Versões diferentes: Quem estará com a razão?

Francisco Evandro de Oliveira:

‘Versões diferentes: Quem estará com a razão?’

Francisco Evandro Farick
Francisco Evandro Farick
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Em um dia de verão maravilhoso eu estava curtindo um pouco de Sol no parque da cidade quando, ao olhar para um dos cantos do parque, vi uma aglomeração e um carro de polícia. Logo à frente, dois policiais continham os exaltados que desejavam linchar um jovem rapaz, com cerca de 18 anos.

Ao me aproximar vi um senhor, aparentando uns 65 anos, que jazia no solo. Um filete de sangue escorria de seu peito. Resolvi, por mera curiosidade, analisar as diversas versões sobre o caso e vocês poderão tirar suas próprias conclusões.

1 ― Versão do revólver

Eu sou um revólver e, como sempre, fico bem quieto e vivo guardado na cintura de meus senhores. Alguns deles, às vezes, gostam de se exibir e quando o fazem geralmente acontece algo de ruim às outras pessoas. Foi o que aconteceu naquele dia.

Sábado passado, estava bem tranquilo com meu senhor, passeando no parque da cidade. Eu estava quietinho em sua cintura, mas assistia a uma constante troca de farpas e acusações entre ele e outro cavalheiro, a quem ele chamava de pai.

Eles se digladiavam com palavras e ofensas morais. Fatos de suas vidas vinham à tona e à medida que discutiam, o clima ia se tornando mais e mais quente. Repentinamente, o opositor mais idoso sacou um de meus inúmeros primos e atirou. Porém, meu dono foi bem mais rápido. Sacou-me e disparou em sentido contrário. Mas foi atingido de raspão.

Em compensação, seu opositor levou um tiro à queima roupa, bem no centro do coração, vindo a falecer instantaneamente. Por causa disso, fui parar em uma delegacia junto com meu senhor. Lá eles me colocaram em um saco plástico, lacrado, de onde só saí algum tempo depois, para ser exibido como uma espécie de troféu, em uma sala decorada. Ali também estavam: o meu senhor, sua mãe, os policiais que o acusavam e muitas outras pessoas que eu não conhecia.

Durante mais de 12 horas, as pessoas presentes eram chamadas para sentar-se nas acomodações do tribunal, destinadas às testemunhas que iriam falar sobre o ocorrido.

De repente, um homem todo de preto mandou que todos se levantassem. Disse algumas palavras e, ao final delas, muitas pessoas foram cumprimentar meu senhor. Finalmente, foram todos embora para casa e eu voltei a ficar na sua cintura.

2 ― Versão dos policiais

Nós estávamos de serviço fazendo a ronda pelo parque da cidade, porque ali costuma haver pequenos delitos praticados por menos e desocupados que praticam alguns furtos. Há também alguns incautos que costumam passear em locais perigosos do parque.

Tudo estava tranquilo, quando, de repente, ouvimos dois disparos efetuados seguidamente. Pelo som pudemos perceber de imediato que se tratava de armas diferentes.

Ligamos a sirene e chegamos ao local o mais rápido possível. Deparamos com um senhor que jazia no solo. Já estava formando uma aglomeração em torno dele e do possível assassino, um jovem que se encontrava atônito, segurando um revólver na mão esquerda.

As pessoas queriam a todo custo linchá-lo e, se não usássemos nossa autoridade, com certeza ele sairia dali com o mesmo destino do ancião. De imediato lhe demos voz de prisão e o conduzimos à delegacia mais próxima a fim de lavrar o boletim de ocorrência.

Lá, ele narrou que fora em legítima defesa. A pessoa que matara era seu próprio pai, que atirara primeiro. Quando ia efetuar o segundo disparo, ele foi mais rápido e o acertou no coração. Declarou que o motivo do crime fora o excesso de sofrimento e humilhação que vinha sofrendo desde criança e que o pai já o havia ameaçado outras vezes. Só não consumara as ameaças porque sua mãe ou vizinhos sempre evitavam.

Havia muito ressentimento contra o pai por causa dos maus tratos sofridos por ele, bem como pelos irmãos.

O delegado conseguiu apurar que o falecido era um homem violento, segundo a versão do assassino. E que também não se relacionava bem com seus familiares nem com outros vizinhos.

O rapaz, depois de ouvido, foi autuado e conduzido à carceragem. Após prestarmos o nosso depoimento, voltamos à nossa costumeira ronda que, por sinal, já estava a terminar.

