Quietude sombria
Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Quietude sombria’
Caminho solitária
num dia sombrio e medonho
de passos lentos, saudade irreprimida,
desiludida; busco você
no meio do nada.
Na rua vazia
pálidas sombras guiam-me
e um nevoeiro de tristeza e saudade
impede-me de ser feliz.
Entrei na inexpressiva réstia taciturna
da vida, obcecada pela saudade,
sem você, sem seu amor,
nos mistérios da solitude do tempo.
No silêncio ensurdecedor,
você veio
e o Sol brilhou encantando a vida, enfim
e uma voz murmurou…
basta de saudade, de melancolia,
sou o chão da tua sombra
o teu amor.
Assim, dissipou a tristeza,
a saudade incontida,
acendeu a chama do amor,
na janela da emoção,
na quietude sombria.