Horizontes literários

Magna Aspásia Fontenelle: ‘Horizontes literários’

Card dos 25 anos da CPLP
Card dos 25 anos da CPLP

No dia 19 de novembro de 2024, São Luís, capital do Maranhão e conhecida como a ‘Atenas Brasileira’, reafirma sua importância como cenário de grandes eventos que celebram a língua portuguesa

A Academia Maranhense de Letras e a Academia Mineira de Letras unem-se, em São Luís, Maranhão, para celebrar a riqueza da Língua Portuguesa. O evento homenageia personalidades ilustres e marca o lançamento da obra ‘Nos Vinte e Cinco Anos da CPLP’, organizada pelo Embaixador Lauro Moreira e pelo escritor Dr. Rogério Faria Tavares, reafirmando o compromisso com a valorização cultural e linguística dos países lusófonos.

No dia 19 de novembro de 2024, São Luís, capital do Maranhão e conhecida como a ‘Atenas Brasileira’, reafirma sua importância como cenário de grandes eventos que celebram a língua portuguesa. Nesta ocasião histórica, a cidade presta tributos a figuras notáveis, como os presidentes José Sarney e Mário Soares, além do diplomata mineiro José Aparecido de Oliveira, reconhecidos e celebrados por suas contribuições inestimáveis à cultura e à valorização da língua lusófona.

A ocasião será enriquecida pelo lançamento do livro ‘Nos Vinte e Cinco Anos da CPLP, organizada   pelo Embaixador Lauro Moreira, presidente do Observatório da Língua Portuguesa, pelo escritor Dr. Rogério Faria Tavares. A obra reflete a trajetória e o impacto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), criada em 1996, destacando seu papel como elo cultural e linguístico que une e fortalece as nações lusófonas.

A Fundação da CPLP e o Primeiro Encontro Lusófono

A jornada para a criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) teve início na década de 1980 e alcançou um marco histórico em 1989, quando São Luís, a ‘Atenas Brasileira’, recebeu o Primeiro Encontro de Chefes de Estado e de Governo dos Países de Língua Portuguesa. Inspirado pela grandiosidade dos versos de Gonçalves Dias: “Minha terra tem palmeiras onde cantam os sabiás; as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá, o evento destacou a capital maranhense como símbolo de união linguística e cultural entre as nações lusófonas. 

 Nesse cenário, as palavras de Fernando Pessoa, “Minha pátria é a língua portuguesa,” ecoaram como uma síntese perfeita do espírito de unidade e identidade que permeou os diálogos fundamentais para a criação da CPLP. Esses ideais se concretizaram em 17 de julho de 1996, com a oficialização da Comunidade na cidade de Lisboa, Portugal, consolidando a língua portuguesa como um poderoso elo cultural e linguístico entre os povos lusófonos. 

A Academia Maranhense de Letras e a Academia Mineira de Letras

Fundada em 10 de agosto de 1908, a Academia Maranhense de Letras (AML) é a instituição literária mais antiga do Maranhão. Com sede no imponente prédio inaugurado em 1874, a AML tem como missão preservar e difundir a riqueza da língua portuguesa. Entre seus fundadores destacam-se Antônio Lobo, Alfredo de Assis Castro e Barbosa de Godóis.

Já a Academia Mineira de Letras (AML-MG), criada em 25 de dezembro de 1909, também se destaca por sua sólida atuação em prol da cultura e da literatura. Fundada em Juiz de Fora, seus membros, como Guimarães Rosa, consolidaram a instituição como um pilar do pensamento literário brasileiro

Homenagens e Reflexões

O evento em São Luís será um tributo à contribuição de intelectuais e estadistas que elevaram a língua portuguesa à categoria de símbolo universal de diálogo e integração. Nas palavras de Luís de Camões, “Cantando espalharei por toda a parte, se a tanto me ajudar o engenho e a arte.” Assim, a celebração se torna a não apenas um marco histórico, mas uma reafirmação do compromisso com a preservação e a expansão do idioma e da cultura lusófona.

Sobre os Autores

Lauro Moreira, embaixador e escritor, é reconhecido por sua contribuição à diplomacia cultural e pela liderança no Observatório da Língua Portuguesa. Com uma vasta carreira, Moreira foi o primeiro embaixador do Brasil na CPLP e é autor de obras que exploram as raízes e conexões da língua portuguesa.

Rogério Faria Tavares, presidente da Academia Mineira de Letras, combina sua formação jurídica e literária em obras que dialogam entre o Direito e a Literatura. Com livros publicados e uma atuação cultural destacada, Tavares é um defensor da preservação da memória e do pensamento crítico.

Eventos como este, São Luís, o Maranhão, Academia Maranhense de Letras e a Academia Mineira de Letras, reafirmam seus papeis como guardiões do patrimônio linguístico e cultural, perpetuando a rica herança da língua portuguesa como símbolo de união, identidade e progresso.

Magna Aspásia Fontenelle

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Entrevista com o Prof. Dr. Maurício Ferreira

“A ciência passou a ser discutida em rede social por todos, principalmente os ignorantes. O mundo padece até hoje pelos abusos cometidos pelas autoridades ignaras”.
(Maurício  Ferreira, 2024)

Logo das Entrevistas ROLianas
Logo da seção ‘Entrevistas ROLianas

MAURÍCIO FERREIRA, natural de São Paulo (SP), é Membro Fundador Imortal da ALB/MG-Uberaba e da Akademia Alternativa Pegasiane-Brasil. Graduado em Odontologia; Técnico em Enfermagem; Professor Universitário; Cirurgião Dentista; Presidente da Associação Brasileira de Odontologia (ABO),Uberaba-MG. Pesquisador; Escritor; Mestre Maçom da Loja Maçônica Sete Colinas de Uberaba-MG e líder voluntário do grupo infanto-juvenil DeMolay, que trabalha o Protagonismo Juvenil e Desenvolvimento Humano; Superintendente da Regional de Saúde do Estado de Minas Gerais.

