Natal Tempo de luz Estrela a brilhar Nasceu Jesus Para nos amar! A família reunida No dia de Natal Para celebrar o amor Com a família e os animais Mesa posta, comidas típicas Símbolos brilhantes Estrelas, sinos, presépios, Velas, bolas e Pinheiro Alegria de viver Preces e orações Reunidos num só coração Jesus é a nossa salvação.
Vivo a vida com gosto, sem pressa, Nas trilhas do tempo, cada passo interessa. Das leis e das letras, faço meu norte, Na Justiça e na arte, encontro suporte.
Os filhos e netos, meu porto seguro, Neles revejo um futuro puro. A cada sorriso, um mundo floresce, E meu coração em amor transparece.
Na academia, busco o vigor, Saúde é vida, é meu maior valor. Entre livros e causas, o dia componho, Com gosto persigo cada sonho.
Assim sigo, firme, com fé no destino, No simples, no belo, no humano divino. Vivo a vida com gosto, sem lamento, Sou grato ao tempo e a cada momento.
Absoluto sentido despede o absurdo, e eu, que me dobro aos ventos do tempo, conduzo o vazio com mãos de maestro, regendo silêncios que falam ao mundo.
Música, insto-te: sê minha prece, minha fuga, meu cântico breve. Arranca-me destas paixões torpes, leva-me além, onde a alma leve não pesa mais sob a sombra da vida.
Estende-me nas cordas, que vibram, numa música que sobe às janelas. Faz-me dançar além existenciais alas, bailar entre estrelas frágeis e belas.
Ó vida, tanta vida e tão fugaz, ponte sobre abismos que não se tocam. E eu, desalojado do nada que deixo, sou rei sem coroa, leão sem força.
Minha vida é onda, fluida, em movimento, que volta ao mesmo mar onde começou. Hoje se vai, lutuosa, em silêncio, sangrando o jugo de tudo que restou.
Será o vazio maior que a Verdade? Será o absurdo mais forte que a fé? Eu te digo: não. Pois na tua arte há um verbo oculto que nunca se perde.
Existência amarga, exílio íntimo, escala montanhas de mortalidade. Mas o instante belo – ah, o instante breve! – rompe o banal e tece a eternidade.
Poesia és no Formador, ouves? Mesmo a morte, besta incompreensível, é poesia reconciliadora Na sombra fria, poeiras de rimas sombrias, há um eco vivo que o tempo alumia.
E assim, peço-te: faz da Palavra o grito que busca o instante absoluto. Faz-me testemunha do que não compreendo, e deixa-me achar na fé um novo rumo.
Pois em ti, Deus vejo-me inteiro, mesmo em dúvidas, caos, impossibilidades. Tu me legas o sopro que do mundo afasta, e, no adeus ao absurdo, alcanço a eternidade.
Verônica Moreira: ‘Ao Deus-dará: Ecos de uma era perdida’
Soltaram as feras. Eis que chega a nova era, onde os omissos se calam, engolem gole a gole a inverdade, sem voz, mas com olhos que desviam.
Feras famintas, de golpes e sede, não pelo bem de todos, mas pelo banquete que os espera em suas mesas fartas, no prazer egoísta, no churrasco que arde na sua própria brasa.
E eu, na dor de ter de aceitar o pecado, prisioneiro deste fado, silencio-me perante a força, a injustiça, o sistema.
Não sem voz, mas sem talvez… Falo ou me calo? Seria o meu grito apenas combustível para o ódio?
Cansaço… É isso, o peso que recai sobre os ombros, a palavra certa. Decepção, calamidade, o sistema que se alimenta da corrupção.
Para os grandes, nada importa a fome dos pequenos. É o que vejo – e o que eu daria para não ter visto.
Lamento profundamente por aqueles que se dedicam, os que dão de si com verdade, sem saber que são peões usados, peças descartáveis.
Ah, vida! Oh, céus! Haverá ainda esperança? Vivem perdidos, abandonados ao acaso…
Ao Deus-dará? Sim… porque é Deus quem dá. E ainda bem que temos a Deus para nos dar.
Em dias de calor, em dias de paixão E da mais louca volúpia perdes-te perdes-te loucamente nos seios que te afagam na paixão que te incendeia e que te enlouquece
Em dias de paixão quando confrontado com a dama de copas percebes que não podes resistir, percebes que não podes parar, percebes que te resta apenas ceder ao desejo, à paixão e ao mais puro tesão Ah como adoras que o fogo do desejo chame por ti!
Ah como desejes que a paixão te sopre ao ouvido e te peça Que puxes do isqueiro do desejo, sem medos, sem pudores Mas sempre, mas sempre com o cálice do fogo e com o licor do amor. E nesses momentos não te esqueças Não te esqueças de degustar cada cálice de desejo Cada cálice de amor, cada cálice de paixão como se fosse o último. Deixa-te levar por dias, por tardes, por noites únicas sem medos e sem pudores. Deixa-te. Deixa-te. Deixa-te levar e saboreia o mel da vida. Jose Manuel Monteiro Louro 09-08-2024