Que cidades foram construídas?

Marcelo Augusto Paiva Pereira: ‘Que cidades foram construídas?’

Marcelo Paiva Pereira
Marcelo Paiva Pereira
Imagem criada por IA no Bing, 05 de março de 2025,
às 10:13 PM

Os efeitos climáticos que têm submetido nossas cidades neste século serviram para refletir sobre as construídas desde o fim do século XIX, quando a ciência, a indústria e a tecnologia fizeram as sociedades crer no progresso da civilização, em prejuízo da sustentabilidade do meio ambiente natural. Abaixo seguem alguns comentários.

Da segunda metade do século XIX até o presente o progresso científico e tecnológico modificou o modo de vida das pessoas. A civilização se tornou industrial, contemporânea da elevada produção e comércio de bens de consumo dos quais o automóvel, criado na Alemanha em 1883 (ou 1884), foi popularizado por Henry Ford ao criar a linha de montagem (1907) e pôr os Estados Unidos sobre rodas.

Os projetos urbanos e arquitetônicos foram desenhados sob a influência do automóvel, que facilitava viagens a grandes distâncias. Amparadas pelo rodoviarismo, as cidades cresceram horizontalmente e removeram as vegetações em prol do progresso que o modernismo prometia.

Houve, entretanto, projetos em que o meio ambiente natural foi (mais) valorizado. Três exemplos são os das cidades-jardim (1898), de Ebenezer Howard, o de reforma do centro de Paris, chamado Plano Voisin (1925), de Le Corbusier e os das residências (1900-1939) de autoria de Frank Lloyd Wright.

Os projetos das cidades-jardim e do Plano Voisin acolheram o rodoviarismo, mas neste último as vias públicas e os edifícios, ambos erguidos sobre ‘pilotis’, favoreciam o crescimento da vegetação nos espaços que ocupava. Esses projetos, entretanto, foram pensados para integrar os habitantes da cidade com o campo para que tivessem mais contato com a natureza, cujos edifícios estariam nela envolvidos.

Aqueles edifícios são a versão modernista das antigas construções sobre palafitas, as quais surgiram para conter o avanço do nível das águas e marés sobre essas obras. Outra versão, menos onerosa, são edifícios erguidos sobre pilares, alternativos aos “pilotis”.

Nos projetos de Frank Lloyd Wright, os ambientes internos se comunicam com o externo para interagir as pessoas com a natureza (arquitetura orgânica). Foi ele pioneiro no conceito de identidade cultural e de sustentabilidade, acolhidos nos seus projetos residenciais (são exemplos o estilo ‘Prairie’ e a Frederick C. Robie House).

Conclusivamente, as construções sobre ‘pilotis’ ou pilares, as residências e outras obras, integradas à natureza local, poderiam acolher mais áreas verdes e minimizar os efeitos climáticos danosos às malhas urbanas. A sustentabilidade do meio ambiente natural estaria mais amparada. Daí a questão: sob a égide do modernismo, desde o final do século XIX, que cidades foram construídas?

Marcelo Augusto Paiva Pereira.

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Homenagem a Helio Rubens

Marcelo Augusto Paiva Pereira: ‘Homenagem a Helio Rubens’

Marcelo Paiva Pereira
Marcelo Paiva Pereira
Helio Rubens de Arruda e Miranda - Fundador do Jornal ROL
Helio Rubens de Arruda e Miranda – Fundador do Jornal ROL

Aos 07 de fevereiro de 2024 nosso mentor e amigo Hélio Rubens nos deixou, partiu para o Paraíso Celestial após oito décadas de vida terrena. Um grande jornalista, muito fez pela divulgação da cultura através da mídia, tanto impressa (ou real) quanto digital (ou virtual).

Quando a internet ainda engatinhava no Brasil – e no mundo – teve ele a iniciativa de criar o presente jornal, intitulado Jornal ROL – Região On Line, que ganhou corpo ao longo dos anos, tanto na quantidade de membros quanto na qualidade dos textos publicados.

