O mito de Narciso

Maze Oliver: ‘O mito de Narciso’

(Recontado por Maze Oliver)

Maze Oliver
Maze Oliver
O mito de Narciso
Imagem gerada por IA do Bing –  6 de novembro de 2024 às 10:00 AM

Vou recontar para vocês hoje uma história de mais de dois mil anos.
Essa história data do ano 1, após o nascimento de Cristo. Passando de boca em boca, e de livro em livro, ela chegou ao Acre. Então, vamos lá!

Liríope uma bela ninfa grega ao tomar banho de Rio, foi violentada por Cefiso, o Deus do rio. Desse ato de violência nasceu Narciso, um belo bebê. O menino foi crescendo e ficando presunçoso. A mãe foi observando aquele jeito estranho de agir. Preocupada com o futuro do filho, Liríope procurou o sábio Tirésias (o grande mago do reino que era cego, porém adivinho do futuro). Ele, o sábio, lhe disse que o menino só chegaria a velhice se nunca conhecesse a si mesmo.

Na Adolescência se tornou belíssimo, o jovem mais viçoso e cobiçado do Reino Grego da época…

(Seria ele páreo para Zeus?… kkk).

Todos se apaixonaram por ele, por sua beleza, juventude e conversa gostosa macia e manipuladora.
Eco uma jovem ninfa que vivia nas grutas da floresta, também se apaixonou perdidamente pelo jovem mancebo Narciso. Porém, ela tinha um problema consigo, sofrera uma maldição feita pela Deusa Hera.

(Hera, a esposa de Zeus, o “Dom Juan”, o ADULTO, o Deus Grego mais gostoso do pedaço daqueles tempos, a última bolacha do pacote!…kkk).

A deusa com ciúmes das ninfas e principalmente, muita raiva da ninfa Eco, pois segundo Hera, essa ninfa falava demais, amava sua própria voz, queria sempre dar a última palavra, pois não respeitava a opinião dos outros e portanto merecia ser castigada (fora isso, os fofoqueiros do reino diziam que Eco era cupido dos namoros do grande Deus Zeus com suas amigas…kkkk).

O castigo fez ECO perder o poder de voz. Após essa maldição, a ninfa Eco só conseguia repetir os últimos vocábulos das frases que ouvia. Então, como não podia se comunicar com ninguém, nem com seu amado, o estiloso Narciso, ela apenas o seguia por todo o reino e vivia sonhando acordada com um único beijo do rapaz. Foi essa a forma que encontrou de viver o grande amor platônico, que nascera no seu coração.

Um dia, ao passear pela floresta, Narciso percebeu que alguém o seguia, por conta do barulho das folhas e galhos secos quebrados, pois Eco sem querer, ao se movimentar entre as árvores pisava nas folhas chamando atenção do belo semi-Deus.

(hoje as “ninfas” gregas ou não … Seguem seus Narcisos pelas redes sociais….kkk).

Curioso, por conta dos estalar das folhas, Narciso parou e perguntou:

-Quem está aí???

E eis a resposta de Eco:

  • aí… aí… aí…

Narciso se apaixonou imediatamente pela própria voz ecoada e repetida. Esperto, ficou perguntando e falando outras coisas encantando a moça, só para ouvir o eco da sua própria voz:

-Você me ama?

  • Ama…Ama…Ama?

Tempos depois, apaixonado, ele convenceu Eco a se aproximar dele e namoraram um pequeno tempo. No entanto, o jovem logo desinteressou-se completamente dela. Afinal, ficou cansado e enjoado de conversar com sua própria voz. E assim, esse mesmo fato se repetiu com várias outras ninfas do reino. Narciso não conseguia se conectar emocionalmente com nenhuma delas. Eco e outras ninfas ao serem traídas, trocadas e esquecidas, uma a uma, ficavam arrasadas, tristes e em sofrimento.

Eco, foi a que reagiu de forma mais sofrida, pois era a mais vulnerável. Afinal, também havia perdido seu poder de fala e agora também perdeu Narciso.
Ela escondeu-se em uma caverna (a caverna da decepção), lá ficou na escuridão por muito tempo sem ver a luz do sol. Todos os dias observava seu amado, o belo jovem Narciso, que passava imponente com os amigos, em frente a fenda da caverna e ela sofria e chorava de amores e saudades. Um dia, ele passou sozinho e Eco resolveu segui-lo em silêncio novamente…

(Coitada. Tão sem maturidade! Tão sem noção…
O problema é que ela ficou condicionada a repetir…Rs).

