Manoel de Barros

Sergio Diniz da Costa: Poema ‘Manoel de Barros’

Sergio Diniz
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Manoel não se foi

Foi é construir casas de barro

Como se fora um João

Um João Alguém

Que ninguém vai esquecer

Pois, do barro, fez Deus o homem

E do homem, a poesia.

Uma singela homenagem ao poeta mato-grossense Manoel de Barros (Cuiabá, 19 de dezembro de 1916  — Campo Grande, 13 de novembro de 2014) um poeta brasileiro do século XX, pertencente, cronologicamente, à Geração de 45, mas formalmente ao pós-Modernismo brasileiro, se situando mais próximo das vanguardas europeias do início do século e da Poesia Pau-Brasil e da Antropofagia de Oswald de Andrade. Wikipédia: a enciclopédia livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Manoel_de_Barros>.Acesso em 13/11/2014

Sergio Diniz da Costa

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Vazia

Loide Afonso: Poema ‘Vazia’

Loid Portugal
Loid Portugal
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A dor era tudo que
Eu sentia
Mesmo tentando fugir dela
Ela doía

Eu não quero ser o tipo de ser humano
Que chora
Sem uma pedra nas mãos

Não quero estar vazia
Não
Quero que as pedras se multipliquem
Minhas mãos se encham

Mais sem peso
Sem sentir raiva
Ou vontade de chorar
Só de mãos cheias

Não quero correr com
As mãos cheias
Quero caminhar tranquilamente

Como se nada tivesse nas minhas mãos
Quero voar também
Sentir o vento batendo forte

Não quero correr vazia
Nem sentindo peso
Quero estar em paz!

Loid Portugal

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O atalho do amor

Denise Canova: Poema ‘O atalho do amor’

Denise Canova
Denise Canova
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O atalho do amor

Eu quero encontrar e ser feliz

O amor em mim vida é tudo

Esse atalho mudará muita coisa em mim

Amor pleno, começo da jornada.

Dama da Poesia

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Compostura que flui

Suziene Cavalcante: Poema ‘Compostura que flui’

Suziene Cavalcante
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Flua, ó minha alma, ouse pensar diferente!
Derrame essências na própria compostura reluzente!
Siga assertiva em cada resposta!
Um espírito autêntico nunca sobra!
É indispensável realmente!

Siga exalando intelectualidade!
Num mundo farto de mediocridade!
Tua Arte não é para as massas, na verdade!
É pr’os seletos, qualitativamente!
C’a compostura fiz convênio…
Imponho-me até c’o meu silêncio!
Flua, ó minha alma! Como o voo dos gênios!
Tens um espírito antigo como os milênios!
Viventemente!

A poesia te escolheu de modo formidável!
Flua como o voo d’um gênio insondável!
Prefira a liberdade dos pássaros a um ninho ‘confortável’…
Flua livremente!

Soberania interior, com certeza!
Movo-me com domínio de mim mesma!
Senhora de minha inteireza!
Irrevogavelmente.

Ó poesia…que eu sempre a componha!
A Arte de dominar o verbo com o espírito terno dos que sonham…
Que os montes da inconsciência eu transponha!
Sempre e persistentemente.

Rótulos ideológicos são irrespiráveis!
E a insensibilidade moderna e seu empobrecer são inegáveis!
Não busco eco nas multidões manipuláveis…
Busco a raridade sempre!
Não busco validação nas massas numéricas…
Busco as almas despertas em dialética!
Que transbordam autossoberania e ética…
Cavalcantemente!

Suziene Cavalcante

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Mais uma canção para você

Paulo Siuves: Poema ‘Mais uma canção para você’

Paulo Siuves
Paulo Siuves
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Há dias em que acordo com seus passos.
Como se o chão, ainda frio, lembrasse o contorno dos seus pés.
Há sempre um acorde ressoando em mim,
como um coral que tenta se calar —
mas não consegue manter essa clave guardada no bolso.

Eu componho porque não sei perder.
E porque você sabia — ah, você sabia —
que eu não mentia quando dizia “volto já”.
Eu sempre volto.
Mesmo sabendo que seu nome se afasta de mim
como vela soprada em mar revolto.

Há noites em que meu peito é puro instrumento:
um surdo-mor lento de carne que ainda arde,
feito desses desejos que se explodem em metáforas.
Cada nota que escrevo hoje é oferenda e ferida.
Cada pausa que deixo na pauta é um grito contido.

E se alguém me perguntar por que insisto —
direi que a música é como o amor impossível:
não se mede pelo alcance,
mas pela persistência, pela esperança.

E se essa esperança é suicídio ou seiva,
não saberei distingui-la agora.
Mas ainda assim escrevo.

Porque um dia — talvez —
esta canção perdida que escrevo agora
seja a canção que finalmente encontre você,
e nos realize.
Mesmo que seja tarde demais.
Mesmo que seja apenas uma hora.

Porque enquanto houver música —
eu ainda toco você.
E enquanto houver silêncio —
você ainda me fere.

O impossível permanece —
e ainda assim, eu continuo compondo.

Paulo Siuves

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Até outro dia, Paraíso!

Eliana Hoenhe Pereira: ‘Até outro dia, Paraíso!’

Eliana Hoenhe Pereira
Eliana Hoenhe Pereira
Santorini (ilha no mar Egeu). Foto por Eliana H. Pereira
Santorini (ilha no mar Egeu). Foto por Eliana H. Pereira

Visitar o topo de uma colina, 

repleta de ruínas, 

Sugere um convite na busca da sabedoria, 

que ressoa em poesia. 

Mitos e mistérios infinitos 

O céu ergueu Egeu 

Os deuses dançam livres! 

Pelas ruelas de ‘Oia e Fira’

caminho pelos arredores de Santorini 

Casinhas brancas contrastam 

fortemente com o azul do mar profundo 

e com o pôr do sol mais belo do mundo

com as suas nuances vibrantes 

É deslumbrante!

Harmonia e simplicidade

Na beleza dos detalhes .

Eliana Hoenhe Pereira

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Intensidade do ser

Ella Dominici: Poema ‘Intensidade do ser’

Ella Dominici
Ella Dominici
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Vulcão Interno Poético

Há poetas, e há vulcões.
Um difere do outro pelo fogo que habita as entranhas,
acendendo chamas nas palavras até queimar as próprias mãos.

Os olhos piscam — lânguidos, febris —
e esse gesto derrama-se em lágrima,
sal de um mar que não se apaga.

Ser poeta é arder sem aviso,
é deixar que a dor seja o combustível da beleza.

“Não há contenção possível quando a poesia decide nascer.”

ERUPÇÕES

Ainda há lava dentro de mim,
fermentando silêncio, desejo e memória.
O chão treme sob o peso das lembranças,
e o céu se inflama em nuvens rubras.

Cada suspiro é magma que se move,
cada lágrima é rio de fogo e água.
O corpo inteiro é cratera aberta
onde o tempo se dobra, incerto e impetuoso.

Não há repouso para a vida —
a erupção continua, invisível e viva,
nas veias do humano, na alma do mundo,
em todas as manhãs que ainda não nasceram.

E assim sigo,
entre cinzas e brasas,
esperando o próximo vulcão,
a próxima lava,
o próximo instante de fogo que me recria.

Ella Dominici

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