O ROL é um jornal exclusivamente cultural e virtual, somente circula na internet, o número de páginas é ilimitado, aberto a todos os interessados e tem o escopo de facilitar a leitura e aquisição dos textos para difundir com mais abrangência os diversos temas abordados.

No ano passado (2024) completou 30 anos de publicação ininterrupta e com divulgação internacional, visitado e lido por pessoas de outros países, inclusive da Europa, interessadas nos temas publicados. Um ineditismo de sucesso, extrapolou as fronteiras nacionais e conquistou leitores além do Atlântico.

Além desse, outro jornal criado por ele foi o Internet Jornal (I.J.), também virtual, mas de publicação limitada (reduzida) a poucas páginas, com diversos textos e temas, além de uma coluna social muito bem elaborada, que prestigiava pessoas de destaque na sociedade. Os temas culturais, entretanto, sempre estiveram presentes, assinados por membros do jornal ROL, sem que houvesse qualquer perda ou desvio de qualidade na produção daquele jornal.

Foram projetos de vida, de dedicação ao jornalismo e à constante preocupação com a divulgação da cultura. Ele sabia que a vida é vazia sem o substrato do conhecimento, o qual nunca deve ser contido nem tolhido por condutas sinistras. Difundir o conhecimento (ou a cultura) sempre foi fundamental para a formação do pensamento crítico, da consciência de pertencimento e das questões políticas que envolvem cada pessoa enquanto ser social e político.

Por fim, Helio Rubens foi um visionário, esteve à frente do seu tempo e conquistou seu espaço social e profissional com afinco, dedicação permanente na produção jornalística (e, por assim dizer, literária), que conquistou leitores e adeptos ao longo dos anos. Deixou para todos um legado mais valioso do que cremos, o Jornal ROL e a finalidade ininterrupta de transmitir a cultura a todos. Foi um grande jornalista e nos deixou um grande jornal, à altura dele e do que defendia. Nada a mais.

Marcelo Augusto Paiva Pereira

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Supertrump

Marcelo Paiva Pereira: ‘Supertrump’

Marcelo Paiva Pereira
Marcelo Paiva Pereira
Imagem gerada com IA do Bing∙ 21 de janeiro de 2025 
às 6:21 PM
Imagem gerada com IA do Bing∙ 21 de janeiro de 2025
às 6:21 PM

Aos 20 de janeiro de 2025, o candidato eleito presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, tomou posse no cargo eletivo pela segunda vez e se tornou o 47º Presidente da República daquele país.

Assim como no primeiro mandato (2017-21), Donald Trump se pronunciou na defesa dos interesses econômicos, internacionais, militares, políticos e sociais e neste resgatará a ‘Era de Ouro’ daquele país, tanto interna quanto externamente, em que são exemplos o combate à imigração ilegal, o corte de gastos públicos e o aumento da tributação aos produtos importados.

Países de governo alinhados à ideologia de direita receberam com benevolência e felicitações a notícia da posse de Trump, enquanto os de ideologia de esquerda a receberam com cautela e preocupação.

Ele excluiu aquele país do Acordo Climático de Paris, nele incluído pelo seu antecessor (Joe Biden). Também almeja recuperar o controle do Canal do Panamá (atualmente administrado por uma empresa chinesa) e quer adquirir a Groenlândia para torná-la território dos Estados Unidos. A postura dele em relação ao mundo é apreensiva, agressiva e temerária.

É apreensiva, porque cria expectativas nebulosas em cada país, tanto nas relações comerciais quanto políticas (ou diplomáticas), que poderão dificultar as parcerias entre os países e os Estados Unidos.

Agressiva, porque pretende expandir a força econômica, militar e política além das fronteiras, com vistas a controlar as rotas marítimas nos Oceanos Atlântico e Pacífico e as potenciais no Oceano Polar Ártico, com o derretimento do gelo da calota polar.

