Abrigo

Priscila Mancussi: Poema ‘Abrigo’

Priscila Mancussi
Priscila Mancussi
"As gavetas estão cheias O mundo não para de girar..."
Imagem gerada por IA do Bing -  3 de dezembro de 2024
 às 2:30 PM
“As gavetas estão cheias O mundo não para de girar…”
Imagem gerada por IA do Bing –  3 de dezembro de 2024
às 2:30 PM

As gavetas estão cheias
O mundo não para de girar
O barulho lá fora está sem controle
O coração não para de pulsar

O sangue está correndo
O dia vai findando
A mente agitando-se
Não consegue parar

São tantas palavras ao vento
Que a visão fica turva
Os lábios ficam mudos
E a audição parece não funcionar

Então procura-se um abrigo
Algum canto ou lugar
Alguma voz que ecoe
E não nos deixe parar.

Priscila Mancussi

Voltar

Facebook




Fundo do poço

Loide Afonso: Poema ‘Fundo do poço’

Loid Portugal
Loid Portugal
Criador de Imagens no Bing - Da plataforma DALL·E 3
Criador de Imagens no Bing – Da plataforma DALL·E 3

Sabias que hoje não preguei o olho
A noite toda?

Não? Pois não, né?
Como ias saber?
Como saberias, se
Não conheces
A dor

O medo
A raiva
Autossabotagem
Pavor

Como é que vais saber
Se não sentes
Mentes que
Sentes

Ontem
Foi por pouco
Eu quase
Sucumbi
Morri
Desisti

Sabes que mais?
Não vou sumir
Vou me abrir
E rasgar
Meu peito
Pra tu saíres

Andares
Ou correres um pouco
Seu gordo!

Loid Portugal

Voltar

Facebook




Natal em família

Dorilda Almeida: ‘Natal em família’

Dorilda Almeida
Dorilda Almeida
Imagem gerada por IA do Bing - 3 de dezembro de 2024 às 9:21 AM
Imagem gerada por IA do Bing – 3 de dezembro de 2024 às 9:21 AM

Natal
Tempo de luz
Estrela a brilhar
Nasceu Jesus
Para nos amar!
A família reunida
No dia de Natal
Para celebrar o amor
Com a família e os animais
Mesa posta, comidas típicas
Símbolos brilhantes
Estrelas, sinos, presépios,
Velas, bolas e Pinheiro
Alegria de viver
Preces e orações
Reunidos num só coração
Jesus é a nossa salvação.

Dorilda Almeida

Voltar

Facebook




Com gosto

Nilton da Rocha: Poema ‘Com gosto’

Nilton da Rocha
Nilton da Rocha
Imagem gerada por IA do Bing – 2 de dezembro de 2024 às 12:46 PM

Vivo a vida com gosto, sem pressa,
Nas trilhas do tempo, cada passo interessa.
Das leis e das letras, faço meu norte,
Na Justiça e na arte, encontro suporte.

Os filhos e netos, meu porto seguro,
Neles revejo um futuro puro.
A cada sorriso, um mundo floresce,
E meu coração em amor transparece.

Na academia, busco o vigor,
Saúde é vida, é meu maior valor.
Entre livros e causas, o dia componho,
Com gosto persigo cada sonho.

Assim sigo, firme, com fé no destino,
No simples, no belo, no humano divino.
Vivo a vida com gosto, sem lamento,
Sou grato ao tempo e a cada momento.

Nilton da Rocha

Voltar

Facebook




Réquiem da alma

Ella Dominici: Poema ‘Réquiem da alma’

Ella Dominici
Ella Dominici
Imagem gerada por IA do Bing -  29 de novembro de 2024
 às 11:42 AM
Imagem gerada por IA do Bing –  29 de novembro de 2024
às 11:42 AM

Absoluto sentido despede o absurdo,
e eu, que me dobro aos ventos do tempo,
conduzo o vazio com mãos de maestro,
regendo silêncios que falam ao mundo.

Música, insto-te: sê minha prece,
minha fuga, meu cântico breve.
Arranca-me destas paixões torpes,
leva-me além, onde a alma leve
não pesa mais sob a sombra da vida.

Estende-me nas cordas, que vibram,
numa música que sobe às janelas.
Faz-me dançar além existenciais alas,
bailar entre estrelas frágeis e belas.