3 ― Versão de um frequentador

Estávamos em um dia de Sol maravilhoso e aquela manhã estava convidativa para um passeio pelo parque. Foi o que fiz.

Caminhei até o parque da cidade, para sentir o prazer do ar puro e sentir o perfume das flores que por lá são cultivadas e tratadas com muito carinho.

Comprei um saco de milho de três quilos e assim que comecei a alimentar os pombos que estão sempre naquela área, minha atenção se voltou para duas pessoas que discutiam em alto e bom som, até com palavras de baixo calão.

Instalou-se a desarmonia no parque. As pessoas que caminhavam e corriam, logo começaram a parar, a fim de assistir ao desfecho, que, por sinal, foi trágico.

Em certo momento a pessoa mais idosa sacou sua arma, disparou contra o jovem e, mal engatilhava sua arma para efetuar novo disparo, recebeu à queima roupa um tiro certeiro no coração, que o fez cair fulminado.

Os caminhantes, que não tinham entendido a princípio o motivo do assassinato, queriam a todo custo linchar o rapaz. Só que não o fizeram porque ele ainda estava segurando sua arma. Além disso, uma patrulhinha rapidamente chegou ao local e prendeu o jovem, que não ofereceu resistência.

O passeio acabou para mim, porque fiquei pensativo sobre a causa daquele insano assassinato que não fazia sentido, já que se tratava de pai e filho.

4 ― Versão do irmão de Faustino

Faustino sempre foi uma pessoa problemática e desde criança nos causa grandes transtornos. Nosso pai cansou de ir à escola para resolver problemas que ele criava, mas Faustino não tomou juízo ao longo dos anos.

Lembro-me de que, certa vez, nosso pai foi chamado por um motivo muito grave: Faustino enfiara um lápis na garganta de um dos alunos. A diretora o suspendeu por oito dias e ameaçou expulsá-lo.

Mas ele continuou aprontando e quando se tornou rapaz passou a desrespeitar o nosso pai. Quase sempre ficavam discutindo em nossa casa ou no campo de futebol em que meu irmão jogava bola. Às vezes, chegavam ao ponto de realizar cenas de pugilato familiar. Aí, minha mãe entrava em cena e apaziguava os ânimos que estavam exaltados.

Ambos gostavam de andar armados e Faustino, depois que passou no concurso da polícia, começou a praticar tiro ao alvo constantemente. Daí, talvez inconscientemente, tenha atirado, por causa das idas constantes ao estante de tiro. Sei bem sei que os dois não se misturavam. Eram como azeite e água.

Todavia, a bem da verdade, sou forçado a dizer que Faustino tinha bom coração. A despeito de seus problemas, todos no bairro gostavam muito dele, principalmente do seu futebol.

5 ― Versão da mãe de Faustino

Meu filho sempre foi um amor de pessoa. Todos gostavam dele e não sei como uma tragédia dessas pode ter acontecido, principalmente com ele. As pessoas que invejavam seu futebol é que sempre estavam arrumando confusão, culpando-o por tudo.

Seu pai não gostava muito dele porque desejava que ele fosse advogado, porém Faustino resolveu fazer concurso para ser oficial da PM. Desde que passou no concurso ele tem praticado tiro ao alvo e esses fatos, o concurso e a prática de tiro, fizeram meu marido revoltar-se contra ele. Desde então, eles têm se estranhado e por diversas vezes fui obrigada a intervir em suas discussões.

Realmente foi uma lástima e um fato bastante triste esse que aconteceu esta manhã em nossa família. Sinceramente não sei o que vou fazer para tentar esquecer esse acontecimento. Que Deus me dê forças, principalmente para perdoar meu querido filho.

6 ― Versão do delegado

Naquele dia, mal cheguei à delegacia e o escrivão veio me informar que eu necessitava tomar o depoimento de um jovem que assassinara o pai no parque da cidade e tal ocorrência havia sido meia hora atrás. Então, me encaminhei para minha sala e determinei que o rapaz fosse trazido a minha presença, se possível com as testemunhas do assassinato.

Depois de feitas as observações iniciais, comecei a ouvir o jovem. Disse que se chamava Faustino José de Britto, solteiro, aspirante oficial da PM e que morava com os pais.