Narciso atravessou toda a área de mata baixa e adentrou na floresta densa. Eco logo pensou na possibilidade de um reencontro, para quem sabe, um reatar de namoro!?

Mas, ao encontrar um grande lago, Narciso sentiu sede e abaixou-se para beber água e o que ele viu?

Viu seu próprio rosto na água do lago límpido e transparente. Estava selado alí o triste destino do belo Narciso!

Apaixonou-se por sua própria imagem imediatamente. E com todo o esforço que fez, por mais que tentasse sair da frente do espelho d’água, não conseguiu. Aquela imagem o atraia. Tentou tocar na bela imagem, e claro, também não conseguiu, pois a água fazia ondas, que escondiam e deformavam sua tão bela imagem. Então ele ficou preso. Pobre Narciso!

A jovem ninfa Eco observava tudo em silêncio, atrás das folhagens. Narciso ficou lá compenetrado em sua própria vaidade. Parou de olhar para os lados, pois seus olhos só viam a própria imagem refletida no espelho d’água. Após dias assim, sem se dar conta do tempo e sem se alimentar, ele foi definhando, ficando confuso. Uma hora se via belo, outra hora se via deformado, devido às ondas d’água. Ele não entendia que o que ele via refletido no espelho do lago, era apenas um FALSO EU, um eu invertido, da imagem do verdadeiro Narciso que ele jamais encontraria ali.

Embevecido na sua própria vaidade ele foi ficando primeiro com raiva e depois ódio, muito ódio. Perdera muito tempo atrás do seu ideal de eu. E agora não conseguia mais “tocar-se”, nem sentir-se, como ele mesmo. Segundo o entendimento dele naquele momento, foi de que era impossível se amar. Esse Narciso era horrível, grotesco e deformado! Triste e revoltado com sua própria realidade, ele olhou para a natureza à sua volta e implorou pela clemência dos Deuses.

Assim, ele clamou:

  • Grandes Deuses da Natureza, que dor é essa que me aflige e dilacera minha alma?

-Quem no mundo sofre mais que eu, com essa maldição de NÃO conseguir se amar???

-Sendo assim, não desejo mais viver. Não suporto mais alimentar esse amor impossível por mim mesmo! E nunca fico satisfeito!

 - Prefiro a morte!

E assim dizendo, Narciso se jogou nas águas, sumindo rapidamente em suas profundezas.

Em seu lugar brotou muitas plantas com lindas flores coloridas, formando um jardim encantado, tão belo quanto Narciso!

Eco que tudo viu e ouviu em silêncio, saiu do esconderijo, recolheu uma flor e chorando voltou para a cidade onde tentou contar o que viu a todos. No entanto, ela infelizmente continuou apenas repetindo as últimas palavras de Narciso:

  • Prefiro a morte …morte…
    morte!

E junto com seu eco de voz, repetiu também as últimas emoções de paixão por Narciso, pois estava presa ao sentimento de abandono, pois ela como muitas ninfas não conheceu o seu pai. Quem sabe era filha de um Deus grego qualquer? Ou até mesmo do grande Zeus? E assim ela perdurou repetindo… Eternamente.

Para recuperar seu poder de fala e seu amor próprio, Eco teria que falar com o Mago cego Tirésias que tudo via e tudo sabia. Mas, para isso já teríamos uma outra história para contar numa outra hora… Quem sabe? …

(Dizem as más línguas que as ninfas são todas filhas ilegitimas do Grande Deus Grego Zeus! Será?…kkk)

Maze Oliver
(5 de novembro de 2024)

CONTATOS COM A AUTORA

Voltar

Facebook




Alma febril

Maze Oliver: ‘Poema Alma febril’

Maze Oliver
Maze Oliver
"Vi na porta, a marca do terror. As teias, da aranha fatal. O preço do silêncio. O horror. E o alimento mortal" - Imagem gerada com IA do Bing - 7 de outubro de 2024 às 2:40 PM
“Vi na porta, a marca do terror. As teias, da aranha fatal. O preço do silêncio. O horror. E o alimento mortal”
Imagem gerada com IA do Bing – 7 de outubro de 2024 às 2:40 PM

Vi na tua pele roxa
Alma febril, mora lá.
Vi a dor dos teus olhos
a tua boca calar.
Mas, falaram mil palavras
Sem mesmo balbuciar.

