A chuva

José Antonio Torres: Poema ‘A chuva’

José Antonio Torres
José Antonio Torres
Imagem ciada por IA do Bing – 16 de julho de 2025,
às 07:39 PM

Aqui deitado, tentando esvaziar a mente,
Ouvindo o som da chuva lá fora
E vendo-a escorrer pela vidraça,
Me abstenho de qualquer preocupação.
Seu som é melodia a embalar corações apaixonados,
Ou pode causar melancolia nos solitários.
Invejo essas nuvens que, ao chorarem,
Tornam-se serenas e deixam-se levar pelo vento para outras paragens.
Sua missão foi cumprida.
Com seu desaguar,
A chuva refrescou e limpou o ar;
Regou o solo para que a vegetação
Não ressecasse de sede;
Fez a alegria das crianças que pulavam sob seus pingos,
Batendo os pés nas poças d’água
Na batalha dos respingos;
Encantou apaixonados que dançavam encharcados,
Rindo, se abraçando e se beijando, plenos de amor.

José Antonio Torres

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Minha saudade

Verônica Moreira: Crônica ‘Minha saudade’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Imagem criada pelo getimg.ai/image-generator - 14 de julho de 2025, às 20h35 PM
Imagem criada pelo getimg.ai/image-generator – 14 de julho de 2025, às 20h35 PM

Minha saudade virou interrogação, não vejo por que a senti. Para que sentir saudade de algo ou alguém tão irreal de sentimentos? Nem toda saudade precisa ser acariciada com as mãos do coração…

Tem saudade que a gente quer sentir, tocar, abraçar e até beijar. Saudade de sentir o gosto, o cheiro, o contato e o calor. Saudade de colo de vó, de mãe, de abraço de professora e de tia. Eu sinto saudade de tempos de escola, de adolescência, de salada mista. Mas não me permito sentir mais saudades da ficção, dos sentimentos falsos. Aquelas mentiras regadas de olhares e poesias que inventavam amores.

Quantas juras de amor as pessoas fazem apenas para ter um momento de estrela… Estrelas apagadas, que não encontraram o amor verdadeiro. Por não encontrarem, vivem um conto de mentiras dentro de si mesmos.

Há tempos não acredito mais em príncipes, nem em cavalheiros. Acredito, sim, na realidade. E aprendi a encontrar felicidade nos olhares que estão à minha volta. É bom acordar de manhã com alguém nos paparicando, trazendo café da manhã. É lindo ter, à minha volta, os melhores do mundo: filhas, filho, genros, netos. Essa será minha cultura para sempre: ter o amor de quem me ama e amar quem é real.

Por isso, não sinto saudades do passado. Enterrei-o no momento em que deveria. Minha saudade virou interrogação, não vejo por que a sentir.

Verônica Moreira

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Conflito

Virgínia Assunção: Poema ‘Conflito’

Virgínia Assunção
Virgínia Assunção
Imagem criada por IA do Bing - 10 de julho de 2025, às 09:32 PM
Imagem criada por IA do Bing – 10 de julho de 2025,
às 09:32 PM

Fiques em silêncio,
Não me digas nada.
Fingirei ser mais forte,
Pois esse amor me põe cansada.

Quero te dar doçura de mulher,
Ternura de menina,
Quero te perpetuar na alma
Como se fosse doutrina.

E se o destino resolver
Se mostrar meu inimigo,
Tu verás, se eu te perder,
Brigarei somente comigo.

Virgínia Assunção

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Coisa que só eu ouço

Paulo Siuves: Poema ‘Coisas que só eu ouço’

Paulo Siuves
Paulo Siuves
Imagem criada por IA do Bing – 08 de julho de 2025, às 19:30 PM

Sempre vi o frio
como poesia sazonal.
Ele chega devagar,
no começo do outono,
cortante e sussurrante —
um frio que as pessoas desprezam,
até que percebem
que não era só um ventinho qualquer,
mas um inverno disfarçado.

De manhã,
o frio contrasta com o brilho generoso do sol,
mas é um brilho gelado,
como o da luz acesa da geladeira —
presença sem calor.

À tarde,
o vento sopra na minha orelha
frases que ninguém mais escuta.
Os outros correm pela avenida,
com seus fones de ouvido,
seus compromissos,
suas camisetas de verão.
E eu,
me encolho
num frio que castiga
os mais frágeis do que eu
— e às vezes, sou eu quem é.

À noite,
um mingau, um caldo,
ou um vinho encorpado,
tinto generoso como as estrelas
que brilham de longe,
trazem algum alento.

Os tecidos de algodão
tentam, em vão, proteger minha pele
desse poema gelado
que o frio insiste em declamar
na minha orelha.

E eu me recolho,
em silêncio,
sob o abrigo dos cobertores,
porque o frio —
o frio não é psicológico, coronel.

Ele só gosta de fingir que é.

Paulo Siuves

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Nobreza

Loide Afonso: Poema ‘Nobreza’

Loid Portugal
Loid Portugal
Imagem criada por IA do Bing – 08 de julho de 2025,
às 11:22 PM

Tens sorte de ter e viver
A vida que tens

Há uns que
Nem viver
Nem sofrer
Só sucumbiram

Correram
Outros
Desaceleraram

Foram
Sua dignidade
Venderam

E os que compraram?

Hoje rondam
Giram
Na mesma roda

Cima
Baixo
Direita
Esquerda
Este
Oeste
Norte
Sul

Giram
Giram
Giram
Giram

E são chamados
De minoria
Os que vivem abastados

Respiram o ar puro
Em outros termos são os ‘duros’.
Tens sorte de viver a vida que tens.

Loid Portugal

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Dia Mundial do Chocolate

Denise Canova: ‘Dia Mundial do Chocolate’

Denise Canova
Denise Canova
Imagem criada por IA do Bing - 08 de junho de 2025, às 10:34 PM
Imagem criada por IA do Bing – 08 de junho de 2025, às 10:34 PM

Dia mundial do chocolate

Remédio gostoso

Chocolate

Amo

Cura as dores

Meu companheiro.

Dama da Poesia

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Poetar

Sergio Diniz da Costa: ‘Poetar’

Sergio Diniz
Sergio Diniz
Imagem criada por IA do Bing - 05 de julho de 2025, às 19:46 PM
Imagem criada por IA do Bing – 05 de julho de 2025,
às 19:46 PM

Poeto, porque a poesia está em mim

feita uma correnteza de emoções

Abro, assim, as comportas da alma

e permito que a poesia flua,

feita caudaloso rio de cascatas.

Poeto, porque a poesia clama de mim

o desejo de alcançar o infinito

e, nessa viagem versejada, esparzir

o perfume dos sonhos acordados.

Sergio Diniz da Costa

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