Faustino relatou-me que há muito se desentendia com o seu pai e que o motivo principal fora sua entrada para a PM em lugar do concurso de Medicina. Relatou-me que, constantemente, eles viviam se agredindo verbalmente, Todavia, nunca havia acontecido qualquer espécie de agressão física entre os dois. Ele assassinara o pai por necessidade de autodefesa, já que o pai sacara e disparara primeiro, em sua direção. Não lhe restara alternativa, senão fazer uso de sua arma para defender-se. E foi o que, de fato, havia feito.

Faustino também declarou que o fato fora presenciado por alguns transeuntes e que eu poderia ouvir sua principal testemunha, um senhor de 38 anos, chamado André Paulo dos Santos.

Lida a declaração, devidamente assinada pelo acusado, encaminhei Faustino à carceragem e continuei a ouvir as testemunhas que apareceram para depor.

Após três dias enviei o processo para a Justiça se pronunciar e fazer a sua parte. Em termos de delegacia, dei o caso como encerrado.

7 ― Versão do magistrado

Eu sou um magistrado e, na qualidade de juiz, fui designado para ser o responsável para julgar um caso de assassinato que ocorreu em dezembro passado, no parque da cidade. Foi um caso inusitado, porque o próprio filho matara o pai. Os autos estavam contraditórios, com algumas peças favoráveis ao réu e outras ao Ministério Público.

Os autos do processo foram inicialmente lidos e, depois de ouvir e acarear algumas das testemunhas sob o crivo do contraditório, solicitei que os jurados se reunissem e fizessem a sua apreciação face às perguntas que previamente eu lhes dera para responder.

Após duas horas, eles voltaram e então eu pude ler e lavrar a sentença, que foi favorável ao réu. O júri considerou-o inocente, devido ao depoimento de uma testemunha chave, que anteriormente me relatara o seguinte: encontrava-se alimentando os pombos a menos de cinco metros do local do assassinato; pudera ouvir desde o início toda a discussão; vira o homem mais velho ter sacado e atirado abruptamente em direção ao acusado; segundo ele, não restara alternativa ao acusado, senão se defender atirando contra o próprio pai.

Mediante tal fato, os jurados decidiram inocentar o réu da acusação de assassinato devidamente qualificado para assassinato em legítima defesa. Em seguida mandei lavrar o alvará de soltura para o réu, que foi imediatamente cumprimentado por seus amigos e pôde contemplar mais uma vez o sabor da liberdade, o bem maior de todo cidadão.

Dei por encerrada a sessão e todos se retiraram da sala do tribunal. Mais uma vez pude verificar a lisura da Justiça quando se trabalha com ética e desprovido de ambições.

 Francisco Evandro de Oliveira

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A palavra da era da imagem

Francisco Evandro de Oliveira: ‘A palavra na era da imagem’

Francisco Evandro Farick
Francisco Evandro Farick
A palavra na era da imagem
A palavra na era da imagem
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Desde os tempos mais remotos, a palavra é, sem sombra de dúvida, a maior e melhor forma de os povos se comunicarem; entretanto, nos dias atuais, em face da imensa facilidade de riqueza tecnológica existente, a palavra, bem como as diferentes formas de imagens, caminham lado a lado como forma de expressar pensamentos fatos e ações.

As imagens dizem tudo e substituem qualquer palavra e elas servem de comprovação para elucidar qualquer espécie de crime e podem ser utilizadas nos tribunais como defesa ou como acusação em qualquer processo.

 No entanto, quem tem o dom da retórica ou simplesmente oratória, pode reunir milhões a sua volta e fazê-los caminhar pelas ações dos seus pensamentos, como por exemplo, o nazismo e o fascismo, que só obtiveram sucesso devido ao grande poder de persuasão que os seus líderes tinham. Eles faziam de suas falas a principal arma que cativaram e arrastaram milhões de pessoas para a derrocada e destruição.

 Embora as imagens sejam quase sempre fortes, fracas, belas, enigmáticas, encantadoras e, às vezes, cruciais, no entanto, a palavra sempre cativa, faz a pessoa pensar ou refletir sobre o que se ver ou o que podemos ouvir sem nos prejudicar.

 Imagens e palavras são formas poderosas de o ser humano expressar o pensamento e, no momento atual, a globalização faz cada dia as pessoas criarem novas invenções que levam as civilizações a se aprofundarem em busca de novas tecnologias, ela faz aproximar os comércios e indústrias internacionais, e logicamente reduziu as distâncias entre as nações, através de possantes aeronaves ou a utilização de meios de comunicações, que cujas mensagens atravessam o mundo em frações de segundos e com utilização da tecnologia que proporcionou o surgimento da internet fez o mundo estar on-line.

