Dia da Bandeira

Denise Canova: Poema ‘Dia da Bandeira’

Denise Canova
Denise Canova
Bandeira Brasileira – Licenças Creative Commons

Amor à Bandeira Brasileira

Eu sou verdade

Amarela e azul

Nação Feliz

Dama da Poesia

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Marota mente

Pietro Costa: Poema ‘Marota mente’

Pietro Costa
Pietro Costa
Adoniran Barbosa
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:AdoniranBarbosa001.jpg

Os anjos trocaram a harpa pelo pandeiro,
Ano de 1982, no fatídico 23 de novembro,
Salve Adoniran, importante músico brasileiro.

No samba foi desenvolto, de fino trato,
Exultante ao narrar histórias de amor,
Sem basófias, da singeleza um retrato,
Na arte, um vivaz estandarte de humor.

Pelas ruas de São Paulo, cidade querida,
A sua marota mente, andante e aguerrida,
Trazendo à tona as malocas e os cortiços,
Repercutindo sons e vozes, criou rebuliços.

Astuto cronista da metrópole a se levantar,
Das memórias demolidas pelo progresso,
De negros, retirantes, lutas para enfrentar,
Do coração do povo, jamais foi egresso.

Pietro Costa

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Longos dias

Evani Rocha: Poema ‘Longos dias’

Evani Rocha
Evani Rocha
Imagem gerada por IA do Canvas – 18 de novembro de 2024,
às 22:15 PM

Dediquei-me a tolerância desses dias

Longos dias frios de inverno

Esperei no peitoril da janela

As transformações no céu

Não cansei-me de contar as estrelas

E as folhas secas que o vento levou

As mudanças da lua

E as cores mutantes que

Se expressaram nas ruas

Não me feriram as partículas de granizo

Mas deixaram nuas

As árvores e os vitrais

Desolaram as calçadas

Abdiquei dos sonhos de infância

Pela tenacidade do laboro

Perdi a última florada da primavera

Quando me escondi na penumbra do silêncio

Dediquei-me a rabiscar versos sem rima

Para derramar os excessos de min’ alma

A semear as sementes que não tinha,

Na terra úmida de meus olhos marejados.

Evani Rocha

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Nas profundezas da dor

José Louro: Poema ‘Nas profundezas da dor’

José Louro
José Louro
Nas profundezas da dor
By Ricardo Dias dos Santos  - featuring José Manuel Monteiro Louro
Nas profundezas da dor
By Ricardo Dias dos Santos – featuring José Manuel Monteiro Louro

Mergulhaste nas profundezas da dor
Esperando encontrar nas lágrimas
a água límpida e cristalina
para nela purificares a tua alma

Mergulhaste nas profundezas da dor
Esperando encontrar água límpida e cristalina
na pureza das tuas lágrimas.
Mas encontraste apenas um poço de pedra.

Encontrado o poço de pedra
De quem um dia encontrou o eterno sofrimento
Percebeste que a noite seria tua companheira
Até ao limite da dor, até ao fim dos teus dias.

Nesse dia fatídico percebeste então
Que a luz que um dia viste
Não passou de uma mera ilusão.
Foi nesse dia que abraçaste o teu destino.

Nesse dia fatal esvaziaste o teu coração
Da força do amor de quem um dia foi puro
e apenas quis o abraço da vida em todo o seu esplendor.
Nesse dia encheste o teu coração do granito mais frio.

Nesse dia incerto e em lugar oculto
A tua alma viria a morrer
Nesse dia incerto e em lugar oculto
A tua alma partiu para não mais voltar.
Para não mais voltar
Para não mais voltar
A tua alma partiu

José Louro
07-11-2024

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A morte e a sorte

Clayton Alexandre Zocarato: ‘A morte e a sorte’

Clayton Alexandre Zocarato
Clayton A. Zocarato
Imagem gerada por IA do Bing – 18 de novembro de 2024
às 5:38 PM

Morrer é continuar

A querer

Algum tipo

De merecer

Na tentativa de ter

Alguma sorte

Que faça um zelote

Não ficar parado

Em um fúnebre sentimento

Sendo um guardião

De uma aflição

Que em breve cairá

Na escuridão do esquecimento

Gerando pouco lamento

E muito divertimento

Nas cavernas de orgias sorrateiras

De mundos imundos

Que  pensam serem

O centro de sortes

Que almejam mortes

Entre cortes

E recortes

Repletos de vertes assassinos

Clayton Alexandre Zocarato

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A vida e suas nuances

Eliana Hoenhe Pereira: ‘A vida e suas nuances’

Eliana Hoenhe Pereira
Eliana Hoenhe Pereira
Um beija-flor enfeitiçado por sua flor
Um beija-flor enfeitiçado por sua flor
Imagem gerada por IA do Bing – 18 de novembro de 2024
às 5:53 PM

Há dias em que canto por todos os cantos, 

Declamo minhas poesias com louvor, 

Pauso para apreciar o beija-flor enfeitiçado pela sua flor. 

Danço ao luar 

E me ponho a sonhar. 

Abro um sorriso  

E faço do dia um paraíso.  

Em outros, 

A esperança fica distante,  

Pensamento inconstante 

Sentimentos oscilantes  

tais como um rio e suas correntezas, 

Sujeito às incertezas 

Então, Busco o alto. 

Pois bem sei  

que é de lá que tudo vem.

Eliana Hoenhe Pereira

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O poeta da Morte

Ceiça Rocha Cruz: ‘O poeta da morte’

(À memória de Augusto dos Anjos)  

     

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
O poeta entrando no Portal do Tempo
Imagem gerada por IA do Bing – 15 de novembro de 2024
às 2:38 PM

A tarde agonizou…

na penumbra do poente,

o grande precursor da poesia,

ao versejar ‘versos íntimos,’

seu célebre poema, 

enfocou a destruição de sonhos e ideais.

Desse modo, 

ao debruçar-se no portal do tempo,

o poeta pré-modernista,

luminar da literatura brasileira

também versou com eterna mágoa,

raízes do simbolismo,

com temas mórbidos e sombrios.

Assim, retratava o gosto pela morte,

a angústia, pessimismo, ceticismo,

e em relação às viabilidades do amor,

o egoísmo e a volúpia,

foi apelidado de “Doutor Tristeza”.

Entretanto, em sua plenitude, 

o mestre e gênio literata paraibano,

persistente em seu poetizar,

redigiu versando com destreza,

as inovações temáticas

e de múltiplos estilos.

Então, na quietude sombria,

o ‘Poeta da morte’, como era chamado,

deleitou-se em sua poética, 

obcecado pelo tema morte

expressou a morbidez do homem

e a incapacidade de enfrentar o destino.

Enfim, diante dos sussurros poéticos,

despojaram seus versejos,

encravando na história literária

seu legado incomensurável,

afinal, a magnitude de sua obra, “Eu”

eternizou-se!

Ceiça Rocha Cruz

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