Vi na porta, a marca do terror.
As teias, da aranha fatal.
O preço do silêncio. O horror.
E o alimento mortal.

Vi na pele marcada
O carimbo da violência
A melancolia de açoite,
Que traz a certeza do risco,
O sibilar da serpente,
O poder se faz corrente.
Um conto gótico de horror.

Tuas lágrimas são renúncias,
Que teu olhar cintilou
Revelou toda infelicidade
A emoção do medo, na tua tez,
Transbordou.

Sofre, pelo que chama de amor!
Mas, aí só tem a dor
e as garras do dragão,
O conto do Barba Azul
e o rugir do Leão.

Ali foi traçada a sentença
Sem mesmo pedir licença.
Só ‘asas’ te salvarão
Do mármore dessa prisão.

Maze Oliver

Contatos com a autora

Voltar

Facebook




Soneto para Beethoven

Maze Oliver: ‘Soneto para Beethoven’

Maze Oliver
Maze Oliver
Ludwig van Beethoven

Oh, Ludwig Van Beethoven, atual
Música com mistério, multidões…
Encanto e magia, luzes sem igual,
Lindas sinfonias cantam corações.

Nos teus lindos acordes, o primeiro
Ludwig, um Imortal incontroverso
Movimento romântico, o pioneiro
Teve grande paixão, amor imerso.

A crítica falou: obra genial!
A nona sinfonia, fama devir
É erudita, som universal.

Como pôde tu, mesmo sem ouvir,
Executar canção tão magistral?
Só tu mesmo adorado, és porvir.

Maze Oliver

Contatos com a autora




A criança e o adolescente no mundo virtual 

Maze Oliver:

‘A criança e o adolescente no mundo virtual’ 

Maze Oliver
Maze Oliver
A criança e o adolescente no mundo virtual
Imagem criada pela IA do Bing

Hoje a tecnologia digital domina os lares.  Crianças muito pequenas antes de falar já veem vídeos no celular de alguém da família. O que isso afeta na criança? E ao adolescente? É recomendável? O que fazer diante do vício? Existem estudos científicos que provam que o exagero da tecnologia na criança muito pequena é muito prejudicial ao cérebro, ao relacionamento com o outro e à saúde física e mental das crianças e dos adolescentes.

   Para uma criança muito pequena, até seis anos, uma hora de tecnologia é o indicado. A criança precisa se relacionar com as pessoas: ser estimulada a falar, a ouvir, a cantar, a amar etc. A Psicanálise afirma que esse grande outro (adulto) é fundamental na formação da identidade da criança. Convivendo com um aparelho, onde está a intervenção direta com a criança? Ela vai aprender a falar com os vídeos? É provável que sim.  Mas, e a parte emocional?  A Interação pessoal? Não estaremos criando robôs? Para o Psicólogo, Leo Fraiman, “tecnologia para crianças somente após os seis anos”. Está comprovado que somente após, essa idade, dependendo da criança, ela será capaz de separar a realidade da fantasia. Qual a repercussão do exagero?  As pesquisas mostram que 80% de nossas crianças, antes dessa faixa etária, estão na internet; vendo toda a sorte de violência, e muitos vezes conteúdos, até impróprios.

   Passar muito tempo no celular, vídeogames e computador, restringe os movimentos da criança. Ela precisa andar, correr, descer, subir etc. Limitar a criança é prejudicial ao seu crescimento físico. O corpo, é um organismo completo que necessita estar integrado com todas as suas necessidades nos anos iniciais para crescer saudável. Quanto ao cérebro, também já foi comprovado pela Neurociência que os jogos e os vídeos estimulam a produção de Dopamina, e outras substâncias responsáveis pelo prazer. Assim, estaremos viciando nossas crianças e jovens, desde muito cedo com uma dose extra de substâncias e estimulando a se afastarem de outras atividades, menos prazerosas, porém mais saudáveis ao crescimento integral, o brincar, que é tão necessário ao crescimento mental e físico.  Sabemos que o mundo proporcionará desafios para eles no futuro. Como enfrentarão as dificuldades? As responsabilidades? E as frustrações? Se estarão totalmente viciados em atividades prazerosas, e em grandes quantidades, pois todos os dias surgem novos jogos, novos vídeos, de todas as formas e níveis. E sabemos que em muitas famílias, não há nem mesmo uma seleção de conteúdo ou horários, para os filhos.