MAF – Conte-nos sobre sua infância, adolescência, família.

Prof. Dr. Maurício Ferreira
Prof. Dr. Maurício Ferreira

MF – Eu nasci aos 3 dias do mês de abril do ano de 1956. Nossa família era constituída por pai e mãe e cinco filhos. Eu era o quarto entre eles.

Desde muito pequeno era o mais agarrado na saia da mãe. Nossa mãe trabalhava fazendo de tudo: lavadeira, faxineira, fazia doces para nós vendermos. Buscava verdura no mercado municipal do Brás e nós saíamos às ruas para vender.

Ainda pequeno, entre 8 e 10 anos, trabalhei em uma carvoaria. Pela manhã, escola do Primário, à tarde vender verduras, doces, picolés, ensacar carvão. Aos domingos eu e meu irmão íamos às feiras livres para fazer carretos em carrinhos de mão. Levávamos as compras das senhoras e ganhávamos algumas moedas. Interessante, muitos dizem que as crianças sofrem nas condições em que eu fui criado. Ledo engano. Era tudo muito divertido.

Mais tarde, já com 12 anos, trabalhava o dia todo no centro de São Paulo como office-boy. À noite, estudava o Ginasial. Escola particular com preço acessível. Eu ajudava minha mãe com um dinheiro do meu pagamento como office-boy.

Aos 14 anos de idade me vi sem o pai. Ele faleceu após um acidente com o carro que estava como carona. Minha mãe, sempre guerreira, mudou-se para Uberaba com dois filhos menores, eu e minha irmã. Em Uberaba fiz o Colegial e o curso Técnico de Enfermagem, concomitantemente. Época de grandes aprendizados. 

Aos 18 anos me formei Técnico em Enfermagem. Apaixonei-me pela área da saúde. Voltei para São Paulo e trabalhei poucos meses no Hospital da Beneficência Portuguesa. Um lugar enorme. Muitos doentes. Muitos profissionais. Lá conheci o Dr. Zerbini, Dr. Adib Jatene e o cirurgião vascular Dr. Edgar San Juan. Que privilégio! Vivíamos no mundo das inovações tecnológicas para tratamentos intensivos.

Após alguns meses voltei para Uberaba a fim de estudar em curso superior. Tentei vestibular de Medicina, mas não consegui ser aprovado. Parti para Odontologia. Fui aprovado no primeiro vestibular. Trabalhava a noite em hospital e estudava de dia.

Casei-me aos 21 anos, muito jovem ainda, fui pai aos 24 anos do primeiro filho. Formei-me dentista aos 25 anos, em 1981. Depois nasceu uma menina. Eu e minha família nos mudamos para São Paulo e depois Araraquara. Lugar maravilhoso. Voltamos para Uberaba em 1986. Trabalhei como dentista pela manhã. À tarde era no extinto INAMPS. À noite lecionava em duas escolas. Em 1988 veio a separação pelo divórcio e me casei novamente em 2000, já somando 44 anos. Fui pai de mais dois garotos. Graças ao bom Deus.
 

MAF – De que maneira você alia sua atividade laboral com a educacional técnica e Universitária?

MF – Na área da saúde nós, os profissionais, temos a oportunidade de fazer muito pelas pessoas. Com minhas experiências aprendi que tudo na vida é em prol do trabalho. Trabalhar no que gostamos nos faz feliz. Cada novo aprendizado no trabalho pode e, de fato, será aperfeiçoado, fazendo da experiência algo a ensinar. Mas, por mais contraditório, aprendi que na vida ninguém ensina ninguém, pois aprender é decisão do indivíduo. Na sala de aula, os conteúdos sempre foram respeitados, porém eram colocados de maneira reflexiva. Muito parecido, mas sem ser, o PBL, sigla inglesa que significa Problem Basic Learning. Ou seja, ao invés de darmos respostas nós apresentávamos problemas. 

MAF – Sabemos que você trabalhou incansavelmente na Pandemia da covid 19. Como essa pandemia Impactou a educação e qual sua função laboral exercida nesse contexto?

MF – Sim, estava à frente da Superintendência Regional de Saúde, cuja sede é em Uberaba, e, de repente, nos vimos envoltos na pandemia da covid 19. Momento de grande comoção. Minha sorte foi ter ao lado profissionais técnicos da mais alta competência. Por mais terrível que tenha sido, a equipe foi fundamental para atravessarmos aquele momento. A pandemia foi uma grande lição. Pudemos vislumbrar o quanto somos desorganizados como sociedade.

Foram muitas mortes e sofrimentos por falta de leitos em CTI. Hospitais foram isolados e dedicados exclusivamente ao atendimento de pacientes com covid. Mas, mesmo diante de tanta tragédia, nós, enquanto comunidade, não aprendemos nada. A pandemia passou e voltamos aos mesmos desrespeitos às regras de boa convivência. Lamentável! A pandemia foi usada politicamente para destruir adversários com acusações inconsequentes. A ciência passou a ser discutida em rede social por todos, principalmente os ignorantes. O mundo padece até hoje pelos abusos cometidos pelas autoridades ignaras.

