Pensar o mundo para o século XXI

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

‘Pensar o mundo para o século XXI’

Diamantino Bártolo
Diamantino Bártolo
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A reflexão que agora se coloca à disposição das pessoas, amantes dos grandes valores da dignidade humana, dos quais se destacam, para já: a solidariedade, a amizade, a lealdade, a gratidão, a liberdade, a igualdade, de entre outros, identicamente fundamentais para a vida harmoniosa em sociedade, lança, justamente, um apelo à meditação sobre o mundo que desejamos construir.

Hoje, primeiro quarto do século XXI, numa sociedade muito complexa, extremamente exigente, seguramente, pelo menos, muito diferente do que em épocas passadas, as pessoas, as famílias, os governos, as empresas, as instituições em geral, as nações, seja qual for a sua natureza, confrontam-se com situações muito difíceis, que exigem soluções verdadeiramente, em alguns casos, dir-se-ia, “milagrosas”.

A gestão de pessoas, num enquadramento de valores essenciais à dignidade humana; a uma vida confortável, com expectativas de um futuro relativamente próspero; a constituição das famílias e as dificuldades que elas encontram na sua consolidação, no desejo legítimo de muitos casais terem filhos; uma velhice tranquila e merecidamente recompensada, entre outras condições que são desejáveis, para a vida adequada às necessidades mais elementares, são objetivos que se perseguem e que cada vez parecem mais difíceis de se atingir.

Com efeito, é fundamental, desde logo, que todas as pessoas, independentemente do seu estatuto, desenvolvam uma sincera sensibilidade humanista, muita competência e empenhamento em tudo o que se envolverem, na medida em que será pelo estudo, pelo trabalho, pela poupança que se podem atingir níveis e qualidade de vida, como todo o ser humano deseja, e tem direito.

Desenvolver “Relações Sociais para o Sucesso”, não pretendendo ser a panaceia para todos os males, nem sequer ter a ambição de resolver os problemas do mundo, e muito menos descobrir as fórmulas mágicas, para que toda a gente possa levar uma vida com responsabilidade, almeja, isso sim, demonstrar que é possível uma vida melhor, que existe sempre uma esperança, num mundo melhor.

Abordar temas como: “Dimensão Axiológica da Pessoa Humana”; “Conduta Ética dos Poderes; uma via para a Pacificação”, “Gratidão, Virtude que Gera Amizade e Paz”, “Idosos: Um Património de Sabedoria e Experiências”, “Crianças: Herança para um Mundo Melhor”, “Gestão e Liderança Humanizadas das Pessoas”, “Comunicação e Relações Humanas”, “Sociedade Ética para o Século XXI”, “Vida Digna”, “Filosofia para um Casamento de Sucesso”, “O Líder do Século XXI”, entre muitos outros, justificam uma tomada de consciência, para todos nós nos esforçarmos, um pouco mais, a fim de podermos dar um contributo positivo para as novas gerações.

É claro que outros temas poderiam ser abordados, noutras perspectivas, até com melhores resultados, embora estes só se possam avaliar decorrido o tempo suficiente para que uma, duas ou três gerações, se consciencializem de que, realmente, ninguém pode, nem deve, ficar de braços cruzados, à espera que um Estado Social, ou a família, amigos e instituições resolvam todas as situações.

Finalmente, com aquele conjunto de reflexões, desejo satisfazer, ainda que pobremente, o desejo de quem se preocupa com as Ciências Humanas e Sociais que, também eu, reconheço como muito importantes no nosso dia-a-dia. Pretendo, com todas as lacunas e defeitos que me caraterizam, manifestar a minha GRATIDÃO a quem me estimula para “agarrar” estes desafios, extremamente arriscados, mas ao mesmo tempo, gratificantes.

Sentir-me-ei eternamente agradecido se, pelas Relações Sociais, contribuir para que, todos juntos, nos valores da dignidade humana, possamos dar um, ainda que muito pequenino auxílio, para um futuro melhor: seja para as gerações que se aproximam do “fim da linha”, como aquela a que eu já pertenço; seja, também, para as mais novas que, generosamente, vão ajudar a construir um mundo melhor e, seguramente, permitir que nós, os “seniores”, (carinhosamente, ‘Os Cotas’) tenhamos as melhores condições para percorrer o resto da “linha”.