   Paiva NMN e Costa JS, no artigo científico: A influência da tecnologia na infância: desenvolvimento ou ameaça? Afirmam que:

     “… o mundo virtual utilizado de forma indiscriminada desestrutura os processos psicológicos da criança levando-a a apresentar o comportamento antissocial, instabilidade emocional e atitudes de agressividade”…01.

   A pesquisa da Revista Psicopedagogia, cita que:

    …“A utilização da tecnologia de forma indiscriminada pelos adolescentes provoca o desequilíbrio cognitivo do ser. Com isso, ela potencializa os transtornos de atenção, transtornos obsessivos, de ansiedade e problemas com a linguagem e a comunicação, o que afeta diretamente aprendizagem”. 02 

   …“A Associação Psicológica Americana incluiu a dependência de jogos e de internet no apêndice do DSM-VVII, o que aumenta a legitimidade clínica do transtorno e favorece o entendimento científico da natureza dessa dependência” 02.

   Assim, teremos alguns desafios para as futuras gerações pois com todos os problemas que já tínhamos com as crianças praticamente criadas por terceiros, devido ao enfrentamento dos pais no mercado de trabalho, o desemprego, alcoolismo, negligência familiar, drogas e outras violências, agora nos deparamos com mais um problema, o excesso do uso inadequado de tecnologia por crianças e jovens, a “over dose digital”. Eis aí, que devemos rever nossos padrões de comportamento que não servem mais, para essa nova sociedade que ora estamos vivendo. Limitar horários, selecionar conteúdos, alertar para os perigos da Net e fortalecer os laços familiares, são algumas providências urgentes.

OBS. Conheça a obra A poção mágica, Maze Oliver, primeira edição 2016, que se encontra publicada no saite Clube de Autores, à disposição dos pais. Para um diálogo com a criança de forma lúdica sobre o assunto: a questão do retorno às brincadeiras tradicionais.

Maze Oliver

FONTES DE PESQUISA E CONSULTAS:

01. Paiva NMN, Costa JS. A influência da tecnologia na infância: desenvolvimento ou ameaça? (acesso 2024) Disponível em: http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0839.pdf      

02. Revista Psicopedagogia, vol.34, no.103 São Paulo, 2017;

03. Young KS, Abreu CN. Dependência de internet: manual e guia de avaliação e tratamento. Porto Alegre: Artmed; 2011. 

Contatos com a autora

Voltar

Facebook




Os borderlines

Maze Oliver: Artigo ‘Os borderlines’

Maze Oliver
Maze Oliver
Transtornos de personalidade
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

As pessoas que são borderlines são instáveis por serem emocionalmente imaturas, e estão enquadradas pela Psiquiatria no grupo B, onde estão todos os transtornos de personalidade, que, ressalte-se, são muitos. Isso significa que esse comportamento transtornado é um jeito de ser da pessoa. Por isso, não há um remédio para a cura. Ela ou ele são ‘como se fossem’ crianças grandes que fazem BRIGA para ter atenção. Sentem-se vazias e querem ter alguém para elas, ou para cuidar delas. Sempre culpam os outros pelo seus próprios atos. De acordo com a Dra. Ana Beatriz, conhecida psiquiatra brasileira, a causa é genética, ou seja, já nascem assim e são crianças graciosas na infância.

Jacques Lacan, importante psicanalista francês que revolucionou a teoria Freudiana, criando a teoria Lacaniana, não concordou que uma pessoa poderia ter duas estruturas mentais ao mesmo tempo. E criou uma discussão a respeito do border, que antigamente conhecíamos como limítrofe, ou seja na borda, entre um e outro, pois acreditava-se que estivesse entre a neurose e a psicose. Rebelde e questionador, Lacan ironizou os que na época defendiam essa ideia, chamando um dos casos estudados pela Psicanálise de Freud de “Caso Border da Psicanálise”. Era uma ironia!

Hoje, a Psiquiatria moderna o classifica em um novo grupo, o grupo dos transtornos da personalidade, e o denomina de Borderline, isto é, ainda conserva o “velho conceito de no limite”. Isso porque BORDA significa na beira, no limite.

Essas pessoas temem ser abandonadas. Mas, muitas vezes essas paranoias não têm uma causa real e são puramente fantasiosas. Isso faz com que os borders sejam reféns de seus próprios atos e sentimentos e vivam sempre com medo de serem rejeitados. Melhoram com a terapia, tratamento das comorbidades e com a idade. Às vezes, um relacionamento com um parceiro maduro(a) pode ajudar a superar as crises de ciúmes, insegurança, inveja, raiva, ira e surtos. Que muitas vezes podem ter motivos reais, ou delirantes (fantasias).

