso no abismo do monte
Corro atrás da sorte
Observo o mundo sob a ponte

Soldado Wandalika

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Lamentos

Ivete Rosa de Souza: Poema ‘Lamentos’

Ivete Rosa de Souza
Ivete Rosa de Souza
Por que choras, minha alma?"
“Por que choras, minha alma?”
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Por que choras minha alma?

Acaso não te acompanho em tuas andanças,

Em teus arroubos e anseios?

Não estou presente quando choras ou quando ris?

Não sou eu que sinto o peito apertado?

Que dou vazão ao rio de lágrimas

Que me rasgam os olhos?

Por que então esse pranto derramado, doído,

Doído, que me alimenta de tristeza?

Sei que te enganas às vezes, mas não és só,

tens um coração afoito por vezes traiçoeiro,

que bate neste corpo que habitas,

um cérebro que se espanta, que quebranta e se rebela,

com essas emoções humanas.

Às vezes a fúria se apresenta, outras vezes o medo se esconde,

ou responde com lamentos.

E há tantos planos que são roubados pelos ventos.

Tantos sonhos costurados, desfeitos ponto a ponto,

depois remendados.

Não chores mais minha alma, o pranto

espantas a felicidade.

Esqueces que a saudade também pode trazer promessas?

E há tantas delas escondidas em ti, não deixe tua aura

da verdade, tua vontade, teu desejo adormecer.

Dá-me asas para a liberdade, deixas-me alcançar a plenitude,

com a atitude e coragem, que só os fortes conhecem.

Meus olhos verão a luz dos teus,

na espetacular  existência terrena, enquanto

a luz atravessa o tempo de existir e transcender

do mundo físico ao etéreo.

Então serás liberta minha alma, não mais encontrarás

Motivos para chorar, enfim  encontrarás a infinita perfeição.

Ivete Rosa de Souza

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