Passarinhando

José Antonio Torres: Poema ‘Passarinhando’

José Antonio Torres
José Antonio Torres
Imagem criada por IA da Meta - 30 de julho de 2025, às 8:08 PM
Imagem criada por IA da Meta – 30 de julho de 2025,
às 8:08 PM

Passei em frente à tua casa e te vi na varanda…
Estavas com o olhar perdido, sabe-se lá onde.
Olhar de quem tem o coração partido,
Que procura encontrar ao longe,
Talvez, o amor perdido.

Não percebias o barulho dos carros passando…
Nem o movimento das pessoas circulando…
Tampouco o cantar dos pássaros nas árvores em frente. Nada!
Estavas imersa no vazio dos teus devaneios.

Quem teria machucado teu coração?
Que pensamentos povoam a tua cabecinha,
Para ficares assim, tão absorta?
Nada te despertava desse torpor…

Segui o meu caminho com o coração partido…
Uma mulher tão linda e meiga,
Que me inspirava o desejo de segurar a tua mão,
Estreitar-te num afetuoso abraço
E livrar-te desse sofrimento.

Ao final da tarde, retornei.
Ao passar novamente por tua casa, não te vi.
Aonde terias ido?
Ao encontro do amor perdido ou de um novo amor?

Nada posso fazer por ti,
A não ser cantar para espantar a tua tristeza.
Me sinto triste, mas impotente,
Pois sou apenas um passarinho.

José Antonio Torres

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À porta da casa

Zé Franco: Poema ‘À porta da casa’

Ze Franco
Zé Franco
Imagem criada por Ia do Bing – 16 de maio de 2025,
às 10:05 PM

À porta da casa
havia um caminho
cuja beira era a nossa varanda
(às vezes cheia de saudades,
outras, cheia de ausências),
então, passavam homens
passavam mulheres
e passavam várias idades
não podíamos contar os sonhos
porque não tinham nem gênero
nem idade, nem raça.
Vivos ou mortos,
cada caminhante é uma terra de sonhos.

Zé Franco

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A esperança nasce imprevisível

Marcelo Pires: Poema ‘A esperança nasce imprevisível’

Marcelo Pires
Marcelo Pires
Imagem criada por Ia no Bing - 17 de abril de 2025, às 23:58 PM
Imagem criada por Ia no Bing – 17 de abril de 2025,
às 23:58 PM

A mãe com chapéu de flores amarelas
Chora deveras, enquanto está chovendo
Prefere viver entre realidades paralelas
O choro cai, e a chuva vai escondendo

Da varanda observa triste, o caos vivido
O menino traído pela insensatez da vida
Teve o seu pedido de cura não atendido
O universo é cruel, diante da despedida

Melhor chorar na chuva, ao evidenciar
A dor da perda, para um inocente filho
O coração murcha junto ao presenciar
As flores na chuva e a mãe sem brilho

O caos dos pensamentos desanimados
Seguem os caminhos insanos das gotas
Sem previsibilidade, caindo execrados
Ferem as mentes de esperanças ignotas

A vida é cheia de surpresas de verdade
Uma borboleta senta no chapéu florido
Voa na tempestade contra a dificuldade
Traz a fé na cura, em seu voo esplêndido

Marcelo Pires

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Inverno em Penedo

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Inverno em Penedo’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
Imagem criada pela IA do Bing
Imagem criada pela IA do Bing

Névoa por trás da montanha rochosa,
e o dia se deleita de melancolia.
Olhares de puro amor
resvalam em risos sobre os amantes
debruçados na varanda do tempo,
sob a vidraça do espesso nevoeiro.

Nas sendas do jardim hibernal
chovem pétalas de frio intenso,
mas o amor aquece
e aconchegado ao abraço,
entreolham-se fascinados,
segredam as batidas do coração
num regougo: amo-te!

Porém, no doce sabor do afeto
à luz de velas,
ao deleite do vinho e do mate
e ao calor do amor infindo,
dos olhares,
dos sussurros,
das emoções,
somos amor.

Enfim, num dia frio nostálgico,
cantamos em versos sublimes
doces poemas
na eterna poesia,
aquecido pelo amor,
no inverno em Penedo.

Ceiça Rocha Cruz

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Dentro de mim

Verônica Moreira: Poema ‘Dentro de Mim’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Dentro de mim
Imagem criada pela IA do Bing

O vento fez a curva
Na quina da varanda
Eu, no balanço do vento
Dancei em teus braços

Meu amor veio com o vento
Dançar no meu pensamento
Rompendo o desalento
De um forte querer de dentro

Querer que insiste em ter novamente
O toque mais envolvente
A saudade mais ardente

Aquela que arde frequente
Que acaricia, mas também machuca.
Uma presença insistente
Que bagunça por dentro da gente.

Ah, que vida de delícias e amargura!
Que amor é esse que não cura
Que faz cócegas no coração
Mas, que não permite expressões aparentes…

Deixo comigo guardado
No silêncio da casa externa
Nos ruídos da casa interna
No descompassar do coração.

Deixo aqui sufocado
No sorriso que marcou
Nas páginas em branco que ficou

Nas que escrevi após a nossa despedida

Tá tudo aqui…
Dentro de mim.

Verônica Moreira

22 de Julho de 2024

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