Boa leitura, no futuro, melhores pensamentos, para que a “FAMA: Família, Amizade, Meditação e Ação”, nestes quatro elementos, seja o ponto cardeal pelo qual consigamos orientar as nossas vidas, e o futuro da humanidade. Seremos todos muito “famosos”, se começarmos, desde já, a exercitar aquelas referências e, simultaneamente, agregarmos os grandes valores da dignidade humana, a ela associados.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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Autonomia profissional versus prescrição parental

Fidel Fernando

‘Autonomia profissional versus prescrição parental: uma reflexão a partir de Manana, de Uanhenga Xitu’

Fidel Fernando
Fidel Fernando
Imagem criada por Ia do Bing – 27 de agosto de 2025, às 13:13 PM

A obra literária Manana (2014), do escritor angolano Uanhenga Xitu, além de literariamente rica e moralmente provocadora, oferece preciosos elementos para a análise das tensões entre tradição, modernidade e liberdade individual.

Ao relê-la para fins de pesquisa científica, destaca-se um excerto na página 22, e transcrevo literalmente:

“Aprende ofício, sobrinho! Este é arte. Não deixa pedir esmola. Teu pai ainda aí com mania de liceu, liceu, liceu, ianhi?! 4.ª classe chega bem. Depois aprende arte. Uma data de gente que anda aí no liceu, mas com mania de fonchonário são calutêiros. Não pagam as obras que a gente faz. Alguns matam as famílias com fome. A vida deles é só ter sapatos engraxado e camisa limpo. Mas em casa só comem farinha com açúcar.”

O conselho de um tio ao sobrinho, para que este aprenda um ofício, contrapõe-se à obsessão do pai pelo ‘liceu’. Este trecho espelha fielmente a realidade de muitos jovens cujos sonhos profissionais continuam hoje bloqueados pelas imposições parentais. A sociedade ainda sustenta a falsa ideia de que a única via para a realização pessoal e profissional passa pelo ensino académico formal e pela integração no aparelho do Estado. Contra esse paradigma, urge defender a autonomia e o direito de cada indivíduo traçar o seu próprio caminho.

Em Manana, Felito, personagem da obra, não é dado aos livros; chumba repetidamente no liceu. Todavia, revela interesse e talento para a carpintaria: um ofício digno e criativo. O pai, porém, insiste em empurrá-lo para o liceu, na esperança de vê-lo engravatado, funcionário público: símbolo maior da realização social para muitos. Essa lógica persiste no século XXI, quando muitos pais projectam nos filhos os sonhos que não realizaram. Queriam ter sido advogados, jornalistas, médicos ou contabilistas, e impõem essas vontades aos filhos, sufocando talentos, paixões e vocações.

Em Pais Brilhantes, Professores Fascinantes (2003), o psicólogo Augusto Cury ensina que pais controladores geram filhos inseguros e emocionalmente fragilizados. Ao prescrever o curso que o filho deve seguir, não se orienta, anula-se-lhe a identidade. Do mesmo modo, Içami Tiba, em Quem Ama, Educa! (2002), defende que educar é preparar os filhos para serem autores do próprio destino, o que requer escutá-los, respeitá-los e confiar na sua capacidade de decisão.

Nessa linha, Leandro Karnal, ao discutir a educação moderna, lembra que a liberdade é o maior presente que se pode dar a quem se ama. Isso inclui permitir que os filhos escolham seus próprios caminhos profissionais, mesmo que não correspondam às expectativas dos pais. Ao contrário do que muitos pensam, a realização profissional não depende de cargos públicos ou títulos universitários; pode emergir de um ofício artesanal, de uma paixão por ensinar ou do espírito empreendedor. Quando um pai afirma: “Quem quiser ser professor ou enfermeiro na minha casa terá de pagar com seu próprio dinheiro”, limita as opções dos filhos e força-os a seguir trajectórias que não reflectem suas verdadeiras vontades.

Com olhar crítico sobre a sociedade contemporânea, Luís Felipe Pondé, em Filosofia para Corajosos (2014), afirma que a obsessão pela estabilidade, simbolizada pelo cargo de ‘fonchonário’, revela mais medo do que vocação. Questiona-se, assim, o valor de uma vida sacrificada em nome de um status social estagnado. Nesse contexto, a fala do tio, no excerto citado, é uma advertência lúcida: Há muitos ‘ilustres’ com sapatos engraxados e camisas limpas, mas sem dignidade, sem comida em casa e sem propinas pagas para os filhos.