E o homem, ser mais inteligente do planeta Terra, busca sempre uma forma de caminhar em largos passos e escala ao encontro de novos ideais que tornará sua fonte de felicidade. Isso faz abrilhantar um caminho que a tríade anda e cresce paralelamente.

O homem, as imagens e as palavras. O homem racional cresce no sentido de se aperfeiçoar, estando evoluindo a cada dia buscando inúmeras formas de ser feliz e, por causa disso, novas palavras surgem face às guerras que eclodem no cotidiano das civilizações e as sinergias existentes entre vencedores e vencidos fazem surgir novas palavras as quais são incorporadas aos respectivos dicionários dos países em estado beligerante, como por exemplo, as palavras de uso corriqueiro da internet, (deletar, print e outras centenas delas) são palavras que já se encorparam ao linguajar de nosso povo.

 Ao mesmo tempo, as imagens também têm seu espaço em constante mutação e, no momento atual, é uma riqueza inigualável! Porque elas estão em todas as partes e em todos os lugares: nos livros, nos cinemas, nos teatros e, principalmente, nas televisões diariamente e são as imagens expostas que nos alegram ou nos agridem de acordo com as ações que elas exprimem. Elas têm praticamente o mesmo peso e fazem o mesmo efeito. Como por exemplo, uma simples foto colocada em primeira página de um jornal de grande circulação pode causar um efeito muito forte na população.

As imagens que são expostas como propaganda à beira das principais estradas ou nas paredes dos bares e restaurantes, ou simplesmente em qualquer lugar. Sabemos que algumas delas são estilos de propagandas subliminares e que fazem as pessoas ficarem com elas em seus pensamentos e, como consequência, compram o produto, mesmo sem estarem deles necessitado.

  As imagens, assim como as palavras nos fazem chorar, sorrir, nos entristecer e nos alegrar; como por exemplo, um filme de tragédia pode deixar uma plateia a ter depressão, haja vista ‘Titanic’ e outros do mesmo estilo que fizeram milhões de telespectadores ficarem com lágrimas nos olhos devido as fortes imagens retratadas do sinistro.

  A era da imagem é forte e tende a sobrepujar as palavras. contudo, devemos refletir que as palavras são pontos principais de comunicação do ser humano e ele aprende desde a tenra infância e sendo ela seu instrumento principal de comunicação é um fato notório que por mais que as imagens tenham poder, jamais irão torna-se ou suplantar as palavras, porque, estando o ser humano em constante estado de evolução, haverá o momento que outras formas de comunicação superarão as imagens.

 No entanto, nós humanos, que somos os seres mais inteligentes, estaremos sempre a utilizar as palavras como nossa principal fonte de comunicação em qualquer época de nossa existência.

  As palavras, a bem da verdade, são códigos que previamente explicitados aos seus significados e quando reunidos formam palavras, frases e orações e no momento atual podemos perceber a avalanche de livros que formam escritos nos nossos presídios, os quais muitos críticos consideram como sendo os maiores autores de nossa literatura atual e os conteúdos neles escritos que são verdadeiras denúncias, porém em termos de códigos, não são mais que palavras e aí temos novamente o poder da palavra escrita como forma de denunciar uma situação existencial e a lógica narrativa dos manuscritos são as vivências próximas à escrita, algo que quase não se verifica no mundo fora das grades.

  No atual momento que a violência é uma das maiores preocupações de nossa sociedade, as denúncias através das palavras, sejam elas escritas, faladas ou televisada tornam cada vez maior o poder de seu uso, seja para fins benéficos ou maléficos para sociedade.

  As imagens arrastam multidões, porque seu efeito é imediato motivado pelo bombardeio das retinas que influenciam o cérebro.

  Se considerarmos que bom senso é um fator de bonança e que deve ser partilhado para o bem comum, então devemos usar tanto as palavras quanto as imagens equitativamente, a fim de que não haja o predomínio de um, em prol da outra.

  Palavras e imagens têm o seu devido e forte valor e somente nós saberemos o momento certo de utilizá-las na melhor forma possível e devemos também tirar.

