Véu e pele

Sergio Diniz da Costa: Poema ‘Véu e pele’

Sergio Diniz
Sergio Diniz
Imagem criada por IA da Meta – 20 de julho de 2025,
às 16:50 PM

Branco, o translúcido tecido
cobrindo branca, suavíssima pele
envolve-lhe suavemente
como tênues flocos de neve
vestindo paisagem deserta.

Ó, Musa semidesnuda
sobre um leito de desejos!
Que fios tecem teus sonhos
ainda virgens, intocados,
à espera do amante noturno?

Sergio Diniz da Costa

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Voando… Sonhando

Clayton Alexandre Zocarato: Poema ‘Voando… Sonhando’

Clayton Alexandre Zocarato
Clayton A. Zocarato
Imagem criada por IA do Bing - 21 de maio de 2025, às 12:42 PM
Imagem criada por IA do Bing – 21 de maio de 2025,
às 12:42 PM

Seu voo eleva sonhos

Que outrora

Viraram somente

Um brasão de sofrimento

Com muito sentimento

Rangendo nas portas

Mortais de Auschwitz

Que na Grécia

Fez espartanos

Panos para

Uma sociedade

Voltada para aniquilação

Do que não se conhece

Mesmo diante

Do barulho das armas

Suas asas

Nunca deixaram

De almejar

Alcançar 

O infinito

Ressoando um pouco

Da criança

Que existe

Dentro de cada

Sonho de esperança

És, um cordeiro

De comoção

E emoção

A elucidar

Razões

Saturadas de aflições

A paz jaz

Na sua imensidão

Voando

Amando

Exasperando igualdade

Eis

Um contraponto

Por entre orgulhos

Recheados

De carências afetivas

Em se resistir

Perante um existir

Que finge

Ser imortal

Mas que carece

Do elementar

Abrupto moral

Em se construir uma paz

Que não seja somente

Celestial

Mas sim corporal

E mental

Almejando contemplar

Cada pomba

Sendo um tomba

Juntando civilizações

Em canções

Louvando a igualdade plena

Se distanciando

Da desigualdade serena

E querena

Clayton Alexandre Zocarato

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À porta da casa

Zé Franco: Poema ‘À porta da casa’

Ze Franco
Zé Franco
Imagem criada por Ia do Bing – 16 de maio de 2025,
às 10:05 PM

À porta da casa
havia um caminho
cuja beira era a nossa varanda
(às vezes cheia de saudades,
outras, cheia de ausências),
então, passavam homens
passavam mulheres
e passavam várias idades
não podíamos contar os sonhos
porque não tinham nem gênero
nem idade, nem raça.
Vivos ou mortos,
cada caminhante é uma terra de sonhos.

Zé Franco

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Meu cupido

Verônica Moreira: Poema ‘Meu cupido’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Imagem gerada por IA do Bing - 14 de novembro de 2024
 às 3:18 PM
Imagem gerada por IA do Bing – 14 de novembro de 2024
às 3:18 PM

Meu corpo é o alvo, e celebra o teu amor rubro.
Danço como as musas dos antigos bosques gregos,
onde o mito ganha vida e o desejo se entrelaça.

Sou tua, inteira – a ninfa adorada dos teus sonhos
mais profundos, mais vibrantes. O prazer é meu e te pertence;
sou a fada da tua poesia.

Ah, como anseio que teus versos sejam todos para mim,
em meu louvor, em minha homenagem, no altar secreto do meu ser.

Meu ‘Eros’, símbolo da minha canção,
da minha loucura e doçura.
Homem, anjo dos meus encantos e desejos febris…

Como é possível ser tão mágico?
Teu olhar no meu, teus braços em meu corpo,
tuas mãos na minha pele, teu coração no meu.

Por que te amo? Não sei…
Só sei que morro se não te vejo;
meu rosto empalidece se não te beijo,
minhas mãos tremem se não te toco.

