Sobre fé Sobre morrer Sobre querer Fazer valer a vontade Amar além da desigualdade Ir pra longe sem perder-se Pensar nos que partiram com saudade Sobre sepultamento e ressurreição Sobre o hoje que acontece no coração Sobre a harmonia em cada canção Sobre o poder das letras numa composição…
Sobre Viver os instantes Apreciar os dilemas e seguir em frente Nadar neste mar de repletas restrições cavalgante Curar a dor com um sorriso deslumbrante Amar a vida e sua profundidade. Fazer valer a arte Falar para mudar vidas na sociedade.
A arte de viver Consiste em saber respirar
Respire fundo Visualize o mundo Observe a caneta e coma de seu conteúdo Veja no espelho a cor do passado A vida conta as palavras em cada segundo
O poeta sente o que a alma escreve Vive a sua prece A sociedade o descreve Porém, não o entende Viver é sobre resiliência constante
Neste caminho de ida As vezes voltamos para ler a estrada O som é penetrante na calada A vida traduz olhares encontrados na via A vida é a mais bela obra de arte Contemple cada espetáculo Brilhe neste palco Pelas manhãs estreie seu sorriso.
Palavras anunciam favores Entre as súplicas que abraçam as dores (…) Seu clamor traz ritmo de fervores (…) Lá vai a sua voz (…) navegando na labuta dos dias incolores.
Contra os passos caminha Observa a jaula sombria No seu íntimo atiça a coragem e #desatina
A vida assobia ao seu ventre Sua veste cobre a mudez do seu medo Come no prato da lembrança Nostalgia de ver sua casa cheia… Hoje vazia e carente de tudo, de mundo e conteúdo Já não há crianças nesse rua…
Cai a noite e passamos em claras Não há planos estratégicos só a subidas e descidas nestas esquinas A vida é um milagre nestas vias …
Coração descompassa na órbita do tempo Enfastiado com a monotonia Lançamo-nos na tela Para vermos se #Nzambi nos olha E a tropa muda o rosto da #bandola.
Soldado Wandalika
Glossário
Desatina (correr, fugir mudar de rota) expressão antigamente usada como calão em Angola mas que entrou em desuso..
Bandola – do calão angolano significa favela, bairro…
Nzambi – Deus na língua nacional kikongo, e outras línguas como Quimbundo.
CAOP – situa-se em Angola Viana, uma zona muito perigosa e de difícil acesso. Distante das vivências do centro da cidade, CAOP é uma designação para identificar as CAP A, B, C, & D.
Labuta – prelios da vida, trabalho pesado e cansativo, pela já, luta.
Borboleta Leve meus encantos pintados a ILUSÃO Descreva meus poemas nas estrelas Dê vida e traga compaixão Voe sem tédio aos ouvidos do universo entoe minhas letras
Borboleta Vem de longe Abrace o vento Cante meu verso Beije meu terço Não iluda meu peito
Oh! Borboleta Que seu olhar oceânico mude consciência sua aura lave a terra Aqui estamos Derreados com as falácias dos magistrados
Então vem para ficarmos a sós! Leve-nos depois Entre você em nós Entregamos nossas mágoas aos seus magnos sons Deixe-nos ir para longe Leve-nos para vós OUÇA A NOSSA VOZ
Imploro Coração ao relento Sinto o vento no peito Vivo Nos olhares que me descrevem os instantes Mergulho em mundos entre pesos constantes Talvez seria forte, talvez fariam-me fortes
Nesse episódio fui Um ontem cheio de incerteza entre as dúvidas de um amanhã que se foi… Uma história nascida no pomar da vida Um coração que corta e corrói A cinza na trilha clamando por esperança
Família no traço Construo pedaço Vivo além dos meus suspiros A jornada ensina-nos a trepar que nem gatos.
Sou o divino animal Que conta seu medo em cada final Feliz no seu interior Oculta sua intensa dor Chora seu silêncio elimina vive com determinação e fervor.
Averso Vivo minhas ânsias Como no prato o tédio das lembranças Me levanto para viver minhas trilhas Minha música favoritou o que detestava
Escrevo meu momento Transcrevo meu nome no murro Lamento suplicando aos ANCESTRAIS O Sol nasce na crença de um amanhã melhor.
Tudo inverte Lágrima escorre Coração aperta forte Cada dia antecipa um fim, parece.
E aqui vou Aqui fico só Mas no final sou o mais forte no meio desta gente infortúnios Me ergo de forma emblemática Sou o poeta da minha vida Sou minha música favorita.