Francisco Evandro de Oliveira

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Homenagem às mulheres

Francisco Evandro de Oliveira: ‘Homenagem às mulheres’

Francisco Evandro Farick
Francisco Evandro Farick
"Você que é mulher, vai e grita para o mundo que ainda é escravizada na África"
“Você que é mulher, vai e grita para o mundo que ainda é escravizada na África”
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Você que é mulher

Vai e grita para o mundo que ainda é escravizada na África.

Você que é mulher,     

Vai e grita para todos cantos do globo

Que ainda é tiranizada no mundo árabe.

Você que é mulher,    

Lembre-se que você é a mola do mundo.

Você que é mulher,    

Sinta sempre felicidade com sua geração.

Você que é mulher…

Lute sempre pelos seus ideais, direitos e amores.

Você que é mulher…

Ouça sempre a voz do amor e lembre-se que o amor é o caminho para a felicidade.

Você que é mulher…

Diga para todos os belicosos que a paz é a estrada que nos leva à luz.

                
Francisco Evandro de Oliveira

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A José Martiniano de Alencar

Francisco Evandro de Oliveira:

‘A José Martiniano de Alencar’

Francisco Evandro Farick
Francisco Evandro Farick
José Martiniano de Alencar
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José de Alencar, escritor que está entre os maiores expoentes da nossa Literatura Brasileira, na atualidade é pouco citado nos meios acadêmicos, no entanto, em qualquer lista de grandes nomes de escritores brasileiros que se possa vir a ser feita, ele estará sempre entre os dez melhores. Citando Augusto Meyer, que nos disse:

“Bastaria Iracema para consagrá-lo o maior criador da prosa romântica, na língua portuguesa. Mas além disso, lá na Câmara escura da nossa íntima devoção, onde começa o cinema interior. José de Alencar soube esboçar a largo traço um grandioso afresco, que não se encontra paralelo na ficção americana”.

José de Alencar desde muito jovem tornou-se famoso com suas pérolas: Iracema, O Guarani, Ubirajara, As Minas de Prata, O Ermitão da Glória, Guerra dos Mascates, Cinco minutos, A Viuvinha, Lucíola Diva, Senhora, A Pata da Gazela e tantos outros livros que produziu para o deleite da sociedade do segundo reinado.

Antes de ser nomeado Senador da República, o Imperador Dom Pedro II o considerava muito jovem para nomeá-lo Senador e ele disse na festa da nomeação do indicado: ”Vossa Majestade deveria ter rasgado a bula que o nomeou imperador”, já que o Imperador foi sagrado aos 14 anos e essa frase o colocou em rota de colisão com Dom Pedro II; no entanto ele soube reconhecer a grandeza de José de Alencar e em outra oportunidade o nomeou Senador da Republica. 

Para os cearenses, Alencar foi a voz do Ceará que fazia ecoar no centro da capital do reinado, e até hoje, na cidade de Messejana-CE, Alencar comunicava as paixões da nossas gente e das nossas coisas do dia a dia, um autor profundamente voltado para as mazelas nacionais. 

Um exímio romancista que nos deixa saudades de sua grandeza deixado externado em sua última frase na última página do livro Iracema: ”E tudo passa sobre a Terra”.

José de Alencar será sempre um exemplo a ser seguido pelos atuais escritores que representam a modernidade de nossa Literatura e a ele devemos tirar o chapéu para reverenciá-lo.

Francisco Evandro de Oliveira

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A importância do livro para os nossos jovens

Francisco Evandro de OLiveira:

‘A importância do livro para os nossos jovens’

Francisco Evandro Farick
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ia dos livros para os nossos jovens'
‘A importância dos livros para os nossos jovens’
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Nos dias atuais é de suma importância a leitura, porque ela expressa e auxilia a organização de ideias e pensamentos que, em consequência, proporcionará, em tese, um melhor aprendizado, acadêmico ou não.

O livro, seja ele de qual estilo for, sempre lhe dará: prazer, repulsa, aversão, encantamento, alegria, bem como outros estados de espírito e, de um modo geral, ensinamentos.

Desde os primórdios da invenção da imprensa, que as palavras e pensamentos contidos nos livros são, sem sombra de dúvidas, as maiores e melhores formas de as pessoas se comunicarem.

No século atual, em face de imensa facilidade de riqueza tecnológica existente que leva as editoras a publicarem centenas de livros impressos e em e-book, tal fato gera uma explosão literária em todo mundo.