Assim, a valorização do ofício e do talento pessoal não é apenas uma necessidade económica, sobretudo em tempos de desemprego juvenil alarmante, mas uma exigência moral. É preciso incentivar os jovens a serem empreendedores e criadores, e não apenas candidatos a concursos públicos. É possível (e até desejável) que existam professores, marceneiros, artistas e freelancers orgulhosos da sua profissão, e não frustrados por terem sido forçados a seguir um caminho que nunca desejaram.

A leitura de Manana é, pois, ponto de partida para uma reflexão mais ampla sobre a necessidade de mudança de paradigma na educação e nas expectativas parentais. Os pais devem escutar, apoiar e orientar, e não prescrever. A realização autêntica só acontece quando se faz o que se ama, e isso não é um cliché: é uma verdade humana, validada por pensadores, educadores e, sobretudo, pela experiência concreta de milhares de jovens em todo o mundo.

Que a literatura continue a despertar-nos para estas verdades e que, como sociedade, saibamos acolher os sonhos dos nossos filhos, mesmo quando não se parecem com os nossos. Afinal, o sucesso não tem uniforme: pode vir de uma gravata, de um avental ou das mãos calejadas de quem faz o que ama.

Fidel Fernando

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Não se deixe para depois

Gabriella Ferraz: ‘Não se deixe para depois’

Logo da seção O Leitor Participa
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Às vezes achamos que sabemos tanta coisa, e aqui que nós perdemos.

Ignoramos o convite de uma rua para passear na sua cidade, onde provavelmente aprenderíamos tanta coisa! Uma viagem que talvez iluminaria muitos sentidos aqui dentro. Um abraço na avó, uma conversa aleatória com um vizinho.

A vida é o agora e não o amanhã. Almoce, viaje, dance, tome seus cafés com seus amigos, ou um vinho se preferir. Só não deixe para depois, o café esfria.

É preciso saber voar alguns quilômetros até chegarmos a um recomeço. Não se deixe para depois.

Gabriella Ferraz

Sobre a autora

Gabriella Ferraz
Gabriella Ferraz

Gabriella Ferraz é mineira apaixonada pelas palavras.

Autora de ‘Lupita e teus livros’, uma obra que reflete sua paixão pelos livros e pela arte.

Natural de Divisa Alegre (MG,) passou muitos anos em São Paulo, onde a arte e o teatro a envolveram num mundo de criatividade e inspiração.

Casou com um mineiro, e juntos moraram em Brasília e Goiânia, antes de se estabelecerem em Minas Gerais.

Sua escrita é uma forma de tirar as roupas das palavras, de dar vida às histórias e criar mundos possíveis . 

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O que é aprender?

José Ngola Carlos: Artigo ‘O que é aprender?

Kamuenho Ngululia
Kamuenho Ngululia
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às 14:27 PM

O título desta reflexão tem como base a seguinte frase: “só se aprende fazendo”. Esta frase é uma citação direta da obra Metodologia do Trabalho Científico, página 236, escrito e publicado por Antônio Joaquim Severino mediante a editora Cortez em 2013. Dada a sua pertinência funcional ou pragmática, ela se consubstancia na filosofia central e norteadora de Severino (2013) e é o objeto de reflexão do presente texto.

A proposta desta reflexão basea-se na necessidade do resenhista pensar sobre o livro, depois de lido na íntegra, como uma estratégia didática em seu benefício e em benefício de seus eventuais leitores e leitoras. A reflexão girará em torno da necessidade urgente, não só de pensar a prática didático-pedagógica, mas de refazê-la. Pelo que, embora pouco levantada por alunos (as) e professores (as) como matéria de discussão, neste texto, pretende-se responder a seguinte pergunta: o que é aprender?

APRENDER é uma palavra que estabelece vínculos muito estreitos com a palavra APREENDER. Como é possível perceber, tanto a palavra aprender quanto a palavra apreender são ambas VERBOS. Em geral, os verbos são definidos como palavras que indicam AÇÕES. E toda ação, via de regra, é uma prática. Pelo que, convém traçar o seguinte esquema conceitual:

Aprender é um verbo, um verbo é uma ação, portanto, aprender é igualmente uma ação. A ser que, toda ação requeira uma atuação e, sendo que aprender é uma ação, é somente lógica a conclusão de que aprender requer igualmente uma prática.

Na sequência desta reflexão, urge perguntar: se aprender é uma ação refletida em uma prática, que prática é esta? É a prática de apreender.