Amo-te, pois és meu cupido,
amo-te, pois és meu amigo


Verônica Moreira

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Estação das flores

José Antonio Torres: Poema ‘Estação das flores’

José Antonio Torres
José Antonio Torres
Imagem gerada pela IA do Bing - 5 de setembro de 2024 às 11:14 AM
Imagem gerada pela IA do Bing – 5 de setembro de 2024 às 11:14 AM

Chegou a primavera!
Com ela vêm as flores trazendo beleza à vida,
Germinando promessas, expectativas e sonhos.
O ar se torna mais puro, impregnado dos mais variados aromas e alegria incontida.
Os jardins ganham vida e beleza, exaltando as dádivas da Natureza.
Os corações em festa se procuram na expectativa do amor;
Os pássaros emitem seus cantos com alegria e em louvor.
A estação das flores, da sutileza das cores, traz à vida o encanto e a concretização dos amores.
Nessa atmosfera mágica, tu és o meu encanto.
Exalas o perfume da mais delicada flor.
Com a alma extasiada, não reprimo o pranto.
Envolto por essa aura idílica, não contenho o ardor.
Te sinto ainda mais minha e me entrego a ti por inteiro.
A ternura afaga os corações, e o amor, em uma simbiose perfeita, nos unifica sorrateiro.
A paz habita em nós, trazendo ânimo e esperança de reencontrar, no coração e na vida, a felicidade e a pureza da criança.
Que a raça humana possa plantar em seu espírito, as flores dos sentimentos mais nobres;
Que o inverno da maldade, da ingratidão e do ódio, seja banido dos corações, afastando os sentimentos pobres;
Que o sorriso exale bondade e do abraço emane a energia do mais doce amor;
Que este planeta se transforme em uma eterna Primavera de harmonia e paz, nos trazendo luz e extinguindo a dor.

José Antonio Torres

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Moto taxista

Soldado Wandalika: Poema ‘Moto taxista’

Uma homenagem aos motoboys!

Soldado Wandalika
Soldado Wandalika
Imagem criada por IA do Bing -  1 de agosto de 2024 às 11:20 AM
Imagem criada por IA do Bing –  1 de agosto de 2024 às 11:20 AM

Desfecho uma paragem
Comendo as madrugadas dos meus sonhos
Pela manhã do meu esforço matabixo
Parece batota contar as entranhas dos golos
Na barriga do estômago

Ir e ir a manhã me espera
Reservada de metal
Os dias crescem
E a maldade diminui
Mais uma roda de metal

O mambo aqui é duro para valer
Bumbamos pela fé
Vezes confundidos com delinquentes
Acalmamos o espírito e seguimos mais uma jornada

Ânimo para cima
Reviramos o clima
Firmes na placa
Entramos nesta pista
Que alimenta o biva

Soldado Wandalika

Glossário

Matabixo. Almoço
Batota. Mentira
Golos. Acertar o alvo
Mambo. No poema, situação, assunto
Bumbamos. Trabalhamos
Biva. Casa

Contatos com o autor




Possibilidades

Ella Dominici: Poema ‘Possibilidades’

Ella Dominici
Ella Dominici
Possililidade
Imagem criada pela IA do Bing
Possibilidades
Imagem criada pela IA do Bing

Em fragmentos de mim eu conto
decepções rasgos despedidas
peças de encaixe perdidas desmonto

entremeio de rendas, vazados deixados
tempo as ruiu abrindo frestas
entre realidades e sonhos

desejos em contestações
estrelas apagadas de íntimas
constelações

atenuando a destruição de prazeres
não da carne nem dos pensares
mas do humano ímpeto de vida

com bálsamo para as perdas
jardim de jasmim com pragas
escolho mudar grãos desatentos

as fendas foram oportunidades
ao olhar em fértil amadurecimento
à vislumbrar miragens e paisagens

fé latente que se fortalece
esquece vultos determina vida
transcende mágoas desistências

não desfalece faz-se resiliência
natureza é voz de Deus audível
vista no vicejar das estações

frio se reveza em frutos calores flores
e o improvável crendo é possível
retomar sem angústia ou pressa

com liberdade dos passos descalços
num deleite em paz de pássaros
que abrange o inteiro no voejar
não deixa que a vida pela metade seja

Ella Dominici

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