No Brasil, particularmente o custo de publicação, em face dos impostos nele contidos, tornam o seu preço muito alto em relação a outros países, mas, mesmo assim, a cada dia cresce o número de escritores no País que, com seus livros, enfatizam uma nova forma de pensar.

Quem lê muito, quase sempre adquire o dom da palavra, devido a sua capacidade de discernimento literário.

E com esse dom pode, em curto espaço de tempo, reunir milhões a sua volta e fazê-los caminhar pelas ações dos seus pensamentos filosóficos e vontades, como, por exemplo, o nazismo e o fascismo, que só tiveram sucesso devido ao grande poder de persuasão que os seus líderes tinham. Eles faziam de suas falas a principal arma que cativaram e arrastaram milhões de pessoas para a derrocada e destruição.

O Brasil precisa de leitores, porque, diante de sua expressiva população, é notório e salta aos olhos que o desenvolvimento educacional e intelectual de seus filhos é diretamente proporcional à educação recebida, e a leitura é uma das molas mestres que tirará o país do abismo da escuridão literária.

O século XXI é notadamente o das ideias que impulsionam o ser humano para frente e o apavora devido os excessos de guerras, terrorismo, uma avalanche de doenças que surgem a cada dia; porém, imagens e palavras contidas nos livros são formas poderosas de o ser humano expressar o seu pensamento, e no momento atual há a globalização que faz surgirem novas tecnologias que levam as civilizações a se aprofundarem para estar em dias com o novo saber tecnológico, que é o capital intelectual e cultural de uma nação.

Ela fez aproximar os comércios e indústrias internacionais, reduziu as distancias entre nações através de possantes aeronaves ou a utilização de meios de comunicações, cujas mensagens atravessam o mundo em frações de segundos e com a utilização da tecnologia que proporcionou o surgimento da internet fez o mundo estar on-line.

E o homem, ser racional de nosso planeta, busca sempre uma forma de caminhar em largos passos e escala ao encontro de novos ideais, que tornarão sua fonte de felicidade, sendo que os livros, com seus ensinamentos, sem sombra de dúvida, são uma das vertentes que proporciona e faz abrilhantar um caminho em que a tríade faz andar e crescer paralelamente: o livro, o homem e o produto de suas criações. Ler é caminhar na estrada que nos leva a ideias inimagináveis!

Os pensamentos contidos nos livros, a bem da verdade, são códigos que são previamente explicitados os seus significados e quando reunidos formam palavras, frases e orações e no momento atual podemos perceber a avalanche de livros que foram escritos e os que foram escritos nos nossos presídios, os quais muitos dos críticos consideram como sendo os maiores autores de nossa literatura atual e os conteúdos neles contidos que são verdadeiras denúncias contra a atual exclusão social, porém em termos de códigos, não são mais que palavras e aí temos novamente o poder da palavra escrita como forma de denunciar uma situação existencial e a lógica narrativa dos manuscritos são as vivências próximas à escrita, algo que quase não se verifica no mundo fora das grades. No atual momento, a violência é uma das maiores preocupações de nossa sociedade, as denúncias através das palavras sejam elas escrita, falada ou televisada torna cada vez maior o poder de seu uso, seja para fins benéficos ou maléficos para sociedade.

Portanto, nada mais justo do que incentivarmos nossas crianças, os nossos jovens e o povo brasileiro para a leitura de livros, porque analiso que sua função principal neste século, em que as pessoas estão com suas mentes aceleradas, devido à avalanche de informações que são recebidas diariamente, é por demais necessário tornar os leitores de uma visão crítica e proporcionar uma inclusão social mediante os conhecimentos neles adquiridos, sendo esta, ao meu ver, uma das principais lições que os livros nos proporcionam.

Francisco Evandro de Oliveira

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Análise da música Explode Coração

Francisco Evandro de Oliveira:

‘Análise da música Explode Coração’

Francisco Evandro Farick
Francisco Evandro Farick
um sentimento avassalador de amor existente e a necessidade de explanar esse amor escondido no mais profundo do seu ser
um sentimento avassalador de amor existente e a necessidade de explanar esse amor escondido no mais profundo do seu ser
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A composição musical “Explode Coração”, letra e música do cantor e compositor Gonzaguinha, que também foi gravada pela cantora Maria Betânia, a qual foi lançada no ano de 1979, em análise mais direta, reflete um confronto entre um sentimento avassalador de amor existente e a necessidade de explanar esse amor escondido no mais profundo do seu ser.