Apreender é um ato que consiste em guardar alguma coisa, alguma noção ou alguma experiência para si próprio. É fazer seu aquilo que você decidiu entesourar por conta dos seus interesses e perspectivas de vida, perspectivas acadêmicas ou profissionais. Todavia, já é possível dizer que aprender, sendo um ato de apreensão, consiste em envolver-se motivada e ativamente em uma prática com vista a incorporar em seu ser um saber novo pelo processo de participação ativo física, emocional e mental. Conforme enuncia Severino (2013, p.236), “só se aprende fazendo”.

“Só se aprende fazendo” pressupõe que o ato de ensino e aprendizagem precisa se tornar um quefazer didático-pedagógico essencialmente prático. O ato de ensino e aprendizagem precisa transformar-se em um espaço em que, o professor, ao encontram-se com o aluno, orienta, supervisiona, avalia, sugere e motiva-o na produção ou construção de saberes e fazeres próprios e necessários para a sua área de formação.

É no envolvimento do aluno com a construção dos saberes que resultará a apreensão da prática e dos conhecimentos necessários à prática e a sua melhoria.

Se por um lado, é verdade que “só se aprende fazendo”. Vale apena concluir que, fora da prática não se constrói conhecimentos. Portanto, não se aprende apenas ouvindo! Se você for aluno (a) e professor (a), diga: Não ao ensino expositivo antidialógico e unilateral! E, sim ao ensino participativo, dialógico e plural!

Kamuenho Ngululia

Malanje, 24 de Julho de 2025

Como citar este artigo: Carlos, J. N. (2025:7). O que é aprender? Brasil: Jornal Cultural ROL.

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O ato de escrever

Sergio Diniz da Costa: ‘O ato de escrever’

Sergio Diniz
Sergio Diniz
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às 14:40 PM

“O escritor é, indubitavelmente, um criador de mundos. Mundos incorpóreos. Pequenos ou imensuráveis. Mundos refletidos num singelo comentário nas redes sociais, e-mails e cartões de felicitações, ou num livro best-seller.” 

Os seres humanos nunca tiveram, em toda a história da humanidade, tanta facilidade para aprender a ler, escrever e pesquisar quanto estão tendo nos tempos atuais. E isso porque o Ensino Público se universalizou, as bibliotecas (inclusive as comunitárias) se multiplicaram e as fontes de pesquisa, encontradas por meio de um dos maiores instrumentos para tal fim – o Google, dentre outros – estão acessíveis num simples clicar do mouse.

Apesar disso, o mundo atual, pelo menos no Brasil, traz uma gritante contradição: por um lado, o número absurdo dos denominados analfabetos totais (11,4 milhões, segundo o IBGE), ou seja, aquelas pessoas que não têm qualquer nível de alfabetização.

De outro lado, mas na mesma linha, e talvez ainda pior do que esse dado é aquele que reflete o chamado ‘analfabetismo funcional’ (cerca de 29% da população brasileira entre 15 e 64 anos, de acordo com o Inaf), que é “ incapacidade que uma pessoa demonstra ao não compreender textos simples. Tais pessoas, mesmo capacitadas a decodificar minimamente as letras, geralmente frases, textos curtos e os números, não desenvolvem habilidade de interpretação de textos e de fazer operações matemáticas” (Wikipédia).

Portanto, no Brasil, significativa parte da população, de uma forma geral, ou não sabe escrever, ou, quando sabe, escreve mal. E, dos que sabem ler, escrevem mal porque também leem mal (e aqui significa ler textos sem muita qualidade literária) e desconhecem regras básicas da própria língua. E tudo isso alinhavado com uma falta generalizada de conhecimentos gerais.

O ato de escrever, no entanto, é um ato religioso. E, quando digo “religioso” evidentemente não estou querendo identificá-lo a qualquer denominação religiosa em particular. Refiro-me, por analogia, ao respeito que, semelhantemente ao ato de entrega entre um ser humano e o Deus cultuado por ele, o escritor, de forma amadora ou profissional, deve ter com o destinatário de seus textos e reflexões.

E, por respeito, entendo não apenas a mensagem do texto em si, elaborada de forma a chegar ao destinatário claramente, sem ruídos, mas, também, dentro do próprio processo de elaboração textual, o qual se inicia às vezes como uma ideia vaga e, paulatinamente, vai ganhando contornos.

O escritor é, indubitavelmente, um criador de mundos. Mundos incorpóreos. Pequenos ou imensuráveis. Mundos refletidos num singelo comentário nas redes sociais, e-mails e cartões de felicitações, ou num livro “best-seller”. 