MAF – Você acredita que a literatura contemporânea tem sido adequadamente representada nas escolas? Como isso pode ser melhorado, especialmente em uma era digital?

MF – Somos vítimas de nós mesmos. Nós construímos os monstros que nos destruirão. O consumismo desenfreado, ditado pelas grandes indústrias, através de marketing violento, faz com que busquemos ganhar dinheiro cada vez mais para adquirirmos os itens da última moda. Assim, nossos infantes são, desde cedo, submersos no oceano das facilidades digitais. Hoje não precisamos saber gramática, pois o computador avisa que tal palavra ou frase está errada. Somos convidados a não ler, mas aperta teclas interativas.

Não tenho dúvidas de que estamos vivendo o fim de um ciclo. Os autores e escritores deverão se adaptar a este novo ciclo e achar na interatividade com o mundo digital a fórmula mágica de tornar a leitura necessária e fundamental, como sempre foi. Talvez usar a inteligência artificial (IA) para criação a partir de discussão. A sala discute um determinado tema e depois se leva o resultado das humanidades pensantes e o submete à criação de um texto pela IA. A turma, então, poderá avaliar se o texto corresponde ao resultado antes alcançado. 

 

Membros da Ordem DeMolay

MAF – De que maneira a Maçonaria entrou na sua vida? E os DeMolays e seus objetivos?

MF – Fui convidado por um amigo a conhecer sobre maçonaria. Era um ignorante sobre este assunto. Interessei-me e fomos aprofundando a conversa. Sou grato ao meu amigo, já falecido, pela oportunidade que me deu ao me apadrinhar no processo de ingresso. Já se vão 33 anos. O estudo em qualquer ambiente, para qualquer grupo, não alcança o mesmo resultado nos aprendizes. Por vários motivos, desde emocionais, nutricionais, genéticos e espirituais, não teremos o mesmo interesse sobre nada neste mundo. 

Sempre fui muito observador. Usando a razão sem perder a emoção consigo ler nas entrelinhas daquilo que me é apresentado. Tão logo percebo as entrelinhas tento fazer uma analogia prática com a própria vida. De tanto gostar das discussões maçônicas e, pela experiência com jovens alunos, fui destacado para ajudar na condução de um grupo de jovens rapazes, os DeMolays, que é uma associação juvenil que agrega jovens de 12 a 21 anos incompletos para, através de ensinamentos filosóficos, fazer com que tenham mais respeito aos pais, à família, a sociedade, às escolas, às mulheres e à fé. Uma Escola fantástica. Existe em vários países do mundo. Uma honra ser chamado de Tio Maurício pelos sobrinhos.


MAF –
Deixe uma mensagem para os leitores do Jornal ROL. 

MF – Se chegaram até aqui, me permitam sugerir algo que não é novidade, mas é frequentemente esquecido. Amemo-nos!   Cuidemos uns dos outros. Alguém um dia disse: “Tudo passa”. E passa mesmo. Até a vida passará. Então, antes de passar, estejamos atentos aos irmãos à nossa volta. Afinal, eu estou em volta de alguém. Fiquem na Paz!

MAF – Muito obrigada pela sua participação!

Magna Aspásia Fontenelle

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ALB/Uberaba celebra seu 6º aniversário

“Na Academia de Letras do Brasil, Seccional Uberaba-MG, as palavras dançam como estrelas, tecendo a cultura e iluminando o caminho  do saber e da alma”. Magna Aspásia Fontenelle

Comemoração do 6º. aniversário da ALB/Uberaba - Acadêmicos e convidados
Comemoração do 6º. aniversário da ALB/Uberaba – Acadêmicos e convidados

No dia 7 de julho de 2024, a Academia de Letras do Brasil Seccional Uberaba (ALB/Uberaba), cuja mantenedora é a Academia de Letras do Brasil-Primeira Academia Mundial da Ordem de Platão, fundada e presidida pelo escritor imortal Dr. Mário Carabajal, Ph.D, celebrou seis anos de trajetória dedicada à promoção da literatura e da cultura, tanto na região quanto no Brasil e no mundo. Desde sua fundação em 2018, a instituição tem se destacado por seu papel fundamental na valorização de escritores e na realização de eventos culturais, artísticos e literários.

A comemoração incluiu uma série de atividades, como palestras, apresentações de obras literárias e um coquetel, que proporcionaram um espaço para a união de membros, amigos e admiradores da literatura. A presidente da ALB/Uberaba, Magna Aspásia Fontenelle, ressaltou a importância desse marco: “Celebrar seis anos é celebrar a cultura e o conhecimento. Estamos comprometidos em incentivar a leitura e a produção cultural, literária e artística em nossa cidade em diversos estados brasileiros com a representação de nossos acadêmicos correspondentes e no exterior por meio da magia da tradução.

Desde sua fundação, a ALB/Uberaba tem promovido diversas iniciativas, como concursos literários, mostras culturais, exposições artísticas, oficinas e encontros com autores. Além disso, a academia publica coletâneas em parceria com a Akademia Alternativa Pegasiane, da Albânia, reunindo as vozes de escritores da região e do exterior. A instituição também colabora com outras entidades culturais, tanto nacionais quanto internacionais, ampliando seu alcance e fortalecendo laços entre diferentes segmentos da literatura mundial.