Há um sonho instalado nessa garganta que levanta todas as manhãs para labuta O amor ecoa na alma do coração apaixonado pela brisa Lá vai catalogando os ritmos no raiar da Lua Dança veementemente com o impetuoso vento Entre passo embalsamando as dores do peito Há na vida, faz da vida sua musa, escreveu nela sua música favorita.
Abraços encontraram novos braços Correu sem tédio Olhou fundo para o espelho Viu seu retrato espelhando a jornada desenhada em seu olhar.
Iluminou seu sorriso nostálgico Cantou seu poema belíssimo Trilhou sobre a música de sua vida Deu-se pelos sonhos e deu sua vida por um propósito. Há vida nos sonhos
Calma Devora a dor que te oprime Mude o tempo não deprime Firme no filme reafirme.
Calma Devora a dor que te oprime Mude o tempo não deprime Seja duro reafirme, C’Alma
Firme no filme não desiste Dê passos longos visualize Expanda a tua aura leve e suave
No início de mais uma corrida vai na frente Vai com tudo como crente Ilumine o mundo, da tua vida sê vidente Profetiza seus sonhos e alcance o milagre.
Calma Devora a dor que te oprime Mude o tempo não deprime Firme no filme reafirme.
Mais um dia para sorrir e ser gigante Vida dura insegura, expostos ao crime A ideia é avançar protagonizando o filme
Calma Avance sem pressão, psicológica Dê pressão a tua ação, metanoica Priorize o coração, contempla o sorriso da lua. Calma…
Calma Devora a dor que te oprime Mude o tempo não deprime Firme no filme reafirme.
Ismael Wandalika: Poema ‘Coragem do tempo’ (parte 2)
A gente cresce A criança em nós rejuvenesce A criança que saí de nós envelhece Visualizamos o entardecer dos dias paulatinamente A vida ganha um rumo diferente
Somos magoados e magoamos também Deixamos sonhos por realizar Priorizamos quem decidimos amar Nos tornamos país donos de um lar
No tempo Sorrimos com saudade da lembrança de outros sorrisos Nossos familiares e amigos tombados da jornada Deixaram nossos corações partidos Nos dividimos entre a realidade e a ficção da vida
O tempo traz um remédio que cura a alma Há gente que se separa de nós mas continua presente mesmo distante No tempo aprendemos que o amor e o respeito São ponte que une pessoas independentemente da distância O tempo tem a audácia de retificar rabisco Engavetados na memória de um passado
O amor vence Valoriza Entende Respeita
No tempo choros são lembrados com sorriso nos olhos Escrevemos nossa história olhando para dentro Ficam no tempo os momentos que partilhamos na fase de convivência mútua Os ensaios teatrais e de coreografia O hino desajeitado do grupo coral Aquele culto de avivamento espiritual As pregações, os jejuns, os sábados jovens, os cultos aos segundos domingos de cada mês, as sextas feiras de culto de dramaturgia Era tudo tão especial, tão divinal. Nossas brigas, nossas brincadeiras, era tudo tão surreal
Ficou para a história do tempo Os momentos vividos entre irmãos(as), primos(as) e sobrinhas(os) únicos momentos. Hoje um novo tempo vivemos
Por mais que Anselmo Ralph cante Jamais recuaremos o tempo Pois, cada um(a) foi para o seu aprisco Cuidar do seu novo mundo novo abrigo Ser pai, ser mãe, ser madrasta ser padrasto fazer a vida no seu tempo.
Coragem do Tempo O tempo ensina reeduca Só os de verdade permanecem em nossa vida Por mais que seja o tempo Só os de verdade ficam quando tudo perde o sentido Só os de verdade nos olham com esperança Quando a gente perde o foco e a beleza da vida Só os de verdade acreditam Quando os caminhos ficam fechados para nós.
Uns nos deixam com o tempo Outros ficam no tempo O tempo leva e lava os males Lembramos dos que foram com saudades Coração aperta a dor aumenta as vontades Olhos num retrato de lembranças Imagens timbradas no peito do tempo
Dá saudade Dá vontade A gente não volta mas recorda a trilha antiga que guiava a matina os nossos dias infinitos Cada vigília fortalecia o espírito Cada ensaio era como respaldo Teatro foi a terapia dos nossos dias
No tempo Aprendemos a amar a família e a valorizar o perdão De coração para os corações mansos A palavra poética fala com verdade e compaixão.