O ato de escrever é a oração do escritor, na qual ele, no silêncio de seu espaço físico reúne, em torno de sua alma, o cabedal de conhecimentos e sentimentos adquiridos nas experiências da vida. Para o escritor, o papel é a alva toalha do altar, a pena, o aspersório, e o texto final, a sua bênção!

Você vai escrever um comentário no Facebook ou comentar uma bela mensagem recebida num e-meio? Ou, ainda, escrever algumas palavras felicitando por um aniversário, um nascimento ou uma formatura? Escreva, sim! Mas faça de seu singelo texto um quadro de Da Vinci ou a escultura de Michelangelo, pois o tempo e as pessoas passarão, mas você, em seu texto, ecoará na eternidade!

Sergio Diniz da Costa

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Ser Mãe, atualmente, é uma missão difícil

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Reflexão Pessoal. ‘Ser Mãe, atualmente, é uma missão difícil’

Diamantino Bártolo
Diamantino Bártolo
Imagem criada por IA do Bing – 10 de maio de 2025,
às 16:20 PM

Apesar de ser considerado um lugar-comum, dizer-se que o “Dia da Mãe” deveria ser comemorado todos os dias, a verdade é que assim não acontece. E se há milhões de pessoas, que todos os dias convivem, contactam e recordam as suas mães; provavelmente, outras, as tratam muito mal: seja afetiva, seja moral, seja fisicamente. Há de tudo um pouco, feliz ou infelizmente.

Também se costuma afirmar que: “Mãe há só uma”, sendo esta assertiva muito dirigida à mãe biológica, contudo, essa afirmativa, nem sempre corresponde à verdade, no sentido de esta mãe ser a melhor do mundo, porque também nas mães adotivas, se encontram exemplos de autêntico e abnegado amor profundo, para sempre.

Vamos, neste segundo domingo de maio enaltecer a Mãe, aquela mãe extremosa, que como se sabe: cuida dos seus filhos com inexcedível desvelo; que é capaz de cortar com toda e qualquer relação com outras pessoas, quando tais conexões possam prejudicar o orgulho, o bom-nome, a honra e dignidade dos seus filhos; aquela mãe, que se priva de quase tudo para que, no eu for viável, nada falte aos seus amados filhos; a mãe que, nos bastidores da vida, protege, apoia, ama e sofre; enfim, aquela mãe, que por eles dá a vida, se necessário for.

Neste dia muito especial, e extremamente significativo, não se desenvolverá muito a crítica às mães que, realmente, só o são de nome, que, na verdade, se limitaram a procriar e “parir” os filhos, para depois os abandonarem, sem acautelarem o futuro deles, muito embora e numa tentativa de compreensão e benevolência, se procure entender certas situações, de manifesto e incontrolável desespero, por parte de algumas dessas mães, que assim procederam. Será extremamente imprudente, fazer juízos de valor.

Quaisquer tentativas para, de alguma forma, e/ou processo, elaborar, “a priori”, juízos de valor, condenações na praça pública e outros instrumentos de humilhação das mães que, por alguma circunstância de força maior, por incapacidades diversas, por vicissitudes da vida, não foram capazes de cuidar dos seus filhos, acabam por resultar, num ainda maior afastamento, entre a mãe e os filhos, não sendo bom para o futuro deles.

O “Dia da Mãe”, para além de uma comemoração simbólica, também deve ser preenchido com profundas reflexões, sobre a relação existente entre a mãe e os filhos, bem como, se for o caso, uma atitude de maior aproximação, de perdão por eventuais erros cometidos por qualquer das partes. É um dia para ser celebrado com alegria, em harmonia e felicidade.

Ser mãe, nos tempos modernos, não é uma missão nada fácil, enquanto a sociedade está em permanente evolução, que tem implementado um conjunto de exigências, difíceis de satisfazer na maior parte das famílias, técnicas sofisticadamente agressivas, direcionadas para o consumo em geral, e para as crianças, em particular.

Também o sistema educativo constitui outra preocupação, com grande impacto no presente e no futuro das crianças e dos jovens. Habitualmente, a mãe é a encarregada de educação, que ajuda nos trabalhos de casa. Atualmente, não obstante o acesso gratuito ao ensino, educação e formação, até ao nível secundário, estar ao alcance das famílias, ainda assim, nem todas conseguem colocar os seus filhos na escola, durante os ciclos obrigatórios, precisamente por falta de recursos financeiros, enquanto há despesas que não são suportadas, integralmente, pelo sistema educativo.