O evento de aniversário representou uma oportunidade para reconhecer as conquistas da ALB/Uberaba e vislumbrar novos projetos que visam enriquecer a cena literária local, nacional e internacional. Com uma programação diversificada, a celebração promete ser um espaço de reflexão e compartilhamento de ideias, reafirmando o compromisso da academia com a cultura e a educação.

Celebrar o legado que a ALB/Uberaba construiu ao longo desses seis anos reforça a importância da literatura na formação de uma sociedade mais crítica e criativa. Complementando as festividades do 6º aniversário da ALB/Uberaba, a instituição foi agraciada com um outdoor oferecido pelo confrade imortal Reginaldo Pereira, em Bom Jardim, MA, o qual agradecemos pela deferência.

Na Academia de Letras, um abrigo de saber,
Em Uberaba, Minas, floresce o bem viver.
Com canetas e ideias, tecem a realidade,
Palavras que se elevam, em busca da verdade.

Mestres da palavra, guardiães da cultura,
Cultivam a tradição com firme bravura.
Entre risos e versos, compartilham emoção,
No coração do Brasil, pulsa a criação.

Reuniões e debates, um caloroso abrigo,

Cada membro é um farol, um amigo.

Literatura e arte, em harmonia dançam,
Na seccional de Uberaba, os sonhos se lançam.

Do passado ao presente, uma história a contar,
Na tinta e no papel, a alma a se revelar.
Na ALB/Uberaba-MGs, um legado a brilhar,
Um patrimônio vivo, que nunca há de cessar.

Magna Aspásia Fontenelle (2024)

Contatos com a autora

Fotos da comemoração

Presi Magna Aspásia e acadêmica Prof.ᵃ Selma Kappel
Presidente Magna Aspásia e acadêmica Prof.ᵃ Selma Kappel

Acadêmico Dr. Francisco Diniz e presidente Magna Aspásia.
Acadêmico Dr. Francisco Diniz e presidente Magna Aspásia.

Outdoor
Outdoor oferecido pelo Acadêmico Imortal Reginaldo Pereira, em Bom Jardim, MA

Presidente Magna Aspásia e acadêmico Carlos Felipe
Presidente Magna Aspásia e acadêmico Carlos Felipe

Acadêmico Mauricio Araújo, esposa Heloisa e Dr. Arlindo Costantin- Rotaty Clube Uberaba
Acadêmico Mauricio Araújo, esposa Heloisa e
        Dr. Arlindo Costantin- Rotaty Clube Uberaba

Presidente Magna Aspásia, Vice-presidente Cel. Emanuel da Paixão Kappel e acadêmica Prof.Selma Kappel
Presidente Magna Aspásia, Vice-presidente Cel. Emanuel da Paixão Kappel e acadêmica Prof. Selma Kappel

Acadêmico Wilson Vicente da Costa (Tenente Costa) e esposa Cleuselane

Acadêmico Balsa Melo e seu filho Arthur

Presidente Magna Aspásia e acadêmico Carlos Bertolucci 

Presidente Magna Aspásia, acadêmico Balsa Melo e Mauro Sabino, Vice-presidente do Rotary Club Uberaba.

Dr. Arlindo Costantin, Dr. Gilvan Falcão
e esposa Carmem-Rotary Club Uberaba

Acadêmico Reginaldo Pereira, presidente Magna Aspásia
e amigo Cléverson

Acadêmico Reginaldo Pereira, presidente Magna Aspásia e prof. Airton

Acadêmicos e convidados
Acadêmicos e convidados

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Dia Nacional do Escritor: 25 de julho

Magna Aspásia Fontenelle:

‘Dia Nacional do Escritor: 25 de julho’

Magna Aspásia Fontenelle
Magna Aspásia Fontenelle
Dia Nacional do Escritor
Dia Nacional do Escritor
Imagem criada pela IA do Bing

Ser escritor é ter
Nobreza de alma,
Essência angelical.
É sentir o cheiro
Da relva molhada
Pela brisa
Matinal.

É ouvir o assobio
Do vento
Indicando sua direção.
É o balançar
Das folhas das
Árvores num compasso
Harmonioso.

É sonhar acordado.
Esperançar.
Inebriar- se com
O canto das ninfas
Crisálidas
Na fonte dos desejos.

É escrever no
Pergaminho da vida
Sua história,
Colorindo-a
Com os raios multicoloridos
Do Arco Íris.

É nascente,
Poente.
É união
Dos piscos solares
Que fundem-se
No horizonte.

É o revoar
Dos pássaros.
É o canto do colibri,
É o voo rasante da Águia
É Nuvens
Que caminham lentamente
No céu azul de anil.

É a lua
Que ilumina o viver
Nas noites escuras
De tristeza e dor.

É ter a pureza da infância
É ter um compasso,
Uma boneca,
Um sapo como aluno,
Um galo cantor,
Um cavalo falante
É ser sonhador.

Magna Aspásia Fontenelle

Contatos com a autora

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Tonhão, o Indiozinho Apinajé, de José Humberto Henriques

Magna Aspásia Fontenelle:

Crítica Literária

‘Tonhão, o Indiozinho Apinajé, de José Humberto Henriques’

Magna Aspásia Fontenelle
Magna Aspásia Fontenelle

Falar da obra de José Humberto Henriques é falar de um processo criativo inventivo de mensagens cristalizadas, tanto no individual como no coletivo, na desconstrução de visões unilaterais e na ampliação do processo perceptível dialético, que leva o leitor a compreender a pluralidade de vozes que compõem o universo do autor.

