Marcus KrauseImagem gerada com IA do Bing ∙ 15 de outubro de 2024 às 10:50 AM
Hoje é o dia dos professores. Dia daqueles que sempre levam trabalho para casa, e em casa, precisam trabalhar para ter trabalho para o dia seguinte.
Dia daqueles que precisam dedicar um tempo em sua casa para corrigir provas e atividades. Daqueles que, mesmo que seja domingo ou feriado, precisam planejar as aulas para ministrar no dia seguinte.
Dia daqueles que não podem esquecer os diários para fechar, os relatórios para preparar, as apostilas para imprimir e o planejamento para concluir.
Dia daqueles que não podem esquecer de olhar as mensagens do celular, pois sua supervisora ali vai estar, lhe enviando aqueles famosos recadinhos, sempre para te lembrar.
Dia daqueles que são os verdadeiros responsáveis por formar todas as profissões, daqueles que tem superpoderes, e se transformarem em psicólogos, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais.
Dia dos professores é o dia daqueles que ouvem diariamente as célebres frases: É para copiar, professor? Vai cair na prova? Vale quantos pontos? Pode fazer em dupla ?
É dia dos professores e não tem como esquecer, daquelas nossas vaquinhas que já viraram tradição, seja para um aniversário, evento ou comemoração.
Educação não é brincadeira, mas brincadeira faz parte da educação
É natural que crianças e adolescentes sejam aficionadas por jogos, brincadeiras e atividades recreativas, pois faz parte do seu cotidiano
Marcus Krause
O ambiente escolar é uma terra muito fértil para a aprendizagem, devendo ser adotada as mais diversas práticas pedagógicas de modo a alcançar os objetivos propostos. No que tange a educação básica, cujo público alvo são crianças e adolescentes, as metodologias e práticas educativas precisam ser revestidas de princípios que atraiam maior atenção do seu público alvo, ou seja, devem ser utilizados métodos e práticas que envolvam a ludicidade, gameficação e a criatividade.
É natural que crianças e adolescentes sejam aficionadas por jogos, brincadeiras e atividades recreativas, pois faz parte do seu cotidiano. Em momentos lúdicos e de diversão é possível adquirir diversos conhecimentos para a vida. Como exemplo, podemos citar a tradicional brincadeira da dança das cadeiras, onde a criança tem a oportunidade de aprender a respeitar regras de um determinado ambiente, pois é preciso esperar o momento certo sentar-se à cadeira e conseguir permanecer no jogo. Um jogo de pega varetas pode trazer ensinamentos sobre a capacidade de planejamento e criação de estratégias, enfim, diferentemente do que muitos pensam sobre jogos e brincadeiras, eles servem à criança não apenas como um passatempo, mas pode ser um riquíssimo recurso para motivar o aluno no processo de aprendizagem.
Diante de tal situação instigamos nossos leitores, em especial os docentes que atuam na educação básica, ao desenvolvimento de atividades lúdicas e recreativas como recurso pedagógico em sala de aula, tornando aquele momento mais prazeroso para o aluno.
A criatividade no processo de ensino deve ser uma mola propulsora na vida de cada professor para impulsionar e despertar maior interesse dos alunos na aquisição do conhecimento, pois estes perceberão que é possível aprender matemática, português, inglês, ciências, geografia e todas as demais disciplinas interagindo e divertindo-se em sala de aula.
Há aqueles que nutrem pensamentos divergentes acerca da adoção de práticas lúdicas e recreativas na sala de aula, por imaginar que isso compromete sua autoridade em relação aos alunos, por várias vezes já ouvi tal afirmação. Pesquisas e relatos científicos comprovam os benefícios do uso lúdico e recreativo no processo de aquisição de aprendizagem com crianças e adolescentes, razão pela qual não podemos desprezar tal ferramenta didática em nossa atuação em sala de aula. Em uma década que trabalho na educação básica e sempre desenvolvendo atividades lúdicas, recreativas e baseadas em metodologias ativas, pude perceber os inúmeros benefícios existentes e comprovar, na prática, o que muitas pesquisas e estudos científicos sobre o tema apontam.
Quando desenvolvemos atividades lúdicas e divertidas no ambiente escolar, conseguimos nos aproximar dos alunos e criar maior afetividade para com eles, isso se traduz em maior respeito, participação e cooperação, pois somos vistos como parceiros e amigos e não como carrascos. A relação entre professor e aluno não pode ser aquela de chefe e empregado, de rei e súdito, mas deve ser uma relação agradável, amigável e respeitável. Quando o docente leva a criança ou adolescente a participar de momentos de descontração no ambiente escolar, mesmo que seja, nos últimos minutos da aula, ele estará criando condições de fortalecer vínculos necessários para uma boa relação professor/aluno, contribuindo na motivação do seu aluno, que terá aquele docente como referência e guardará seus ensinamentos por toda a vida.