Por outro lado, no que se refere à saúde, também aqui a mãe desempenha um papel fundamental porque, normalmente, ela é a primeira a detetar algum mal-estar: físico, psicológico e mental, nos seus filhos, muito embora o pai, aquele que se assume autenticamente como tal, de igual forma, partilhe destas situações e preocupações. Invoca-se mais a mãe, justamente, porque, em regra, é ela que passa grande parte do tempo com os filhos, não que se preocupe mais do que o pai, até pode acontecer, pontualmente, o contrário.

AMEMOS AS NOSSAS MÃES.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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Ressignificar

Lina Veira: Crônica ‘Ressignificar’

Lina Veira
Lina Veira
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– O que é Ressignificar, mãe?

Quanta responsabilidade na orientação desta resposta precisei potencializar mentalmente, diante da fascinante urgência de viver ressignificadamente cada dia, para o maior espetáculo da criação: nossa existência.

Meu filho era ótimo em língua portuguesa, então com o verbo no pretérito perfeito do indicativo, descrevi, detalhei, retratei, sem fugir do controle da caneta da consciência e do coração:

‘RESSIGNIFICAR’

 Um verbo transitivo direto e indireto, que nos convida a dar um novo significado aos acontecimentos que já passaram, ou que ainda nos rodeiam, causando alguma dor ou sofrimento, acolhendo um novo olhar – com uma nova convicção de que é possível recomeços quando enxergamos a realidade e a fragilidade que nos cerca, quando acolhemos com tranquilidade e sabedoria o que temos – a vida.

Entretanto… Porque não começar colocando um ponto final em tudo que nos afasta do positivo, de alguma realização pessoal, de uma necessária evolução, já que tudo na vida tem um fim, e tudo passa e muda a todo instante. Com um propósito, um significado, um concluir, que mesmo do fim é possível recomeçar, honrar e curar qualquer história. Olhar diferente.

Primeiro, vamos conjugar o verbo ressignificar:

Eu ressignifico…

Tu ressignificas…

Ele ressignifica…

Nós ressignificamos…

Vós ressignificais…

Eles ressignificam…

Contudo, apesar de muitos não reconhecerem seus recursos e ferramentas pessoais para essa possível evolução pessoal, deixo um caminho: a compaixão – o autoaperfeiçoamento do amor por você e pelo outro – base de toda graça na vida. Perdoar e aceitar você, o outro. Ressignificar é isso!

Todos os dias o sol nasce e se põe, a cigarra canta o seu canto perfurando as rochas, e os dois anunciam a vida!

Ressignificar a vida e as relações, os desejos, suas escolhas, desapegar de… É um processo que pode doer, sim, no início, mas que precisa ser contínuo, que traz a melhoria pessoal.

Toda mudança é parte de um processo que permite evolução e aprendizado. Tudo tem um propósito e um significado. Não importa onde você parou, o que importa é que sempre é possível e necessário “Recomeçar”.

Avance em águas profundas, saia das margens… É Bíblico

O julgamento dos outros sempre teremos.

As pessoas são contraditórias e inconstantes, nem sempre é possível agradá-las, atendê-las, satisfazê-las. Desapegue

Seus sentimentos, seus negócios, seus relacionamentos, sua saúde, seu olhar e pensar ative sempre avistando para um horizonte com novas possibilidades.  Cuide, recupere, modifique, honre, sinta-os. 

– Como resolver tudo isso?

Quero deixar  como dica alguns itens primordiais de meus estudos:  

1. Autotranscedência e transparência é fundamental. O sofredor precisa ter

coragem de reconhecer-se frágil, reerguer-se da sua dor, projetar-se para fora de si. Em outras palavras, ele precisa voltar a querer viver e a sonhar, aceitar um profissional que possa lhe ajudar neste processo é necessário geralmente.

2. É preciso viver uma VIDA INTERIOR, buscar a espiritualidade com SENSIBILIDADE. Ler mais a bíblia ou uma leitura que lhe traga paz, contemplar, treinar o silêncio, sorrir mais. Lembre-se: A vida é constituída de momentos de luta e de coragem. A Ressurreição revela toda força transformadora que precisamos nos fracassos.

3. Ter COMPAIXÃO, tanto pela dor do próximo quanto pela humanidade que ainda geme em dores de parto, como pela sua dor.

Somente conectado a essas três dimensões( autotranscendência, espiritualidade, compaixão), é possível sensibilizar-se e viver a cura, ainda que muito ferido.

 “Motivos se esforçam”. Outras possibilidades existem.

 
Lina Veira

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