Magna Aspásia Fontenelle

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Crítica literária

 Tonhão, o Indiozinho Apinajé de José Humberto Henriques

Por Honrorico de Bulhões.

Tonhão, o Indiozinho Apinajé

Capa do livro ‘Tonhão, o Indiozinho Apinajé’

José Humberto Henriques conta na sua obra, que no tempo de suas pescarias, todas elas chamadas de homéricas, desde o lambari bonito até a pirarara bocuda, conheceu diversidade de pessoas e de lugares. É por isso que sua poesia abrange um mundo gigantesco de concepções e acentos. Esse requisito fez com que seus romances atingissem a ousadia de congregar todos os estados brasileiros, de maneira independente cada um, num só compêndio semelhado a uma enciclopédia de Literatura Comparada.

Esses detalhes fazem do autor um dos mais profícuos e alarmantes de toda s Literatura Universal. Pois o que ele dizia, conhecera diversidade de pessoas e lugares. Aprendeu a comer iguarias inusitadas e a sentir cheiros espetaculares. Nesse entretido de mundo, conheceu um indiozinho apinajé em beiradas do rio Surubim, no maravilhoso estado do Tocantins.

Era um indiozinho bem-humorado, segundo consta em suas observações. Devia ter uns sete ou oito anos de idade, tinha todas as características de seu povo. Era um índio puro. E muito bonito. O menino se afeiçoou ao pescador e aparecia todos os dias para buscar caramelos e contar histórias, rir delas e confabular alguma coisa pouca notória.

Da mesma maneira, como toda moeda tem seus dois lados, o poeta também se afeiçoou ao pequeno Tonhão. O nome já de si surgia engraçado. Uma pessoa tão miúda e graciosa com esse nome de estivador. Enquanto estava a pescar os seus piaus à sombra de um angico grande, sentado a uma pedra de bom banco, o poeta escutava as risadas e opiniões do índio. Para o apinajé não havia surpresa alguma em peixe ou pássaro, em animal qualquer. Ele estava inserido em seu mundo muito particular e somente lhe afetava e lhe mudava o comportamento quando os doces surgiam à luz dos olhos. Esse encontro, que poderia ser chamado casual, foi importante em vida do escritor, tanto eu ele dedicou um livro à figura do indiozinho, bem como alguns contos.

Foto cedida pelo autor
Foto cedida pelo autor

Esse é um compêndio de poesias com pretensões infantojuvenis, surpreendentes palavras, rimas coloridas, um misto de romance conto de fadas e poesia – em verdade -, José Humberto  Henriques introduz uma arte gratificante. Esse tipo de desafio, deve-se insistir nisso, representa uma alternativa para o pequeno leitor que já possui senso crítico, portanto, em torno da terceira infância e pré-adolescência, para discriminar entre aquilo que tem valor estético e aquilo que é simplesmente uma banalidade a ser considerada. Na verdade, a história do índio sugere um conceito de liberdade enorme e uma preocupação com o futuro das criaturas.

Tonhão é aquela figura que não escapa á fatalidade de ser impressionante e ao mesmo tempo cativante diante de quem se depara com ele e sabe que jamais estará diante de sua pessoinha risonha e determinada a fazer perguntas esquipáticas.

Sugere novidades aos leitores esse tipo de solução poética alegre e bem- humorada. Palavras ditas e sussurradas como brisa e lançadas aos ares. A figura do índio menino é uma dádiva para conhecimento e reconhecimento. Figurativo de dente-de-leão. É isso que se pressupõe de um livro como esse, feito para elaborar graças no leitor mirim.

Os desenhos são delicadíssimos. E, sem nada da pujança do desenhista que prima por detalhes que vão além do pitoresco. Aqui o desenho já nasce e se arvora em ser pitoresco. Tranças filigranadas e multicoloridas, uma para cada página. A escolha das tranças é muito simples, apenas mais uma maneira de brincar com as cores e fazer delas um trançado de imaginação fértil. A percepção do leitor – infantil ou juvenil – aguça-se de tal maneira que página a página surge um novo desafio. Forma inteligente de criar contrapontos

Foto cedida pelo autor
Foto cedida pelo autor

O livro parece quebrar a monotonia das obras infantojuvenis para despertar os pequenos para a diversidade e luz que há no canto poético bem elaborado. Um avanço para a inteligência, já que em dias modernos a influência da tecnologia mudou a vida dos pequenos leitores. Sendo assim, esse livro desafiaria também dos adultos, como na maravilhosa escrita de Manoel de Barros.

Esse indiozinho apinajé, conta Henriques, foi um menino que causou grande impacto em sua vida. Mesmo que não tenha causado os transtornos propostos em relações humanas quaisquer, o menino transportou a consciência do romancista e poeta para mundos muito além do vazio.

Biografia

JOSÉ HUMBERTO SILVA HENRIQUES, médico, pesquisador, escritor, romancista, poeta, novelista e contista, foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura (2023). Autor de 410 obras publicadas na Amazon-ebook, e livro físico. Nasceu em Brejo Bonito, município de Cruzeiro da Fortaleza, MG. Mudou-se para Uberaba em (1969).

Concluiu o ensino médio no Colégio Diocesano. Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, Uberaba-MG(UFTM,1981). Possui especialização em cardiologia pela Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto-SP (1983), e, em cardiologia infantil, pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia do Estado de São Paulo, (1984).

Mestre em clínica médica pela Universidade de São Paulo (USP,1994). Doutor em clínica médica pela Universidade de São Paulo (USP, 2002). Professor de Cardiologia na Faculdade Federal de Medicina do Triângulo Mineiro (UFTM)-Uberaba-MG.