Temerária, porque o controle daquelas rotas marítimas dará aos Estados Unidos a predominância – ou hegemonia – das frotas navais ao redor do mundo, bem como poderá redesenhar o mapa geopolítico do mundo, ainda que parcialmente.

A receptividade da população americana parece ter sido contaminada pelo saudosismo dos ‘tempos dourados’, em que a inflação anual era irrisória, o custo de vida e o desemprego eram muito baixo, o modo de vida americano era exportado para o mundo e os Estados Unidos exerciam hegemonia sobre todos os países daquela época.

As famílias mais antigas, as mais tradicionais e as mais poderosas devem ter acolhido esse saudosismo junto à população e aguardam o resgate dessa época nostálgica em que muitos foram contemporâneos e outros a conhecem apenas por livros, vídeos e documentários na TV e na internet.

Visam resgatar a identidade individual, familiar e nacional que caracterizaram a cultura, o conhecimento e o progresso científico e tecnológico dos Estados Unidos desde o fim da Segunda Guerra Mundial (08.05.1945) até a queda do muro de Berlim (09.11.1989), período em que dominavam o cenário econômico, internacional, militar e político ao redor do mundo.

O fim da União Soviética e o surgimento de países independentes e capitalistas, que se libertaram da opressão soviética, deram outra distribuição geopolítica, econômica, comercial, militar e social ao mundo, no qual surgiram conflitos armados que disputaram e outros que ainda disputam a independência ou anexação de territórios, motivaram revoluções religiosas, perseguições, fugas em massa de habitantes desses países e de outros, castigados por outras causas.

Dentro desse cenário internacional, Donald Trump se posicionou em combatê-lo segundo os interesses da nação, dos americanos de raiz, que conservam (e querem conservar) a identidade que os fazem americanos e o modo de vida que sempre tiveram.

Conclusivamente, Donald Trump quer resgatar a hegemonia americana sobre o mundo mediante o controle das rotas e frotas marítimas, ao mesmo tempo que almeja trazer de volta a identidade americana de raiz (ou de origem), que deles fazem as pessoas e cidadãos que foram – e ainda são – contra a influência de costumes e culturas contrárias ou estranhas, que diminuam ou eliminem os caracteres da identidade nacional daquele país. Se ele conseguirá, ou não, o tempo dirá. Nada a mais.


Marcelo Augusto Paiva Pereira

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Universidade de São Paulo

Marcelo Augusto Paiva Pereira: ‘Universidade de São Paulo’

Marcelo Paiva Pereira
Marcelo Paiva Pereira
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo – Largo São Francisco

No presente ano a Universidade de São Paulo (USP) comemorou 90 anos de criação e há muito tem sido prestigiada dentro e fora do Brasil pela excelência dos cursos superiores e dos valorosos membros do corpo docente. Seguem alguns comentários.

A Revolução de 1930 depôs o presidente Washington Luís e Getúlio Vargas assumiu a presidência, com a promessa de convocar uma Assembleia Constituinte para elaborar uma nova Constituição ao País. Além de não a cumprir, dissolveu o Congresso Nacional, governou mediante decretos-lei, nomeou interventores federais, controlou o comércio do café e desagradou os paulistas, que não mais tinham um presidente que os representasse e qualificaram Vargas de ditador.

Aos 09.07.1932 (durante a intervenção de Pedro de Toledo) os paulistas deflagraram a Revolução Constitucionalista com o intuito de pressionar o presidente a elaborar a prometida Constituição (por ele rotulada de revolução separatista), mas as tropas paulistas foram derrotadas pelas federais após dois meses de combates e várias baixas entre os soldados. Pressionado, Vargas convocou em abril de 1933 a Assembleia Constituinte, que promulgou a Constituição aos 16.07.1934, e assim se fez de democrático ao povo em geral.

