Ao Deus-dará: Ecos de uma era perdida

Verônica Moreira: ‘Ao Deus-dará: Ecos de uma era perdida’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Imagem gerada por IA do Bing – 29 de novembro de 2024
às 11:23 AM

Soltaram as feras.
Eis que chega a nova era,
onde os omissos se calam,
engolem gole a gole a inverdade,
sem voz, mas com olhos que desviam.

Feras famintas, de golpes e sede,
não pelo bem de todos,
mas pelo banquete que os espera em suas mesas fartas,
no prazer egoísta, no churrasco que arde na sua própria brasa.

E eu, na dor de ter de aceitar o pecado,
prisioneiro deste fado,
silencio-me perante a força, a injustiça, o sistema.

Não sem voz, mas sem talvez…
Falo ou me calo?
Seria o meu grito apenas combustível para o ódio?

Cansaço…
É isso, o peso que recai sobre os ombros, a palavra certa.
Decepção, calamidade,
o sistema que se alimenta da corrupção.

Para os grandes, nada importa a fome dos pequenos.
É o que vejo – e o que eu daria para não ter visto.

Lamento profundamente por aqueles que se dedicam,
os que dão de si com verdade,
sem saber que são peões usados, peças descartáveis.

Ah, vida!
Oh, céus!
Haverá ainda esperança?
Vivem perdidos, abandonados ao acaso…

Ao Deus-dará?
Sim… porque é Deus quem dá.
E ainda bem que temos a Deus para nos dar.

Verônica Moreira

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Meu cupido

Verônica Moreira: Poema ‘Meu cupido’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Imagem gerada por IA do Bing - 14 de novembro de 2024
 às 3:18 PM
Imagem gerada por IA do Bing – 14 de novembro de 2024
às 3:18 PM

Meu corpo é o alvo, e celebra o teu amor rubro.
Danço como as musas dos antigos bosques gregos,
onde o mito ganha vida e o desejo se entrelaça.

Sou tua, inteira – a ninfa adorada dos teus sonhos
mais profundos, mais vibrantes. O prazer é meu e te pertence;
sou a fada da tua poesia.

Ah, como anseio que teus versos sejam todos para mim,
em meu louvor, em minha homenagem, no altar secreto do meu ser.

Meu ‘Eros’, símbolo da minha canção,
da minha loucura e doçura.
Homem, anjo dos meus encantos e desejos febris…

Como é possível ser tão mágico?
Teu olhar no meu, teus braços em meu corpo,
tuas mãos na minha pele, teu coração no meu.

Por que te amo? Não sei…
Só sei que morro se não te vejo;
meu rosto empalidece se não te beijo,
minhas mãos tremem se não te toco.

Amo-te, pois és meu cupido,
amo-te, pois és meu amigo


Verônica Moreira

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Chuva que acalma

Verônica Moreira: Poema ‘Chuva que acalma’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Imagem gerada por IA do Bing
Imagem gerada por IA do Bing

Chuva serena, que acende a noite,
Diamantes dispersos na escuridão,
Gotas brilhantes, lágrimas celestes
Que lavam a mágoa do meu coração.

Ah, chuva que tanto amo,
Quisera sentir-te sobre mim,
Da janela observo-te, etérea e bela,
Como um manto de seda a cobrir o jardim.

Chuva que cai em marés de saudade,
Como a quero com toda a verdade!
Já não dói a fria solidão,
Mas dói a seca que rasga meu pobre coração.

Tu, ó chuva de outubro, abençoada,
Com ternura regas o mundo ao teu toque,
Em mim, purificas a alma cansada,
Libertas o sofrer que em mim deságua.

Verônica Moreira

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O amor que ficou

Verônica Moreira: Poema ‘O amor que ficou’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Imagem criada com IA do Bing - 9 de outubro de 2024
 às 7:32 PM
Imagem criada com IA do Bing – 9 de outubro de 2024
às 7:32 PM

Já não o vejo como antes,
Não o conheço mais.
Nem mesmo sinto sua falta,
Até recordo, mas sem saudades.

Seus olhos são agora silêncio,
Sua voz, um eco que já não quero decifrar.
Seu cheiro, desvanecido,
Seu gosto, uma memória que foge ao meu paladar.

Nem doce,
Nem salgado,
Algo indefinido,
Já não sei interpretar.

Mas hoje, sou eu que me quero.
Me aceito, como nunca antes,
E o rejeito, com uma força que jamais imaginei possuir.