Agraciado com vários prêmios nacionais internacionais: 1º Prêmio Nacional Vereda Literária(2002) – Uni-BH; 3º Concurso Blocos de Poesias – Rio de Janeiro (RJ); Prêmio Cora Coralina de Literatura, Goiânia (GO, 2002); Concurso Literário Nacional Taba Cultural(2001, Rio de Janeiro-RJ); Concurso Nacional de Contos Alberto Renart – 1o lugar – Serra da Ema – Fundação Cultural Cassiano Ricardo – São José dos Campos/SP, IV Prêmios Literários Cidade de Manaus(2011) – Prêmio Álvaro Maia – romance – 1º lugar – A Travessia das Araras Azuis, dentre muitos outros, recebeu aproximadamente 100 prêmios literários.

Membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia; publicou artigos científicos em Revistas indexadas na área médica; REVISTA DA SOCIEDADE CARDIOLOGICA – ESTADO DE SAO PAULO, v. 4, p. 29, 1994.; REVISTA BRASILEIRA DE ECOCARDIOGRAFIA, v. 4, p. TO6, (1992). Membro da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais e da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, ocupando a Cadeira nº 26, assumindo a vice-presidência da Casa em 12 de março de (2009). Em (2011) foi eleito presidente da ALTM.

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A Cultura do Riso

Honorico de Bulhões, autor da crítica da obra ‘A Cultura do Riso’, do escritor José Humberto Henriques

Magna Aspásia Fontenelle
Magna Aspásia Fontenelle

José Humberto Henriques, médico, escritor mineiro, natural de Brejo Bonito-MG, é um dos maiores escritores vivo e, sua criação literária contemporânea de qualidade é inquestionável, composta de 407 livros publicados.

José Humberto Henriques
José Humberto Henriques

Henriques, em sua trajetória literária permeia por inúmeros gêneros literários, ganha destaque por sua genialidade, desvelando um emaranhado de fios que formam o tecido da sua criatividade, o que levou ao grande salto para literatura mundial e a indicação ao ‘Prêmio Nobel de Literatura’ 2023.

A Cultura do Riso

Esse romance de estreia de J. Humberto Henriques traduz a concepção do que seria toda as obras posterior desse autor prolífico. Publicado originalmente com o nome de Geomorfosintaxe do Riso, causou estranheza nos meios de comunicação de massa no público em geral, exatamente pelo fato de parecer hermético e de leitura difícil em demasia.

Henriques dividia o romance em três partes desiguais, uma que tratava da banda Geo, outra da banda Morfo e outra da banda Sintaxe da existência. De um modo mais sucinto, a primeira parte seria rural, a segunda seria urbana e a terceira reincorpora a parte rural e a urbana, atinge um ápice de atitude e correção até que as duas partes sejam uma apenas. Tudo se reintegra. 

Nesse romance, todo ele construído com a falta de linearidade que contempla a prosa universal moderna, nada é temporal. J Humberto Henriques remexe com a estrutura do romance, desconstrói tudo com a força do grande criador. Isso poderia ser chamado, em dias de hoje, de romance gauche, como existiu no passado muitas obras com esse referendum. O salto que esse romance propõe dentro da literatura brasileira é gigantesco.

Aqui estão várias vertentes da literatura. Essa divisão que muitas vezes têm o denodo da articulação simplesmente escolástica, didática, que nesse romance obedece a um ritmo sem pragmatismo declarado. Entretanto, aqui está reunido o romance como um todo contemplando a poesia, conto, dramaturgia, ensaio, crônica e a novela.

Por essa razão, quando lido com a atenção que uma grande obra exige, pode ser lembrado o romance como obra genial. O impacto inicial da leitura tida como hermética vai se arrefecendo devagar, sempre à medida que se direciona a leitura para as suas tangencias mais importantes. Muitas vezes a releitura é necessária para a devida compreensão dos objetivos maiores do autor, exatamente o ensejo de promover a novidade dentro da prosa.

A condensação dentro do texto é máxima. Trata-se de uma verdadeira saga, porém, pouco percebida porque o livro enxuga a prosa, reverencia o valor da palavra, como se ainda a verificasse sob condições mallarmaicas. O personagem principal, um certo Nhico, que muitos veem como alter ego do autor, perambula por todo o romance, inicia a descrição e a termina de uma maneira escondida. Zanza de lado a lado até encontrar a alma gêmea.

O amor é o ponto alto e nevrálgico desse livro, a ponto de tudo ser cumulativo em sua direção. O encontro dessa mulher, uma certa Michelle, protótipo do bom gosto e da beleza, faz da personagem em sua faceta masculina um verdadeiro encontro de felicitações. O livro não se resume a isso. Seria muito simplório para um texto criado pela força de JH Henriques, um dos maiores romancistas vivos do mundo moderno.

Capa do livro ‘A cultura do Riso’, de
José Humberto Henrique

      No dizer de Duílio Gomes, o grande mineiro de Belo Horizonte, esta obra de Henriques é ímpar. Assim, comentou Duílio no prefácio da primeira edição desse romance.  “A linguagem, que lembra, às vezes Guimarães Rosa, mas é extremamente pessoal, revela  a maturidade  do autor e detona seu longo fôlego nesse mergulho fundo ao universo rural de ‘Geomorfosintaxe do Riso’.