Em agosto de 1933 o paulistano Armando de Salles Oliveira foi empossado interventor do Estado de São Paulo e criou, mediante o decreto 6.283 de 25.01.1934, a Universidade de São Paulo, com o propósito de fazer do nosso Estado-membro o celeiro das revoluções intelectuais e científicas, aptas a mudar os processos de criação sociais e econômicos do País. Ela surgiu com as Faculdades de Farmácia e Odontologia, de Medicina, de Direito, de Filosofia, Ciências e Letras, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz e da Escola Politécnica de São Paulo.

Para espezinhar Getúlio, os primeiros professores (vindos do exterior) eram comunistas ou simpatizantes. Ele queria industrializar nosso País e precisava do apoio econômico, industrial e político de São Paulo; brigar novamente seria inoportuno e desacolhido pelos apoiadores do governo, que também almejavam a industrialização.

Atualmente a USP possui 42 unidades de ensino e pesquisa distribuídas em dez “campi”, dos quais três estão na capital e os demais no interior. Dentre os fins da aludida Universidade estão a promoção do progresso da ciência pela pesquisa e a transmissão, pelo ensino, de conhecimentos que enriqueçam ou desenvolvam o espírito ou que sejam úteis à vida, conforme constam do art. 2º, “a” e “b”, do mencionado decreto.

Conclusivamente, a USP surgiu para fazer de São Paulo o celeiro das revoluções culturais, técnicas e científicas em prol do nosso País, em resposta ao governo de Getúlio Vargas, que nunca escondeu os caprichos autocráticos com que governou o País, mas nunca conseguiu calar, conter, diminuir ou obstruir a universidade que o desafiou e o venceu. Nada a mais.

Marcelo Paiva Pereira

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Le Corbusier & terraços-jardins

Marcelo Augusto Paiva Pereira:

‘Le Corbusier & terraços-jardins’

Marcelo Paiva Pereira
Marcelo Paiva Pereira
Imagem gerada por IA do Bing –  6 de novembro de 2024
às 11:02 PM

Tramita na Câmara dos Deputados – do Congresso Nacional – um projeto-de-lei que pretende tornar obrigatória a construção de telhados verdes em novos edifícios públicos, novos empreendimentos habitacionais subsidiados com recursos públicos e, mediante incentivos econômicos ou tributários, às construções de edifícios ou de unidades habitacionais que os acolham. Seguem abaixo alguns comentários.

A ideia de criar telhados verdes remonta ao início do século XX, por ocasião dos pioneiros da arquitetura modernista, dos quais Le Corbusier (Charles-Edouard Jeanneret-Gris) teve maior destaque. Em 1926 ele sintetizou em cinco pontos (ou princípios) os estudos que fez sobre as elementares que deveriam instruir a arquitetura modernista – então em voga na época.

Tais princípios foram:

a) Pilotis: colunas de sustentação recuadas das bordas, permitem redesenhar o espaço urbano e nele integrar os edifícios por outro enfoque urbanístico;

b) Planta livre: permite elaborar espaços divididos por paredes sem função estrutural e reduz custos e emprego de materiais;

c) Fachada livre: a ausência de obstáculos favorece o desenho de fachadas (elevações) desimpedidas, com projetos flexíveis à abertura das janelas;

d) Janelas em fita: desenhada de um ponto a outro da fachada (elevação) com a melhor orientação solar à iluminação dos ambientes do edifício;

e) Terraço-jardim (ou teto-jardim): espaço de lazer sobre a laje do último andar, deverá ter áreas verdes e suportar as variações climáticas (calor, chuva, frio e neve).

Várias obras foram construídas sob esses princípios, das quais uma delas foi a Ville Savoye, pelo mencionado arquiteto no período de 1928-31 em Poissy, Paris. Na laje do último andar se encontrava o terraço-jardim por ele previsto, desenhado e construído.

Outra obra que seguiu os cinco pontos (ou princípios) definidos por Le Corbusier aconteceu no Rio de Janeiro, para ser a sede do Ministério da Educação e Saúde do governo de Getúlio Vargas (1930-45). Desenhado e construído o edifício por Lúcio Costa e sua equipe de arquitetos, representou a arquitetura modernista defendida pelo arquiteto europeu, que assim os orientou na elaboração do projeto.