O autor vê se aproximar o momento de jorrar e explanar para todos o amor sofrido e sentido por alguém que não enxerga esse belo sentimento. 

A pressão é forte e ele não suporta mais não ser visto e sentido seu imenso amor. Não deseja mais segurar e seu coração explode de emoção sentida e seu amor emerge com todas as suas forças e desejos de amar e ser amado.

Entretanto, a música também ao meu ver, reflete, sem sombra de dúvida, momentos tristes do autor aliado ao imenso amor, possivelmente platônico dedicado a alguém que não o enxerga e que o deixa amargurado, melancólico, triste e delambido por causa desse amor impossível, mas ele é forte e ao explodir seu amor para todos é uma maneira de tentar vencer as adversidades do momento desse seu profundo amor. 

Em sentido bem mais amplo, a música pode ter sua letra analisada de forma subjetiva, e percebe-se que é um grito de liberdade da sociedade que já não suportava e não aguentava mais a opressão da ditadura e o amor oprimido representava o povo brasileiro e seu desejo de liberdade e a anistia, geral, ampla e irrestrita que o governo concedeu no citado período que a música foi lançada. 

É, sem sombras de dúvidas, o ‘explode coração’, é a voz do povo que se faz ouvir em busca da liberdade, após tantas prisões, torturas e assassinatos. 

Vejo e sinto nessa belíssima composição uma forma mais que sutil do poeta Gonzaguinha falar para o povo brasileiro sobre a conjuntura política reinante em sua época, sem explicitar diretamente a situação. 

Somente quem analisou com olhar mais escorreito é que pode perceber essa comparação entre a música ‘Explode Coração’ e o grito de liberdade com a chegada da anistia.

Foi assim que eu analisei, e sei que, porventura, poderá haver outras análises.

Francisco Evandro Farucki

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Eu sou a morte

Francisco Evandro de Oliveira: ‘Eu sou a morte’

Francisco Evandro Farick
Francisco Evandro Farick
O vírus da covid-19
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Eu nasci bem nos confins da China, em uma pequena cidade chamada Wuhan e meu senhor me criou para não gostar de brancos, negros, morenos, pardos, caboclos, mulatos ou de qualquer outra cor de pele do ser humano. 

E também não faço distinção de muito milionário, milionário, ricos, pobres e miseráveis, porque todos a quem eu beijo, recebem quase sempre a minha marca: a morte; e eu sorrio, porque deixei o mundo perplexo e apavorado com o nascer de minha existência. 

O objetivo do meu senhor sempre foi dizimar as economias dos países ocidentais e de outros continentes, para tornar seu país poderosíssimo! 

Obriguei a todos do mundo atual voltarem a conviver socialmente e isso foi outro dos meu intuitos, para voltarem a conversar normalmente entre si; os lares agora estão com vida ativa, tudo porque não desejam receber o beijo de minha marca, que é letal e todos fogem de mim!!! 

Estão desesperadamente procurando algo para eliminar minha existência. Sei que sou frágil, muito frágil em minha membrana plasmática, assim dizem os especialistas em infectologia, porque não resisto a dois minutos a luz solar.

 Minha existência foi causada pelo excesso de egoísmo existente e exacerbado entre os seres humanos, o orgulho, o pedantismo, o excesso de pobreza existente no mundo, por causa de economias de países ricos que dizimam a de países pobres e levam o povo à miséria!!!! 

O excesso de pornografia e a moral mais baixa do que o solo, o elevado desrespeito da população às autoridades constituídas somente nos países democráticos. 

Tudo isso fez com que eu nascesse para poder fazer o mundo se voltar para o Criador ou, pelo menos, voltarem a conviver com mais sabedoria para que possam desfrutar de um mundo melhor e em paz. 

Por isso, todo aquele que não foi beijado por mim e não recebeu a minha marca, é porque foi escolhido pelo Criador para continuarem na Terra e perpetuarem a espécie, porque, eu sou a marca, sei bem sei que meus dias estão contados e sinceramente almejo que o mundo tenha entendido meu nascimento. 

Quanto ao povo brasileiro sei que é um povo emblemático que tem todas as condições e sairá, após muitas perdas, dessa situação que causei a todos vocês porque são carismáticos e tem grandes pessoas exponenciais. 

No Rio de Janeiro eu fui vencido por um nordestino e por várias outras pessoas, mas eles me venceram porque mereceram.

Francisco Evandro de Oliveira

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