O processo criativo nos remete ao melhor de Cortazar e Gabriel Garcia Márquez – é circular, complexo, morde a própria cauda e se estilhaça em várias opções de leitura. Os personagens, dezenas deles, passeiam no fio da navalha e trazem códigos pessoais que determinarão suas preferências e raízes socioeconômicas.

O autor é pendular entre a reflexão (com citações que irão mostrar sua cultura literária) e a narrativa, que pode estar tanto na primeira como na terceira pessoa. Essa narrativa, quando da primeira pessoa, alterna-se entre o masculino e o feminino. A arte de narrar, em José Humberto Henriques, é o seu grande trunfo.

Sua análise clara da alma e da mente dos personagens – assim como algumas terminologias do ramo – desnudam, diante do leitor, o médico profissional que ele é. Seu bisturi literário é preciso. Seu estilo, precioso.

Metáforas belíssimas estão semeadas ao longo do texto. A prosa é poética, de uma poesia sofisticada e lúdica. O autor se debruça sobre o lirismo para pescar, com rara habilidade, o insólito e o tragicômico.

“Geomorfosintaxe do Riso”, mapa aberto para muitas pistas e despistes do tesouro. Encontrá-lo é um desafio. E um prazer.”

Ps.: Publicação autorizada pelo autor.

Magna Aspásia Fontenelle

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Quincasblog, meus encontros

Magna Aspásia Fontenelle: Crítica literária ‘Quincasblog, meus encontros’

Magna Aspásia Fontenelle
Magna Aspásia Fontenelle

Quincasblog é um blog que foi transformado em livro, denominado ‘Quincasblog, meus encontros‘, escrito pelo Embaixador Dr. Lauro Moreira, com 416 páginas, publicado pela editora Art Point em 2019, cujo título faz menção ao escritor brasileiro Machado de Assis. 

Capa do livro 'Quincasblog'
Capa do livro ‘Quincasblog’

A compilação é constituída por registros de suas vivências e trajetórias profissionais, que foram documentados em seu Blog desde 2012. O conteúdo é caracterizado por uma abordagem narrativa poética, metafórica e histórica. 

A literatura, por meio de sua abordagem poética, sem considerar as  variações dialetais,  sotaques, nacionalidades, constitui-se um elo  essencial  para a  união dos povos através das Letras. Promover  o idioma de um país e divulgá-lo, insere-se na  formação humana permitindo seu pleno crescimento pessoal, laboral, cultural e social.

O criador trabalha com imagens, sons, dialetos, culturas, valores, religiosidade, políticas e ideologias em um espaço temporal semiótico através de concepções que sempre correspondem a uma verdade singular e acerta quando segue sua intuição genial e a deixa aflorar por meios de seus escritos.

Ao longo de sua história, o escritor se relacionou com figuras importantes da literatura brasileira, como Clarice Lispector e Manuel Bandeira, que foram seus padrinhos de casamento com a poetisa Marly de Oliveira, mãe de suas duas filhas, assim como, Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade e Aurélio Buarque de Holanda, Antônio Houaiss, Guimarães Rosa e João Cabral de Melo Neto, dentre outros.

Dr. Lauro Moreira

[…] Eu tive o privilégio., embora não sendo poeta mas gostando  tanto de Poesia, de viver sempre muito próximo dela e de vários de seus cultores e criadores, alguns de altíssima linhagem como Cecília Meireles[…]. (p.57,parágrafo 3º,linha 1-4.)

[…]Conviver com homens é mais terrível do que com deuses. E ninguém conhece epopeia mais dolorosa que a de moldar dia a dia, clara e verdadeira, a fugitiva condição humana.

Na sua emocionada e emocionante Elegia obre a morte de Ghandi repetia as palavras desoladas ouvidas do próprio

 Mahatma, ”Les hommes sont des brutes, madame”…] (p.62,parágrafo 2º,linha 1-9.).

‘[…]Les hommes sont des brutes, madame”[…] 

O vento leva a tua vida toda, e a melhor parte da minha.

Sem bandeira.

Sem uniformes. 

Só alma, no meio de um mundo desmoronado.

Estão prosternadas as mulheres da Índia, 

Como trouxas de soluços.

Tua fogueira está ardendo. 

O Ganges  te levará para longe,

Punhado de cinzas que as águas beijarão intimamente,

Que o sol levantará das águas até as infinitas mãos de Deus.[..]

[…]Les hommes sont des brutes, madame[…].

(p.63, parágrafo 1º, línea1-11- Cecilia Meireles).

Nessa nuance, o timoneiro Lauro fundou o grupo musical ‘Solo Brasil‘, promovendo a música  brasileira no Brasil e exterior, como explicado em sua narração.

[…] Ao longo das apresentações de mais de cinquenta canções consagradas ,distribuídas em blocos cronológicos contextualizados por breves comentários de um narrador, o espetáculo traça um rico panorama da música  popular brasileira, de Chiquinha Gonzaga a nossos dias do chorinho ao samba, do frevo à bossa-nova, além de oferecer uma visão da música típica de várias regiões geográficas do país[…] (p.196, paragrafo 1, línea 6-17).

Machado de Assis
Foto do blog do autor Lauro.
https://quincasblog.wordpress.com/quem-sou/

Lauro faz alusão a Machado de Assis: […] Tive que preparar uma comunicação obre uma obra de meu patrono. Escolhi “Dom Casmurro”. Foi um choque para mim: senti-me diante de algo completamente novo. E apaixonei-me por Machado de Assis. Por seu estilo enxuto, avesso aos arroubos sintomáticos da escola romântica, por suas entrelinhas, seu humor fino, e até por seu desencanto filosófico, tão desconcertante para um jovem de quinze anos[…](p. 22,parágrafo 1,línea 5-9).