Num dos blocos que o compõem há o aludido terraço-jardim, projetado por Roberto Burle Marx sob as orientações daquele princípio e do referido arquiteto. É um espaço combinado e preenchido de áreas verdes e para descanso, cuja finalidade é criar o ambiente natural mais aprazível aos frequentadores.

Conclusivamente, o terraço-jardim defendido por Le Corbusier é atualmente os telhados verdes e, ainda que não sejam mais novidade, o projeto-de-lei tem finalidade salutar, porque visa diminuir as agressões contra o meio ambiente natural mediante a obrigação legal de se construir – ou implantar – os ditos telhados verdes (ou terraços-jardins) nas futuras construções por todo o país. Nada a mais.

Marcelo Augusto Paiva Pereira

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Democracia comunista

Marcelo Paiva Pereira: ‘Democracia comunista’

Marcelo Paiva Pereira
Marcelo Paiva Pereira
Imagem gerada pela IA do Bing -  9 de setembro de 2024 às 4:45 AM
Imagem gerada pela IA do Bing –  9 de setembro de 2024 às 4:45 AM

Notícias divulgadas na internet e nos telejornais tem informado que o governo da Venezuela revogou, aos 7 de setembro, a autorização concedida ao governo brasileiro para assumir a custódia da Embaixada da Argentina em Caracas (capital venezuelana), na qual estão seis opositores ao governo de Maduro, notoriamente comunista.

A decisão do governo daquele país foi em razão do surgimento de (supostas) provas de que, naquelas dependências, havia ‘atividades terroristas’ e ‘tentativas de homicídio contra o presidente Nicolás Maduro e a vice Delcy Rodriguez. Fundamentaram-na os preceitos de justiça do País e as Convenções de Viena, sem outros esclarecimentos.

Desde o dia anterior, mencionada Embaixada encontra-se cercada por duas patrulhas da Agência de Inteligência (Sebin) e outras duas da Polícia Nacional Bolivariana (PNB), além de haver um posto de controle instalado nos arredores por agentes do governo de Maduro, com a finalidade de verificar a identidade dos transeuntes.

O local está sob a custódia do Brasil desde o início de agosto, quando o governo da Venezuela expulsou do país o embaixador argentino após o presidente argentino Javier Milei ter afirmado que foram fraudadas as eleições de julho, em que Maduro foi reeleito presidente.

Contra esse impasse diplomático o governo argentino pediu, ao procurador do Tribunal Penal Internacional, solicitar uma ordem de prisão contra Nicolás Maduro e outros líderes venezuelanos. O governo brasileiro, por sua vez, informou que somente deixará a custódia da Embaixada da Argentina após o governo da Venezuela determinar outro país para custodiá-la.

Referido impasse diplomático que envolveu a Argentina e o Brasil contra a Venezuela mostra a verdadeira imagem do regime político (ou de governo) lá existente. Em vez de democracia, exerce a autocracia (ditadura), sem espaço para as liberdades individuais (inclusive políticas).

O comunismo é um modelo econômico de distribuição de riqueza em que a distribui ao povo sem distinção de classes sociais e as iguala pelo mesmo padrão econômico, assim tornando-os comuns uns aos outros. Os direitos individuais são limitados – até mesmo tolhidos – em benefício dos direitos sociais e da tutela do bem comum praticada pelo Estado.

Sem a tutela dos direitos individuais desaparece a democracia e surge a ditadura, mascarada de revolução popular (ou bolivariana, como aconteceu na Venezuela), na qual os líderes controlam o povo conforme os interesses do Estado e não mais conforme a vontade popular. Esta é a democracia comunista que ocorre na Venezuela, um país sem garantias às liberdades individuais (e políticas) e sem segurança jurídica contra a opressão do Estado ao povo e aos opositores do governo.