Ó vida, tanta vida e tão fugaz,
ponte sobre abismos que não se tocam.
E eu, desalojado do nada que deixo,
sou rei sem coroa, leão sem força.

Minha vida é onda, fluida, em movimento,
que volta ao mesmo mar onde começou.
Hoje se vai, lutuosa, em silêncio,
sangrando o jugo de tudo que restou.

Será o vazio maior que a Verdade?
Será o absurdo mais forte que a fé?
Eu te digo: não. Pois na tua arte
há um verbo oculto que nunca se perde.

Existência amarga, exílio íntimo,
escala montanhas de mortalidade.
Mas o instante belo – ah, o instante breve! –
rompe o banal e tece a eternidade.

Poesia és no Formador, ouves? Mesmo a morte,
besta incompreensível, é poesia reconciliadora
Na sombra fria, poeiras de rimas sombrias,
há um eco vivo que o tempo alumia.

E assim, peço-te: faz da Palavra
o grito que busca o instante absoluto.
Faz-me testemunha do que não compreendo,
e deixa-me achar na fé um novo rumo.

Pois em ti, Deus vejo-me inteiro,
mesmo em dúvidas, caos, impossibilidades.
Tu me legas o sopro que do mundo afasta,
e, no adeus ao absurdo, alcanço a eternidade.

Ella Dominici

Voltar

Facebook




Ao Deus-dará: Ecos de uma era perdida

Verônica Moreira: ‘Ao Deus-dará: Ecos de uma era perdida’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Imagem gerada por IA do Bing – 29 de novembro de 2024
às 11:23 AM

Soltaram as feras.
Eis que chega a nova era,
onde os omissos se calam,
engolem gole a gole a inverdade,
sem voz, mas com olhos que desviam.

Feras famintas, de golpes e sede,
não pelo bem de todos,
mas pelo banquete que os espera em suas mesas fartas,
no prazer egoísta, no churrasco que arde na sua própria brasa.

E eu, na dor de ter de aceitar o pecado,
prisioneiro deste fado,
silencio-me perante a força, a injustiça, o sistema.

Não sem voz, mas sem talvez…
Falo ou me calo?
Seria o meu grito apenas combustível para o ódio?

Cansaço…
É isso, o peso que recai sobre os ombros, a palavra certa.
Decepção, calamidade,
o sistema que se alimenta da corrupção.

Para os grandes, nada importa a fome dos pequenos.
É o que vejo – e o que eu daria para não ter visto.

Lamento profundamente por aqueles que se dedicam,
os que dão de si com verdade,
sem saber que são peões usados, peças descartáveis.

Ah, vida!
Oh, céus!
Haverá ainda esperança?
Vivem perdidos, abandonados ao acaso…

Ao Deus-dará?
Sim… porque é Deus quem dá.
E ainda bem que temos a Deus para nos dar.

Verônica Moreira

Voltar

Facebook




Mel

José Louro: Poema ‘Mel’

José Louro
José Louro
Mel -  By 4 by Ricardo Dias dos Santos - Featuring José Manuel Monteiro Lobo e Jessica Lobo
Mel – By 4 by Ricardo Dias dos Santos – featuring José Manuel Monteiro Louro  e Jessica Lobo

Em dias de calor, em dias de paixão
E da mais louca volúpia perdes-te
perdes-te loucamente nos seios que te afagam
na paixão que te incendeia e que te enlouquece

Em dias de paixão quando confrontado com a dama de copas percebes que não podes resistir, percebes que não podes parar, percebes que te resta apenas ceder ao desejo, à paixão e ao mais puro tesão
Ah como adoras que o fogo do desejo chame por ti!

Ah como desejes que a paixão te sopre ao ouvido e te peça
Que puxes do isqueiro do desejo, sem medos, sem pudores
Mas sempre, mas sempre com o cálice do fogo e com o licor do amor. E nesses momentos não te esqueças
Não te esqueças de degustar cada cálice de desejo
Cada cálice de amor, cada cálice de paixão como se fosse o último. Deixa-te levar por dias, por tardes, por noites únicas sem medos e sem pudores. Deixa-te. Deixa-te. Deixa-te levar e saboreia o mel da vida.

Jose Manuel Monteiro Louro

09-08-2024

Voltar

Facebook