Machado de Assis,(1839-1908) é um dos maiores representantes da literatura brasileira. Instalou o  Realismo, iniciando com a obra ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’, publicada em 1881. Machado deixou um conjunto vasto de obras. Foi contista, cronista, jornalista, poeta e teatrólogo, além do que é o fundador da cadeira n.º 23 da Academia Brasileira de Letras.

Lauro, nos conta:

[…] Um dia, após quase dois meses de espera fora chamado ao Gabinete do Senhor Ministro, fora recebido pelo Diretor IRB, que lhe informou, que mesmo o Senhor Ministro gostando do texto, Parecia ser muito profundo e portanto, não apropriado para uma cerimonia de amenidades como deve ser uma formatura. Aliás, se o senhor quiser poderá apresentá-lo como conferência aos alunos do Rio Branco[…].(p. 265, parágrafo 2, linea 23-26).

Naquele momento a  censura tolhia a voz dos estudantes…

O Diretor dissera a Lauro que era natural sua preocupação, mas, que ninguém queria saber disso. Lauro rebateu e disse-lhe: ”não sei fazer discurso de amenidades…”

Lauro  reuniu a turma  e informa o acontecido, leu o discurso, pede um parecer, e informar sobre sua desistência da função de representante da turma, ninguém aceitou tal fato. Com isso formaram uma comissão e solicitaram uma audiência com o Senhor Ministro para esclarecimentos.

A reunião fora longa, após argumentos, fora dito que não precisaria falar de amenidade, mas sim, que fosse modificado alguns pontos no texto, pois ao proferir o discurso, corria-se o risco de Jornal Correio da Manhã publicar: […] Jovem diplomata dá aulas ao Presidente da República mostrando que democracia social é o caminho para o Brasil[…](p.267,paragrafo 1º, línea,28-30). 

O texto fora atenuado com algumas palavras sinonimizadas sem alterar seu teor e entregue ao Gabinete do Ministro, o qual nunca deu resposta, nem tão pouco agendou a data da cerimonia de formatura da turma.  Com esse relato, Lauro ao meu ver, nunca se furtou de suas ideias, seu patriotismo, e também nunca falou de amenidade no seu labor, tanto que por onde passou, mesmo nas metáforas, elevou o nome do Brasil mundo afora, divulgando  a  diversidade cultural, literatura, arte e  música brasileira.

Guimarães Rosa
Guimarães Rosa. Foto do blog do autor Lauro.
https://quincasblog.wordpress.com/quem-sou/

Apaixonado pela literatura, Lauro, na sua criatividade, cria o recital, […[“Três epopeias brasileiras[…]’(p. 295), que consiste num recital, onde ele reúne poemas de  três escritores de maior grandeza brasileira, y Juca Pirama, de Gonçalves Dias, O Navio Negreiro de Castro Alves, e Caçador de Esmeraldas de Olavo Bilac.

Os três poemas épicos fazem alusão à formação histórica e cultural do Brasil, ou seja, a forte presença do índio nativo, a conquista e alargamento do território pelos bandeirantes, finalmente, a imensa e sofrida contribuição do negro africano escravizado. Da fusão étnica e cultural dessas três raças básicas nasce o Brasil[…] (p. 295, parágrafo 1-2, línea 1-12). 

Um outro Embaixador, dessa vez das Gerais, autor da grande obra brasileira Sagarana, (1946), Guimarães Rosa, tornam-se amigo e colegas  no Instituto Rio Branco, amizade pra toda vida.

Rosa, escritor que canta  em suas obras  o sertão; […[ Portanto, torno a repetir: não do ponto de vista filológico e sim do metafísico, no sertão fala-se a língua de Goethe, Dostoiévski e Flauber, porque o sertão é o terreno da eternidade, da solidão,[…]. (p. 347,parágrafo 3º, línea12-17). 

Nesse misto de saudades, um outro sertanejo maranhense Gonçalves Dias, considerado o pai do romantismo brasileiro, em seu poema escrito no exílio, denominado “Canção do Exílio”,(publicado em 1857 no livro, Primeiros Cantos), canta em versos seu  amor, e a saudade de sua terra natal; 

Transcrevo o estribilho: 

“Minha terra, tem palmeiras, 

Onde cantam as sábias, 

As aves que aqui gorjeiam

Não gorjeiam como lá, 

Não permitas Deus que eu morra

Sem que eu volte para lá, 

Sem que aviste as palmeiras onde cantam as sábias…”

Além das narrativas  aqui mencionadas, Lauro aborda em sua obra fatos como: futebol, morte, imortalidade acadêmica, lusofonia, filosofia, CPLC, figura representativa de sua terra natal Goiás, países onde atuou como Embaixador, andanças  literárias, dentre outros. 

Desse modo, por meio de suas evocações multicoloridas, podemos conhecer uma parte de sua trajetória através da obra ‘Quincasblog, meus encontros’, que perpassa pelo pretérito, estendendo-se no presente e avançando ao futuro numa abordagem histórica singular exercendo influência direta sobre o leitor, levando-o ao prazer estético que provoca uma reflexão acerca das várias fases da vida do autor, num reviver metafórico no  contexto social, politico e cultural no qual o escritor encontra-se  inserido no mundo contemporâneo.

Boa leitura!

Leia a obra e a tenha na sua biblioteca! 

Magna Aspásia Fontenelle

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