Conclusivamente, o comunismo se opõe à democracia por faltar a liberdade individual. Sem esta o Estado se torna injusto, por reduzir os indivíduos ao controle da vontade estatal. Este é o exemplo dado atualmente pela Venezuela, sob o governo de Nicolás Maduro, cujas condutas políticas desde julho de 2024 têm sido contestadas pelos governos de vários países da América do Sul, da Europa, dos Estados Unidos da América e pela ONU. Nada a mais.

Marcelo Augusto Paiva Pereira

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O fim da Segunda Guerra Mundial

Marcelo Paiva Pereira: ‘O fim da Segunda Guerra Mundial’

Marcelo Paiva Pereira
Marcelo Paiva Pereira
Imagem gerada pela IA do Bing – 1 de setembro de 2024 às 10:12 PM

Historiadores têm acolhido o fim da Segunda Guerra Mundial aos 08 de maio de 1945, data da rendição incondicional da Alemanha nazista aos aliados. Os russos, entretanto, acolhem outra, qual seja, 09 de maio. Outros ainda entendem que ocorreu aos 02 de setembro de 1945, com a rendição do Japão aos Estados Unidos da América.

Aos 07 de maio de 1945 a Alemanha se rendeu incondicionalmente aos aliados, reunidos na cidade francesa de Reims e o tratado de rendição entrou em vigor no dia seguinte (08). Quem o assinou foi o oficial Alfred Jodl, nomeado pelo almirante Karl Dönitz, na presença do general americano Dwight D. Eisenhower.

Stalin não aceitou a rendição assinada nessas condições – fora de Berlim, por um oficial alemão sem patente elevada para assiná-la e na presença de um oficial soviético que apenas a testemunhou. Era preciso refazer o ato militar para evitar a Alemanha alegar a ilegitimidade da rendição, como fez após a Primeira Guerra Mundial (1914-18).

No dia 08 de maio outro oficial alemão, Wilhelm Keitel dirigiu-se a Berlim e assinou o tratado de rendição na presença do marechal soviético Georgy Zhukov e de uma reduzida delegação dos demais aliados. O tratado entrou em vigor no dia 09 de maio de 1945, horas após a decretação do cessar-fogo aos soldados alemães.

A reação do Brasil ocorreu após submarinos alemães torpedearem cinco navios mercantes brasileiros, que se encontravam nas costas marítimas do nosso país além de outro, o Taubaté, que foi metralhado por um avião alemão no Mar Mediterrâneo, em março de 1942. Aos 31 de agosto do mesmo ano Getúlio Vargas declarou guerra contra a Alemanha e a Itália.

Acordado com os Estados Unidos da América, do nosso país foram para a Itália aproximadamente 25.500 soldados, que compuseram a Força Expedicionária Brasileira para lutar contra os alemães. Desembarcaram em Nápoles em julho de 1944 e de lá retornaram em julho de 1945.

Na guerra ocorrida no Oceano Pacífico, Japão e Estados Unidos da América travaram difíceis batalhas pela conquista dos territórios ultramarinos. O Japão tinha a mais bem armada marinha do mundo e mais porta-aviões do que os americanos. O sucesso militar destes começou quando a espionagem descobriu a posição dos porta-aviões japoneses e fazer naufragar quatro dos sete que possuíam, durante a Batalha de Midway, em 1942. A vitória se deu após as explosões das duas primeiras bombas atômicas em Hiroshima e em Nagasaki, aos 06 e 09 de agosto de 1945, respectivamente.

Na Europa o fim da Segunda Guerra Mundial é comemorado aos 08 de maio, enquanto na Rússia o é aos 09 de maio. Nós, brasileiros, também acolhemos 08 de maio a data do Dia da Vitória dos aliados contra a Alemanha nazista. Quanto ao dia 02 de setembro de 1945, marca a rendição do Japão aos Estados Unidos da América e o fim da guerra no Oceano Pacífico. Nada a mais.

Marcelo Augusto Paiva Pereira

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