Se você se sente assim, procure ajuda!

Maze Oliver

Contatos com a autora

Voltar

Facebook




As estruturas mentais

Maze Oliver: ‘As estruturas mentais’

Maze Oliver
Maze Oliver
estruturas mentais
Estruturas mentais
Microsoft Bing – Imagem criada pelo Designer

Existem muitas pessoas que percebem muito bem os defeitos dos outros. Temos que nos policiar porque não existem pessoas perfeitas. Existem as que SE ACHAM perfeitas, mas é só uma ilusão. Trata-se de um EU que só você vê. Os outros veem a verdade. Nós temos VÁRIOS EUS.

Os que recalcam suas sombras, percebem suas faltas, sofrem muito. A essa forma, chamamos de NEUROSE. O neurótico vai para a análise para se queixar do que lhe falta.

Aqueles que só CULPAM os outros, apontam defeitos que muitas vezes só eles mesmos veem, ou criam delírios, inverdades, a isso chamamos PSICOSE . Esses têm outros tipos de sofrimento, acham que são injustiçados, vítimas, não sofrem culpa, porque acreditam que o mundo é o culpado, a mãe, a família, o estado, o governo, os extraterrestres etc. Vivem alienados por uma realidade criada pela própria mente. O psicótico nega: “Me perseguem! Isso está fora de mim”.

E existem os que se apegam a um FETICHE, que pode ser qualquer símbolo. Faz isso para não sofrer, esses negam o sofrimento e gozam pelos mesmos motivos do sofrimento dos neuróticos. Esses são os PERVERSOS, alguns têm um pé no prazer, outro na perversidade.

Mas, o grande psicanalista JACQUES LACAM revolucionou a Psicanálise, introduzindo novos conceitos que contribuíram para reduzir o preconceito quanto às estruturas mentais. Ele afirmou:

“Não existe uma estrutura melhor, nem pior do que outra”.

Existem níveis e formas de aliviar o sofrimento. Esforços ou tentativas de buscar a cura por si mesmo. Ou seja, sentimentos relativos, onde a genética e o ambiente consolidam. Cada um lida com SUAS FALTAS do jeito que pode, com aquilo que sente falta ou aquilo que lhe faltou, à sua maneira, de forma a ter uma melhor aceitação de si mesmo. No fundo mesmo, é só uma maneira de se defender!

Tente descobrir: o que lhe falta? Qual é o seu desejo? (Não confunda com vontade).

Como está sua terapia???

Maze Oliver

Contatos com a autora

Voltar

Facebook




O cinema no Brasil

Maze Oliver: Artigo ‘O cinema no Brasil’

Maze Oliver
Criador: Rodrigo Tetsuo Argenton. Direitos autorais: CC-BY SA 4.0. https://www.wikiwand.com/pt/Cine-Theatro_Central

O Cinema Brasileiro chegou ao pico em qualidade de produção. No entanto, ainda precisa expandir e chegar as massas. Os maiores problemas ainda são as poucas janelas de exibição, a falta de investimento e a ampliação de formações. Essas condições, se fossem articuladas formariam um bom tripé para sua expansão. Vamos conhecer um pouco dessa história notável e genuína?

 Em seu desenvolvimento em 125 anos passou por vários ciclos como todo processo de criação. Foi desde a filmagem de cenas cotidianas, a chanchada, a pornochanchada, o cinema marginal, o cinema novo, até chegar aos grandes sucessos, vencedores de Oscar. As pesquisas nos mostram que a primeira filmagem em solo brasileiro foi realizada por um italiano, Afonso Segreto, em 19 de junho de 1898, sendo apenas algumas imagens da chegada de um navio na Baia de Guanabara. No entanto, a película foi extraviada e somente a partir de registros dessa filmagem em jornais, tempos depois, a data acima foi atribuída ao Dia do Cinema Nacional.

