Na velha estrada

Ismael Wandalika: Poema ‘Na velha estrada’

Soldado Wandalika
Soldado Wandalika
Imagem criada por IA do Bing – 17 de fevereiro de 2025
às 10:52

Nos trilhos
Nos assobios das palavras
Nos sons dos antepassados
Nos abismos que abriga as almas

É o meu caminho
Meu espinho belo
Alimento estético
Sobrevive das mágoas
Ergui meu trono
Não ando à deriva
Edifiquei meus murros
Hoje sou uma vela acessa nessa estrada velha
Trago em meu rosto os sinais de tempos
Não voltará mais, o avanço é urgente
Envelhece o presente ausente do passado
Sua história, sua essência
Guardadas nas bibliotecas vivas
Mortas pela moderna mídia.

Na Velha Estrada

Um presente é sombrio
Assusta o passado nostálgico
Passos lembram os dias de eternas aprendizagens
Um olhar visita o tempo e observa as mudanças

A estrada que trilhamos, porém, precisamos de novos passos para não ficarmos no tempo, e deixarmos que esse tempo mate os bons tempos e os ensinamentos que deixou o nosso antepassado.

Na Velha Estrada

A música repreende
O pastor não prende
O político o povo entende
O povo é crente da lei vigente
Manifesta-se à vontade
A criança vive seus dias paulatinamente
A natureza expande seu encanto brilhante
Na Velha Estrada! Na Velha Estrada! Na Velha Estrada…

Na Velha Estrada

Dançamos ao ritmo da verdade
Com sorrisos, com saudade
Vivemos com intensidade
Olhamos para o passado orgulhosamente!
Na Velha Estrada! Na Velha Estrada! Na Velha Estrada!

Na Velha Estrada!

Soldado Wandalika 🫡

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O leitor participa: Arvelos Vieira, da Academia Cruzeirense de Letras e Artes, com o poema: 'Trilhando a saudade pela linha do tempo'

“Com os olhos centrados neste par de TRILHOS,/ Desligo-me reportando ao passado DISTANTE,/ Extasiado e impactado pelo seu forte BRILHO,/ Reconheço o quão fora ele IMPORTANTE.”

 

TRILHANDO A SAUDADE

PELA LINHA DO TEMPO

(paixão incontida pela ferrovia)

 

Com os olhos centrados neste par de TRILHOS,

Desligo-me reportando ao passado DISTANTE,

Extasiado e impactado pelo seu forte BRILHO,

Reconheço o quão fora ele IMPORTANTE.

 

Caminho que para muitos parecia INFINITO,

Mas que permitia idas e RETORNOS,

Transportando sonhos, ilusões e até amor BANDIDO,

Vidas marcadas por conquistas e TRANSTORNOS.

 

Trilhos que um ao lado do outro formaram uma LINHA,

Que avançou na busca incessante do PROGRESSO,

Permitindo que cidades surgissem dia após DIA,

Crescendo e evoluindo às margens do seu SUCESSO.

 

Por esses trilhos, infinitos amores PASSARAM,

Decepções e tristezas também foram AMARGADAS,

Muitos sonhos em fumaça se TRANSFORMARAM,

Incontáveis lágrimas foram DERRAMADAS.

 

Por esses trilhos muita gente construiu HISTÓRIA,

Viajou pelo tempo firmando-se como CIDADÃO,

Vidas marcadas de fracassos ou GLÓRIAS,

Fosse o que fosse à busca da sua ILUSÃO.

 

Os trilhos se tornaram espectros do PASSADO,

Perderam seus brilhos bem como sua PUJANÇA,

Hoje agonizam e apodrecem ENFERRUJADOS,

Abandonados sem a menor IMPORTÂNCIA.

 

E assim a “linha” do tempo perdeu sua FINALIDADE,

Para a insensatez, ganância e ignorância HUMANA,

Hoje se tornou um estorvo para as COMUNIDADES,

Que ela viu nascer, crescer e se tornarem URBANAS.

 

Descaso e exemplo da vida na sua EXTENSÃO,

Vez que somos bonitos e requisitados quando ÚTEIS,

Com o passar do tempo surge a REGRESSÃO,

Descartáveis e sem espaço, nos tornamos FÚTEIS.

 

Todos que fizeram parte dessa HISTÓRIA,

Tiveram seus momentos de glória e BRILHO,

Hoje nada mais são que saudosas MEMÓRIAS,

Não diferentes do agonizante TRILHO!…

 

E assim encerramos essa justa HOMENAGEM,

Que dedicamos a esse transporte de NOSTALGIA,

Exuberante e desbravador de PAISAGENS,

Que o credenciou a MEMÓRIAS DA FERROVIA!

 

Este é o nosso PLEITO DE SAUDADE,

De um transporte que nos deixou a PÉ

Pois não faz mais parte da nossa REALIDADE,

Que sempre escrevemos COMO ELA É!…

 

Arvelos Vieira

 

“Este é o primeiro poema de minha autoria, que eu dedico a memória do meu saudoso pai, Adolpho Vitor de Carvalho Vieira, o primeiro que o leu depois de pronto, e, sendo ele ferroviário fervoroso, aposentado, não conteve as lágrimas, recordação que guardo com muito carinho”.