Sinto-me leve,
Livre, limpa,
Um banho de amor? Talvez…
Ou apenas o despertar de quem finalmente vê.

Só sei que nada resta,
Quando o coração não insiste em lutar por amar alguém.

Só sei que me amo,
Como nunca amei alguém.
E quem passou, passou,
Só o meu próprio amor permanece.

Verônica Moreira

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Abraçando cactos

Veronica Moreira: Poema ‘Abraçando cactos’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Criador de Imagens no Bing - Da plataforma DALL·E 3
Criador de Imagens no Bing – Da plataforma DALL·E 3

Tornou-se difícil escrever,
descrever o que se passa aqui dentro de mim.
Mas, se não escrevo,
não me sinto como realmente sou.

Tudo sinto em mim,
embora não consiga explicar.
Apenas sinto, sinto muito,
e não tem nada a ver com lembranças ou saudades.
Não tem a ver com vazios e crenças negativas.
Tem a ver com meus olhos internos,
que veem o que ninguém pode ver.

Ontem, chorei de dor
porque vi a mim mesma antes do naufrágio.
Vi a mim antes da refeição.
Vi a mim antes da ferida.
E vi a mim agora, depois de tudo.

E só agora, depois de tudo o que vi,
percebo quanto tempo perdi
com tudo o que abracei,
pensando que eram flores.

Dói… dói demais perceber
que, o tempo todo,
eu abraçava cactos. E sangrei…
Não até a morte,
mas até reviver outra vez.

Verônica Moreira

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Meu netinho Abraão

Verônica Moreira: Poema ‘Meu netinho Abraão’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Daniel, Abraão e Isabele - Foto por Verônica Moreira
Daniel, Abraão e Isabele – Foto por Verônica Moreira

Mesmo acordada, sonhei
E pedi a Deus em oração:
Pai, dê-nos o amor que nos falta
E Deus nos deu o Abraão.

Ah, quanta emoção nós sentimos
Quando anunciaram que viria
Nossos sorrisos iluminados
Transbordavam o amor que sentíamos.

Mesmo antes de o conhecer
Olhar seus olhinhos serenos
Sentir seu cheirinho gostoso
Pegar seus pezinhos pequenos

Ouvir seu chorinho a nos falar
Sentir seus dedinhos pequeninos
Tocar nossos rostos felizes
Enquanto o ninamos no colo.

Você nem havia nascido
E já nos fazia tão feliz!
Confesso, antes de tê-lo nos braços
Já o amava de toda minha alma.

Se hoje, com Jesus eu me encontrasse
Di-lo-ia somente: gratidão!
Por ser o meu netinho querido
Pela felicidade estampada no rosto do papai Daniel e mamãe Isabele.

Eu prometo, irei amá-lo
Com toda força do meu coração
Cuidarei com afeto e zelo
Orarei por você, com devoção.

Abraão, que o amor de Deus lhe alcance.
Seja bem-vindo bebê
Que papai do céu o abençoe
Sinta o nosso amor por você.

Verônica Moreira

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Fenômeno da natureza

Verônica Moreira: Poema ‘Fenômeno da natureza’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
"Com vários livros nas mãos, quase caindo no chão, E com 
carinho me disse: olha aquele coração…"
Com vários livros nas mãos, quase caindo no chão, E com
carinho me disse: olha aquele coração…” – Imagem criada pela IA do Bing – 26 de agosto de 2024 às 1:46 PM

Meu coração o escolheu
Não me pergunte por quê
Não saberia explicar
Só sei que aconteceu.
Bis…

Você chegou de repente
Juro que eu não esperava
Sem pretensões eu o vi
Percebi que me olhava

Com vários livros nas mãos
Quase caindo no chão
E com carinho me disse:
Olha aquele Coração…

Eu nunca havia notado
Formato de coração
Naquela árvore tão velha
Parece ser feito à mão…

Me perguntei o que era
Não entendi a extensão
Por um detalhe tão simples
Ele ganhou meu coração

A partir daquele dia
Mesmo que sem intenção
Fenômeno da natureza
Talvez…
Ele ganhou meu coração.

Sei que o amor me encontrou
Olha que eu nem esperava
Fenômeno da natureza
Eclipse do coração

E foi assim que você chegou
Meu coração logo o aceitou
E foi assim que o nosso amor
Criou asas e voou

Voou p’ra dentro de mim
E nunca mais quis sair
Formou um laço de amor
[Agora o que será de mim?] bis.

Verônica Moreira

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