Os primeiros sucessos do cinema nacional brotaram por volta da década de 1910, com filmes adaptados da literatura ou de registros de crimes, como por exemplo, o Crime da Mala.   Nosso cinema sofreu e ainda sofre influência do cinema estrangeiro. Isso porque no período Vargas, a sétima arte brasileira foi invadida pelas películas americanas, uma vez que não pagavam impostos para rodar seus filmes por aqui. Contudo, o cinema sempre responderá ao que seu público deseja. Sendo o brasileiro um povo genuíno e bem humorado por natureza, o primeiro filme sonoro, contado em Português, foi a Comédia: Acabaram-se os Otários, de Luis de Barros. Em 1933 surgiu a empresa brasileira Vera Cruz, trazendo o crescimento do cinema nacional. Muitas comédias e sátiras foram produzidas, assim como surgiram outros estúdios e produtoras. Tempo de fama para Oscarito, Grande Otelo e Dercy Gonçalves. Porém, o marco dessa época próspera foi com o filme O Cangaceiro que marcou o sucesso e a derrocada da citada empresa, que foi a falência por não conseguir segurar os lucros, já que vendeu o referido filme para os estrangeiros. Todavia, o cinema voltou a crescer novamente a partir de 1969 com a criação da EMBRAFILMES para fomentar a produção e distribuição de filmes no Brasil.

Na era Collor novamente veio uma crise. O cinema passou por um período negro de grande dificuldade. A dívida externa e as novas medidas do governo provocaram uma queda na produção cinematográfica com a extinção do Ministério da Cultura, da Funart e Concine. Morreria o cinema nacional?

Na década de 1960 surge o Cinema Novo e com ele novas ideias de fazer cinema, junto com a desesperança social. Os brasileiros que se aventuraram na sétima arte partem para denunciar as mazelas e as penúrias pelas quais passavam o povo brasileiro. Isso fez o cinema expandir-se para outras áreas do Brasil, fora dos grandes centros, chegando até ao Acre em 1973. Nasce em Rio Branco, o cinema acreano mostrando como é a vida no Norte: os conflitos sociais e o modo de vida do povo, nos primeiros filmes: Fracassou meu casamento, Rosinha, a Rainha do Sertão e outros.  No cenário nacional, a ênfase dessa época foi para o filme Deus e o Diabo na terra do Sol.

Mas um filme mudou a cara da arte cinematográfica brasileira, trouxe não só a fama, e sim qualidade, projeção e principalmente respeito da população: Cidade de Deus. Isso porque desde a época das chanchadas o cinema brasileiro era marginalizado. O que piorou mais ainda com as pornochanchadas. O citado filme que mudou a imagem do cinema, foi rodado após a retomada do Ministério da Cultura, quando novos investimentos através de cartas de crédito, foram utilizados.  Dessa época, é a lei do áudio visual: Lei Rouanet, Fundo Setorial, também a criação da ANCINE. Mudanças que impulsionaram o mercado com aumento de produção, bilheteria e aceitação.  A partir delas, foram também rodados os filmes Carlota Joaquina, Carandiru, Cidade de Deus e Tropa de Elite. Surgiu ainda, a Globo Filmes, outro marco na história do cinema nacional.

Apesar da atual consolidação da empresa do cinema brasileiro, ainda é complicado competir com o mercado internacional que investe muito mais, tendo assim maior quantidade e qualidade de produção. Mesmo com a cobrança de impostos ao mercado cinematográfico estrangeiro, esses filmes ainda dominam as telas brasileiras. Apesar da inovação revolucionária da internet, o acesso aos filmes brasileiros ainda deixa muito a desejar. Poucos chegam à TV aberta. Muitos dos melhores filmes são conhecidos fora do Brasil e desconhecidos para o grande povo. É preciso mostrar o cinema brasileiro. Abrir mais janelas de exibição para os produtores do áudio visual. Investir em mais formações, que também é importante para readequar os produtores ao manuseio das novas tecnologias.

O cinema brasileiro guarda nossa identidade. A maioria da produção não é comercial, ela é histórica, é registro cultural, desnuda a alma brasileira, mostrando a relação do homem com os conflitos do seu tempo. Na frente da tela, ou atualmente na telinha, o cinéfilo se identifica com o personagem e vive com ele grandes emoções. Muitas vezes, isso é catarse!  Vale a pena investir na sétima arte, uma das mais lindas formas de mostrar a vida acontecendo. A possibilidade do cinema brasileiro dar certo, já é uma realidade, porém é necessário investimento, apoio ás pequenas produtoras e expansão.

Por Maze Oliver
mazeoliver1@gmail.com

Membra da Associação Acreana de Cinema – ASACINE e da Academia Acreana de Letras – AAL

WhatsApp: 68/9961-3830

http://umpensamentovirtual.blogspot.com.br/

https://clubedeautores.com.br/books/search?where=books&what=MAZE+OLI

Voltar: http://www.jornalrol.com.br